sábado, 9 de julho de 2022

CONTO: TREM FANTASMA - MOACYR SCLIAR - COM GABARITO

Conto: Trem Fantasma

            Moacyr Scliar

 Afinal se confirmou: era leucemia mesmo a doença de Matias, e a mãe dele mandou me chamar. Chorando, disse-me que o maior desejo de Matias sempre fora passear de Trem Fantasma; ela queria satisfazê-lo agora, e contava comigo. Matias tinha nove anos. Eu, dez. Cocei a cabeça.

          Não se poderia levá-lo ao parque onde funcionava o Trem Fantasma. Teríamos de fazer uma improvisação na própria casa, um antigo palacete nos Moinhos de Vento, de móveis escuros e cortinas de veludo cor de vinho. A mãe de Matias deu-me dinheiro; fui ao parque e andei de Trem Fantasma. Várias vezes. E escrevi tudo num papel, tal como escrevo agora. Fiz também um esquema. De posse destes dados, organizamos o Trem Fantasma.

         A sessão teve lugar a 3 de julho de 1956, às 21 horas. O minuano assobiava entre as árvores, mas a casa estava silenciosa. Acordamos o Matias. Tremia de frio. A mãe o envolveu em cobertores. Com todo o cuidado colocamo-lo num carrinho de bebê. Cabia bem, tão mirrado estava. Levei-o até o vestíbulo da entrada e ali ficamos, sobre o piso de mármore, à espera.

         As luzes se apagaram. Era o sinal. Empurrando o carrinho, precipitei-me a toda velocidade pelo longo corredor. A porta do salão se abriu; entrei por ela. Ali estava a mãe de Matias, disfarçada de bruxa (grossa maquilagem vermelha). Olhos pintados, arregalados. Vestes negras. Sobre o ombro, uma coruja empalhada.(Invocava deuses malignos).

         Dei duas voltas pelo salão, perseguido pela mulher. Matias gritava de susto e de prazer. Voltei ao corredor.

        Outra porta se abriu – a do banheiro, um velho banheiro com vasos de samambaia e torneiras de bronze polido.

[...]

           Saindo dali entrei num quarto de dormir onde estava o irmão de Matias, como esqueleto (sobre o tórax magro, costelas pintadas com tintas fosforescentes; nas mãos, uma corrente enferrujada).

[...]

          Assim era o Trem Fantasma, em 1956.

          Matias estava exausto. O irmão tirou-o do carrinho e, com todo o cuidado, colocou-o na cama.

         Os pais choravam baixinho. A mãe quis me dar dinheiro. Não aceitei. Corri para casa.

        Matias morreu algumas semanas depois. Não me lembro de ter andado de Trem Fantasma desde então.

Moacyr Scliar. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 316-317.

Entendendo o texto

01. O gênero provém de uma esfera social, ou seja, ele é produzido a partir da interação verbal (oral ou escrita) entre as pessoas que exercem uma mesma atividade com a linguagem. Então, assinale a alternativa que indica a esfera a que pertence o texto “O trem fantasma” de Moacyr Scliar.

          (x) esfera cotidiana

         (  ) esfera publicitária

        (  ) esfera literária

        (  ) esfera escolar

        (  ) esfera jurídica

02. Os textos do gênero conto, no decorrer de sua narrativa, sempre estão ligados a alguma temática do cotidiano. Identifique qual é o assunto desse conto.

O trem fantasma.

03. Contemporâneo é o tempo atual. Nesse caso, você considera esse conto como contemporâneo? Explique o porquê a partir do contexto do texto e de sua temática.

Sim. Atualmente têm nos parques de diversões. Porque fala do trem fantasma “...Assim era o Trem Fantasma, em 1956.”

    04.Qual era a relação entre o narrador e Matias?

        O narrador era amigo de Matias.

05.O que a mãe de Matias doente pediu ao narrador?

          Pediu para o narrador ajudá-la a realizar um desejo de seu filho; ir no trem fantasma.

06. Após o pedido da mãe, o que o narrador fez?

        Foi no Trem Fantasma várias vezes e escrevi tudo num papel e fiz também um esquema.

07.Além do narrador, quem são os outros personagens do Trem fantasma?

Matias, os pais dele e o irmão.

08. Qual era a intenção de todos eles ao fazerem aquilo?

Deixarem o Matias feliz, realizando um desejo.

09.Esse conto traz ensinamentos. Em sua opinião quais?

Resposta pessoal.

     10. O narrador participa ou não da história? Retire um trecho do texto, para comprovar sua resposta.

            Sim, participa da história. É narrador-personagem.

             “...e a mãe dele mandou me chamar...”

      11- O texto apresenta uma sequência de fatos, com certa ordem cronológica dos acontecimentos. Sendo assim esse texto pertence a qual sequência tipológica?

         (  ) expositiva

         ( x ) narrativa

         (  ) descritiva

         (  ) injuntiva

         (  ) argumentativa

      Retire do texto um trecho que comprove sua resposta:

      “A mãe de Matias deu-me dinheiro; fui ao parque e andei de Trem Fantasma. Várias vezes. E escrevi tudo num papel, tal como escrevo agora. Fiz também um esquema. De posse destes dados, organizamos o Trem Fantasma.”

 

CONTO: PEGA LADRÃO, PAPAI NOEL! - MARCOS REY - COM GABARITO

 CONTO: Pega ladrão, Papai Noel!

                 Marcos Rey

Ele não era bem um Papai Noel, pois trabalhava numa grande loja, a Emperor, aquela grande, da avenida. Consta, inclusive, que fez um curso de seis semanas para testar e aperfeiçoar sua tendência vocacional, obtendo boa nota. Mas seu visual, mesmo sem uniforma, impressionou favoravelmente a banca examinadora: era gordo, como convém a um Papai Noel; tinha olhos da cor do céu e a capacidade de sorrir durante horas inteiras sem nenhum motivo aparente. Aliás, um Papai Noel é isto: uma mancha vermelha que sabe rir e às vezes fala.

         -Você está ótimo! – disse-lhe o chefe da seção de brinquedos. – As crianças vão adorá-lo!

Era véspera de Natal e a loja andava preocupadíssima com as vendas, inferiores ao ano anterior. E preocupada com outra coisa, ainda: o incrível número de furtos, razão por que o Papai Noel além de sorrir e estimular as vendas teria que ser também um olheiro, um insuspeito fiscal de seção.

Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos, juntamente com seu sorriso, e acabara de passar a mão nos cabelos louros de um garotinho, quando viu. Viu o quê? Um homem, e mais que ele, sua mão surrupiando um trenzinho de pilha, imediatamente metido nua bolsa. Interrompendo em meio seu sorriso, Papai Noel deu um passo firme, fez voz de vigia:

          -Por favor, me deixe ver essa bolsa!

Nem todo susto é paralisante: o homem, sem largar a bolsa, saiu em disparada pela seção de brinquedos, empurrando pessoas, chutando coisas, derrubando e pisando em brinquedos. Atrás desse furacão, seguia outro furacão, este encarnado, o Papai Noel, que repetia em cores mais vivas os desastres provocados pelo primeiro. A cena prosseguiu com mais dramaticidade e ruídos na escadaria da loja, pois a seção de brinquedos era no sexto andar. No quarto pavimento, Papai Noel chegou a grampear o ldrão pelo braço, mas este conseguiu escapar, livrando oito degraus entre o quarto e o segundo andares, Aí, novamente, Papai Noel pôs a mão enluvada no fugitivo, mas um grupo de pessoas que saía do elevador poluiu a imagem e ele tornou a ganhar distância.

Na avenida a perseguição teve novos aspectos e emoções. A pista era melhor para corridas, mas ainda maior o número de pessoas e obstáculos. O ladrão, logo à saída da loja, chocou-se com uma mulher que carregava mil pacotes, pacotinhos e pacotões. Foram todos para o chão. Um propagandista de longas pernas de pau fez uma aterrissagem forçada, que o aeroporto de Congonhas teria desaconselhado devido ao mau tempo. O Papai Noel também empurrava, esbarrava e derrubava, aduzindo ao seu esforço o clássico “pega ladrão!”, um refrão tão comum na cidade que não entendo como ainda não musicaram. Na primeira esquina, quase... Um carro bloqueou a fuga do homem, que ficou hesitante enquanto seu colorido perseguidor se aproxima em alta velocidade.

Consta que Papai Noel perseguiu o ladrão inclusive no Minhocão, de ponta a ponta, onde é proibida a circulação de pedestres. Também sem resultado.

A história, que nem história é, podia acabar aqui, mas prefiro que acabe lá.

Lá, onde?

Naquele quarto de subúrbio.

Aquela noite, o ladrão, à meia-noite em ponto, deu para o filho o belo presente das lojas Emperor, o trenzinho de pilha, que tinha luzes diversas e até apitava, excessivamente incrementado para qualquer garoto pobre.

O menino, que sabia dos apuros do pai, não recebeu alegremente a maravilha eletrônica.

-Papai, o senhor não devia ter comprado.

- Mas não comprei.

- Ahn?

- Ganhei.

- De quem?

               - De Papai Noel, ora. Bom cara. Nem precisei pedir, Ele correu atrás de mim e me deu o presente. Disse que a pilha dura três meses. Legal, não?

In: Antônio de AlcântArA MAchAdo et al. De conto em conto. São Paulo: Ática, 2006. p. 42-46. (Coleção Quero Ler: Contos).

http://biaatividades.blogspot.com/2013/01/texto-pega-ladrao-papai-noel.html

Desvendando o texto

01. Por que o homem roubou o trenzinho de pilha?

      Para presentear seu filho na noite de Natal.

02. O que você acha da atitude do ladrão?

      Responda pessoal.

03. Você acha que o presente é o que mais importa no Natal?

       Resposta pessoal.

04. Relacione o texto com a frase: “Os fins não justificam os meios”.

      O fato de ele querer dar um presente para seu filho, não ter como comprar e por isso roubar. Nada justifica esta atitude.

05. O conto se inicia com a apresentação de um personagem: um Papai Noel recém-contratado.

a) Que características tornavam aquele homem ideal para o cargo?

     Era gordo, como convém a um Papai Noel; tinha olhos da cor do céu e a capacidade de sorrir durante horas inteiras sem nenhum motivo aparente.

b) Além das habituais funções, esse Papai Noel teria um trabalho especial. Qual? Por que ele havia se tornado necessário?

Um olheiro, um insuspeito fiscal de seção, porque aumentou o número de furtos no departamento de brinquedos eletrônicos.

06. Releia o seguinte trecho. “Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos, juntamente com seu sorriso, e acabara de passar a mão nos cabelos louros de um garotinho, quando viu. Viu o quê?”

Um homem, e mais que ele, sua mão surrupiando um trenzinho de pilha.

a)    A expressão “juntamente com seu sorriso” contribui para a impressão de que o Papai Noel age de modo simpático, divertido ou fingido? Por quê?

Para que ninguém suspeite que também está fiscalizando o departamento.

b)    Por que você acha que o narrador usou a expressão “quando viu. Viu o quê?” em lugar de contar diretamente o que foi visto?

Resposta pessoal.

c)     O que o Papai Noel fez depois de ter visto o que viu? Por que ele agiu assim?

Papai Noel deu um passo firme e fez voz de vigia:

 - Por favor, me deixe ver essa bolsa!

07. A partir do sexto parágrafo, a narrativa começa a ficar parecida com cenas de filmes de ação.

a) Por que temos essa impressão?

    Porque o ladrão corre e o Papai Noel o persegue incansavelmente, sem se importar com as pessoas nas ruas.

   b) A relação com o cinema é explorada pelo próprio narrador no oitavo parágrafo. Que palavras ou expressões do texto se referem a essa arte?

         A história, que nem história é, podia acabar aqui, mas prefiro que acabe lá.”

c)   A narrativa se passa em São Paulo. Quais características dessa cidade contribuem para a construção das cenas de perseguição? 

 O aeroporto de Congonhas, a   galeria da Barão e o  Minhocão.

08. O final da história surpreende o leitor.

       A história se passa em uma época específica do ano. Como ela ajuda a justificar a ação do personagem?

    A época é Natal. Nesse tempo as pessoas ficam mais sensíveis, porque comemora o nascimento do menino Jesus.

09. Releia um dos parágrafos do final do conto. “A história, que nem história é, podia acabar aqui, mas prefiro que acabe lá.”

 a) A que se refere o termo ?

      Refere-se a criança recebendo o presente de Natal.

b) Se a história terminasse aqui, falaria de um roubo. O que muda quando o narrador dá continuidade a ela.

     Muda o espaço onde a história se passa, pois agora já é o ambiente da casa, onde a criança recebe o presente.

10- Durante a perseguição, você torcia pela captura do ladrão? Por quê?

     Resposta pessoal.

11.  Enumere os fatos na ordem em que apareceram no texto:

     ( 3  ) A fuga e a perseguição

     (  5  )  A entrega do presente

     (  1  )  A apresentação do Papai Noel

     (  4  ) A interferência do narrador

     (  2  )  O roubo e o flagrante

12.  “Ele não era bem um Papai Noel, pois trabalhava numa grande loja.”

      Por essa passagem, entende-se que:

     a) Não existe Papai Noel de verdade.

     b)   O verdadeiro Papai Noel não precisa trabalhar em lugar nenhum.

     c)   Há muitas pessoas que se fazem passar pelo bom velhinho.

     d)  As lojas enganam os seus compradores com falsos velhinhos.

    e)   Nem todo Papai Noel gosta do seu trabalho.  

13.  Observando o primeiro parágrafo, pode-se afirmar que um Papai Noel deve ter todas estas características, exceto:

     a) doçura no olhar

     b)  sorriso constante

     c)  aparência favorável

     d)   voz forte e imponente

     e)  vocação para o papel

14.  A relação causa-consequência se encontra incorreta em:

       a)   A loja vendera pouco. X Contrataram o Papai Noel.

       b)   Havia muitos furtos na loja. X O Papai Noel deveria fiscalizar os compradores.

       c)  O Papai Noel viu um homem roubando um brinquedo. X O homem fugiu, levando o que roubara.

       d)   Havia muitos obstáculos dentro e fora da loja. X Papai Noel não conseguia alcançar o ladrão.

       e)  Papai Noel entendeu o motivo de o homem ter roubado o trenzinho. X  Papai Noel desistiu da perseguição.

 15. Todos os motivos contribuíram para o insucesso do papai Noel, exceto:

     a)  A localização da seção de brinquedos.

    b)   O peso do próprio corpo.

    c)   A agilidade do homem “ladrão”.

    d)   O movimento de clientes dentro da loja.

    e)   O trânsito confuso =nas avenidas por onde passaram.

16.  A partir do sexto parágrafo, a narrativa começa a ficar parecida com cenas de filmes de ação.

      a) Por que temos essa impressão?

      (  ) porque narra a passagem de um furacão devastando uma loja de brinquedos.

     (  ) porque narra detalhes de um desastre e suas dificuldades.

     (  ) porque narra o drama de um ladrão.

    (x ) porque narra uma perseguição, com momentos em que o ladrão é quase capturado.

      b) A relação com o cinema é explorada pelo próprio narrador no oitavo parágrafo. Que palavras ou expressões do texto se referem a essa arte?

      (  ) ladrão, brinquedo, galeria.

      (  ) Papai Noel, brinquedo, bom velhinho.

      (x ) espectadores, câmera 2, fotogramas ( ) impressão, milhas, quilômetros.

     c) A narrativa se passa em São Paulo. Quais características dessa cidade contribuem para a construção das cenas de perseguição?

      (x ) cidade populosa e movimentada.

      (  ) cidade com poucos habitantes.

     (  ) cidade tranquila e sem movimento.

     (  ) cidade pequena e sem conflitos.

 

 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): O AMOR É FILME - CORDEL DO FOGO ENCANTADO - COM GABARITO

 Música(Atividades): O Amor É Filme

                                                      Cordel Do Fogo Encantado

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

Um belo dia, a gente acorda e hum...
Um filme passou por a gente
E parece que já se anunciou o episódio dois
É quando a gente sente o amor
Se abuletar na gente tudo acabou bem,
Agora o que vem depois

O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica

É quando as emoções viram luz,
E sombras e sons, movimentos
E o mundo todo vira nós dois,
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento
O Zoom In dá ré e sobem os créditos

O amor é filme e Deus, espectador!

LIRINHA. In: trilha sonora do filme Lisbela e o prisioneiro. Natasha Records, 2003. Disponível em: http://letras.terra.com.br/cordel-do-fogo-encantado/153398/. Acesso em: 28 jan. 2015. Fragmento.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 181-2.

Entendendo a música:

01 – O compositor da canção se inspirou no jeito que se pronuncia a palavra aboletar e por isso escreveram abuletar.

·        O que será que ela pode significar na canção? Indique suas hipóteses.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Na variação linguística é muito comum a troca o pelo u, no diálogo oral.

02 – Consulte o verbete aboletar em um dicionário e procure, entre os significados esperados, aqueles que ajudariam a dar sentido a essa palavra no verso em que ela aparece.

      A ideia de “alojar-se, instalar, fazer morada”.

03 – Segundo a canção, depois que o amor “se abuleta” na gente, vem a continuação do filme.

·        Indique o verso que faz referência aos recursos próprios da linguagem cinematográfica para expressar como se sente quem ama.

“É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos”.

04 – Veja a definição de zoom in em um glossário de termos técnicos da linguagem do cinema.

·        Releia o verso: “E o mundo todo vira nós dois”. Pode-se dizer que esse verso imita, com palavras, o movimento de zoom in do cinema? Por quê?

Sim, pois é como se, pelos olhos de quem ama, acontecesse um zoom in: o foco vai fechando, fechando, até que o mundo (o plano geral) se torne apenas os dois amantes (com foco no particular).

05 – Você se lembra de alguma metáfora para o amor? Ela é boa ou ruim? Conte-a para seus colegas.

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

FOTOGRAFIA: "7 DIAS DE LIXO" - GREGG SEGAL - COM GABARITO

 Fotografia: “7 Dias de Lixo”

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX56hng_G71R9WFPbiJWgCM-WVNVjxLjrYERJxNi1DZs_OdN6ey92W8sBWhxVddjOJkFQPXg7dsX8ufXvC8WAU3IvRwx9b14Z932RYlCVDoFNrTIPtY9__9vo8eWsKnjTzBtWeDPOyiWtgwVTqr0PPu-bslrppKbMwR1nzEPpbO6G3UzUnEPFcxY02/w299-h326/lixo%20casal.jpg 

Fotografia que integra o projeto “7 Dias de Lixo”, do artista Gregg Segal, retratando casal em cenário composto do lixo gerado pelos dois ao longo de uma semana.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 146-7.

Entendendo a fotografia:

01 – Que sensações a imagem causou em você? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Observe os gestos das pessoas: que vínculos parece haver entre elas?

      São gestos que expressam afeto e intimidade, tratando-se provavelmente de um casal.

03 – Observe a forma como o lixo foi disposto, a posição que as pessoas ocupam e o enquadramento da cena feito pala câmera.

·        O que a cena lembra?

O conjunto lembra uma cena de descanso, como se as pessoas estivessem deitadas sobre uma cama.

04 – A câmera enfoca a cena de cima (em um ângulo chamado de “picado” ou plongée). Que efeitos isso traz para quem observa a imagem?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Desse ângulo cria a sensação de aproximação, como se estivéssemos observando diretamente o casal e por ele sendo observado.

05 – O que provavelmente o artista quis sugerir com seu trabalho: a produção de lixo é uma questão privada (diz respeito a cada um) ou de interesse público (diz respeito a todos)?

      É de interesse público, a fotografia nos provoca a refletir sobre a dimensão de um problema que é de todos.

06 – Você acha que produz mais ou menos lixo que essas pessoas?

      Resposta pessoal do aluno.

FÁBULA: HIERARQUIA - MILLÔR FERNANDES - COM GABARITO

 Fábula: Hierarquia

               Millôr Fernandes

        Diz que um leão enorme ia andando chateado, não muito rei dos animais, porque tinha acabado de brigar com a mulher e esta lhe dissera poucas e boas.

        Eis que, subitamente, o leão defronta com um pequeno rato, o ratinho mais menor que ele já tinha visto. Pisou-lhe a cauda e, enquanto o rato forçava inutilmente pra escapar, o leão gritava: "Miserável criatura, estúpida, ínfima, vil, torpe: não conheço na criação nada mais insignificante e nojento. Vou te deixar com vida apenas para que você possa sofrer toda a humilhação do que lhe disse, você, desgraçado, inferior, mesquinho, rato!" E soltou-o.

        O rato correu o mais que pode, mas, quando já estava a salvo, gritou pro leão: "Será que V. Excelência poderia escrever isso pra mim? Vou me encontrar com uma lesma que eu conheço e quero repetir isso pra ela com as mesmas palavras!"

        MORAL: Ninguém é tão sempre inferior.

        SUBMORAL: Nem tão nunca superior, por falar nisso

              Millôr Fernandes. Disponível em: http://www2.uol.com.br/millor/fabulas/070.htm. Acesso em: 27 jan. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p.144-5.

Entendendo a fábula:

01 – O conflito entre uma personagem que representa o poder e uma personagem que representa o mais fraco também aparece nessa nova versão da fábula? Explique.

      Sim, também nessa versão o leão aprisiona o rato e o ameaça.

02 – Que significado você daria à expressão “não muito rei dos animais”? Por que o leão estaria se sentindo assim?

      Reposta pessoal do aluno. Sugestão: Significaria baixa autoestima, sentindo-se menos poderoso. O leão estaria sentindo assim, por ter brigando com a mulher.

03 – A expressão “o ratinho mais menor” não é recomendada pelas normas e convenções da variedade padrão. No texto ela é empregada com intenções literárias para provocar efeitos de sentido. Que imagem do ratinho se quer sugerir com o uso dela?

      A de que realmente ele é muito pequeno.

04 – Que expressões o leão usou para caracterizar o rato? Consulte no dicionário o sentido das que lhe forem desconhecidas. Por que provavelmente o leão falou tanta coisa para o ratinho?

      “Miserável criatura, estúpida, ínfima, vil, torpe” e, ainda, “desgraçado, inferior, mesquinho, rato!”. Porque ele estava com a autoestima baixa e descontou isso no rato, ao também lhe dizer “poucas e boas”.

05 – Que pronome de tratamento o rato usa para se dirigir ao leão? O que isso permite inferir?

      Vossa Excelência. Permite inferir que o rato respeitava o poder e o prestígio do leão.

·        Ele parece ter ficado ofendido ou impressionado com as palavras do leão? Explique.

Ele parece ter ficado impressionado com as palavras ruins, a ponto de pedir que o leão as escrevesse.

 

FÁBULA: O LEÃO E O RATINHO - GUILHERME FIGUEIREDO - COM GABARITO

 Fábula: O leão e o ratinho

             Guilherme Figueiredo

   Um leão estava dormindo e acordou com as cócegas que um ratinho lhe fazia ao correr no seu focinho. Com terrível rugido, o leão agarrou o importuno e ia devorá-lo, quando o ratinho disse:

        – Por favor, poupe minha vida! Eu saberei retribuir a sua generosidade!

        O rei dos animais achou graça da pretensão do ratinho. Como é que um simples camundongo poderia ajudar uma fera tão poderosa? Achou tanta graça que soltou o infeliz.

        Tempos depois, o leão caiu numa rede armada pelos caçadores e ali se debatia quando chegou o ratinho, que tinha ouvido os seus rugidos.

        – Espere um pouco! – disse o ratinho.

        E, roendo as malhas da rede, libertou o leão.

        Moral: Os fracos também podem ajudar os fortes.

FIGUEIREDO, Guilherme. Fábulas de Esopo. São Paulo: Ediouro, 2005. p. 28.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 143-4.

Entendendo a fábula:

01 – Releia: “O rei dos animais achou graça da pretensão do ratinho”. O que essa atitude do leão permite inferir? O que ele achava do rato?

      O leão despreza a capacidade de o rato ajuda-lo um dia. Devia, portanto, considera-lo incapaz, frágil.

02 – O ponto de vista do leão foi confirmado? Explique.

      Não, pois o rato foi capaz de salvá-lo da armadilha.

03 – Que outra moral você tiraria dessa fábula?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: “Não subestime a capacidade dos mais fracos”; “O poder e a força são relativos em algumas situações”.

04 – Qual sua opinião: todo poderoso despreza o mais fraco? Argumente com exemplos.

      Resposta pessoal do aluno.

TIRA: CARTA AO PAPAI NOEL - COM GABARITO

 Tira: Carta ao Papai Noel

 

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8AOXaGBbTqHitgJH3yQhol-6C4xWbQHSRSbd0psp5UwKPC_bwjRFRea8qhb4rFoeBgBp6i89wi_dMW4H9krNCUA6XD9vZ68cfvFkf_OMEilK3Rb86leWv5v8DnoP9ClX6KjWhlYL8cSamMRdLGdetcH3nnqsKl9wSaDVqQBK-7Sz3656N3j5alk-Z/w394-h198/papai%20noel.jpg

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 134-5.

Entendendo a tira:

01 – Em várias culturas – como a finlandesa, a americana, a italiana e a brasileira – é tradição que as crianças escrevam, no Natal, ao “Papai Noel”. Você já fez isso? O que acha dessa tradição?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Ainda que o interlocutor seja imaginário, as crianças costumam leva-lo bem a sério. Essas cartas são de solicitação ou de reclamação? Explique.

      Cartas de solicitação: as crianças escrevem pedindo presentes e buscam argumentar por que os merecem.

03 – Que presentes a personagem Calvin gostaria de ter ganhado?

      Um míssil termonuclear “inteligente” de longo alcance e um lançador.

04 – Ele foi atendido em seu pedido? Por que você acha que isso aconteceu?

      Não. No lugar do que pediu, recebeu meias e uma camisa. Sugestão: Porque o pedido da personagem trata de armas bélicas e certamente por essa razão o “Papai Noel” não quis atendê-lo.

05 – E a personagem, o que acha que aconteceu?

      Ela acha que Papai Noel confundiu o pedido dele com o de outra pessoa.

06 – Com que finalidade a personagem Calvin escreve sua carta? Ela é uma carta de solicitação ou de reclamação?

      Para reclamar de não ter recebido os presentes que pediu; trata-se, pois, de uma carta de reclamação.

07 – Pense no que as crianças, de modo geral, acham do Papai Noel. Com base nisso, “pegaria bem” interagir mais “duramente” com ele, dando-lhe broncas? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, porque ele é o bom velhinho, o que dá presentes a todos, etc. por essa razão, não seria de bom-tom dar “bronca” nele.

08 – Calvin dá bronca no Papai Noel? Justifique com passagem do texto.

      Sim, na passagem “Vamos entrar na linha, hein?”     

09 – O que a fala final de Calvin permite inferir: ele modalizou ou não o que queria dizer ao Papai Noel? Explique.

      Sim, pois dizer para o Papai Noel entrar na linha tem um tom afetivo, quase lúdico. Ao passo que dizer que só porque ele dá coisas de graça não pode ter uma organização incompetente conota grosseria, desrespeito.

10 – O que você achou dessa ideia de explorar o humor a partir de uma “carta de reclamação” para o Papai Noel?

      Resposta pessoal do aluno.

NOTÍCIA: VC REPÓRTER: MORADORES DENUNCIAM VAZAMENTOS DE ÁGUA NO RJ - PORTAL TERRA - COM GABARITO

 Notícia: VC repórter: moradores denunciam vazamentos de água no RJ

              Leitor afirmou que uma grande quantidade de água potável estava jorrando de dois vazamentos na zona norte do Rio de Janeiro

17 dez. 2014 – 11h59 – Portal Terra

         De acordo com o leitor José Carlos Pereira de Carvalho, desde o início da semana passada, uma grande quantidade de água potável jorrava de dois vazamentos localizados na rua Joaquim Méier, próximo à esquina com a rua Carolina Santos.

        O morador afirmou que a distância entre os dois vazamentos era de apenas 10 metros e que, apesar das queixas da população e das campanhas da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) para incentivar a economia de água, a concessionária não tomou providências para evitar o desperdício. José Carlos relatou ainda que o fluxo de água aumentou na última sexta-feira.

        Procurada pelo Terra na última quinta-feira, a Cedae se manifestou nesta terça-feira, informando apenas que o vazamento havia sido “executado”. A companhia, no entanto, não esclareceu se os dois focos foram fechados, qual era a causa dos vazamentos e quais procedimentos foram necessários para reverter a situação.

        Na manhã desta quarta-feira, José Carlos confirmou que os dois vazamentos foram consertados no início da tarde de ontem. Segundo o leitor, moradores afirmaram que a corrosão do duto provocou o problema e que parte da tubulação foi substituída.

       O leitor José Carlos Pereira de Carvalho, do Rio de Janeiro (RJ), participou do VC repórter, canal de jornalismo participativo do Terra.

Disponível em: http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/vc-reporter-moradores-denunciam-vazamentos-de-agua-no-rj,a48a4269a785a410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html. Acesso em: 27 dez. 2014.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 119-120.

Entendendo a notícia:

01 – Onde a notícia foi publicada?

      O texto é uma notícia e foi publicado no portal Terra.

02 – De que ela trata?

      Relata o vazamento de água tratada em Lins de Vasconcelos, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.

03 – Como o leitor José Carlos Pereira de Carvalho colaborou com o texto?

      Ele encaminhou para o jornal Terra uma reclamação sobre o vazamento de água tratada.

a)   O que podemos inferir sobre a expressão “VC repórter”? A que provavelmente ela se refere?

Trata de uma seção que o jornal abre para que o leitor, como se fosse repórter, colabore com o portal de notícias, mandando temas, imagens, informações.

b)   Que canais os leitores podem usar para participar do VC repórter?

O leitor pode mandar fotos, textos ou vídeos, pelo aplicativo WhatsApp, para o número +55 11 97493-4521 ou por mensagem eletrônica, em link disponibilizado no próprio portal e sinalizado pela palavra aqui.

04 – Você sabe o que significa a sigla Cedae? Por que ela foi citada pelo leitor?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Ela foi citada por ser o órgão público responsável pela solução de problemas como o relatado.

05 – A cidade que você mora também é de responsabilidade do Cedae ou de outra companhia?

      Resposta pessoal do aluno.

CARTUM: O TEMPO - DUKE - COM GABARITO

 Cartum: O tempo

 

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxQW_Pj0oQQ3C0sSivt2WZoyfxeHYT_Oz4E2euX-sabgfAA4y5grocetCgOmVkr1j_1dd90wUUBgnVEccUisy9p-15XSndDYF5FFbOxRVgUaaoS8eL58Zvxr6TrvP1-ajHmTl3FSwysuFLVb3MyL538wDbfjcZwTvBrZlOTJ-KJbNqmJ-gxZ851-s2/w373-h208/lixo.jpg

Cartum de Duke. Disponível em: http://www.otempo.com.br/charges/charge-o-tempo-19-09-1.918474. Acesso em: 12 jan. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 118.

Entendendo o cartum:

01 – Que situação está sendo representada no cartum?

      Uma mulher distraída, falando ao celular, lava a calçada, jogando a água no latão de lixo.

02 – A personagem está fazendo algo esperado ou algo inusitado?

      Ela está fazendo algo inusitado, pois não é usual encher um latão de lixo com água tratada.

03 – Explique por que o desenho do latão de lixo pode ser interpretado como uma crítica à situação representada.

      O desenho de uma lata de lixo funciona como uma metáfora visual, sugerindo-se que lavar calçada com água tratada é o mesmo que jogá-la no “lixo”.

04 – Que situações reais, provavelmente, o autor quis criticar por meio da que criou?

      Criticar a situação de desperdício de água tratada.

05 – Que problemas situações assim podem causar?

      A água é um recurso ambiental que se esgota e o mau uso dela resultará em falta. Como a água é essencial para a manutenção da vida, isso poderia interferir na própria existência.

06 – Você acha que o cartum foi uma forma interessante de chamar a atenção para esses tipos de situações? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Essas situações acontecem onde você mora? Retome a lista de problemas ambientais que você fez e, se necessário, faça acréscimos.

      Resposta pessoal do aluno.