quinta-feira, 14 de abril de 2022

CONTO: OS CARROS AUTOMÁTICOS - ISAAC ASIMOV - COM GABARITO

 CONTO: Os carros automáticos

           Isaac Asimov

        Sentamos no banco embaixo do velho carvalho. Dali dava para avistar toda a extensão do pequeno lago e a rodovia particular que tínhamos do lado oposto. Era um dia quente, os carros estavam do lado de fora, distraindo-se – uns trinta deles, pelo menos. Mesmo a distância eu podia ver que Jeremiah estava entregue à sua brincadeira de costume, acompanhando em marcha lenta um dos modelos mais sérios, mais antigos, e de repente arrancando em plena potência, cantando pneus e o ultrapassando com estridência em questão de segundos. Há duas semanas ele tinha assustado o velho Angus, fazendo-o perder a direção e sair do asfalto; aí tive que desligar seu motor por dois dias.

        Pelo que vejo agora, não adiantou muito; parece que não há nada a fazer. Jeremiah é um desses modelos esportivos, eles são assim mesmo, dão o maior trabalho.

        -- Muito bem, Sr. Gellhorn – falei. – Quais são as informações que deseja?

        Mas o cara estava distraído, olhando em redor.

        -- Que lugar fantástico, Sr. Folkers.

        -- Pode me chamar de Jake. Todo mundo chama.

        -- Ok, Jake. Quantos carros você tem aqui?

        -- Cinquenta e um. Todo ano chegam mais um ou dois. Houve um ano em que vieram cinco. Até agora não perdemos nenhum. Estão todos funcionando perfeitamente. Temos até mesmo um Mat-O-Mot de 2015 em perfeito funcionamento. Um dos primeiros automáticos. Foi o primeiro carro que trouxemos para cá.

        O velho Matthew. Agora ele costumava ficar na garagem a maior parte do dia, afinal de contas ele era o avô de todos os carros positrônicos. Da época em que os carros automáticos eram utilizados apenas por veteranos de guerra, paraplégicos e chefe de Estado. Mas naquela época Samson Harridge era meu patrão, ele era rico o bastante para ter um carro automático. Eu era seu chofer.

        Pensar naquilo fez com que me sentisse velho. Sou do tempo em que não existia um único automóvel no mundo capaz de encontrar sozinho o caminho de casa. Já dirigi umas coisas enormes e desajeitadas cujo motorista não podia tirar as mãos do volante por um só momento. Monstrengos desse tipo matavam dezenas de milhares de pessoas todo ano.

        Os automáticos resolveram esse problema. Um cérebro positrônico pode reagir muito mais rápido do que um cérebro humano, claro, e as pessoas não tinham que manter as mãos nos controles o tempo inteiro. Sentavam ao volante, digitavam as instruções sobre o trajeto e o carro fazia o resto sozinho.

        Hoje em dia todo mundo já está acostumado, mas eu me lembro de quando surgiram as primeiras leis retirando das autoestradas os carros velhos e só autorizando viagens em carros automáticos. Deus do céu, que balbúrdia. Disseram que isso era fascismo, que era comunismo, mas o fato é que as estradas ficaram muito mais tranquilas e as mortes por acidentes pararam como por encanto; um número muito maior de pessoas passou a viajar com muito mais segurança.

        Claro que os automáticos eram de dez a cem vezes mais caros do que os carros manuais, e não havia muita gente que pudesse pagar esse preço. A indústria começou a derivar para a produção de ônibus automáticos. A qualquer momento você podia chamar uma empresa e em poucos minutos ter um desses ônibus à sua porta, indo na direção que você queria. Você tinha que viajar ao lado de outras pessoas que iam para o mesmo lado, mas qual era o problema?

        Samson Harridge, no entanto, tinha um automóvel particular, e eu fui contra ele desde o instante em que o vi. Naquele tempo, eu não via o tal carro como “Matthew”, não podia imaginar que ele se tornaria no futuro o decano de nossa Fazenda. A única coisa que eu sabia era que aquele carro ia me jogar no desemprego, por isto o odiei.

        Falei:

        -- Bem, acho que não vai mais precisar de mim, Sr. Harridge.

        -- Ora, Jake, que bobagem está me dizendo? – foi a resposta dele. – Você não está pensando que vou deixar essa geringonça tomar conta de mim, não é mesmo? Você é quem vai ficar ao volante.

        Eu falei:

        -- Mas esse carro funciona sozinho, Sr. Harridge. Ele capta e analisa a imagem da estrada, evita os obstáculos, sejam eles carros ou pedestres, e arquiva os trajetos na memória.

        -- Sim, é o que dizem. Mesmo assim, prefiro que você esteja sentado ao volante, no caso de alguma coisa não correr bem.

        É engraçado como a gente pode chegar a se afeiçoar a um carro. De um dia para o outro eu já o tinha batizado de Matthew e passava a maior parte do tempo dando polimento nele, checando o motor. Um cérebro positrônico funciona melhor quando está em contato permanente com o seu “corpo”, ou seja, o chassi, de modo que ajuda bastante se a gente mantiver o tanque cheio para que o motor possa ficar ligado dia e noite. Depois de algum tempo acostumei-me tanto àquilo que bastava ouvir o som do motor para saber como Matthew estava se sentindo.

        O Sr. Harridge também gostava muito de Matthew, ao seu modo. Ele não tinha ninguém mais para gostar. Tinha ficado sem três esposas, através da viuvez ou do divórcio; e acabou vivendo mais tempo do que cinco filhos e três netos. Desse modo, quando morreu não foi surpresa para ninguém que ele fizesse converter suas propriedades numa Fazenda para Automóveis Aposentados, onde eu era o curador e Matthew o primeiro membro de uma família que viria a se tornar ilustre.

        Minha vida passou a ser apenas isso. Nunca me casei. Você não pode ser casado e ao mesmo tempo se dedicar a carros automáticos de uma maneira adequada.

Sonhos de Robô. São Paulo, Record, 1991. p. 151-153.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 231-4.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Carvalho: tipo de árvore.

·        Extensão: tamanho.

·        Estridência: barulho em tom alto.

·        Positrônico: referente ao pósitron antipartícula do elétron (parte do átomo).

·        Paraplégicos: pessoas com problemas de locomoção, com paralisia de certos membros.

·        Balbúrdia: confusão.

·        Fascismo: sistema político muito autoritário.

·        Comunista: pensamento político que proíbe a propriedade particular dos meios de produção.

·        Decano: o mais velho.

·        Geringonça: máquina estranha, engenhoca.

·        Converter: transformar.

·        Curador: aquele que cuida de uma instituição cultural.

·        Adequada:  certa, correta.

02 – Onde acontecem os fatos apresentados no texto?

      Os fatos acontecem em um museu de automóveis automáticos.

03 – Quando acontecem esses fatos?

      Esses fatos acontecem num futuro distante, em algum ponto do século XXI.

04 – Quem são Jeremiah e Matthew?

      São carros automáticos: Jeremiah é um carro esportivo, brincalhão e “sem juízo”; Matthew é o mais velho dos carros automáticos, o primeiro que foi trazido pelo milionário.

05 – Quem é o narrador? O que sabemos dele?

      O narrador é Jake Folkers, motorista do falecido milionário Samson Harridge. Jake é solteiro e cuida do museu dos carros automáticos.

06 – Como são os carros automáticos? Que habilidades eles têm?

      Os carros automáticos dirigem a si mesmos. Chegam a ter vida própria: captam e analisam a imagem da estrada, evitam obstáculos e arquivam os trajetos na memória.

07 – Qual é a grande vantagem dos automóveis automáticos sobre os atuais?

      A vantagem é a segurança. Os automóveis automáticos praticamente não sofrem acidentes, evitando automaticamente carros e pedestres.

08 – Como se sentia o senhor Harridge quanto aos carros automáticos?

      Devia gostar muito deles porque destinou sua fortuna para um museu de carros automáticos.

09 – E Jake Folkers, como se sentia com relação aos carros automáticos?

      Igualmente, devia gostar deles, pois nem se casou para dedicar-se ao museu de carros automáticos “de maneira adequada”.

10 – O texto se passa no século XXI. As personagens se comportam de modo diferente dos seres humanos?

      A pergunta é especulativa. As personagens se comportam como os seres humanos atuais. A diferença reside no comportamento das máquinas.

11 – Você gostaria de possuir um carro automático? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

REPORTAGEM: TECNONAVEGANTES - SILVIO FERRAZ - REVISTA VEJA - COM GABARITO

 Reportagem: Tecnonavegantes

            Computador à prova d’água, satélites e novos materiais simplificam as expedições no mar

Silvio Ferraz, de Porto Belo

        Ao zarpar da Espanha, em 1519, com cinco naus e 267 homens, o português Fernão de Magalhães levava o que havia de mais moderno em navegação: a bússola coma rosa-dos-ventos de 360 graus. Foi tudo que precisou para a primeira expedição a dar a volta na Terra pelos oceanos. Quase cinco séculos depois, a tecnologia o distancia tanto dos navegadores de hoje quanto o 14Bis de Santos Dumont de um caça supersônico. O telefone portátil por satélite transmite voz, imagens e dados de qualquer ponto do planeta, mesmo em alto-mar e sob forte tempestade. Cartas náuticas são digitalizadas, “lidas” por computador e jogadas para uma rede de satélites, que indicam a perfeita localização do barco direto para o piloto automático. O material do mastro de um veleiro é igual ao usado nos foguetes espaciais. Todas essas novidades fazem parte de duas expedições brasileiras cujo objetivo é fechar o milênio navegando ao redor do mundo em roteiros pouco convencionais.

        Nesta semana levanta ferros na pequena enseada de Porto Belo, em Santa Catarina, o barco Avsso (perfeito, em tupi), sob o comando de Vilfredo Schurmann e sua família. A nova meta dos Schurmann é repetir a rota de Fernão de Magalhães e completa-la nos 500 anos da descoberta do Brasil, em 22 abril de 2000. Dentro de um ano e meio será a vez de Amyr Klink dar início a uma volta ao mundo contornando os polos Norte e Sul a bordo de seu novo barco, o Paratii II. Mais do que o roteiro da aventura, o que impressiona nos dois barcos é a parafernália tecnológica de última geração. De comum, mesmo, entre Magalhães e os tecnonavegantes só a coragem e o amor ao desafio dos mares.

        No barco de Klink, os avanços tecnológicos começam pelo casco – feito de alumínio especial – e vão até o mastro de fibra de carbono, material usado para fabricar os foguetes da NASA, a agência espacial americana. O novo barco, ainda em construção, terá portentosos 93 pés de comprimento (cerca de 28 metros). Planejado para enfrentar as condições mais adversas, poderá estocar alimento e fornecer água potável (por meio de dessalinizadores) par dez tripulantes durante até quatro anos, sem aportar uma ´nica vez em terra firme. Se faltar combustível, o Paratii II terá dois geradores eólicos para produzir energia. Seu custo de fabricação deixaria os reis de Espanha e Portugal, principais financiadores das grandes expedições do século XV, de cabelos arrepiados: 6 milhões de reais.

        Rede de satélites

        No caso dos Schurmann, o veterano barco que a família usou para dar a volta ao mundo durante dez anos – numa viagem concluída em 1994 – teve tudo trocado, com exceção da estrutura, um projeto francês com casco de ferro e comprimento de 55 pés (16,7 metros). O veleiro ganhou uma vestimenta tecnológica que consumiu 600.000 reais, em números redondos. Não só para navegar com mais precisão e segurança, como para transformar a viagem numa aventura virtual da qual participarão estudantes e “marinheiros” de poltrona, em todo o mundo, através da Internet. O barco é equipado com dois computadores de mesa e outros dois portáteis, ligados a um sistema de transmissão de alta potência e versatilidade. Outra vedete a bordo é o Gap – um sistema de voz e imagem para teleconferências. Tudo isso vai permitir que, durante os dois anos e meio de circunavegação, informações atualizadas sobre a viagem sejam distribuídas diariamente pela Internet.

        Quem não se recorda da Guerra do Golfo, há quase sete anos, na qual o jornalista Peter Arnett, da CNN, se celebrizou por ser o único com equipamento capaz de transmitir notícias de uma Bagdá em chamas? Arnett usava um telefone do tamanho de uma mal de viagem, pesando 20 quilos, e uma antena com o diâmetro de um guarda-sol. O barco dos Schurmann tem essa maravilha tecnológica, com uma diferença: hoje, ela pesa menos de 1 quilo e tem o tamanho de um CD player portátil. De fabricação norueguesa, o telefone pode ficar exposto às intempéries e manter a qualidade de sua transmissão mesmo em meio a um temporal – seja de voz, faz ou imagens digitalizadas. A tampa substitui o enorme guarda-sol que Arnett usava como antena. Basta ao usuário digitar um comando e uma senha para o aparelho procurar o satélite mais próximo e iniciar a transmissão. Seu custo: 34.800 dólares.

        O barco encontra-se também conectado à rede internacional de emergência Trimble: um aperto no botão vermelho é suficiente para uma rede de satélites espalhar entre barcos e navios o pedido de socorro urgente. Vários desses objetos, até há pouco privativos das Forças Armadas americanas, não podiam sequer ser cogitados para uso em veleiros em virtude de seu excessivo peso. Uma simples antena pesava 135 quilos. Os fabricantes esmeraram-se para possibilizar o convívio dessas máquinas maravilhosas e altamente sensíveis com a salinidade do meio ambiente, conseguindo tornar a maioria à prova d’água.

        Mar bravio e gelo

        Amyr Klink foi buscar o alumínio especial para seu Paratii II na França, depois de dedicada pesquisa. Afinal, o barco enfrentará frio intenso, mares bravios e muito gelo pelo proa. Seu projeto é circunavegar no sentido longitudinal, contornando os polos. Era preciso compatibilizar resistência com leveza. “Escolhi o alumínio estrudado, obtido com moderna tecnologia, cujo processo de fabricação é semelhante ao da máquina de fazer macarrão”, simplifica Klink. Mas a grande novidade do novo barco é mesmo o mastro de fibra de carbono, que fica em pé sem o auxílio de estaiamento. Um mastro comum é ligado a uma série de cabos de aço, que distribui a força do vento pelas velas e o mantém em pé. Para ter uma ideia, o Paratii I, usado por Klink na viagem à Antártida, tem dezessete cabos de aço e em cada um desses cabos há dois terminais com quatro pinos cada um. Se um único pino desses cair, o mastro desaba. O novo mastro, com tecnologia inglesa chamada de aerorig, parece um T invertido, gira 360 graus e não é ligado a nenhum cabo de aço. “Isso representa uma brutal facilidade para o navegador solitário”, diz Klink. “Um barco com esse mastro pode fazer manobras radicais a poucos metros de distância da costa. Não é preciso nem ligar o motor. Podem-se usar as velas até o último momento.”

        A data da partida de Klink ainda não está definida (provavelmente no começo de 1999), mas o barco sairá, como sempre, de Parati, na costa do Rio de Janeiro. Dali, o navegador segue para o Polo Norte num percurso que poderá durar de um a dois anos. Completada a empreitada, o próximo desafio é o grande canal da China, onde pretende passar oito meses. Em seguida, a Antártida, que hospedará o Paratii II por oito meses, antes do retorno ao Brasil. No total, a viagem deve durar cerca de quatro anos. Ao contrário das vezes anteriores, Klink terá companhia nessa viagem: “Vou levar sete cientistas comigo para realizar pesquisas e produzir documentários”, explica.

Com reportagem de Virginie Leite (Revista Veja, 26 nov. 1997).

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 212-4.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual é o tema deste texto?

      Trata-se de tema relacionado a navegantes modernos.

02 – Qual é o aspecto das navegações solitárias que o texto destaca?

      É o grande desenvolvimento tecnológico. Equipamentos antes pesados transformaram-se, foram reduzidos e tiveram sua qualidade aumentada.

03 – Quais são as qualidades humanas sempre necessárias aos navegadores.

      São o amor ao desafio dos mares e a coragem.

PESQUISA: O FIM DO MITO - CARLA GULLO E RITA MORAES - COM GABARITO

 Pesquisa: O fim do mito

Pesquisa exclusiva ISTO É/Brasmarket mostra que os brasileiros assumem o preconceito racial e derrubam a tese da convivência pacífica entre negros e brancos, apesar da liderança de Celso Pitta na disputa da prefeitura paulista

                Carla Gullo e Rita Moraes

        A maior cidade do país pode ter seu primeiro prefeito negro eleito pelo voto. Celso Pitta, ex-secretário de Finanças de Paulo Maluf, não para de subir nas pesquisas e causa surpresa aos analistas de plantão. Não pelo seu currículo ilustrado nos Estados Unidos e na Inglaterra, mas pelo comportamento do eleitorado tradicionalmente conservador. O poder, em princípio, sempre pertenceu aos brancos. O fato de em 442 anos de existência São Paulo nunca ter feito um prefeito negro é um sintoma de uma doença muito mais profunda que se espalha por todo o território nacional. O Brasil sofre de um intenso e silencioso racismo, especialmente contra o negro.

        O mito da democracia racial começa a cair por terra. No entanto, este é o segundo maior país de descendentes afros do mundo, com mais de 65 milhões de negros e mestiços. Só perde para a Nigéria, com uma população de 112 milhões de habitantes. A ascensão de Pitta não significa a derrubada da barreira do preconceito. Para muitos especialistas se o candidato fosse de uma classe mais baixa, não tivesse estudo e o apadrinhamente de Paulo Maluf, jamais alcançaria índices tão elevados nas pesquisas. “Esses itens superam a rejeição”, diz a historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, da Universidade de São Paulo, autora do livro O racismo na história do Brasil, da editora Ática. Embora o preconceito de cor e classe seja mudo, a população sabe que este País discrimina. “O brasileiro tende a ser politicamente correto e tem dificuldade de assumir o racismo. Mas reconhece o problema, nem que seja no outro”, afirma o sociólogo Carlos Hasenbalg, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. Pesquisa exclusiva ISTO É / Brasmarket confirma a tese dos analistas. Um levantamento realizado em 11 capitais mostrou que 83% dos entrevistados acreditam que existe segregação em relação aos negros. A discriminação aos pobres também foi citada: 90,3% acham que há preconceito contra as classes mais baixas.

        Em São Paulo, esses índices são de 84% e 74,8%. Do total de entrevistados, 36% dizem que a discriminação acontece mais no convívio social que no trabalho (18,2%) ou na escola (3,5%). Quase 220% dos brasileiros, contudo, acham que a discriminação contra o negro se dá em todas as áreas. Na capital paulista, os nordestinos são rejeitados. Para 58,9% dos paulistanos é importante tomar medidas que desestimulem a vinda deles para o Sul e o Sudeste e 37,7% acham que essa migração agrava os problemas da cidade. “O nordestino representa o mestiço. Por isso a discriminação se estende a eles”, afirma a historiadora Maria Luiza. O preconceito, mesmo que indiretamente, acaba respingando em Luiza Erundina, apesar de ela ser a segunda colocada na disputa em São Paulo. Ela não é negra, mas vem de uma classe mais baixa, é mulher e, não bastasse, nordestina. “Esse último atributo é o pior a ser vencido”, acredita a candidata. Erundina furou o cerco em 1988, quando foi eleita prefeita da cidade. Ironicamente, na época, sua vitória foi atribuída a uma reação anti-malufista. Hoje, Paulo Maluf refez sua imagem e reconquistou seu eleitorado. “Na rasteira, ele leva milhares de nordestinos mais pobres que tentam imitar a classe média”, explica a antropóloga Terezinha Bernardo, da PUC de São Paulo. “A classe média, por sua vez, não tem ideias próprias. Ela se espalha na elite e muitas vezes é ainda mais conservadora”, acredita. A senadora negra Benedita da Silva, que disputou a Prefeitura do Rio em 1992 com o prefeito César Maia, não teve a mesma sorte de Pitta. “Faziam gestos de macaco para mim e diziam que eu ia plantar bananeira no Palácio”, lembra ela. “Eu era discriminada por ser negra, favelada e mulher”.

Revista ISTO É, 4 set. 1996. p. 74-6.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 185-6.

Entendendo a pesquisa:

01 – De acordo com o texto, de que se trata?

      Trata-se do preconceito racial. Embora tenha como ponto de partida a eleição de Celso Pitta.

02 – Qual é o tipo do texto quanto à forma?

      É um texto jornalístico que apresenta dados reais e comenta comportamentos e atitudes de brasileiros realmente existentes.

03 – Qual foi o acontecimento que provocou a pesquisa ISTO É / Brasmarket?

      Foi a possibilidade de São Paulo ter o primeiro prefeito negro da sua história.

04 – Por que o problema do racismo é importante em nosso país?

      É importante porque vivem no país mais de 65 milhões de negros. O Brasil é o segundo país de descendentes afros do mundo.

05 – Além dos negros, segundo o texto, quem mais é vítima de discriminação no nosso país?

      Também são discriminados os nordestinos e os mais pobres.

 

PESQUISA: A TELEVISÃO E VOCÊ - CARLOS ALBERTO DI FRANCO - COM GABARITO

 Pesquisa: A televisão e você

              Carlos Alberto Di Franco

 Pesquisa realizada pelo Jornal da Tarde nos dias 12 e 13 de junho comprovou que a televisão, por falta de conteúdo e pela pragmática estratégia de que conquistará audiência com cenas de violência e sexo pesado, se transformou num contínuo clip, assanhado e desregrado, em que as imagens deixaram de se relacionar diretamente com o que está sendo dito, espelho de sua indigência conceitual.

        A pesquisa abrangeu 14 horas de programação, das 8 às 22 horas, incluindo comerciais e programas jornalísticos. Foram analisadas sete emissoras de sinal aberto (Bandeirantes, CNT, Cultura, Globo, Manchete, Record e SBT) e cinco canais por assinatura (Cartoon Network, Fox, HBO, Telecine e TNT). Os canais pagos apresentaram os maiores índices de cenas de violência. Em relação a sexo, drogas e comportamentos antissociais, o ranking ficou dividido entre as emissoras de sinal aberto e as TVs por assinatura.

        Em fevereiro de 1991, na véspera da entrada em vigor do Código de Ética da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), afirmei que a televisão dava um passo importante em direção ao profissionalismo e aos seus deveres éticos e sociais. O código, uma resposta voluntária e sem tutela governamental aos apelos da sociedade, indicava um esforço de responsabilidade editorial por parte da TV brasileira. Defendi, então, um crédito de confiança ao trabalho da Abert.

        Frustrou-se a minha expectativa. O documento, na opinião de inúmeros telespectadores, é um jogo de faz-de-conta. Para verificar a esquizofrenia entre o discurso e a prática não é necessário enfrentar uma noite insone. Basta recorrer à programação da tarde. Segundo a pesquisa do JT, grande parte das cenas é levada ao ar em horários em que o público é predominantemente infantil. A sociedade, atônita e inerte, assiste a uma escalada de corrupção light de menores. A passividade é, de longe, a pior sequela dos 20 anos de ditadura. A cidadania morre na garganta. E a lei não sai do papel.

        O artigo 5°, inciso IX, da Constituição diz que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Esquece-se, no entanto, que essa mesma Constituição determina enfaticamente no seu artigo 221, inciso IV, que as emissoras de rádio e televisão respeitem “os valores éticos e sociais da pessoa e da família”. O direito à liberdade de expressão, inerente à democracia, nada tem que ver com o auê que invadiu a tela mágica. (...)

        Sobram lamúrias, mas faltam iniciativas. Documentos de auto-regulamentação, sérios e operativos, estão aí. Basta invoca-los. Qualquer cidadão pode recorrer ao Código de Defesa do Consumidor ou descobrir as possibilidades do excelente Código de Auto-Regulamentação Publicitária. Por que não tentar a sinceridade d Abert? Você, caro telespectador, já pensou, por exemplo, na eficácia de uma carta dirigida a um jornal ou de um simples telefonema a um anunciante?

        Como salientou Millôr Fernandes, armado de afiada ironia, “Cidadão, num país em que não há qualquer cidadania, passou a significar só cidade grande”. A observação é aguda e dramática. Padecemos de conformismo crônico. Mas atitudes letárgicas não costumam favorecer a liberdade. É preciso fugir do anonimato e exercer os direitos do consumidor. Não clame por censura. Ela é ilusória e, frequentemente, perniciosa. Exija qualidade. Instrumentos não faltam. Talvez, caro leitor, só falte você.

O Estado de S. Paulo, 8 jul. 1996.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 168-9.

Entendendo a pesquisa:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Pragmática: voltada para a prática.

·        Estratégia: planificação das atitudes a tomar para alcançar uma vitória.

·        Atônita: aturdida, estonteada.

·        Inerte: sem reação, imóvel.

·        Indigência: pobreza.

·        Sequela: dano deixado por uma doença.

·        Conceitual: de ideias, de opiniões.

·        Enfaticamente: de modo forte, insistentemente.  

·        Desregrado: sem regras, desenfreado.

·        Inerente: próprio de.

·        Ranking: lista organizada dentro de um critério.

·        Auê: tumulto, confusão.

·        Éticos: relativos aos valores morais.

·        Lamúrias: queixas, reclamações.

·        Código: conjunto de normas.

·        Letárgicas: inertes, apáticas.

·        Tutela: direção, comando.

·        Eficácia: qualidade do que produz efeito.

·        Insone: sem dormir.

·        Ilusória: enganosa.

·        Esquizofrenia: nome de uma doença mental que afasta a pessoa da realidade.

·        Perniciosa: prejudicial.

02 – O que descobriu a pesquisa promovida pelo Jornal da Tarde?

      A pesquisa descobriu que a televisão abusa de cenas de sexo e violência para obter audiência.

03 – Qual é a opinião do autor sobre o Código de Ética da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão, à Abert?

      Na opinião do autor, o código não funciona: propõe um tipo de regulamentação que as TVs não seguem.

04 – Como é a programação da tarde das emissoras de televisão? Que efeito ela produz sobre o público de menores?

      Ela corrompe o público, apresentando programas totalmente inadequados a uma assistência predominantemente infantil.

05 – Você acredita que a programação das rádios e da televisão respeitam os valores éticos e sociais da pessoa e da família? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Qual a solução proposta pelo articulista do Jornal? Você a considera viável? Por quê?

      Ele propõe que o cidadão deixe de lamúrias e comece a agir. Sugere que, por exemplo, se mandem cartas às emissoras, aos jornais e se telefone aos anunciantes.

 

QUADRO: A IDADE DO ROMANCE - NORMAN ROCKELL - COM GABARITO

 Quadro: A idade do romance

              Norman Rockwell

Fonte da imagem -  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL5hq2MM1w3AU8lrobe_zoO1EUy0HewL5jfGonFn9awLsYfXK6lrLbp88-oV_sg_t_t9QTic3yZ4lc717F9Sh1GMeDMwmC7ZASv-xPTfi1vwnaN_uRKuiwV2oAokWKyLzpYmphLrqdNDn5pgxx4OVYLqq8cEksN106H2hOWymszr8gF2-Dh0gCPK4t/s194/IDADE.jpg

Norman Rockwell. Quadro A idade do romance, 1923.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 252-3.

Entendendo o quadro:

01 – Ao observamos o quadro, notamos a presença de dois planos: o primeiro, com cores mais fortes, apresenta um garoto e um cachorro; o segundo, dentro de um círculo e com cores mais fracas, apresenta um rapaz e uma moça cavalgando. No primeiro plano:

a)   O que o garoto está fazendo?

Está lendo um livro.

b)   Pela expressão de seu rosto e por sua postura física, como parece estar sendo essa atividade para ele?

Envolvente, interessante, agradável.

02 – Observe agora o segundo plano. Note os detalhes do cenário: as construções, as roupas e o rosto das personagens, as armas e a bandeira do cavaleiro, etc.

a)   A que época corresponde esse cenário? Justifique sua resposta com elementos da pintura.

À Idade Média, pela presença de um castelo medieval, de um cavaleiro com armadura e de bandeiras com brasões.

b)   Observe a figura do cavaleiro. Ele usa no rosto algo que ainda não existia na sua época. O quê?

Os óculos.

c)   Conclua: Quem é o cavaleiro?

O cavaleiro é o próprio garoto.

d)   Levante hipóteses: Quem possivelmente é a moça que cavalga com ele?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Considerando as histórias da cavalaria medieval, provavelmente é uma moça de quem o cavaleiro gosta ou que ele salvou de algum perigo.

03 – O quadro se intitula A idade do romance.

a)   Que objeto do primeiro plano é responsável pela “viagem” que o garoto faz no tempo e no espaço?

O livro (romance) que ele lê.

b)   Pelos objetos que estão à volta do garoto, você acha que essa “viagem” vai acabar quando ele terminar a leitura? Por quê?

Não; provavelmente vai continuar, porque, o garoto vai ler outras obras.

c)   Você já viu filmes ou leu livros que tratam da época histórica enfocada no segundo plano? Como ela é retratada normalmente?

As narrativas medievais normalmente contam histórias de aventuras, cheias de monstros, feiticeiros e amores impossíveis.

d)   Você acha que o tipo de história que o garoto está lendo é adequado à idade dele?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, pois o garoto está numa fase em que se tem grande interesse por histórias de aventuras.

e)   Qual dos dois planos é mais cheio de aventuras e emoções para o garoto: o plano da realidade ou o plano da fantasia?

O plano da fantasia.

04 – Nas histórias medievais, o cavaleiro-herói normalmente é fiel ao amor de uma donzela e luta até à morte para defende-la, se necessário. No segundo plano, a companhia da donzela sugere fidelidade. No primeiro plano, embora não haja a sugestão amorosa, também temos um elemento que se associa à fidelidade. Qual é esse elemento?

      O cão.

05 – Como conclusão dessa leitura, indique em seu caderno as afirmativas verdadeiras sobre o quadro:

·        A leitura é retratada pelo quadro como uma atividade cansativa e pouco prazerosa.

·        Por meio dos livros, o leitor é levado a mundos imaginários, deslocando-se no tempo e no espaço.

·        O leitor identifica-se com aquilo que lê e às vezes chega a projetar-se nas personagens da história.

·        Pelo número de livros que estão em torno do garoto, supõe-se que ele já tenha feito ou ainda vá fazer muitas outras viagens pelo mundo da palavra.

·        O mundo de fantasia criado pela leitura não causa na vida real nenhum efeito sobre o leitor.

PROPAGANDA: SHOPTIME - ADJUNTOS ADVERBIAIS - ADJETIVO - COM GABARITO

 Propaganda: Shoptime

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcaHN3iMYoXps8KeHKsoHsQmbhQp5rKQG_iCs9PdQvromX2n2i13tOThKkISG1pRYXuekRPlkllHrnbKtO5XJ6C1WeFb9BoUi6fKsluos5gG48iGlSEuF6Ewcamu7NZ6RSzErHL7o28AGjN3kBg7QdfR7g_iXBgkQGEDOGLDa3biZMFMFq0WPUsyGo/s310/relogio.jpg


Neste carnaval vai ter tentação noite e dia na TV. Shoptime. Presente 24 horas no carnaval.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 248-9.

Entendendo a propaganda:

01 – O anúncio é quase todo constituído por adjuntos adverbiais.

a)   Identifique-os e classifique-os.

Adjuntos adverbiais de tempo: neste carnaval, noite e dia, 24 horas, no carnaval; adjunto adverbial de lugar: na TV.

b)   Que tipo de adjunto adverbial predomina no texto?

O de tempo.

c)   Que relação há entre esse tipo de adjunto adverbial e o tipo de serviço que o Shoptime presta?

O anunciante deseja informar que estará à disposição do cliente durante todo o tempo, no carnaval.

02 – O canal Shoptime apresenta e vende produtos por telefone. Observe, na parte superior do anúncio, o emprego da palavra tentação.

a)   O que essa palavra significa?

Ato ou efeito de tentar; disposição para a prática de atos fora do normal ou censuráveis.

b)   Para você, essa palavra pode ser associada ao carnaval? Por quê?

Sim, porque o carnaval incentiva a folia, os excessos.

c)   Na sua opinião, por que, segundo o anunciante, no canal de televisão Shoptime também vai ter tentação?

Provavelmente porque o canal, durante o carnaval, irá oferecer produtos e ofertas tentadoras ao consumidor.

d)   Na sua opinião, por que o relógio da figura está torto, amolecido?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O anunciante quer transmitir a ideia de que o tempo vai se curvar perante o serviço oferecendo por ele ou que a folia vai ser tanta que até o relógio vi funcionar de outra maneira.

03 – Sabendo que esse anúncio foi publicado na revista da NET (serviço de tevê por assinatura), relacione a imagem do texto e responda: A quem esse anúncio pretende atingir? Por quê?

      Aos adultos em geral; aqueles que gostam do carnaval, o anúncio atrai pelo aspecto carnavalesco da imagem; o anúncio também atrai os que não gostam de carnaval, pois eles provavelmente ficarão em casa vendo TV e são consumidores em potencial.

04 – Compare o anúncio ao quadro do pintor surrealista Salvador Dali, ao lado.

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIbMAWwmQdDHtkwlYx338kyt_2nutnxQVo66KdBOU2PEvVIpFCehjP0mTfJ-HRdZfLADxXVwKywylDCuCjP8szJhQSgxOciuVSym8094uIuMsiZyelTEs4PJEBRUYCD7615m_CG3LHY0sewPr07tMLqSsqvivA4JVagAs79oJeEH0oQCJ48QQ5W_iy/s266/memoria.jpg

 Quadro A persistência da memória (1931).

a)   Que semelhança você nota entre eles?

A presença de relógios amolecidos.

b)   Na sua opinião, essa semelhança valoriza o anúncio e o leitor?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, porque o anunciante conta com o nível cultural do leitor, com seu conhecimento de arte; e isso confere sofisticação ao anúncio.

05 – Observe o emprego da palavra claro nestas frases:

        O quarto ficou mais claro com essa cor palha.

        Explique mais claro qual é o problema, porque não estou entendendo.

        Na 1ª frase, a palavra claro significa “luminoso” e modifica o substantivo quarto; por isso, é um adjetivo. Já na 2ª frase, a palavra tem o sentido de claramente e acompanha o verbo, indicando o modo como se deseja que a pessoa fale: é, portanto, um advérbio de modo e, sintaticamente, um adjunto adverbial de modo. Nos pares de frases a seguir, indique o sentido das palavras destacadas e a classe gramatical de cada uma delas:

a)   Você dança lento demais para esse ritmo.

Devagar; advérbio.  

Você é uma pessoa lenta demais para esse ritmo.

Vagarosa; adjetivo.

b)   Comeu gostoso a lasanha que a mãe fizera.

Prazerosamente; advérbio.

Ele acha a lasanha da mãe o prato mais gostoso.

Saboroso; adjetivo.

c) Você é um jovem forte: puxe a corda com força.

Vigoroso; adjetivo.

Pegue forte na corda e puxe.

Firmemente; advérbio.

d)   Disfarçou e saiu rápido, antes que o vissem.

Apressadamente; advérbio.

Era um rapaz rápido demais para ser alcançado.

Veloz; adjetivo.

e)   Ele sempre foi dono de um canto bonito.

Agradável; adjetivo.

Você canta bonito demais.

Afinadamente, agradavelmente; advérbio.

06 – Nos pares de frases do exercício anterior, todos os advérbios são, sintaticamente, adjuntos adverbiais e todos os adjetivos destacados possuem uma única função sintática.

a)   Como se classificam os adjuntos adverbiais, considerando-se o tipo de circunstância que expressam?

Adjuntos adverbiais de modo.

b)   Qual é a função sintática dos adjetivos destacados?

Todos são adjuntos adnominais.

07 – A palavra somente indica exclusão. Compare as frases abaixo quanto ao sentido:

        Somente Elisa foi à feira.

        Elisa foi somente à feira.

a)   O que a palavra somente exclui na primeira frase?

Exclui todas as demais pessoas. Elisa foi a única pessoa, entre várias, que foi à feira.

b)   E na segunda?

Exclui todos os demais lugares aos quais Elisa poderia ter ido.