domingo, 24 de outubro de 2021

CRÔNICA: OLHE-SE NO ESPELHO - LYA LUFT - COM GABARITO

 CRÔNICA: OLHE-SE NO ESPELHO

                Lya Luft

   No mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher. Era um bate-papo com uma plateia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades. E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.

        Foi um momento inesquecível! A plateia inteira fez um ‘oooohh’ de descrédito.

       Aí fiquei pensando: “poxa, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?”

       Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado ‘juventude eterna’. Estão todos em busca da reversão do tempo. Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.

      Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada. A fonte da juventude chama-se “mudança”. De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.

       Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.

       [...]

       Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Entendendo o texto

 01. O texto acima é exemplo de um(a)

     a) crônica narrativa, pois apresenta uma história com personagens, ambiente e enredo, sobre tema do cotidiano.

     b) crônica narrativa, pois, apesar de ter uma argumentação, está escrita na 1ª pessoa, o que vai contra as características do gênero.

     c) crônica argumentativa, pois expõe uma reflexão sobre uma questão do cotidiano vivida pela autora, trazendo seu ponto de vista sobre o assunto.

     d) crônica argumentativa, pois traz uma questão do cotidiano exposta de forma impessoal, para que o próprio leitor possa formar sua opinião sem ser guiado pelas próprias impressões da autora.

    e) conto, pois traz uma narrativa com um número indeterminado de personagens passando por uma situação inicial que é desenvolvida ao longo do texto.


02. Segundo Lya Luft,

      a) a mudança é essencial para que as pessoas se sintam mais jovens, desde que aliada às cirurgias plásticas.

      b) de nada adianta as pessoas recorrerem às cirurgias plásticas se não procurarem mudanças que trarão mais qualidade de vida.

      c) a mudança impede o envelhecimento das pessoas, mantendo-as sempre jovens, seja na aparência ou no comportamento.

     d) os métodos avançados utilizados pela tecnologia em procedimentos estéticos poderão fazer até pessoas de 120 anos terem ainda uma aparência jovem.

     e) as pessoas que assistiam a sua palestra ficaram impressionadas com sua aparência devido ao pequeno número de cirurgias plásticas a que a autora se submeteu.


03. Entre as características que definem uma crônica, podem ser destacadas as principais:

   a) a narração em primeira pessoa e o uso expressivo da pontuação.

   b) um modelo fixo, como um diálogo inicial seguido de argumentação objetivo.

  c) o emprego de linguagem acessível ao leitor e a abordagem de fatos do cotidiano.

 d) a existência de trechos cômicos, engraçados, e a narrativa restrita ao passado do autor.

  e) a ausência de reflexões de cunho pessoal e o emprego de linguagem em prosa poética. 

 

 

 

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

CRÔNICA: O FUTEBOL E A MATEMÁTICA - MOACYR SCLIAR - COM GABARITO

 CRÔNICA: O FUTEBOL E A MATEMÁTICA

                 Moacyr  Scliar


Modelo matemático prevê gols no futebol Mundo, 23.mar.99

O técnico reuniu o time dois dias antes da partida com o tradicional adversário. Tinha uma importante comunicação a fazer.
- Meus amigos, hoje começa uma nova fase na vida do nosso clube. Até agora, cada um jogava o futebol que sabia. Eu ensinava alguma coisa, é verdade, mas a gente se guiava mesmo era pelo instinto. Isso acabou. Graças a um dos nossos diretores, que é um cara avançado e sabe das coisas, nós vamos jogar de maneira completamente diferente. Nós vamos jogar de maneira científica.
Abriu uma pasta e de lá tirou uma série de tabelas e gráficos feitos em computador.
- Sabem o que é isso? É o modelo matemático para o nosso jogo. Foi feito com base em todas as partidas que jogamos contra o nosso adversário, desde 1923. Está tudo aqui, cientificamente analisado. E está aqui também a previsão para a nossa partida. Eles provaram estatisticamente que o adversário vai marcar um gol aos 12 minutos do primeiro tempo. Nós vamos empatar aos 24 minutos do segundo tempo e vamos marcar o gol da vitória aos 43 minutos. Portanto, não percam a calma. Esperem pelo segundo tempo. É ai que vamos ganhar.
Os jogadores se olharam, perplexos. Mas ciência é ciência; tudo o que eles tinham a fazer era jogar de acordo com o modelo matemático.
Veio o grande dia. Estádio lotado, começou a partida, e, tal como previsto, o adversário fez um gol aos 12 minutos. E aí sucedeu o inesperado.
Um jogador chamado Fuinha, um rapaz magrinho, novo no time, pegou a bola, invadiu a área, chutou forte e empatou. Cinco minutos depois, fez mais um gol. E outro. E outro. O jogo terminou com o marcador de 7 a 1, um escore nunca registrado na história dos dois times.
Todos se cumprimentavam, felizes. Só o técnico não estava muito satisfeito:
- Gostei muito de sua atuação, Fuinha, mas você não me obedeceu. Por que não seguiu o modelo matemático?
O rapaz fez uma cara triste:
- Ah, seu Osvaldo, eu nunca fui muito bom nessa tal de matemática. Aliás, foi por isso que o meu pai me tirou do colégio e me mandou jogar futebol. Se eu soubesse fazer contas, não estaria aqui, jogando para o senhor.
O técnico suspirou. Acabara de concluir: uma coisa é o modelo matemático. Outra coisa é a vida propriamente dita, nela incluída o futebol.

Entendendo o texto

 

01. Releia:

"Graças a um dos nossos diretores, que é um cara avançado e sabe das coisas, nós vamos jogar de maneira científica."

a)   Quem disse essas frases?

O técnico do time.

b)   Quem está representado pela palavra nós no trecho destacado?

O time e o técnico.

c)   Qual a classe gramatical de nós?

Pronome pessoal do caso reto.

d)   Localize no texto uma palavra ou expressão que tenha significado contrário ao da expressão "maneira científica".

     Pelo instinto.

02 " — Sabem o que é isso?

      É o modelo matemático para o nosso jogo."

·        O que o modelo utilizava da matemática?

Foi feito com base em todas as partidas jogadas pelo time desde 1923.

03 - Marque a palavra que representa o significado da palavra destacada em cada frase.

a) Eles provaram estatisticamente que o adversário vai marca um gol.

(A) praticamente.

(B) concretamente.

(C) cientificamente.

b) Os jogadores se olharam, perplexos

(A) sorridentes.

(B) espantados.

(C) tristes.

c) O jogo terminou com o marcador de 7 a 1, um escore

nunca visto.

(A) problema.

(B) fenômeno.

(C) resultado.

04 - Qual a justificativa dada pelo jogador para não seguir o modelo matemático " do técnico?

"— Ah seu Osvaldo, eu nunca fui muito bom nessa tal de matemática."

05 - Depois do jogo, qual foi a conclusão a que o técnico chegou sobre o "modelo matemático"?

- "... uma  coisa  é  o  modelo  matemático.  Outra  coisa  é  a  vida  propriamente  dita,  nela  incluída  o futebol."

06 - A crônica “O futebol e a matemática” é uma narrativa, isto é,  um  texto  escrito  com  a  intenção  de contar uma história inventada.

 ·Marque as afirmações corretas sobre a crônica lida.

(A) A história é contada por um narrador - personagem.

(B) A história é contada por um narrador-observador.

(C) Não há registro das falas das personagens.

(D) Há registro das falas das personagens.

07- "Graças a um dos nossos diretores, que é um cara avançado..."

"O rapaz fez uma cara triste."

·        Qual é o sentido da palavra cara em cada uma das frases?

          Na primeira é uma gíria, que significa a pessoa.

          Na segunda refere-se a expressão triste.

 

 

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

POEMA: URGENTEMENTE - EUGÉNIO DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Urgentemente

           Eugénio de Andrade

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.

  ANDRADE, Eugénio de. Urgentemente. In: __________. Poesia. Lisboa: Assírio & Alvim / grupo Porto, 2017. p. 85.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 265-6.

Entendendo o poema:

01 – Nesse poema, o sentimento de urgência é o tema, já enunciado no próprio título. Para expressar suas urgências, o eu poético utiliza algumas metáforas. Explique o sentido que podem ter nesses versos:

I – É urgente um barco no mar.

II – É urgente [...] multiplicar os beijos, as searas.

III – É urgente descobrir rosas e rios.

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Outro recurso utilizado é o paralelismo, com a repetição da estrutura “é urgente”. Em “é urgente o amor”, temos um período simples. Qual é o sujeito dessa oração?

      O sujeito é: “[...] o amor”.

03 – Se tivéssemos o sujeito antes do verbo, “O amor é urgente”, “Um barco no mar é urgente”, que diferença de sentido teríamos?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Em “É urgente destruir certas palavras”, temos um período composto. Qual é o sujeito da primeira oração?

      O sujeito é a oração subordinada “destruir certas palavras”.

05 – Como se denomina a oração subordinada com função de sujeito?

      Oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo.

06 – Identifique no poema outras duas orações subordinadas com essa função e escreva-as.

      Descobrir rosas e rios; permanecer; inventar a alegria.

 

PROPAGANDA: ESPERANÇA - IBCC.ORG.BR - COM GABARITO

 Propaganda: Esperança

 Fonte de imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh04wsutsMrgziXY1baNX-uJvZBJlvS7JfI6pXxwkJ3PRmT6_fE1oatml1Qio4NfUytCLTbjmb7Fy_rAyRUBkt3FiJDnF4bXkmCsL58rN8D-R2-o36TlTj-VcLTwEd0P-NE4XZMO70YR4I/s190/ESPERAN%25C3%2587A.jpg

         Sem a sua ajuda, as vítimas do câncer têm muito mais a perder. Acesse www.Ibcc.org.br e faça a sua doação.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 178.

Entendendo a propaganda:

01 – Observe a parte visual do texto e responda às questões.

a)   Que palavra ilustra essa propaganda?

A palavra “Esperança”.

b)   Como essa palavra parece ter sido escrita?

Ela parece ter sido escrita com cabelos.

02 – Agora, releia a parte verbal do texto.

a)   De que forma a palavra que ilustra a propaganda está relacionada ao texto que a acompanha?

Geralmente, as pessoas que fazem tratamento contra o câncer perdem os cabelos. Além disso, se não tiverem condições de fazer o tratamento, elas também os perderão.

b)   Que palavra utilizada no texto da propaganda estabelece essa ligação entre a parte verbal e a parte visual?

A palavra “perder”.

03 – Esse texto pretende convencer seu público a “comprar” um produto?

      Não.

04 – Explique qual é o objetivo dessa propaganda.

      Ela pretende convencer o público a comprar a ideia de que é importante fazer doações para ajudar no tratamento das vítimas do câncer.

PROPAGANDA: VIDA URGENTE/FUNDAÇÃO THIAGO DE MORAES GONZAGA - COM GABARITO

 Propaganda: Vida Urgente / Fundação Thiago de Moraes Gonzaga


Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYSNyeRyixbfEYgFiGXcaEINjRbpbigrqBuhT9kbWxEgyrLYz7Ix4jOS3agtxbZe5XLATXGcNQ8eZ__QEYmB6kcEqG2YhD38TKR_E0_8uawV-_Ap7YxqsKg4aZHmhdMlD1umFwIaBw4Lg/s277/BANDEIRA.jpg

Que este feriado seja de independência e vida. Se for dirigir, não beba.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 177.

Entendendo a propaganda:

01 – A propaganda usa como imagem a bandeira do Brasil.

a)   O que há de diferente nessa bandeira em relação à original?

Nessa bandeira, no lugar das estrelas aparecem cruzes, e no lugar do lema “Ordem e Progresso” aparece a frase “Estrelas demais já se apagaram em acidentes de trânsito.”.

b)   O que as cruzes estão representando?

As cruzes representam as mortes causadas no trânsito.

c)   O que o substantivo “estrelas” está simbolizando?

O substantivo “estrelas” está simbolizando as vidas que se perderam em acidentes.

02 – Releia esta frase, situada no canto inferior direito da imagem:

        “Que este feriado seja de independência e vida.”

·        A expressão “independência e vida” usada nesse enunciado é uma referência a qual frase histórica? Quando ela foi dita?

Essa expressão refere-se ao grito dado por Dom Pedro I na Independência do Brasil: Independência ou morte!.

03 – A que feriado o texto se refere? Que elementos nos permitem chegar à essa conclusão?

      O feriado é o de 7 de Setembro, da Independência do país. Elementos como a bandeira brasileira e a expressão “independência e vida” possibilitam essa conclusão.

04 – É possível afirmar que essa propaganda tem por objetivo vender um produto? Por quê?

      O objetivo dessa propaganda não é vender um produto, mas sim conscientizar a população sobre os perigos do trânsito, sobretudo sobre não dirigir embriagado.

 

PROPAGANDA - ELEMENTOS VERBO-VISUAIS - COM GABARITO

 Texto: Propagandas

 

  




Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 172-5.

Entendendo as propagandas:

01 – A propaganda é composta por elementos verbais, por elementos visuais ou por elementos verbo-visuais?

      Por elementos verbo-visuais.

02 – Observe a parte visual da propaganda.

a)   Mencione alguns dos elementos que compõem o segundo plano da imagem.

Folhas de coqueiro, folhas de samambaia, tapeçaria, artesanato em palha, bananas, conchas, penas, pele de cobra, tecido de chita e sandálias (chinelos).

b)   Cite, no mínimo, sete cores utilizadas na propaganda.

Azul, preto, branco, vermelho, verde, amarelo, rosa, lilás, marrom, etc.

c)   Quais dessas cores predominam?

Verde e amarelo.

d)   Em sua opinião, por que há predominância dessas cores?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Embora haja variedade de cores, representando a diversidade nacional, aquelas que simbolizam o Brasil recebem destaque porque se trata de um produto brasileiro que é mundialmente conhecido.

03 – Agora, releia a parte verbal da propaganda e, em seu caderno, indique quais termos utilizados no texto se referem aos temas a seguir:

a)    Frutas: Seriguela, umbu, cajá, graviola, jabuticaba, banana, tamarindo, pitomba, caju, limão.

b)    Comida ou bebida: Pé de moleque, caipirinha.

c)    Arte, música, dança: Samba, bossa nova, capoeira, baião, forró, arrasta-pé.

d)    Esportes: Futebol, vôlei.

·        Por que esses elementos são citados na propaganda?

Porque eles estão relacionados àquilo que costuma representar o Brasil, que é, conhecidamente, um país de mistura de etnias, culturas, nacionalidades, crenças, costumes, etc., onde vários elementos se misturam.

04 – Que palavra bastante utilizada na propaganda representa uma parte de um todo?

      Pé.

a)   De que todo essa palavra é parte?

É parte de uma pessoa. No contexto da propaganda, relaciona-se ao brasileiro.

b)   Explique por que essa palavra foi tão usada na propaganda.

Porque o produto anunciado as sandálias é para ser usado nos pés.

05 – Essa palavra aparece com sentidos diferentes. Em sua opinião, esse uso desperta o interesse do público? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, pois os termos são utilizados na propaganda de forma criativa e, além disso, são expressões populares com as quais a maior parte do público se identifica.

06 – Releia este trecho do texto:

        Tem pé-quente.

        Pé-frio não tem, que não combina

        nem com sandália nem com a vida.

a)   Que palavra utilizada no trecho confirma a ideia de que pé-frio não combina com a sandália e com a vida?

A palavra “nem”.

b)   Por que, segundo a propaganda, pé-frio não combina com sandália?

Além de se referir à sandália como um produto de verão, que combina com pé-quente, a propaganda relaciona esse produto à sorte do brasileiro, pois sugere que no Brasil não existe pé-frio. Assim, nem o brasileiro nem a sandália combinam com o azar. Professor, chame a atenção dos alunos para o fato de que essa sugestão pretende criar uma identificação entre o consumidor e a sandália.

07 – Releia o trecho a seguir:

        Tem um pé de seriguela. Outro de umbu.

        De cajá. De graviola, jabuticaba, banana,

        tamarindo, pitomba, caju.

a)   Por que não é preciso repetir a palavra pé para se fazer referência aos frutos mencionados?

Porque é possível compreender o texto sem essa palavra. Pela sequência e pelo contexto, essa ausência não causa dificuldade de compreensão, de forma que a repetição da palavra se torna desnecessária.

b)   A ausência de repetição da palavra pé, nesse trecho, altera o ritmo, a sequência ou o sentido do texto? Explique.

Há uma cadência no texto e rimas nesse trecho. A ausência da repetição, nesse caso, permite que o ritmo do texto fique mais acelerado.

08 – O uso de qual termo sinaliza que o texto está sendo concluído?

      Da palavra “enfim”.

09 – Que palavras ou expressões utilizadas no final do texto enfatizam a ideia de que o brasileiro gosta de usar o produto anunciado? Justifique sua resposta.

      A palavra “mesmo” e a expressão “ah, se quer”, na frase “Mas o que esse pé brasileiro quer mesmo – ah, se quer – é calçar umas Havaianas”, pois reforçam a vontade, o desejo de calçar as sandálias anunciadas.

10 – Em sua opinião, essa propaganda parece eficiente? Ela mobiliza o público a comprar as sandálias anunciadas? Por quê?

      Professor, espera-se que os alunos percebam que a propaganda tende a ser eficiente, pois apresenta um conjunto de elementos verbais e visuais que representam positivamente o Brasil e os brasileiros, buscando motivar a identificação entre o potencial consumidor e a imagem construída e levá-lo à compra do produto anunciado. É importante que os alunos percebam que essa construção é intencional e planejada.

11 – Em sua opinião, os elementos utilizados na construção dessa propaganda são facilmente percebidos pela maioria do público leitor?

      Resposta pessoal do aluno. Professor, espera-se que os alunos respondam que não e que notem que, geralmente, o leitor não percebe os pormenores da construção da linguagem persuasiva da propaganda, apenas deixa-se levar por ela.

12 – Você considera importante conhecer os recursos usados para elaborar textos como a propaganda lida? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Professor, espera-se que os alunos respondam que sim e percebam que conhecer os recursos usados na construção da propaganda é uma forma de lê-la mais criticamente.

 

 

CONTO: KHOLSTOMÉR (FRAGMENTO) - LIEV TOLSTÓI - COM GABARITO

 Conto: Kholstomér (fragmento)

           Liev Tolstói

        [...] Era inverno, época de festas. Não me deram nem de comer nem de beber durante o dia inteiro. Fiquei sabendo depois que aquilo acontecera porque o cavalariço estava bêbado. Naquele mesmo dia, o chefe veio à minha baia, deu pela falta de ração e foi-se embora xingando com os piores nomes o cavalariço, que não estava ali. No dia seguinte, acompanhado de um peão, o cavalariço trouxe feno à nossa baia; notei que ele estava especialmente pálido, abatido, tinha nas costas longas algo significativo que despertava piedade. Ele atirou feno por cima da grade, com raiva; eu ia metendo a cabeça em seu ombro, mas ele deu um murro tão dolorido no meu focinho, que me fez saltar pra trás. E ainda por cima chutou-me a barriga com a bota.

        -- Não fosse esse lazarento, nada disso tinha acontecido.

        -- Mas o que aconteceu? – perguntou o outro cavalariço.

        -- Os potros do conde ele não inspeciona, mas este ele examina duas vezes por dia.

        -- Será que deram o malhado mesmo pra ele?

        -- Se deram ou venderam, só o diabo sabe. O certo é que você pode até matar de fome todos os cavalos do conde, e nada acontece, mas você se atreva a deixar o potro dele sem ração... Deita aí, diz ele, e tome chicotada. Não tem senso cristão. Tem mais pena de animal do que de homem; logo se vê que não usa cruz no pescoço... ele mesmo contou as chicotadas que me deu, o bárbaro. O general não bate assim, ele deixou as minhas costas em carne viva... pelo visto, não tem alma cristã.

        Eu entendi bem o que eles disseram sobre os lanhões e o cristianismo, mas naquela época era absolutamente obscuro para mim o significado das palavras meu, meu potro, palavras através das quais eu percebia que as pessoas estabeleciam uma espécie de vínculo entre mim e o chefe dos estábulos. Não conseguia entender de jeito nenhum o que significava me chamarem de propriedade de um homem. As palavras “meu cavalo”, referidas a mim, um cavalo vivo, pareciam-me tão estranhas quanto as palavras “minha terra”, “meu ar”, “minha água”.

        No entanto, essas palavras exerciam uma enorme influência sobre mim. Eu não parava de pensar nisso e só muito depois de ter as mais diversas relações com as pessoas compreendi finalmente o sentido que atribuíam àquelas estranhas palavras. Era o seguinte: os homens não orientam suas vidas por atos, mas por palavras. Eles não gostam tanto da possibilidade de fazer ou não fazer alguma coisa quanto da possibilidade de falar de diferentes objetos utilizando-se de palavras que convencionam entre si. Dessas, as que mais consideram são “meu” e “minha”, que aplicam a várias coisas, seres e objetos, inclusive à terra, às pessoas e aos cavalos. Convencionaram entre si que, para cada coisa apenas um deles diria “meu”. E aquele que diz “meu” para o maior número de coisas é considerado o mais feliz, segundo esse jogo. Para que isso, não sei, mas é assim. Antes eu ficava horas a fio procurando alguma vantagem imediata nisso, mas não dei com nada.

        Muitas das pessoas que me chamavam, por exemplo, de “meu cavalo” nunca me montavam; as que o faziam eram outras, completamente diferentes. Também eram bem outras as que me alimentavam. As que cuidavam de mim, mais uma vez, não eram as mesmas que me chamavam “meu cavalo”, mas os cocheiros. Os tratadores, estranhos de modo geral. Mais tarde, depois que ampliei o círculo de minhas observações, convenci-me de que, não só em relação a nós, cavalos, o conceito de “meu” não tem nenhum outro fundamento senão o do instinto vil e animalesco dos homens, que eles chamam de sentimento ou direito de propriedade. O homem diz: “minha casa”, mas nunca mora nela, preocupa-se apenas em construí-la e mantê-la. O comerciante diz: “meu bazar”, “meu bazar de lãs”, por exemplo, mas não tem roupa feita das melhores lãs que há no seu bazar. Existem pessoas que chamam a terra de “minha”, mas nunca a viram nem andaram por ela. Existem outras que chamam de “meus” outros seres humanos, mas nenhuma vez sequer botaram os olhos sobre eles, e toda a sua relação com essas pessoas consiste em lhes causar mal. Existem homens que chamam de “minhas” as suas mulheres ou esposas, mas essas mulheres vivem com outros homens. As pessoas não aspiram a fazer na vida o que consideram bom, mas a chamar de “minhas” o maior número de coisas. Agora estou convencido de que é nisso que consiste a diferença essencial entre nós e os homens. É por isso que, sem falar das outras vantagens que temos sobre eles, já podemos dizer sem vacilar que, na escada dos seres vivos, estamos acima das pessoas; a vida das pessoas pelo menos daquelas com as quais convivi traduz-se em palavras; a nossa, em atos. E eis que foi o chefe dos estábulos que recebeu o direito de me chamar de “meu cavalo”; por isso açoitou o cavalariço. Essa descoberta me deixou profundamente impressionado e [...] levou-me a me tornar o malhado ensimesmado e sério que eu sou.

TOLSTÓI, Liev. O diabo e outras histórias. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 167-9.

Entendendo o conto:

01 – O primeiro parágrafo do texto situa o leitor. De que maneira ele faz isso?

      Esse parágrafo indica o tempo em que a narrativa se desenrola (“Era inverno, época de festas”), e localiza o leitor a respeito de onde ocorreram os fatos e explica em quais condições o cavalo vivia.

02 – Que tipo de narrador esse conto apresenta? Quem é ele?

      Narrador-personagem. Ele é assumido pela figura de um animal, um cavalo.

03 – Releia o trecho a seguir, em que a personagem principal expõe suas ideias:

        “[...] O homem diz: “minha casa”, mas nunca mora nela, preocupa-se apenas em construí-la e mantê-la. O comerciante diz: “meu bazar”, “meu bazar de lãs”, por exemplo, mas não tem roupa feita das melhores lãs que há em seu bazar. Existem pessoas que chamam a terra de “minha”, mas nunca a viram nem andaram por ela. Existem outras que chamam de “meus” outros seres humanos, mas nenhuma vez sequer botaram os olhos sobre eles, e toda a sua relação com essas pessoas consiste em lhes causar mal. [...]”

a)   Nesse trecho, que ideia é reforçada pela repetição das expressões “O homem diz”, “O comerciante diz”, “Existem pessoas” e “Existem outras”?

Os exemplos que o cavalo apresenta mostram como a postura dos seres humanos se repete, corroborando a teoria da personagem sobre a necessidade humana de ter, de possuir. A repetição dessas expressões ajuda a construir a argumentação do cavalo e também dá a ideia de generalização.

b)   Em seu caderno, indique qual das frases a seguir, retiradas do texto, corresponde à ideia apresentada no trecho:

I. E aquele que diz meu para o maior número de coisas é considerado o mais feliz [ ].

II. As pessoas não aspiram a fazer na vida o que consideram bom [...].

III. [ ] já podemos dizer sem vacilar que, na escada dos seres vivos, estamos acima das pessoas [ ].

04 – Era o dono do cavalo quem cuidava dele? O que o cavalo pensava a respeito desse fato?

      Não. O cavalo estranhava o comportamento do dono, sentia a ausência de seus cuidados e julgava estranha a maneira como os humanos lidavam com questões de propriedade, pois aquele que o chamava “meu” não era o mesmo que cuidava dele.

05 – O que o cavalo percebeu a respeito do uso que os humanos faziam da palavra meu? Que relação ele estabeleceu entre essa palavra e o conceito de felicidade?

      Ele percebeu que o uso dessa palavra era atribuído à noção de propriedade e de felicidade, ou seja, era considerado mais feliz aquele que dissesse “meu” para o maior número de coisas.

06 – O cavalo conseguia compreender esse tipo de comportamento? Em seu caderno, transcreva um trecho que comprove a sua resposta.

      Não. “Para que isso, não sei, mas é assim. Antes eu ficava horas a fio procurando alguma vantagem imediata nisso, mas não dei com nada.”

07 – Que sentido a palavra “meu” tinha para o cavalo? O que ele argumenta sobre isso?

      Para o cavalo, a palavra “meu” só fazia sentido em uma relação próxima, concreta, de afetividade. Ele argumenta que quem era seu dono não o alimentava nem montava, e isso o decepcionava.

08 – É possível afirmar que, no texto, a personagem do cavalo foi humanizada? Por quê?

      Sim, pois o cavalo apresenta sentimentos e atitudes normalmente atribuídos a seres humanos, visto que faz reflexões no decorrer do conto.

09 – No conto, há uma inversão entre o que é humano e o que é animal. Explique essa afirmação.

      O cavalo, um animal, aparece na história repleto de características que o humanizam, enquanto o ser humano é apresentado de maneira animalizada em consequência do significado que atribui à palavra “meu”, do modo como entende o conceito de propriedade e de como se relaciona com o outro e com aquilo que lhe pertence.

10 – Estabeleça relação entre o conto e o título deste capítulo: “Entre o ser e o ter”.

      O conto nos mostra que o primordial não está no “ter”, mas no “ser”.

 

CARTA AO LEITOR: OS NOVOS REVOLUCIONÁRIOS - VEJA - COM GABARITO

 Carta ao leitor: Os novos revolucionários

      Os jovens dos anos 60 e 70 saíram de casa para protagonizar uma revolução de costumes jamais vista até então. Fizeram do rock’n’roll o gênero mais importante da música popular, descobriram as drogas e inventaram o amor livre. Esses revolucionários cresceram, casaram-se, viraram papais e mamães e… surpresa! Estão acompanhando atônitos outra revolução de costumes, completamente diferente daquela da qual eles participaram, mas igualmente jamais vista. Ela tem como protagonistas seus próprios filhos e ocorre onde? Dentro de suas próprias casas. […]

        Para traçar o perfil dos novos revolucionários, VEJA preparou esta edição especial sobre a juventude. Comandada pelo editor especial João Gabriel de Lima e pelo subeditor Ariel Kostman, uma equipe de 27 repórteres teve acesso a dezenas de pesquisas e trabalhos acadêmicos. Entrevistou psicólogos, sociólogos e educadores. E conversou, principalmente, com os jovens de hoje e os jovens de antigamente. […]

        Esta edição oferece dois presentes ao leitor. Um deles é esta versão interativa na internet. Todas Editoria de Arte as reportagens possuem uma complementação em formato multimídia. Uma vez plugado ao site, é possível ouvir trechos de entrevistas, ter acesso a trailers de filmes e a videoclipes, fazer testes e até montar uma rádio própria. A outra surpresa é o Jogo Veja da Verdade, que está disponível apenas na edição impressa. Elaborado por Milton Célio de Oliveira, responsável por alguns dos grandes sucessos de uma fábrica de brinquedos, o jogo se destina a testar quanto os filhos conhecem os pais e vice-versa. Pode ser jogado também entre ami- gos. Boa leitura, boa viagem na internet e bom jogo.

Carta ao leitor. Veja. Fonte: <http:// veja.abril.com.br/especiais/jovens/ carta_leitor.html>. Acesso em: 27 mar. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 160-1.

Entendendo a carta ao leitor:

01 – Como você deve ter percebido, esse texto também é uma carta.

a)   Quem a escreveu?

Apesar de não estar explícito, pode-se depreender que é alguém responsável pela publicação da revista, como o editor-chefe, por exemplo.

b)   A quem ela se dirige?

Aos leitores da edição especial da revista.

02 – A carta ao leitor visa justificar a edição especial da revista. Que argumentos são apresentados para isso?

      A carta ao leitor afirma que os pais dos jovens estão acompanhando, atônitos, uma revolução de costumes e que, por isso, procurou-se traçar um perfil da juventude atual, o qual foi publicado na edição especial da revista.

03 – Que outros atrativos descritos na carta procuram convencer o leitor a ler a edição especial da revista?

      No último parágrafo, o texto informa ao leitor que a edição é acompanhada de uma versão interativa na internet e de um jogo, disponível apenas na versão impressa.

04 – Com base na leitura do texto anterior e também do texto 4, explique as semelhanças e as diferenças entre uma carta do leitor e uma carta ao leitor. Depois, compartilhe suas observações com os colegas.

      Sugestão: A carta do leitor é um texto que o leitor envia para a redação de um jornal ou revista com a intenção de emitir sua opinião a respeito de algum conteúdo publicado em uma das edições. Já a carta ao leitor, inversamente, é um texto dirigido aos leitores de um jornal ou revista, produzido por um representante da redação, com o objetivo de justificar a publicação de determinados conteúdos, esclarecer polêmicas, apresentar o posicionamento do veículo a respeito de algum tema etc. Ambas são publicadas em seção específica.