quarta-feira, 2 de março de 2022

CRÔNICA: LIBERDADE, OH, LIBERDADE - DANUZA LEÃO - COM GABARITO

 Crônica: Liberdade, oh, liberdade

                  Danuza Leão

        Todo mundo quer ser livre; a liberdade é o bem mais precioso, almejado por homens e mulheres de todas as idades, e a luta para conquistá-la começa bem cedo.

        Desde os primeiros meses de idade, você só pensa em uma coisa: fazer apenas o que quer, na hora que quer, do jeito que quer.

        Crianças de meses rejeitam a mamadeira de três em três horas, mas choram quando têm fome – querem comer na hora que escolherem –, e quando um pouco mais grandinhas brigam para não vestir a roupa que a mãe escolheu. Ficam loucas para ir sozinhas para o colégio, e quando chegam em casa além do horário previsto, ai de quem perguntar onde elas estiveram. "Por aí" é o que respondem, quando respondem – e as mães que enlouqueçam.

        Quando adolescentes, as coisas pioram: querem a chave do carro (e a de casa), e quando começam a sair à noite e os pais tentam estabelecer uma hora para chegar, é guerra na certa, com as devidas consequências: quarto trancado, onde ninguém pode entrar nem para fazer uma arrumação básica. Naquele território ninguém entra, pois é o único do qual ele se sente dono – e, portanto, livre. A partir dos 12 anos, o sonho de todos os adolescentes é morar num apart –sozinhos, claro.

        Mas o tempo passa, vem um namoro mais sério, e quem ama não é – nem quer ser – livre (para que o outro também não seja). Dá para quem está namorando sumir por três dias? Claro que não. Se for passar o fim de semana na casa da avó, que mora em outra cidade, vai ter que dar o número do telefone – e isso lá é liberdade? E dos celulares, melhor nem falar.

        Aí um dia você começa a achar que, para ser livre mesmo, é preciso ser só; começa a se afastar de tudo e cancela o amor em sua vida – entre outras coisas. Ah, que maravilha: vai aonde quer, volta na hora em que bem entende, resolve se o almoço vai ser um sanduíche ou na-da, sem ninguém para reclamar da geladeira vazia, trocar o canal de televisão ou reclamar porque você está fumando no quarto. Ah, viver em to-tal liberdade é a melhor coisa do mundo. Mas a vida não é simples, e um dia você acorda pensando em se mudar de casa; fica horas pesando os prós e contras, mas não consegue decidir se deve ou não. Pensa em refrescar a cabeça e ir ao cinema, mas fica na dúvida – enfrentar a fila, será que vale a pena? Vê a foto de uma modelo na revista e tem vontade de cortar o cabelo – mas será que vai ficar bem? Acaba não fazendo nada, e depois de tantos anos sem precisar dar satisfação da vida a ninguém, começa a sentir uma estranha nostalgia.

        Como seria bom se tivesse alguém para dizer que é uma loucura fazer uma tatuagem; alguém que te aconselhasse a não trocar de carro agora – pra que, se o seu está tão bom? Que mostrasse o quanto você foi injusta com aquela amiga e precipitada quando largou o marido, o quanto foi rude com a faxineira por uma bobagem. Que falasse coisas que iam te irritar, desse conselhos que você iria seguir ou não, alguém com quem você pudesse brigar, que te atormentasse o juízo às vezes, para você poder reclamar bastante. Alguém que dissesse o que você deve ou não fazer, o que pode e o que não pode e até mesmo te proibisse de alguma coisa.

        E que às vezes notasse suas olheiras e falasse, de maneira firme, que você está muito magra e talvez exagerando na dieta; alguém que percebesse que, faltando dez dias para o final do mês, você só tem 50 reais na carteira e perguntasse se você não está precisando de alguma coisa. E que dissesse sempre, em qualquer circunstância, "vai dar tudo certo".

        Que falta faz um pai.

Danuza Leão. Folha de S. Paulo, 3/3/2002.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 113-5.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Almejado: desejado ardentemente.

·        Apart: o mesmo que apart-hotel (apartamento-hotel), espécie de apartamento com regalias de hotel: arrumadeira, lavanderia, cozinheira, manobrista, etc.

02 – A autora defende um ponto de vista a respeito da importância que tem a liberdade na vida das pessoas. Qual é esse ponto de vista e em que fases da vida o ser humano aspira pela liberdade?

      Ela defende o ponto de vista de que a liberdade é o bem mais desejado pelo ser humano em todas as fases da vida.

03 – No 4° parágrafo do texto, a autora diz que, na adolescência, “as coisas pioram”.

a)   Por que há conflitos entre pais e adolescentes?

Os conflitos ocorrem porque os adolescentes se rebelam contra as normas impostas pelos pais, como as de horário para chegar em casa.

b)   Que palavras empregadas pela autora reforçam a ideia de que o lar se transforma num campo de batalha?

As palavras guerra e território, que sugerem lutas e demarcação de espaços e fronteiras.

c)   Se o quarto é o único espaço do qual o adolescente se sente o dono, deduza: Que envolvimento ele tem com o restante da casa e com os problemas do lar?

Nenhum envolvimento; geralmente não se sente dono nem responsável pelo resto da casa; também não se interessa pelos problemas gerais da família.

04 – De acordo com o texto, “o sonho de todos os adolescentes é morar num apart – sozinhos, claro”.

a)   Das regalias que há no lar, quais o adolescente encontraria num apart-hotel?

Comida, roupa lavada e faxina.

b)   O adolescente tem condições concretas de manter um apart-hotel?

Não.

05 – Segundo a autora, a fase do “namoro mais sério” modifica a visão que até então a pessoa tinha de liberdade. “Quem ama”, diz ela, “não é – nem quer ser – livre”.

a)   Explique essa contradição.

Se a pessoa quer a sua liberdade, então precisa dar liberdade ao outro. Por amor, o ser humano começa a sacrificar sua liberdade para garantir a fidelidade do outro.

b)   Levante hipóteses: Por que, a respeito dos telefones celulares, a autora diz “melhor nem falar”?

Porque os celulares põem fim a certa “liberdade” do indivíduo, pois permitem que alguém, a distância, controle tudo o que o outro está fazendo.

06 – Morar sozinho é uma das etapas na conquista da liberdade. De acordo com o texto:

a)   Que vantagens há em morar sozinho?

A pessoa tem liberdade total para fazer o que deseja, sem dar satisfações a outra pessoa.

b)   E quais são as desvantagens?

A falta de um interlocutor para trocar ideias, para opinar sobre as mínimas coisas: corte de cabelo, ir ao cinema, etc.

07 – Releia este trecho:

        “[...] depois de tantos anos sem precisar dar satisfação da vida a ninguém, começa a sentir uma estranha nostalgia.” Veja alguns dos sentidos que a palavra nostalgia tem no dicionário:

        Nostalgia: s.f. 1 melancolia profunda causada pelo afastamento da terra natal [...] 3 saudades de algo, de um estado, de uma forma de existência que se deixou de ter; desejo de voltar ao passado.

Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

a)   No texto em estudo, a nostalgia se deve à falta de quê?

De conselhos, broncas, proibições e consolo.

b)   Que outro sentido ganha, nesse momento, tudo aquilo que antes parecia insuportável ao adolescente?

Ganha um sentido de carinho, de preocupação, de companheirismo, etc.

08 – Comparada com o início do texto, a frase: “Que falta faz um pai”, do final, é surpreendente.

a)   A palavra pai foi empregada conotativamente. Que sentidos ela apresenta no contexto?

Representa a família como um todo: a mãe, os irmãos, a companhia, a solidariedade, o companheirismo, etc.

b)   Levante hipóteses: Até alguém chegar a essa nova forma de ver o mundo, quantos anos terão se passado?

Parece que a cronista se refere a adultos com mais de 30 anos, que já passaram por muitas experiências.

c)   O reconhecimento, nesse estágio da vida, de que “sente falta do pai”, indica que o ser humano amadureceu? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestões: Sim, pois esse reconhecimento significa que as coisas estão sendo vistas de vários ângulos, que a pessoa aprendeu a ponderar, a ser mais tolerante, etc. Ou: Não, porque revela carência.

09 – Em sua trajetória de vida, o ser humano sofre profundas mudanças. De acordo com o texto, essas mudanças fazem com que ele deixe de valorizar a liberdade? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, ele apenas passa a ter uma visão diferente, menos radical, de liberdade. Passa a ver, por exemplo, que ser livre não é necessariamente ser só e que as demais pessoas sem sempre exercem opressão sobre nós. Sua preocupação pode ser, inclusive, uma forma de amor.

 

 

CAMPANHA: PREVENÇÃO AO CÂNCER DE MAMA - COM GABARITO

 Campanha: Prevenção ao câncer de mama


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Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 106-7.

Entendendo a campanha:

01 – O anúncio faz parte de uma campanha de prevenção ao câncer de mama. Dessa campanha, participam vários artistas, como a atriz Glória Pires. Na parte superior do anúncio, lemos o enunciado “Se toque”. No contexto, essa frase é ambígua, isto é, apresenta duplo sentido.

a)   Considerando que o anúncio tem a finalidade de alertar as mulheres sobre o risco do câncer de mama, que sentido tem esse enunciado?

Equivale a dizer “Fique atento”; “Cuidado”.

b)   Observe o gesto que a atriz está fazendo com as mãos. Considerando o gesto da atriz, que outro sentido tem o enunciado?

O de que as mulheres se toquem nos seios, a fim de observar se notam algo de diferente, como um nódulo, por exemplo, que possa ser sinal da doença.

02 – Tanto num sentido quanto no outro, o enunciado “Se toque” é dirigido ao leitor.

a)   Qual é a pessoa gramatical da palavra se?

3ª pessoa.

b)   Portanto, o sujeito de toque é eu, tu ou você?

Você.

03 – Abaixo da expressão “Se toque”, lemos: “Nas próximas páginas, você vai ver como ajudar a prevenir o câncer de mama no Brasil”. Compare a forma verbal toque à locução verbal vai ver. Considerando que as ações verbais podem expressar.

Certeza – Dúvida ou possibilidade – Ordem ou pedido.

a)   A qual desses sentidos a locução verbal vai ver corresponde?

Ao sentido de certeza, isto é, o leitor vai, com certeza, ver como ajudar a prevenir o câncer de mama.

b)   E a forma verbal toque?

Ao sentido de ordem ou pedido.

TIRA: GARFIELD CANSADO - JIM DAVIS - COM GABARITO

 Tira: Garfield cansado

         Jim Davis

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Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 91-2.

Entendendo a tira:

01 – No 1° balão, em “Estou cansado”?

a)   Qual é o tipo de sujeito dessa oração?

Sujeito desinencial.

b)   Qual é a função sintática do adjetivo cansado?

Predicativo do sujeito.

02 – Observe agora o texto de 2° balão: “Não só não consigo manter meus olhos abertos...”.

a)   Qual é o tipo de sujeito dessa oração?

Desinencial (eu).

b)   Qual é a predicação do verbo manter? Se ele tiver objeto(s), destaque-o(s).

Verbo transitivo direto; objeto direto: meus olhos.

c)   A palavra abertos desempenha nessa oração o papel de adjetivo, pois indica uma característica, o estado em que se encontra certo substantivo. Qual é esse substantivo?

Olhos.

03 – Leia agora o texto do 3° balão: “... como mal consigo manter abertos os olhos dos outros!”.

a)   Qual é o objeto do verbo manter?

Os olhos dos outros.

b)   Com que substantivo está concordando o adjetivo abertos?

Olhos.

MINI TEXTO: HORA DO MARINHEIRO PARTIR - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO

 Mini texto: Hora do marinheiro partir

                Clarice Lispector

        -- Você compreende, não é, mamãe, que eu não posso gostar de você a vida inteira.

Para não esquecer. São Paulo: Siciliano, 1992. p. 46.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 88-9.

Entendendo o mini texto:

01 – O corpo do texto é formado por uma única fala de uma personagem. Em que tipo de discurso essa fala é apresentada?

      No discurso direto.

02 – Quem você acha que é o locutor dessa fala?

      Uma criança (provavelmente um menino) ou um adolescente.

03 – Justifique o título do texto.

      O título dá a entender que o filho já pensa no relacionamento com outras mulheres ou com outras pessoas, ou sair de casa.

04 – Agora compare a fala da personagem a esta outra forma, em discurso indireto:

        “Ele disse à mãe que ela compreendia, mas ele não podia gostar dela a vida inteira.”

a)   Na passagem do discurso direto para o discurso indireto, que alterações sofreram os verbos compreender e poder quanto ao tempo?

Passaram do presente ao pretérito imperfeito do indicativo: compreendia e podia.

b)   E os pronomes?

O pronome você foi substituído por ela e o pronome eu por ele.

c)   Que verbo novo foi utilizado para introduzir a fala do locutor?

O verbo dizer.

terça-feira, 1 de março de 2022

CARTUM: POLÍCIA HUMORÍSTICA - QUINO - COM GABARITO

 Cartum: Polícia humorística

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Quino. Qué mala es la gente! Barcelona: Lumen, 1996. p. 125.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 74-5.

Entendendo o cartum:

01 – O cartum retrata um diálogo entre um desenhista e um policial. Das instituições sociais (Igreja, Estado ou governo, família, etc.), qual delas o policial representa?

      O Estado.

02 – Nos países democráticos, as pessoas têm o direito de expressar livremente suas ideias, seja por meio da fala ou da escrita, seja por meio da arte. Nas ditaduras, entretanto, o Estado proíbe a liberdade de expressão e instaura a censura.

a)   Conclua: O desenhista e o policial vivem num país democrático ou numa ditadura?

Numa ditadura.

b)   O departamento de polícia a que pertence o policial comprova ou nega sua resposta anterior?

Comprova, pois “Polícia humorística” supõe que seja um departamento especializado em reprimir o humor político.

03 – O policial não vê graça nos trabalhos do humorista.

a)   Que temas o humorista explora?

A morte, a velhice, a injustiça social, o autoritarismo.

b)   Pelos comentários do policial, como provavelmente ele acha que deve ser o trabalho humorístico?

Provavelmente acha que o humor deve trabalhar com temas leves, como confusões, mal-entendidos, etc.

04 – Nos quadrinhos que o desenhista mostra, vemos Mafalda, personagem de quino. Isso nos faz quer que a personagem desenhista do cartum seja o próprio Quino. Nas tiras mostradas pelo desenhista ao policial, as personagens são crianças, o que cria a expectativa de que os temas abordados serão leves, e não sociais. Essa expectativa se confirma? Justifique sua resposta.

      Não; os temas são sociais, pois ao falar da situação de suas casas, as crianças falam da situação do país.

05 – O humorista brasileiro Ziraldo afirma:

        “O humor, numa concepção mais exigente, não é apenas a arte de fazer rir. Isso é comicidade, ou qualquer outro nome que se escolha. Na verdade, humor é uma análise crítica do homem e da vida”. Relacione as duas visões de humor expressas no cartum (a do policial e a do desenhista) à afirmação de Ziraldo.

a)   Qual delas se identifica com comicidade?

A visão do policial.

b)   E qual se identifica com humor?

A visão do desenhista (Quino).

06 – Veja o que afirma o humorista Zélio a respeito do cartum:

        “Um cartunista jamais poderá ser a favor do governo. Não pode haver cartum a favor. É uma condição, porque a razão pela qual existe o cartum é a força da sátira, e o poder nunca, jamais ou quase nunca, que eu me lembro, esteve a favor do povo.” Observe as cenas finais do cartum. Que semelhança você vê entre elas e o comentário de Zélio?

      A prisão do cartunista é a prova de que o trabalho do humorista denuncia os problemas políticos e sociais do país, contrariando o interesse dos governantes.

07 – Milton Nascimento, em uma de suas canções, proclama: “Todo artista tem de ir aonde o povo está”. E o humorista Zélio afirma: “O humorista, o artista, o grafista é um homem como outro qualquer, que sofre as consequências da sociedade e que analisa o que observa”. Levando em conta esses comentários, explique a relação existente entre os artistas do humor e o povo.

       Se o artista é um homem do povo, é natural que fique a favor do povo nos momentos de crise política, e não a favor dos governantes.

 

TIRA: GATO E GATA - LAERTE - COM GABARITO

Tira: Gato e gata

 
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Laerte. Gato e gata + um mico-leão. São Paulo: Ensaio/circo, 1995. p. 39.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 73.

Entendendo a tira:

01 – No 1° quadrinho:

a)   Identifique e classifique o sujeito das falas do Gato e da Gatinha.

Você (desinencial), nas duas falas.

b)   Na fala da Gatinha, qual é a função sintática do termo primeiro?

Adjunto adverbial de tempo.

02 – No 2° quadrinho, na fala da Gatinha:

a)   Em que voz estão as formas verbais?

Voz passiva analítica.

b)   Nesse caso, o sujeito é agente ou paciente?

Paciente.

c)   Reescreva essa fala, passando-a para a voz passiva sintética.

Matou-se, feriu-se, maltratou-se, submeteu-se a tratamento desumano algum animal na realização desta película?

d)   Reescreva a fala da Gatinha, indeterminando o sujeito por meio do emprego do verbo na 3ª pessoa do plural.

Mataram, feriram, maltrataram, submeteram a tratamento desumano algum animal na realização desta película?

03 – No 3° quadrinho:

a)   Como se classifica o sujeito na fala da Gatinha?

Desinencial (eu).

b)   Na sua opinião, o que o Gato deve ter pensado diante do que a Gatinha disse?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Ela gosta de sofrer, ela é masoquista.

TEXTO: ONDE SURGIU O DOMINÓ? RECREIO - VOZ PASSIVA ANALÍTICA - COM GABARITO

 Texto: Onde surgiu o dominó?

     O dominó foi inventado pelos chineses por volta de 200 a.C. As

primeiras pedras eram feitas de osso e de marfim. No século 18, os
francesas jogavam com peças de papel e carimbadas com chapas de madeira. O dominó foi trazido para o Brasil pelos portugueses no
século 16 e era jogado pelos escravos.

                                     Recreio, 2/11/2001.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 66-7.

Entendendo o texto:

01 – A primeira oração do texto está em que voz passiva analítica. Passe-a para a voz ativa.

      Os chineses inventaram o dominó por volta de 200 a.C.

02 – Releia o último período do texto:​

        “O dominó foi trazido para o Brasil pelos portugueses no
século 16 e era jogado pelos escravos.”

a)   O termo O dominó é sujeito agente ou paciente?

Paciente.

b)   Classifique sintaticamente os termos para o Brasil, pelos portugueses e pelos escravos.

Adjunto adverbial de lugar; agente da passiva; agente da passiva.

03 – Nas frases abaixo:

·        Identifique aquelas cujo verbo é transitivo direto e passe-a para a voz passiva analítica;

·        Destaque o agente da passiva.

a)   a)Ninguém temia assaltos naquela casa.

Assaltos não eram temidos por ninguém naquela casa.

b)   O cachorro pegaria qualquer suspeito.

Qualquer suspeito seria pego pelo cachorro.

c)   Um homem abre o pesado portão de ferro.

O pesado portão de ferro é aberto por um homem.

d)   Talvez o ladrão saque o revólver.

Talvez o revólver seja sacado pelo ladrão.

e)   Sua voz não desperta os moradores.

Os moradores não são despertados por sua voz.

04 – Transforme a voz passiva analítica dos verbos seguintes em voz passiva sintética. Atente para a concordância do verbo com o sujeito. Veja o exemplo:

·        Flores foram atiradas nos manifestantes.

Atiraram-se flores nos manifestantes.

a)   São ensinados novos métodos de estudo.

Ensinam-se novos métodos de estudo.

b)   A loja foi comprada a preço de ocasião.

Comprou-se a loja a preço de ocasião.

c)   As inscrições para o torneio de futebol de salão já foram encerradas.

Encerraram-se as inscrições para o torneio de futebol de salão.

d)   O funcionamento da máquina não é conhecido.

Não se conhece o funcionamento da máquina.

e)   Os ingressos para o Festival de Música de nossa escola foram vendidos rapidamente.

Venderam-se rapidamente os ingressos para o Festival de Música de nossa escola.

 

ANEDOTA: PORTA DO CÉU - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Anedota: Porta do céu

        Chega um homem, exultante:

        — Finalmente, o paraíso.

        Ele pergunta a São Pedro se há alguma formalidade para entrar. Se precisa assinar alguma coisa. Nada. Ele fica mais exultante ainda:

        — Eu sempre sonhei com este momento. Finalmente, estou livre de todas as formalidades. Adeus regulamentos. Adeus burocracia terrestre. Quer dizer que é só entrar e estou na vida eterna para sempre?

        — É só entrar — diz São Pedro.

        Ele começa a passar pelo portão, mas São Pedro o chama de volta e entrega um cartão plastificado.

        — Só não esquece o crachá. 

Luís Fernando Verissimo. Outras do analista de Bagé. 29. ed. Porto Alegre: L&PM, 1982. p. 88.

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 60-1.

Entendendo a anedota:

01 – No texto, notamos a presença de três vozes, ou três discursos: a do narrador, a do homem que foi para o céu e a de São Pedro. Em algumas situações, as falas do homem e as de São Pedro são reproduzidas integralmente. Identifique essas falas e o sinal de pontuação utilizado para introduzi-las.

      Todas as falas são introduzidas pelo travessão.

02 – Observe este trecho:

        “— É só entrar — diz São Pedro.”

Nesse trecho, há duas vozes: a do personagem e a do narrador. De que modo elas são delimitadas?

      Pelo travessão, que serve tanto para introduzir a fala da personagem quanto para separá-la da voz do narrador.

03 – O narrador, para dar uma noção viva do diálogo, pode apresentar detalhes da situação: como era o local, como a personagem falou ou olhou, como se sentia, etc. Identifique no discurso do narrador expressões indicativas de como o homem se sentia;

      Exultante; mais exultante ainda.

04 – Observe este outro trecho:

        “Ele pergunta a São Pedro se há alguma formalidade para entrar. Se precisa assinar alguma coisa. Nada. Ele fica mais exultante ainda:”

Nesse trecho, a voz das personagens não aparece integralmente. O narrador é quem conta como foi o diálogo. Como você acha que foi o diálogo entre o homem e São Pedro? Escreva-o em seu caderno.

      “—Há / Existe alguma formalidade para entrar, São Pedro? Alguma coisa para assinar?”

      “—Não, não há nada.”

05 – A reprodução integral de diálogos no texto lido não ocorrer por acaso; ela tem uma função.

a)   Faça uma experiência: reconte essa história a um colega, mas passando aas falas das personagens para a forma indireta, isto é, de modo que você, fazendo o papel de narrador, conta ao colega o que as personagens disseram.

Resposta pessoal do aluno.

b)   Compare com o texto original o texto que você produziu. Qual deles é mais expressivo? Qual é mais divertido?

O texto original é mais expressivo e divertido.

c)   Conclua: Qual é a finalidade da reprodução integral dos diálogos no texto narrativo ficcional?

Ela torna a narrativa mais viva, permitindo ao leitor “viver” de forma mais intensa os fatos narrados.

 

QUADROS: A PÉROLA E AS MENINAS - SALVADOR DALI/DIEGO VELÁZQUEZ - COM GABARITO

 Quadros: A pérola e As meninas

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A pérola (1981) de Salvador Dali    


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--      As meninas (1665), de Diego Velázquez

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 41-2.

Entendendo os quadros:

01 – Os dois quadros foram criados por artistas diferentes, em diferentes épocas. Apesar disso, eles apresentam algo em comum. O que há em comum entre os quadros?

      Ambos apresentam uma menina com o mesmo tipo de vestido. A menina parece ser a mesma, mas no quadro de Dali não é possível ver o rosto dela.

02 – Essa semelhança permite afirmar que um pintor criou o seu quadro a partir do quadro do outro. Nesse caso, não se trata de imitação, mas de citação, isto é, um dos pintores recriou intencionalmente quadro do outro, fazendo algumas modificações, mas de maneira a possibilitar o reconhecimento do quadro original. Observe a data em que cada um dos trabalhos foi produzido. Qual dos pintores “citou” o outro?

      Dali citou Velázquez, uma vez que viveu três séculos depois deste.

03 – A figura central dos quadros é Margarida, filha do rei Felipe IV, da Espanha. Retratada por Velázquez quando tinha 5 anos, a menina é um exemplo de delicadeza, fragilidade e beleza. Considerando que a pérola é uma das pedras mais perfeitas da natureza, levante hipóteses: Por que Dali sobrepôs a pérola ao rosto de Margarida?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: no quadro de Dali a menina, por sua beleza, pode ser a verdadeira joia do quadro; ou A falta da identidade da figura feminina pode universalizar a menina, isto é, ela pode representar todas as mulheres, o ideal de beleza e perfeição.

 

ANÚNCIO: PRECISA-SE DE COZINHEIRA COM POUCA EXPERIÊNCIA- SUJEITO INDETERMINADO - COM GABARITO

 Anúncio: Precisa-se de cozinheira com pouca experiência – Sujeito indeterminado


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Artefato 10. Amostra Brastemp para São Paulo.

              Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 31-2.

Entendendo o anúncio:

01 – Identifique o sujeito da oração “Precisa-se de cozinheira com pouca experiência”.

      Sujeito indeterminado.

02 – O texto principal desse anúncio publicitário lembra as chamadas dos anúncios classificados. Troque ideias com os colegas:

a)   O que é um anúncio classificado?

É um anúncio de pequeno formato, geralmente sem ilustração, divulgado em jornais e revistas, em seções de oferta de empregos, venda, compra e aluguel de terrenos e imóveis, etc.

b)   O que o texto da parte superior do anúncio em estudo apresenta de diferente em relação a um classificado?

Geralmente quando oferece um emprego, o classificado exige experiência do candidato, indica telefone ou endereço para contato, etc.

03 – O anúncio apresenta dois novos produtos: um micro-ondas e um conjunto compacto de lava-louça, refrigerador e freezer. Considerando os dois textos do anúncio, responda:

a)   Que tipo de consumidor esse anúncio pretende atingir?

As donas de casa jovens, que têm pouca experiência na cozinha, ou as que não querem ter muito trabalho na cozinha.

b)   Na sua opinião, o anunciante desvaloriza o consumidor que tem pouca experiência na cozinha? Por quê?

Não, os produtos anunciados foram feitos para atender a esse público, conforme a afirmação “é o lançamento perfeito para a cozinha da nova geração”.

04 – O emprego do sujeito indeterminado é muito comum em situações em que o falante tem, por algum motivo, a intenção de não se referir a uma pessoa específica. Por exemplo: uma mãe, quando diz a seus filhos “Sujaram o tapete novo da sala”, espera que um deles assuma o que fez. Há, a seguir, alguns textos com sujeito indeterminado. Identifique qual é a intenção do falante ao emprega-lo nestes contextos.

a)   – Mãe, alguém ligou para mim?

-- Sim, telefonaram pra você.

-- Quem, mãe, quem? Ele?

-- Não sei... Telefonaram... Telefonaram... – responde a mãe sorrindo.

Ao empregar o sujeito indeterminado, a mãe tem a intenção de criar suspense, mistério, deixar a filha curiosa, porque, provavelmente, a garota esperava a ligação de alguém importante para ela.

b)   Durante o recreio, Pedro vê uma turminha de alunos, colegas seus, quebrar o bebedouro. A água começa a jorrar e a molhar o pátio. Uma inspetora de alunos pede a Pedro que vá chamar o diretor.

-- Seu Renato, dona Marta quer que o senhor vá até o pátio, porque quebraram o bebedouro. – Pedro diz ao diretor.

-- Quem foi que quebrou?

-- Não sei, só sei que quebraram.

Pedro embora saiba quem foi, não tem a intenção de acusar seus colegas, não quer ser “dedo-duro”.