quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

POEMA: LEMBRANÇA RURAL - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 POEMA: LEMBRANÇA RURAL

               Cecília Meireles

Chão verde e mole. Cheiros de selva. Babas de lodo.
A encosta barrenta aceita o frio, toda nua.
Carros de bois, falas ao vento, braços, foices.
Os passarinhos bebem do céu pingos de chuva.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA9sZkl9l_Cf_g5LpIXjvUh27lhYH05pLZHimmZTq3qrIcMU8y-Noh5VVvCI05qs-hneQguUZUtj_r7ENnmFNFNdw_U8fc-JHvV_6FY5ToNQqoww_ctw_iPHOXyCVuhT6oUK1rAZVhQUa9HLPWv_rxFfnNb2aahWwNAdR425Zt3jnTHpjzpWcwIp4QIiw/s320/PAISAGEM-CAMPESTRE.jpg



Casebres caindo, na erma tarde; Nem existem
na história do mundo. Sentam-se à porta as mães descalças.
É tão profundo, o campo, que ninguém chega a ver que é triste.
A roupa da noite esconde tudo, quando passa...

Flores molhadas. Última abelha. Nuvens gordas.
Vestidos vermelhos, muito longe, dançam nas cercas.
Cigarra escondida, ensaiando na sombra rumores de bronze.
Debaixo da ponte, a água suspira, presa...

Vontade de ficar neste sossego toda a vida:
bom para ver de frente os olhos turvos das palavras,
para andar à toa, falando sozinha,
enquanto as formigas caminham nas árvores...

Cecília Meireles. Fonte: http://vita-gotasdepoesia.blogspot.com/2010/12/lembranca-rural.html

Entendendo o texto

01. Como o poema descreve o chão na primeira estrofe?

a) Seco e rachado.

b) Verde e mole.

c) Pedregoso e duro.

d) Arenoso e quente.

    02. O que aceita o frio na encosta barrenta?

         a) Árvores altas.

         b) Crianças brincando.

         c) Plantas rasteiras.

         d) Toda nudez.

    03.Quem se senta à porta dos casebres na erma tarde?

a) Agricultores.

b) Crianças.

c) Mães descalças.

d) Pássaros.

   04. Como o poema caracteriza o campo em relação à sua tristeza?

         a) Aberto e alegre.

         b) Profundo e triste, mas escondido pela noite.

         c) Vasto e solitário.

         d) Colorido e vibrante.

  05. O que as nuvens gordas fazem no poema?

        a) Chovem pingos de chuva.

        b) Dançam nas cercas.

        c) Encobrem o céu.

        d) Protegem os casebres.

  06. Quem está escondida, ensaiando rumores de bronze na sombra?

        a) Uma abelha.

        b) Uma cigarra.

        c) Uma criança.

        d) Uma mãe.

 07. O que a água faz debaixo da ponte no poema?

       a) Flui livremente.

       b) Suspira, presa.

       c) Enrosca-se em raízes.

       d) Desce em cachoeira.

08. Qual é a vontade expressa no último verso do poema?

         a) Voltar para casa.

         b) Mudar-se para a cidade.

         c) Ficar no sossego rural toda a vida.

         d) Explorar novos horizontes

 09. O que é bom para ver de frente, segundo o poema?

         a) O sol se pondo.

         b) Os olhos turvos das palavras.

         c) O movimento das nuvens.

         d) Os passarinhos bebendo do céu.

10. O que fazem as formigas nas árvores, de acordo com o poema?

         a) Constroem ninhos.

         b) Caçam insetos.

         c) Caminham.

         d) Voam.

 11. Vamos  a análise dos trechos grifados no poema "Lembrança Rural" de Cecília Meireles:

         a.   "Chão verde e mole."

          Figura de Linguagem: Metáfora

          Explicação: A expressão "Chão verde e mole" compara o chão a algo verde e mole, usando uma metáfora para descrever suas características.

         b.   "Babas de lodo."

           Figura de Linguagem: Catacrese

           Explicação: O uso da palavra "babas" para descrever o lodo é uma catacrese, uma vez que "babas" normalmente se refere à saliva, mas é usada aqui para transmitir a viscosidade do lodo.

         c.   "A encosta barrenta aceita o frio, toda nua."

          Figura de Linguagem: Personificação

         Explicação: A personificação ocorre ao atribuir à encosta a capacidade de aceitar o frio e estar "toda nua", conferindo características humanas a um elemento não humano.

        d.   "Os passarinhos bebem do céu pingos de chuva."

          Figura de Linguagem: Prosopopeia (ou personificação)

          Explicação: A prosopopeia ou personificação acontece quando os passarinhos são personificados ao "beberem do céu pingos de chuva", atribuindo-lhes a ação de beber.

       e.   "É tão profundo, o campo, que ninguém chega a ver que é triste."

          Figura de Linguagem: Metáfora

          Explicação: A metáfora aqui compara a profundidade do campo à tristeza, sugerindo que a tristeza é tão profunda que nem é perceptível à primeira vista.

       f.     "A roupa da noite esconde tudo, quando passa..."

          Figura de Linguagem: Prosopopeia (ou personificação)

          Explicação: A personificação ocorre ao atribuir à noite a capacidade de "esconder tudo", como se a noite fosse uma entidade consciente.

       g.   "Cigarra escondida, ensaiando na sombra rumores de bronze."

          Figura de Linguagem: Personificação

     Explicação: A personificação é utilizada ao descrever a cigarra como "ensaiando na sombra rumores de bronze", atribuindo-lhe características humanas e artísticas.

 

 

 

 

 

POEMA: VANDALISMO - AUGUSTO DOS ANJOS - COM GABARITO

 Poema: Vandalismo

              Augusto dos Anjos

 Meu coração tem catedrais imensas,

Templos de priscas e longíquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcpSEvq5KfItcljpVdlUBcVAyoY4YYBmLqyZmQ7Yuf5dK1r5RnQbfKqZRsMaKWalSLMD0Y0j1QJ-RGeUvZwSnFhYK1JWNcA8n6H5NH_ZooALUKwMOm9v_hkUYFGrSYuLhZLEG1KOsx_VBCkhImpQn-9dNC2LSz02kN3GUIhts5G1gPb4k951MXaGeYlCE/s320/catedrais-goticas-barcelona-1.jpg


Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lutrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos e risonhos…

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!

(Eu,30. ed. Rio de Janeiro, Livr. São José, 1963, p.145)

 

Vocabulário:

Prisca: antiga, velha, que pertence ao passado.

Nume: divindade, poder celeste.

Ogiva: arco diagonal de uma abóbada gótica.

Fúlgida:  fulgurante, luzente, brilhante.

Colunata: série de colunas dispostas com simetria para adornar um edifício.

Verter: derramar, jorrar. 

Lustral: que serve para dar brilho.

Florão: ornato, enfeite.

Templário: membro da ordem militar e religiosa denominada Pobres Cavaleiros de Cristo, fundada em 1119, em Jerusalém, com o   fim de proteger os peregrinos e expulsa pelo Papa em 1312.

Gládio: espada.       

Hasta: lança.

Brandir: agitar com a mão (uma espada, uma lança, antes de desferir o golpe.

Iconoclasta: destruidor de imagens ou ídolos.

 Entendendo o texto

  (ITA) – Com relação às duas estrofes iniciais, pode-se afirmar que nelas permanece, respectivamente, a ideia de

      a)   saudosismo e brilho.

     b)   plasticidade e musicalidade.

     c)   otimismo e suntuosidade.

    d)   antiguidade e claridade.

    e)   exaltação e riqueza.

02. (ITA) – Qual das figuras abaixo não ocorre no poema?

     a) Sinestesia.

     b) Anacoluto.

     c) Polissíndeto.

     d) Metáfora.

     e) Aliteração.

03. Como o eu lírico descreve o interior de seu coração nas primeiras estrofes?

      a) Como um deserto inabitado.

      b) Como catedrais imensas.

      c) Como um labirinto sombrio.

      d) Como uma praia tranquila.

04. Quais elementos são mencionados como parte da arquitetura das catedrais descritas pelo eu lírico?

      a) Estrelas e planetas.

      b) Torres e muralhas.

      c) Ogivas, colunatas, lâmpadas, ametistas, florões e pratas.

      d) Rios e montanhas.

05. Em que contexto o eu lírico compara sua ação à dos velhos Templários medievais?

     a) No momento de sua ascensão ao poder.

     b) Durante uma batalha épica.

     c) Ao entrar nas catedrais descritas.

     d) Durante um momento de desespero iconoclasta.

06. Qual é a ação do eu lírico em relação aos seus próprios sonhos?

      a) Constrói-os com gládios e hastas.

      b) Protege-os como um guardião.

      c) Quebra a imagem deles, como um iconoclasta.

      d) Celebra-os em serenatas.

 

 

 

 

 

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

FILME(ATIVIDADES): O CONDE DE MONTE CRISTO - KEVIN REYNOLDS - COM GABARITO

FILME(ATIVIDADES): O CONDE DE MONTE CRISTO

SINOPSE

Fernand Mondego não consegue mais suportar a inveja que possui de Edmond Dantes, por este possuir uma belíssima mulher. Influente, acaba fazendo com que Dantes, um homem pobre e honesto, seja acusado de traição e assassinato, indo parar em uma prisão ilhada e isolada do mundo. Dantes, ao longo dos anos que fica preso, vai perdendo a fé em Deus, até que encontra um padre que também estava preso e tinha um plano de fuga. Ele então escapa da prisão cheio de ódio e sedento por vingança.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh89UplhLVKklu8QYAEq5jaIaSUVglUM2oJ7velf54bx3S_0vM3JfTlBjZUF8Rzp2pt7YmTJe6Gzg2WabLf2uStGviiEKd_fTcEGNog_YJl3HzbnS5JqVXAwhd3c5LKWtpyWSrv_C1AmIEdNz381qiBaz7rNIaWUyS47hogRDYwotiACVcl_A1cw6t85E/s320/O-Conde-de-Monte-Cristo-2003.jpg

Data de lançamento: 25 de janeiro de 2002 (EUA)

Diretor: Kevin Reynolds

Autores: Alexandre Dumas, paiAuguste Maquet

Adaptação de: O Conde de Monte Cristo

Baseado em: O Conde de Monte Cristo, por Alexandre Dumas

Companhia(s) produtora(s): Touchstone PicturesSpyglass Entertainment

 

ENTENDENDO O FILME

01. Como termina a história de Edmond Dantés? Ele consegue o que queria?                                       

A)   Sim. Após Edmond ter se vingado, ele se casa com Mercedes. 

B)   Não. Edmond Dantés acaba morto por Danglars.

C)  Sim, após ter se vingado, Edmond parte em um navio com Haydée, seu novo amor, em busca do seu próprio futuro.

D)  Não. As três pessoas que tinham acusado em falso Edmond, o mataram.

02. Antes de Abade morrer ele entrega um mapa com um tesouro milionário a Edmond Dantés que pertencia ao Cardeal Spada. Onde o tesouro se encontrava?                                                                

A)  Em The Young Amélia.

B)  Em uma ilha chamada de Monte Cristo.

C)  Na igreja onde o Cardeal celebrava a missa.    

D)  Em uma pequena casa em Paris.  

03.Edmond Dantés foi acusado em falso por três pessoas e mais tarde acabou sendo preso. Quem eram?

A) Fernand Mondego, Abade Faria e o Juiz de Villefort.   

B)  Morrel, Abade Busoni e Lord Wilmore.  

C)  Caderousse, Danglars e Fernand Mondego.  

D)  Albert de Morcef, Cavalcanti e Benedetto.

04. Após Edmond Dantés ser acusado em falso pelas três pessoas, ele foi preso no dia de seu casamento e levado até a prisão mais temida de todas. Lá, passa-se um tempo e ele conhece outro prisioneiro que mais tarde o ajudaria a fugir desta prisão. Quem é este prisioneiro?                                                            

A) Era Abade Faria. Um homem sábio com aparência de um idoso que havia passado vário ano ali, preso.

B) Era Abade Busoni. Um homem sábio com aparência de um idoso que havia passado vário ano ali, preso. 

C) Era Lord Wilmore. Um jovem que não destemido pronto para fugir dali. 

D) Era Morrel um homem velho que estava prestes a morrer.

05. Após Edmond Dantés fugir da prisão, se tornar um milionário, ele decide se vingar. Como ele faz? 

A)  Ele desafia um por um para um duelo com espadas. 

B)  Ele segue todos os passos dos três que o acusaram para depois matá-los.

C)  Ele contrata assassinos para fazerem o trabalho sujo.

D)  Ele começa a usar nomes falsos para se aproximar dos três e se vingar de cada um aos poucos. 

06. Como o abade era visto por todos na prisão? Por que o abade dizia ser rico? De que tesouro ele falava?

O Abade Faria era visto como um homem sábio e misterioso na prisão. Ele dizia ser rico para ganhar respeito e confiança dos outros prisioneiros. O tesouro a que ele se referia era o tesouro escondido pelo Cardeal Spada, que estava marcado no mapa que ele entregou a Edmond.

07- De acordo com o filme descreva as características físicas e psicológicas dos personagens abaixo.

a) Edmond Dantés:

Fisicamente, Edmond é retratado como um homem atlético e atraente. Psicologicamente, inicialmente é um homem justo e leal, mas sua busca por vingança o transforma em alguém mais calculista.

b) Mercedes:

Fisicamente, Mercedes é representada como uma mulher bonita e elegante. Psicologicamente, é uma personagem leal e amorosa, que sofre com a ausência e a transformação de Edmond.

c) Fernand Mondego:

Fisicamente, Fernand é retratado como um homem forte e imponente. Psicologicamente, é ambicioso e traiçoeiro, contribuindo para a prisão injusta de Edmond.

d) Villefort:

Fisicamente, Villefort é apresentado como um homem de postura rígida. Psicologicamente, é um personagem corrupto e manipulador, envolvido em tramas para alcançar seus próprios objetivos.

e) Abade Faria:

Fisicamente, o Abade é representado como um homem idoso e sábio. Psicologicamente, é um mentor para Edmond, compartilhando conhecimento e desempenhando um papel crucial em sua fuga da prisão.

08) Acima de tudo, um filme como "O Conde de Monte Cristo" nos mostra a importância de saber ler e escrever, de ler com frequência, de se preparar com antecedência (planejamentos), de amizades verdadeiramente sólidas, da obstinação que sempre devemos ter. Escreva um pequeno texto sobre a importância de saber ler e escrever no Brasil atualmente.

No Brasil atualmente, a importância de saber ler e escrever é fundamental para o desenvolvimento individual e coletivo. A habilidade de leitura e escrita não apenas proporciona acesso ao conhecimento, mas também capacita as pessoas a participarem ativamente na sociedade. A alfabetização é a base para o aprendizado ao longo da vida, a busca por empregos e oportunidades, e o exercício pleno da cidadania. Em um mundo cada vez mais digital, a capacidade de compreender e produzir textos é crucial para a comunicação eficaz e para o sucesso em diversas áreas da vida. Investir em educação e promover a alfabetização é investir no progresso e na equidade social, construindo uma sociedade mais justa e preparada para os desafios do século XXI.

 

 

 

 



ENTREVISTA: UM ARTESÃO DAS PALAVRAS -(FRAGMENTO) - ROSANGELA GUERRA - COM GABARITO

 Entrevista: Um artesão das palavras – Fragmento

                  Rosangela Guerra

        Quando tinha dez anos de idade, o escritor Bartolomeu Campos de Queirós viu o mar pela primeira vez. Foi pura decepção para os olhos de quem, como ele, passava os dias em Papagaio, no interior de Minas, imaginando o mistério de águas azuis infinitas. “Longe do mar a gente inventa o oceano.” Não foi a toa que, muitos anos depois, ele escreveu esta frase, que está no seu livro Ah!, Mar... (Quinteto Editorial).

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbnN5Bz-vzyJqyYfXldel-TOUMhK7imM09C2npstNCjgoIbHVw7LGvDeYURtljt1mpAsrkWbMCA5BrBcF-JuALfobJUMcqRjByok73MSZVkotlLORj6WmwPDKxLISkC1W7sbIMvMGZF22SwpA1YgYFyeRwXSKt924ofp4ua1OnSvk4RpeZhlNnvBSki8o/s1600/O%20MAR.jpg


    Bartolomeu foi um menino silencioso, de olhar e ouvidos atentos. Morava na rua da Paciência, na casa do avô paterno. O velho Queirós passava os dias debruçado na janela ou escrevendo pequenas anotações nas paredes da casa, que eram o registro do cotidiano da família e da cidade. “As paredes pareciam bordadas de palavras”, relembra o escritor. As histórias que Bartolomeu conta de sua infância são sempre cheias de encantamentos. Ele se lembra dos doces de leite que a mãe fazia nos aniversários, cortados em losangos e tingidos de várias cores: “O doce era o mesmo, mas a gente saboreava a cor de cada um”. [...]

        [...]

        [...] Sua paixão pela palavra é tanta que dá para ficar horas conversando sobre palavras com Bartolomeu. Ele diz, por exemplo, que sombra é uma palavra deitada, e que pássaro só pode ser escrita com dois ss porque no encontro dessas duas consoantes é que está o movimento das asas. Nos últimos tempos, Bartolomeu anda pensando muito numa palavra que ouviu de um motorista de táxi: amortecedores. O mistério que ele tenta decifrar nessa palavra aparentemente sem graça é a quantidade de pequenas e belas palavras nela contidas, como amor, tecer, dor, cedo e morte.

        Há quem diga que Bartolomeu escreve livros difíceis para as crianças entenderem. Mas ele justifica com segurança: “Eu não faço diferença entre literatura infantil e adulta. Aprendi isso com a poeta mineira Henriqueta Lisboa. Ela dizia que não existe um sol para criança e outro para o adulto. A literatura deve ser igual à natureza. As crianças entendem o que escrevo dentro do nível delas. Escrevo para encantar crianças e acordar a infância dos adultos”.

Rosangela Guerra. Nova Escola, maio 1994. p. 58.

Entendendo a entrevista:

01 – Como Bartolomeu Campos de Queirós descreveu sua primeira experiência ao ver o mar aos dez anos de idade?

      Bartolomeu Campos de Queirós descreveu sua primeira experiência ao ver o mar como uma pura decepção para os olhos, pois ele imaginava o mistério de águas azuis infinitas enquanto vivia no interior de Minas.

02 – O que inspirou Bartolomeu a escrever a frase "Longe do mar a gente inventa o oceano."?

      A frase foi inspirada na experiência de Bartolomeu ao ver o mar pela primeira vez aos dez anos de idade, quando ele estava distante do mar e imaginava o oceano.

03 – Como era a infância de Bartolomeu Campos de Queirós, especialmente em relação à influência do avô paterno?

      Bartolomeu Campos de Queirós teve uma infância silenciosa, com um avô paterno que passava os dias debruçado na janela ou escrevendo anotações nas paredes da casa, registrando o cotidiano da família e da cidade.

04 – Qual é a analogia feita por Bartolomeu sobre a palavra "sombra" e a palavra "pássaro"?

      Bartolomeu afirma que "sombra" é uma palavra deitada, enquanto "pássaro" só pode ser escrita com dois "ss" porque o movimento das asas está no encontro dessas duas consoantes.

05 – De acordo com Bartolomeu Campos de Queirós, por que ele anda pensando muito na palavra "amortecedores" recentemente?

      Bartolomeu está intrigado com a palavra "amortecedores" devido à quantidade de pequenas e belas palavras contidas nela, como amor, tecer, dor, cedo e morte.

06 – Como Bartolomeu justifica a aparente dificuldade de seus livros para crianças?

      Bartolomeu justifica que não faz diferença entre literatura infantil e adulta, aprendendo com a poeta Henriqueta Lisboa, e acredita que as crianças entendem o que ele escreve dentro do nível delas, escrevendo para encantar crianças e despertar a infância dos adultos.

07 – Qual é a visão de Bartolomeu sobre a literatura infantil em comparação com a literatura adulta?

      Bartolomeu acredita que não há diferença entre literatura infantil e adulta, seguindo a perspectiva da poeta Henriqueta Lisboa, que afirmava que a literatura deve ser igual à natureza, e ele escreve para encantar crianças e despertar a infância dos adultos.

 

MINICONTO: A ESPÉCIE MAIS LETAL - BERNARDO TAVARES - COM GABARITO

 Miniconto: A espécie mais letal

                 Bernardo Tavares

        Num sábado de manhã resolveu levar sua filhinha até a praia. Ela vivia pedindo pra irem ao zoológico, mas os pais não achavam aquele ambiente muito agradável. Tinha algo em enjaular bichos que os incomodava.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4itvMc-005dGd_KzMKD3ygzkrORsxkzuyi9RHrUkQM9EFY9gls7ASnG0oCq77lfedagtm4sZ7GhrYpSpYKM6oi-pmWe8jCcW5ibnemZw4TaETWuDB2eK9DQS08svMpklzfBnXsX6_ARuh6xFU-JVT5IKfyWfj-kK9EZTU3x6n8CmB8rgqTYITD-RwEio/s320/PRAIA.jpg


        Foram então pra praia. Brincaram na areia, fizeram castelinhos, forte e até uma vila rodeada por um rio. Entraram juntos no mar, tomaram água de coco, passearam pela orla. Durante todas as atividades, o pai recolhia pequenos pedaços de lixo que encontravam na água ou na areia.

        No fim do dia ele chamou mãe e filha para fazerem um tour e conhecerem uma espécie de animal muito perigosa. Ele sabia como ela se encantava por animais, então foram juntos até as pedras, no final da praia, onde as mulheres da família viram canudinhos, bexigas, sacolas, fios de balões de gás hélio, garrafas plásticas cheias de areia, tudo montado de um jeito que parecia formar uma espécie horrível de animal, algo que se assemelhava com um polvo, mas que escancarava a mais letal espécie que habita o planeta: o ser humano.

Bernardo Tavares. A espécie mais letal. Disponível em: https://minicontos.me/a-esp%C3%A9cie-mais-letal-673384a4aca. Acesso em: 8 ago. 2021.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP305-308.

Entendendo o miniconto:

01 – Assinale o tema principal do miniconto lido.

(   ) A prisão de animais perigosos em zoológicos.

(X) A poluição da natureza causada pelo ser humano.

02 – A qual local a filha pedia aos pais que a levassem?

      Ao zoológico.

·        Os pais não a levaram aonde ela queria. Localize e copie o trecho que apresenta os motivos para essa recusa.

“(...) mas os pais não achavam aquele ambiente muito agradável. Tinha algo em enjaular bichos que os incomodava.”

03 – No final do miniconto, o pai leva a família para conhecer uma espécie de animal muito perigosa.

a)   Do que era formado aquilo que o pai mostrou à família?

Canudinhos, bexigas, sacolas, fios de balões de gás hélio e garrafas plásticas cheias de areia.

b)   Tratava-se mesmo de uma espécie perigosa? Explique.

Não. Era um amontoado de lixo que tinha sido descartado de forma errada pelas pessoas e então montado de maneira que parecesse um ser humano.

04 – Releia o título do miniconto “A espécie mais letal”.

a)   A palavra letal no texto significa “mortal”. De acordo dom o miniconto, qual é a espécie animal mais letal que existe? Por quê?

O ser humano. Porque ele polui o meio ambiente, prejudicando a própria vida, a vida das outras pessoas e de animais e plantas.

b)   Você também acha que essa é a espécie mais letal que existe? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal do aluno.

05 – Assinale as alternativas que se referem ao miniconto lido.

(X) Conta uma história e tem personagens.

(  ) É um texto longo e ocupa mais de uma página.

(X) Possui um cenário, ou seja, um lugar onde se passa a história.

(X) Apesar de a história ser curta, é possível saber seu assunto principal.

(  ) De tão pequeno, não podemos entender o que aconteceu na história.

(  ) O narrador descreve as personagens e o cenário, por isso o texto é longo.

(X) Permite ao leitor imaginar muitas coisas, por exemplo, o nome das personagens.

06 – Releia um trecho do miniconto e assinale o significado que expressa melhor o sentido da palavra em destaque.

        “[...] Brincaram na areia, fizeram castelinhos, forte e até uma vila rodeada por um rio. [...]”.

(  ) Pessoa musculosa, resistente.

(X) Construção fortificada criada para proteger um lugar.

(  ) Alguém que é corajoso, valente.

 

 

 

 

 

CRÔNICA: MINHA TERRA, MINHA CASA E MINHA GENTE - VIRIATO CORRÊA - COM GABARITO

 Crônica: Minha terra, minha casa e minha gente

              Viriato Corrêa

        PIRAPEMAS, o povoado em que eu nasci, era um dos lugarejos mais pobres e mais humildes do mundo. Ficava à margem do Itapicuru, no Maranhão, no alto da ribanceira do rio.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip3YTi_roAjc77SbPhzPYRTFIapKl68OjBsh_gKo_CD7rFNK4Hq2w1NA1WS32bI4vKLnsVrudheHoR0aLovX-fgtdS8fvkz-fEKiGVYLb7aZIFjlECFWTFUVhljd2T_SvXt4JeJl3G1f8Z60nJHaj1cHW9g8L0wVp9xiGx2glC0nxzFK7UIuEiAnkoW2M/s1600/PIRAPEMAS.jpg


 Uma ruazinha apenas, com vinte ou trinta casas, algumas palhoças espalhadas pelos arredores e nada mais. Nem igreja, nem farmácia, nem vigário. De civilização — a escola, apenas.

    A rua e os caminhos tinham mais bichos do que gente. Criava-se tudo à solta: as galinhas, os porcos, as cabras, os carneiros e os bois.

      Vila pacata e simples de gente simples e pacata. Parecia que ali as criaturas formavam uma só família. Se alguém matava um porco, a metade do porco era para distribuir pela vizinhança. Se um morador não tinha em casa café torrado para obsequiar uma visita, mandava-o buscar, sem-cerimônia, ao vizinho.

        A melhor casa de telha era a da minha família, com muitos quartos e largo avarandado na frente e atrás. Chamavam-lhe a casa-grande por ser realmente a maior do povoado.

        Para aquela gente paupérrima, éramos ricos.

        Meu pai tinha umas duzentas cabeças de gado no campo, uma engenhoca de moer cana, uma máquina de descaroçar algodão e uma casa de negócios, em que vinham comprar moradores até de quinze ou vinte léguas distantes.

        Não havia no lugarejo ninguém mais importante do que meu pai. Era tudo: autoridade policial, juiz, conselheiro, até médico.

        A sua figura inspirava respeito; a sua presença serenava discórdias. Se havia uma desordem, mal ele chegava à desordem acabava. Bastava que desse razão a uma pessoa, para que todo mundo afirmasse que essa pessoa é que estava com a razão. Os seus conselhos faziam marido e mulher, desunidos, voltarem a viver juntos. Ninguém tomava um remédio sem lhe perguntar que remédio devia tomar.

        Era um homem inculto, mas com uma inteligência tão viva, que se acreditava ter ele cursado escolas. E, ao lado disso, uma alma aberta, franca, alegre, jovial e generosa, que fazia amigos ao primeiro contato.

        Nossa casa vivia cheia de gente. Gente da família, gente do povoado, gente de fora.

        Meus pais eram padrinhos de quase toda a meninada dos arredores e o maior prazer de minha mãe era criar.

        Se uma de suas comadres morria, deixando filhos pequeninos, ela, a pretexto de que as madrinhas devem ser segundas mães, ia buscá-los para que não morressem de abandono e de fome.

        Às vezes, pela porta adentro, nos entravam verdadeiras braçadas de fedelhos, enchendo os quartos de alaridos e de berros. E minha mãe os criava com os mesmos cuidados e os mesmos carinhos com que criava os filhos.

        Os “gaiolas” (vaporezinhos de roda que faziam a navegação do rio) paravam no povoado para se abastecer de lenha e para embarcar e desembarcar mercadorias e passageiros.

        Não sei por que, os fazendeiros do sertão, quando tinham de tomar passagem para a capital, preferiam aquele porto insignificante. Rara era a semana em que não chegava gente de fora à povoação.

        E, como a nossa casa era a maior de todas, era nela que eles se hospedavam.

        No interior do Brasil a hospitalidade é um dever sagrado que se cumpre religiosamente. Nossa casa vivia apinhada de criaturas estranhas vindas de longe.

        Às vezes, tarde da noite, ouviam-se rumores no terreiro. Eram hóspedes pedindo pousada.

        Ao hóspede que chega não se pergunta de que precisa. Quem vem de longe, através de caminhos difíceis e desertos, certamente tem cansaço e fome. Necessita de alimento e de cama.

        À nossa porta, ora à meia-noite, ora mais tarde, chegavam frequentemente dez, doze, quinze pessoas desconhecidas. A essa hora acordavam meu pai e minha mãe para mandar fazer comida para os hóspedes.

        Em certos dias, ao amanhecer, eu despertava num quarto que não era o meu e no meio de um punhado de crianças. É que nem sempre havia redes para todas as pessoas de fora. A família desalojava-se: dormiam duas ou três pessoas juntas, para que não faltasse acomodação aos estranhos.

        Em outras ocasiões, quando os hóspedes chegavam, o "gaiola" havia passado na véspera. Só havia outro, dez ou quinze dias depois.

        Dez ou quinze dias ficavam famílias inteiras em nossa casa, morando e comendo tranquilamente.

        Ao se despedirem apertavam a mão de minha mãe, apertavam a mão de meu pai, dizendo-lhes "obrigado" e nada mais.

       É que nada mais lhes era permitido. No sertão do Brasil, quem perguntar o preço da hospedagem ofende aquele que a deu.

        A hospitalidade por lá é uma religião e ninguém se furta a um dever religioso.

Viriato Corrêa. Cazuza. 27. ed. São Paulo: Nacional, 1997. p. 16-7.

Entendendo a crônica:

01 – Qual é o cenário descrito na crônica "Minha terra, minha casa e minha gente" de Viriato Corrêa?

      O cenário descrito é o povoado de PIRAPEMAS, localizado à margem do Rio Itapicuru, no Maranhão.

02 – Como era a vida no povoado de PIRAPEMAS, de acordo com a crônica?

      A vida em PIRAPEMAS era simples e pacata, com poucas casas, ausência de infraestrutura, e os habitantes viviam em harmonia, compartilhando recursos e ajudando-se mutuamente.

03 – Qual era o papel do pai do autor na comunidade de PIRAPEMAS?

      O pai do autor desempenhava múltiplos papéis na comunidade, sendo considerado uma figura de autoridade policial, juiz, conselheiro e até médico. Ele era uma pessoa respeitada e influente.

04 – Como a crônica descreve a hospitalidade na região do sertão do Brasil?

      A crônica destaca a hospitalidade como um dever sagrado cumprido religiosamente no sertão do Brasil. A casa do autor era frequentemente visitada por estranhos, e oferecer comida e abrigo a viajantes era uma prática comum.

05 – Por que os fazendeiros do sertão preferiam o porto insignificante de PIRAPEMAS para tomar passagem para a capital?

      A crônica não fornece uma explicação específica, mas sugere que os fazendeiros preferiam PIRAPEMAS devido à sua hospitalidade e à tradição de receber bem os viajantes.

06 – Como a mãe do autor demonstrava seu envolvimento com a comunidade?

      A mãe do autor era madrinha de muitas crianças da região e tinha o hábito de acolher órfãos, cuidando deles como se fossem seus próprios filhos. Ela era ativa na criação e educação das crianças da comunidade.

07 – Quais são as características da casa do autor em PIRAPEMAS?

      A casa do autor era a maior do povoado, chamada de casa-grande, com muitos quartos e uma ampla varanda. A família do autor era considerada rica pelos padrões locais, com posses como cabeças de gado, uma engenhoca de moer cana e uma máquina de descaroçar algodão.

 

CRÔNICA: A CONTADEIRA DE HISTÓRIAS - VIRIATO CORRÊA - COM GABARITO

 Crônica: A contadeira de histórias

              Viriato Corrêa

        Vovó Candinha é outra figura que nunca se apagou de minha recordação.

        Não havia, realmente, mulher que tivesse maior prestígio para as crianças de minha idade. Para nós, era um ser à parte, quase sobrenatural, que se não confundia com as outras criaturas. É que ninguém no mundo contava melhor histórias de fadas do que ela.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk2bAMI0B-7VnpkHXrbCh5kA9cWXV68eB1tC_S1_nzOq845ZhKheGF6eKTmmmwrlqu-tti9lx2LSYzO0IakSNLBbjgPetWZku65c-2FOUNKBtoRqoZXWKc44o0Ew1eaOS1A1kwV3vPHdq41QI7pFzpfYJ4ranoS2PXje-FVTb4lWmW27xhJwNq2VPNeQ4/s320/HISTORINHA.jpg


        Devia ter seus setenta anos: rija, gorda, preta, bem preta e a cabeça branca como algodão em pasta.

        Morava distante. Vinha ao povoado, de quando em quando, visitar a Luzia, sua filha caçula, casada com o Lourenço Sapateiro.

        E quando corria a notícia de que ela ia chegar, a meninada se assanhava como se ficasse à espera de uma festa. Não saíamos da porta da Luzia, perguntando insistentemente:

        — Quando ela chega?

        — Traz muitas histórias bonitas?

        — Traz muitas novas?

        Era pela manhã que vovó Candinha costumava chegar. O dia nem sempre havia acabado de nascer e já a pequenada estava à beira do rio para recebê-la. Mal ia saltando da canoa, nós corríamos a abraçá-la com tanta afoiteza e tanta efusão que havia perigo de lhe rasgarmos o vestido rodado, de chita ramalhuda.

        — Quantas histórias a vovó traz? perguntávamos.

        — Um bandão delas, respondia a velha.

        De dia não conseguíamos que ela nos contasse, história nenhuma.

        — Quem conta histórias de dia, dizia, negando-se, cria rabo como macaco.

        Mal a noite começava a cair, a meninada caminhava para a casa de Luzia, como se se dirigisse para um teatro. Após o jantar, vovó Candinha vinha então sentar-se ao batente da porta que dava para o terreiro.

        Enquanto se esperavam os retardatários, ela fumava pachorrentamente o seu cachimbo.

        Sentávamo-nos em derredor, caladinhos, de ouvido atento, como não fora tão atento o nosso ouvido na escola.

        Ela começava:

        — Era uma vez uma princesa muito orgulhosa, que fez grande má-criação à fada sua madrinha...

        Acendiam-se os nossos olhos, batiam emocionados os nossos corações...

        Não sei se é impressão de meninice, mas a verdade é que até hoje, não encontrei ninguém que tivesse mais jeito para contar histórias infantis.

        Na sua boca, as coisas simples e as coisas insignificantes tomavam um tom de grandeza que nos arrebatava; tudo era surpresa e maravilha que nos entrava de um jacto na compreensão e no entusiasmo.

        E não sei onde ela ia buscar tanta coisa bonita. Ora eram princesas formosas, aprisionadas em palácios de coral, erguidos no fundo do oceano ou das florestas; ora reis apaixonados que abandonavam o trono para procurar pelo mundo a mulher amada, que as fadas invejosas tinham transformado em coruja ou rã.

        Não perdíamos uma só das suas palavras, um só dos seus gestos.

        Ela ia contando, contando... Os nossos olhinhos nem piscavam...

        A lua, como se fosse uma princesa encantada, ia vagando pelo céu, toda vestida de branco, a mandar para a terra a suavidade dos seus alvos véus de virgem.

        Lá pelas tantas, um de nós encostava a cabeça no companheiro mais próximo e fechava os olhos cansado. Depois outro; depois outro.

        E quando vovó Candinha acabava a história, todos nós dormíamos uns encostados aos outros, a sonhar com os palácios do fundo do mar, com as fadas e as princesas maravilhosas.

Viriato Corrêa. Cazuza. 27. ed. São Paulo: Nacional, 1997. p. 16-7.

Entendendo a crônica:

01 – Quem é Vovó Candinha na crônica "A Contadeira de Histórias"?

      Vovó Candinha é uma personagem destacada na crônica "A Contadeira de Histórias" de Viriato Corrêa. Ela é uma mulher idosa, negra, robusta, conhecida por sua habilidade em contar histórias de fadas.

02 – Como as crianças viam Vovó Candinha na narrativa?

      Na perspectiva das crianças na narrativa, Vovó Candinha era vista como uma figura quase sobrenatural, com grande prestígio e habilidade extraordinária em contar histórias de fadas.

03 – Onde Vovó Candinha morava e como era a sua visita ao povoado?

      Vovó Candinha morava distante e ocasionalmente visitava o povoado para ver sua filha caçula, Luzia, casada com Lourenço Sapateiro. Sua chegada era aguardada com grande expectativa pela criançada.

04 – Quando e como as crianças recebiam Vovó Candinha em suas visitas?

      As crianças recebiam Vovó Candinha à beira do rio, pela manhã, quando ela chegava. Corriam para abraçá-la com entusiasmo, ansiosas por ouvir suas histórias de fadas.

05 – Por que as crianças não conseguiam que Vovó Candinha contasse histórias durante o dia?

      Vovó Candinha se recusava a contar histórias durante o dia, alegando que quem conta histórias de dia cria rabo como macaco. As narrativas aconteciam à noite, após o jantar.

06 – Como as crianças reagiam quando Vovó Candinha começava a contar suas histórias à noite?

      As crianças se sentavam ao redor de Vovó Candinha, com ouvidos atentos e olhos brilhantes, emocionadas com suas histórias de fadas. Os corações batiam emocionados e os olhos se acendiam.

07 – Como o autor descreve a habilidade de Vovó Candinha em contar histórias infantis?

      O autor descreve a habilidade de Vovó Candinha como única e incomparável. Segundo o narrador, até hoje, não encontrou ninguém com tanto jeito para contar histórias infantis como ela, destacando a capacidade de transformar coisas simples em surpresas e maravilhas que cativavam as crianças.