Reportagem: Em busca de galáxias muito, muito distantes – Fragmento
André Bernardo
[...] Sempre que alguém perguntava à
jovem Duília Fernandes de Mello o que ela queria ser quando crescesse, a
resposta estava na ponta da língua: astrônoma. O interesse veio da curiosidade
sobre como as sondas espaciais conseguiam fotografar planetas distantes e como
aquelas fotos iam parar nos jornais e revistas da Terra apenas alguns dias
depois. “Quando minha mãe soube disso, me levou ao Observatório da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Foi lá que eu me apaixonei ainda mais pela
Astronomia e decidi que era isso que queria para minha vida”, conta. Aos 50
anos, Duília acaba de ganhar o Prêmio Diáspora Brasil, concedido pelo
Ministério das Relações Exteriores aos cientistas brasileiros que mais se
destacaram no exterior. Hoje, ela dá expediente em um dos centros de estudo
mais importantes da Nasa, o Goddard Space Flight Center (GSFC), em Maryland.
Lá, a sua função é, quem diria, analisar as fotos tiradas pelo telescópio
Hubble.
P: Por que o número de mulheres na
ciência ainda é tão reduzido?
O número de mulheres cientistas é
baixo em todo o mundo. No Brasil, é até razoável; melhor do que nos países do
Norte, como Alemanha, Inglaterra e Suécia. O único jeito de mudar isso é
mostrando para meninas e meninos que mulheres também fazem ciência. O número de
mulheres na Nasa é baixo, mas, na faixa etária mais jovem, vem crescendo. A
Nasa tem um programa que se propõe a incentivar o equilíbrio de gênero e
diversidade.
P: O que significou ver seu talento
reconhecido pelo seu próprio país com o Prêmio Diáspora Brasil?
Fiquei muito honrada e aproveitei para
agradecer ao Brasil pelo investimento feito na minha carreira desde a graduação
até o doutorado. Sempre procurei retornar esse investimento. O projeto “Mulher
das Estrelas”, por exemplo, é fruto disso. Nasceu como um fã-clube que três
meninos brasileiros fundaram há 6 anos e, hoje, é uma página no Facebook onde
respondo perguntas de crianças e jovens sobre Astronomia.
[...]
P: Se a senhora pudesse escolher,
qual dos grandes mistérios do Universo gostaria de desvendar?
Gostaria de saber ser existe vida
inteligente em outros planetas. Quem sabe eles não saberiam as respostas para
todos os outros mistérios? Não existe evidência científica que sugira que a
vida seja algo único do nosso planeta. Como conhecemos apenas um tipo de vida,
estamos procurando por planetas que sejam semelhantes à Terra e que estejam na
zona habitável, nem muito perto da estrela e nem muito longe dela.
BERNARDO, André. Em busca de galáxias muito, muito distantes. Revista
Galileu, ago. 2014. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2014/08/em-busca-de-galaxias-muito-muito-distantes.html. Acesso em: 9 set. 2019.
Entendendo
a reportagem:
01
– O que despertou o interesse de Duília Fernandes de Mello pela astronomia?
O interesse de Duília
Fernandes de Mello pela astronomia surgiu da curiosidade sobre como as sondas
espaciais conseguiam fotografar planetas distantes e como essas fotos chegavam
aos jornais e revistas da Terra em poucos dias.
02
– Qual foi a reação de Duília ao visitar o Observatório da Universidade Federal
do Rio de Janeiro?
Ao visitar o
Observatório da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Duília se apaixonou
ainda mais pela Astronomia e decidiu que queria seguir essa carreira para a
vida toda.
03
– Qual prêmio Duília Fernandes de Mello ganhou recentemente e quem o concede?
Duília Fernandes
de Mello ganhou recentemente o Prêmio Diáspora Brasil, concedido pelo
Ministério das Relações Exteriores do Brasil aos cientistas brasileiros que
mais se destacaram no exterior.
04
– Onde Duília Fernandes de Mello trabalha atualmente e qual é sua função?
Atualmente,
Duília Fernandes de Mello trabalha no Goddard Space Flight Center (GSFC), um
dos centros de estudo mais importantes da Nasa, onde sua função é analisar as
fotos tiradas pelo telescópio Hubble.
05
– Qual é a opinião de Duília sobre a participação de mulheres na ciência?
Duília acredita
que o número de mulheres cientistas é baixo em todo o mundo, embora no Brasil
seja melhor comparado a países do Norte como Alemanha, Inglaterra e Suécia. Ela
defende que é necessário mostrar para meninas e meninos que mulheres também
fazem ciência e destaca que a Nasa tem um programa para incentivar o equilíbrio
de gênero e diversidade.
06
– O que Duília fez ao receber o Prêmio Diáspora Brasil?
Ao receber o Prêmio Diáspora
Brasil, Duília se sentiu muito honrada e aproveitou a oportunidade para
agradecer ao Brasil pelo investimento em sua carreira desde a graduação até o
doutorado. Ela também mencionou o projeto "Mulher das Estrelas" como
um exemplo de como ela procura retornar esse investimento.
07
– Qual grande mistério do universo Duília gostaria de desvendar?
Duília gostaria
de saber se existe vida inteligente em outros planetas. Ela acredita que se
isso fosse possível, esses seres poderiam ter respostas para muitos outros
mistérios do universo. Ela menciona que, como conhecemos apenas um tipo de
vida, procuramos por planetas semelhantes à Terra que estejam na zona
habitável.