domingo, 12 de setembro de 2021

ENTREVISTA: CRISE POLÍTICA E FRAGILIDADE DAS INSTITUIÇÕES AGRAVAM A VIOLÊNCIA - RICARDO MACHADO - COM GABARITO

 Entrevista: Crise política e fragilidade das instituições agravam a violência. Entrevista especial com Sérgio Adorno

 Por: Ricardo Machado | Edição: Vitor Necchi | 10 Março 2018

         Não há respostas simples para explicar a gênese da violência no Brasil, entende o cientista social Sérgio Adorno. “As raízes devem ser buscadas na colonização e em seus modos cruéis e rudes de dominação. No entanto, convém lembrar que a condenação da violência, em suas múltiplas formas, é um fenômeno moderno”, afirma.

        [...]

        Ainda não há consenso entre pesquisadores acerca do que sejam sociedades seguras. “Muitos de nós sustentam que, naquelas sociedades onde são menores as desigualdades sociais e há maior solidez institucional e reconhecimento das autoridades encarregadas de aplicar lei e ordem, as taxas de crimes, especialmente os violentos, são menores e não constituem uma preocupação exacerbada na agenda pública”, explica Adorno em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.

        Confira a entrevista.

        IHU On-Line – Quais são as raízes da violência no Brasil?

        Sérgio Adorno – Não há respostas simples. As raízes devem ser buscadas na colonização e em seus modos cruéis e rudes de dominação. No entanto, convém lembrar que a condenação da violência, em suas múltiplas formas, é um fenômeno moderno. No passado, seu emprego não era objeto de censura. Na era colonial, a propriedade da terra, fonte de poder e mando, se estendia a tudo o que gravitava em torno do patrimônio e de sua organização social – o patrimonialismo, inclusive o corpo das mulheres, dos escravos e das crianças. Tudo era concebido como uma espécie de extensão do poder senhorial.

        No mesmo sentido, empregar violência desmedida para extinguir inimigos, opositores políticos ou movimentos de protesto coletivo era recurso de poder legítimo. Ainda que saibamos que o presente não é mera repetição do passado, traços dessa cultura que associa violência – como se legítima fosse – ao poder social e político se atualizaram na cultura política brasileira, ao longo da história, concorrendo com a cultura política democrática que justamente apela para a tolerância, para o respeito às diferenças.

        IHU On-Line – Como compreender o signo da violência na sociedade contemporânea? Que dimensões – sutis e grotescas – estão em jogo?

        Sérgio Adorno – [...] No curso histórico, o Estado moderno é justamente a comunidade política que detém o monopólio legítimo do poder coercitivo, o que significa deter o monopólio das forças armadas e policiais, o monopólio da aplicação das leis – em especial as penais – e o monopólio fiscal. Pois bem, mais recentemente historiadores e sociólogos estão identificando, nas sociedades contemporâneas, um processo descivilizatório, marcado pela ruptura das regras de cortesia nas relações interpessoais – de que os xingamentos públicos de uns em relação aos outros e as agressões às identidades coletivas e pessoais são alguns dos sintomas mais notórios – e pelo enfraquecimento do Estado-nação por força do processo de globalização.

        [...]

        IHU On-Line – Por que a violência é algo que divide as pessoas? Como essa dinâmica reforça os processos de desigualdade?

        Sérgio Adorno – Ainda não há um consenso, entre pesquisadores e especialistas, em que de fato consistem sociedades seguras. Muitos de nós sustentam que, naquelas sociedades onde são menores as desigualdades sociais e há maior solidez institucional e reconhecimento das autoridades encarregadas de aplicar lei e ordem, as taxas de crimes, especialmente os violentos, são menores e não constituem uma preocupação exacerbada na agenda pública.

        [...] Quando alguns grupos sociais se sentem mais seguros do que outros porque são preferencialmente beneficiários da proteção estatal, temos um cenário de divisão.

        Exemplos são muitos. Por exemplo, veja a distribuição das taxas de homicídios entre os bairros de um município determinado. Nos bairros onde habitam preferencialmente cidadãos e cidadãs procedentes dos estratos médios e altos das hierarquias sociais, as taxas estão quase sempre abaixo da média local, regional ou nacional. O mesmo não ocorre nos bairros onde se concentram aqueles procedentes dos estratos socioeconômicos de baixa renda. Paradoxalmente, naqueles bairros de classes médias e altas, o medo do crime é exacerbado, e frequentemente os pobres são acusados de responsáveis pelos crimes e pela insegurança em geral. Nos bairros onde os pobres predominam, é comum observarmos a naturalização das mortes, como se fossem uma espécie de destino a ser cumprido.

        [...]

        IHU On-Line – A crise política e a fragilidade das instituições políticas agravam o problema da violência?

        Sérgio Adorno – Sim, seguramente. Principalmente quando desorganizam os serviços públicos, geram incertezas entre profissionais competentes e responsáveis e impedem alocação de recursos, modernização de equipamentos e de infraestrutura em geral. O resultado é sempre o enfraquecimento do poder institucional e o apelo, mais e mais, a medidas extralegais, à violência abusiva e a precipitação de medidas como a intervenção federal no Rio de Janeiro.

        IHU On-Line – Como a defesa intransigente da vida, como direito fundamental a todos os seres, independentemente da condição socioeconômica, conforma um paradigma capaz de reorganizar as dinâmicas da violência?

        Sérgio Adorno – Infelizmente, não se logrou ainda um consenso, mínimo que seja, a respeito de valores que não podem ser transgredidos, não importa em nome do quê. A vida, por exemplo. Temos visto, não apenas no campo da segurança pública, uma certa atitude de desprezo pela vida dos mais pobres, daqueles não alcançados pelas políticas públicas sociais distributivas. É como se aceitássemos, de bom grado, que uns devem morrer para que os “mais competentes” possam sobreviver. Questão indicativa de uma espécie de anestesia moral que se manifesta em alguns grupos socialmente privilegiados e que não revelam empatia e sequer compaixão com a vida e o destino social de milhares de famílias com seus filhos que, lamentavelmente, repetirão a trajetória trágica de seus pais.

        É preciso mudar esse cenário, transformar mentalidades, reconstruir princípios de vida associativa e cooperativa que ultrapassam as clivagens socioeconômicas, as desigualdades de poder. Trata-se de uma tarefa confiada às escolas e às universidades, aos formadores de opinião, aos gestores de redes sociais, aos governantes e políticos profissionais identificados com o bem comum, capazes de oferecer às próximas gerações uma qualidade de vida e de democracia superior.

MACHADO, Ricardo. Crise política e fragilidade das instituições agravam a violência. Entrevista especial com Sérgio Adorno. Revista Humanitas Unisinos On-line, Rio Grande do Sul, 10 mar. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2ScFJXu. Acesso em: 24 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 131-4.

Entendendo a entrevista:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Alocação: destinação (referente à economia); uso para tratar de destinação de dinheiro.

·        Clivagem: Divisão ou oposição existente entre grupos sociais ou étnicos (Sociologia).

·        Coercitivo: que reprime.

·        Descivilizatório: tornando(-se) bárbaro, bruto, selvagem.

·        Estrato: cada uma das camadas sociais mais ou menos segregadas entre si em decorrência de suas diferenças.

·        Extralegal: tudo que não é disciplinado por lei.

·        Gênese: origem.

·        Instituição política: estrutura política, estabelecida por lei, que rege os poderes Executivo e Legislativo.

·        Monopólio: controle exclusivo de toda ou de quase toda atividade.

·        Paradoxalmente: contraditoriamente.

02 – Releia o título da reportagem:

        Crise política e fragilidade das instituições agravam a violência. Entrevista especial com Sérgio Adorno.”

a)   Como o título da reportagem foi produzido?

Foi produzido com uma paráfrase de uma fala do entrevistado.

b)   O que o título antecipa em relação à entrevista?

Duas das causas que agravaram a violência.

03 – No primeiro parágrafo da reportagem, é feita a apresentação e a contextualização do entrevistado. Responda:

a)   Quem é o entrevistado?

O professor Sérgio Adorno.

b)   Por que ele foi convidado pela Revista Instituto Humanitas Unisinos On-line para ser entrevistado?

Porque é especialista em estudos sobre violência.

c)   Qual a relevância da análise do entrevistado sobre a violência no Brasil? Que fatos originaram essa entrevista?

A relevância da entrevista é compreender como se origina a violência, tendo em vista que há uma escalada em todo o país, com o agravante no Rio de Janeiro, que culminou na intervenção militar.

04 – Durante a entrevista, o pesquisador apresentou uma tese sobre a origem da violência no Brasil. Responda:

a)   Segundo o entrevistado, quais são as raízes da violência no Brasil? Explique.

As raízes vem desde a colonização e em seus modos cruéis e rudes de dominação, incorporando valores à cultura até os dias de hoje, embora o mundo não valide mais a violência para tomar o poder de terras.

b)   O que o contexto histórico da criação da nação brasileira revela sobre a herança cultural da violência no Brasil?

Os colonizadores, quando chegaram ao Brasil, usaram métodos cruéis de dominação. Na era colonial, a propriedade da terra era conseguida extinguindo inimigos, opositores políticos ou movimentos de protesto coletivo. Tudo isso era visto como um recurso de poder legítimo. Esses traços de violência se arraigaram na cultura brasileira.

05 – Por que o autor e outros pesquisadores defendem que estamos vivendo um processo descivilizatótio? O que isso significa na prática?

      O processo descivilizatório é marcado pela ruptura das regras de cortesia nas relações interpessoais. Na prática, isso se revela com as ofensas nas redes sociais, por exemplo, a intolerância no trânsito ou a agressão física porque a pessoa pensa diferente ou é de outra etnia ou orientação sexual.

06 – De acordo com o entrevistador, a dinâmica da violência reforça desigualdades sociais. Responda:

a)   Como são as sociedades mais seguras de acordo com muitos pesquisadores?

São aquelas em que há menos desigualdades sociais e há maior solidez institucional e reconhecimento das autoridades encarregadas de aplicar a lei e a ordem. Nesses países, as taxas de homicídio são menores ou quase inexistentes.

b)   Qual exemplo é dado para mostrar que a desigualdade social e os números de violência caminham lado a lado?

Nos bairros em que habitam pessoas de classes alta e média-alta, as taxas de violência estão sempre abaixo da média local, regional ou nacional. Em contrapartida, nos bairros em que se concentram as classes mais pobres, o índice de violência é quase sempre mais alto que a média.

c)   Por que há maior percepção da violência entre pessoas que vivem em bairros menos violentos que aquelas de lugares com as taxas mais altas?

Nos bairros de classes média e alta, o medo do crime é exacerbado e frequentemente os pobres são acusados de serem responsáveis pelos crimes e pela insegurança em geral. Nos bairros mais pobres, há uma naturalização das mortes, e a percepção da violência é menor.

07 – A entrevista é um gênero textual do campo jornalístico/midiático cuja composição é apresentação, contextualização do entrevistado e do tema, pergunta e resposta. Responda:

a)   Releia o primeiro parágrafo. É feita a apresentação do tema ou do entrevistado? O que essa escolha revela sobre o enfoque dado pela Revista IHU nessa entrevista?

Sim, é feita a apresentação do tema e do entrevistado. Essa escolha revela o enfoque da Revista IHU em discutir temas, não o currículo das pessoas, e apresentar a posição assumida sobre determinadas questões.

b)   Na contextualização do entrevistado, qual enfoque é dado à sua biografia?

É dado o enfoque sobre o trabalho feito pelo entrevistado no Núcleo de estudos da Violência (NEV).

c)   Como o tema é apresentado? No texto, estabelece-se relação com o currículo do entrevistado?

O tema é apresentado com trechos da fala de Sérgio Adorno sobre violência. Além disso, o texto estabelece relação com o currículo do entrevistado, que é referência em estudos sobre violência.

d)   Na parte da entrevista, o enfoque encontra-se mais na pergunta ou na resposta? Que papéis são alternados entre entrevistador e entrevistado? Explique.

O enfoque encontra-se mais na resposta. Isso porque o papel do entrevistador é perguntar o que for pertinente para informar o leitor, e o do entrevistado, fornecer resposta integral àquilo que foi perguntado.

08 – Releia a entrevista, observando a distribuição dos tempos verbais no texto. Responda:

a)   Em quais situações do texto os verbos são apresentados no presente do indicativo? Que efeito de sentido é produzido com esse uso?

O texto apresenta-se predominantemente no presente do indicativo. Esse uso produz efeito de atualidade às informações e aos argumentos apresentados.

b)   Em quais situações do texto os verbos são apresentados no pretérito perfeito? Que efeito de sentido é produzido com esse uso?

Na parte da entrevista, em que o entrevistado aborda o contexto histórico que ele trata sobre a gênese da violência. O efeito produzido foi retomar ações passadas e relacioná-las com o presente, tendo em vista que, em seguida, volta-se a usar o presente do indicativo.

 

 

 

TIRINHA: NÍQUEL NÁUSEA AMOR - FERNANDO GONSALEZ - COM GABARITO

 Tirinha: Níquel Náusea amor

 Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPplU_x8tdsIStIMe-JmOZrVJJJDAaS2A9ov2ZYC3HUasO5XiOQUuPvH4khP1dNqe4ZQ_tQJwAwC5Uqn2KYSpF4CiSm1eGdkDqAGOxzjaeRw8S8ozOoLCiR6mdzKyFbn0n66rlVZMNanA/s345/NIQUEL.jpg 





Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 167.

Entendendo a tirinha:

01 – O que provoca humor nessa tirinha?

      A suposição de uma das personagens a respeito de sua diferença em relação ao companheiro. O autor se aproveita da diferença existente entre dois pontos de vista para criar humor.

02 – Qual é a função da palavra “mesmo” no segundo quadrinho: adjetivo, advérbio ou conjunção? Como você chegou a essa conclusão?

      A função da palavra “mesmo” é ligar as orações no segundo quadrinho, significando “apesar de”, “embora”. Está sendo empregada na função de conjunção.

03 – A palavra “mesmo” inicia um pensamento que se soma ou que se opõe à ideia da oração anterior?

      Inicia um pensamento que se opõe à ideia anterior.

04 – “Mesmo” faz parte de uma oração dependente ou independente da anterior? Ela pertence a uma oração coordenada ou subordinada? Justifique sua resposta.

      Oração dependente da principal “Vamos casar”. Portanto, é subordinada a essa principal.

05 – Por que chamamos a oração iniciada pela palavra “mesmo” subordinada adverbial concessiva?

      Pelo fato de expressar uma ideia contrária àquela expressa na oração principal, mas incapaz de impedir que tal ideia se concretize.

06 – Transcreva o período composto do segundo quadrinho. Reescreva-o começando com a oração subordinada.

a)   Houve alguma alteração de sentido fazendo isso?

Mesmo você sendo branco de listras pretas e eu preta de listras brancas, vamos casar.

b)   Você precisou fazer alguma mudança na pontuação? Por quê?

Sim, colocar uma vírgula no fim da oração subordinada para marcar o deslocamento dessa oração com valor de adjunto adverbial, separando-a da oração principal

TIRINHA: MAFALDA POBREZA - QUINO - COM GABARITO

 Tirinha: Mafalda pobreza

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QUINO. Toda Mafalda: da primeira à última tira. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 166.

Entendendo a tirinha:

01 – Faça a descrição da fisionomia da personagem Mafalda nos quatro quadrinhos da tirinha, relacionando o semblante da menina ao seu estado emocional.

      No primeiro quadrinho, Mafalda se mostra curiosa ao se deparar com o homem sentado na esquina, que se assemelha a um mendigo; no segundo, seu semblante e as palavras denotam tristeza diante da pobreza; no terceiro, mostra-se indignada perante as coisas que são negadas aos pobres; no quarto, o semblante da menina revela surpresa em relação ao que a personagem Susanita diz.

02 – O que surpreende Mafalda na fala de Susanita?

      A solução que Susanita apresenta para a pobreza.

03 – Essa fala expressa preconceito por parte da personagem Susanita?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O tema do texto é a situação dos moradores de rua. Em relação a esse problema social, apresentam-se duas posições distintas. Identifique-as:

      Pessoas que passam as noites dormindo nas ruas, sob marquises, em praças, embaixo de viadutos e pontes são consideradas pessoas em situação de rua.

      Os “moradores de rua” são um grupo heterogêneo, isto é, pessoas que vêm de diferentes vivências e que estão nessa situação pelas mais variadas razões.

05 – Assinale a expressão que remete a elemento pertencente ao universo fora do texto:

a)   Um pobre.

b)   Coração apertado.

c)   Deviam dar.

d)   Bem-estar.

06 – Encontra-se registro da informalidade em:

a)   “Quando eu vejo um pobre […]”.

b)   “[…] fico com o coração apertado!”.

c)   “Pra que tudo isso?”.

d)   “Era só escondê-los!”.

07 – Transcreva a fala em que se percebe a omissão de uma continuidade oracional. Em seguida, cite-a:

     Fala: “Eu também”. Omissão: “fico com o coração apertado, quando vejo um pobre”.

08 – Em “Era só escondê-los!”, o pronome junto à forma verbal, grifado, substitui, considerando-se o contexto.

      Em “Era só escondê-los!”, o pronome junto à forma verbal, grifado, substitui, considerando-se o contexto: os pobres.

09 – Em sua opinião, essa tirinha é mais engraçada ou mais irônica?

      Resposta pessoal do aluno.

10 – Separe as orações que compõem a fala da personagem Mafalda no segundo quadrinho, classifique-as e explique o sentido que a conjunção subordinativa expressa nesse período. Veja:

        “Quando eu vejo um pobre, fico com o coração apertado!”

      Oração principal: [...] fico com o coração apertado!

      Oração subordinada adverbial temporal: Quando eu vejo um pobre [...]. Nesse período, a conjunção “quando” expressa temporalidade.

TIRINHA: ARMANDINHO TIJOLINHO - ALEXANDRE BECK - COM GABARITO

 Tirinha: Armandinho tijolinho


 Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir2fSbXkcWowAjCNDs7gcdABxD9Nt_TT9XQrxwDX7OphCcxAXn5FJ5SLlyT7tM7dFncdLAqyaLEDq6VTyoYHE9KtXUbHpnpjcQY1XQ4d_EF95aX2-uY-fJGC3WeuNR36HRzDMpoU2Qijk/s273/tijolinho.jpg 


BECK, Alexandre. Armandinho. Disponível em:
https://bit.ly/2rlTTnw. Acesso em: 24 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 137-8.

Entendendo a tirinha:

01 – Que sentido você infere nas falas “podemos construir os maiores muros!” e “podemos construir pontes!” dos personagens, nos dois últimos quadrinhos?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: As falas dos personagens são opostas, sendo possível inferir que a construção de muros, embora sirva de proteção, significa também limites, barreiras que se colocam entre as pessoas, distanciando-as umas das outras; já a expressão “construir pontes” pode significar elo, meio de ligação entre as pessoas para diminuir as distâncias e aproxima-las.

02 – De que modo essa tirinha conversa com o texto “Paz social”, de Gilberto Dimenstein, quando ele afirma que “paz é não ter medo de sequestradores. É nunca desejar comprar uma arma para se defender ou querer se refugiar em Miami”?

      A expressão “[...] construir os maiores muros!” pode estar associada a uma estratégia que muitas pessoas usam por pensarem que, construindo muros altos em suas casas, estarão mais seguras, protegidas contra a violência e menos expostas a sequestros, a roubos e a outros crimes.

03 – Como podem ser interpretados os dois primeiros quadrinhos se suprimirmos a fala de Armandinho e considerarmos apenas a fala da menina, transcrita a seguir, de modo que passem uma ideia positiva? Veja:

        “Pode parecer pouco, mas de tijolinho em tijolinho podemos construir os maiores muros!”

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Quantas orações compõem o período que constitui essa fala?

      Duas orações.

05 – Como podemos classifica-lo: composto por coordenação, composto por subordinação ou composto por coordenação e subordinação (período misto)?

      Composto por coordenação.

06 – A conjunção mas estabelece que tipo de relação entre as orações “Pode parecer pouco” e “mas de tijolinho em tijolinho podemos construir os maiores muros”?

      Relação de oposição, contraste.

CARTA ABERTA: PARA CONQUISTARMOS, LADO A LADO COM TODOS OS BRASILEIROS, [...] EMPRESÁRIOS - JORNAL DO TURISMO - COM GABARITO

 Carta Aberta: Para conquistarmos, lado a lado com todos os brasileiros, a nação que sonhamos, o Rio é a primeira fronteira

   

Senhor Presidente,

        Esta é uma mensagem de cariocas de nascimento e de coração em defesa da urgência e da continuidade do apoio federal à segurança do Rio de Janeiro. Sabemos que o seu Governo tem muitos problemas a resolver, entre eles o desemprego e a retomada do crescimento sustentável. Mas fica muito difícil estimular investimentos que gerem empregos, renda e arrecadação num quadro tão sombrio de violência. A cidade do Rio de Janeiro, vitrine do Brasil diante do mundo, hoje figura no noticiário internacional da pior maneira. E quando o Rio vai mal, isso prejudica o pais inteiro. Não dá mais para esperar. Segurança não é coisa que se adie. Sobretudo porque o Rio tem tudo para se tornar um exemplo de bravura, criatividade e poder de recuperação em circunstâncias tão adversas.

        A cidade recebeu recentemente investimentos de cerca de R$ 25 bilhões em expansão da rede de transportes, novas arenas de eventos, museus, revitalização urbana e muito mais. Incorporamos mais 30 mil quartos de hotel e, graças ao dinamismo de grandes e pequenos empreendedores, novas atrações estão para acontecer.

        Os signatários desta mensagem, fundados na experiência adquirida ao transformar sonhos em realizações altamente mobilizadoras no decorrer de suas trajetórias profissionais, têm a certeza de que o turismo é a alavanca para o resgate da cidade, e estão trabalhando intensamente para isso. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, se o número de turistas aumentar em 20%, o impacto positivo na economia carioca será de R$ 6 bilhões e 98 mil postos de trabalho serão criados. Mais turistas se traduzem em mais escolas, mais empregos, mais recursos para a saúde, melhores serviços à população. Tudo isso em curto prazo, porque a receita do turismo é instantânea.

        A sedução dos grandes eventos é uma estratégia de recuperação já testada com pleno sucesso. O Carnaval, o Réveillon e o Rock in Rio motivam grande parte dos turistas que visitam nossa cidade. E eles querem voltar. A intenção de novas visitas foi expressa por 94% dos residentes no pais e 87% dos que residem no exterior. Contudo, a crescente percepção da insegurança pode botar tudo a perder. E a primeira perda será a da esperança do povo no esforço da reconstrução nacional.

        Senhor Presidente, nós, cariocas, estamos realizando nossa parte. É fundamental que o Governo Federal faça a sua. Já não bastam medidas paliativas. A situação requer ações imediatas, abrangentes e decisivas, em sintonia com as autoridades locais, para garantir proteção permanente a moradores e visitantes. Sem o engajamento profundo e duradouro do seu governo, será em vão qualquer esforço. Fique certo de que estamos preparados para retribuir o apoio da União com trabalho sério, capital produtivo e confiança inabalável no poder do fazer. Juntos, vamos virar este jogo!

        Respeitosamente,

        Boni-José B. de Oliveira Sobrinho / Paulo Manoel Protasio / Ricardo Amaral / Roberto Medina

EMPRESÁRIOS publicam carta aberta contra violência no Rio. Jornal do Turismo, 15 maio 2017. Disponível em: https://bit.ly/2RigvXx. Acesso em: 24 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 143-4.

Entendendo a carta aberta:

01 – Leia o quadro e responda às questões.

        A carta aberta é um gênero textual epistolar que tem como objetivos informar, instruir, alertar, protestar, reivindicar ou argumentar sobre determinado assunto.

        Seu destinatário pode ser um conjunto de pessoas, entidade ou representante de governo, como na carta que você estudou. É um instrumento importante de participação social e política, porque apresenta temas de interesse social e coletivo.

        Para que seja compreensível a todas as pessoas, não pode ser longa e deve apresentar linguagem clara e objetiva. Além disso, o registro linguístico é formal, e deve-se fazer uso das regras da norma culta da língua.

a)   Por que os signatários da carta aberta resolveram produzir esse gênero textual e não uma carta endereçada diretamente ao presidente da República? Explique.

Porque chamam os demais cariocas a compartilharem da reivindicação deles. Isso fica evidente pelo título da carta aberta.

b)   Qual(is) foi(ram) o(s) objetivo(s) de produção dessa carta? Esse objetivo foi alcançado? Explique.

Os objetivos foram protestar, informar as pessoas e argumentar em favor de uma reivindicação. A reivindicação não foi atendida de imediato, mas posteriormente, em 2018, teve início a intervenção militar.

c)   O interesse social e coletivo apresentado nessa carta aberta abrange todos os moradores da cidade do Rio de Janeiro? Explique.

Nem todos, pois há moradores que não vivem nem usufruem do retorno financeiro que o turismo e a indústria do entretenimento arrecadam.

02 – O primeiro parágrafo consiste na contextualização do problema e na apresentação da tese dos signatários da carta aberta. Responda:

a)   Quais fatos os signatários apresentam na contextualização?

O Brasil passa por uma crise econômica grande, precisando de mais investimentos e de criação de trabalho e renda. Em contrapartida, o Rio de Janeiro tem sido notícia em jornais de todo o mundo, por causa da situação de violência descontrolada.

b)   Qual é a tese defendida pelos signatários no que diz respeito ao quadro de violência do Rio de Janeiro e a relação com a economia?

Diante da crise econômica pela qual passa o país, a violência tem sido um entrave para a melhoria dos negócios e estímulo de investimento no Rio de Janeiro.

c)   Em sua opinião, além do aspecto econômico, que outros aspectos da vida dos cariocas a violência atinge? Por que os signatários se restringem apenas a esse aspecto? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

03 – No segundo, terceiro e quarto parágrafos, os signatários apresentam argumentos para sustentar a tese apresentada por eles. Reproduza o quadro a seguir e preencha-o com as informações solicitadas.

·        Argumento de princípio: “Mais turistas se traduzem em mais escolas, mais empregos, mais recursos para a saúde, melhores serviços à população.”

·        Argumento de comprovação: “[...] se o número de turistas aumentar em 20%, o impacto positivo na economia carioca será de R$ 6 bilhões e 98 mil postos de trabalho serão criados”. / “A intenção de novas visitas foi expressa por 94% dos residentes no país e 87% dos que residem no exterior”.

·        Argumento de autoridade: “Os signatários desta mensagem, fundados na experiência adquirida ao transformar sonhos em realizações altamente mobilizadoras no decorrer de suas trajetórias profissionais, têm a certeza de que o turismo é a alavanca para o resgate da cidade, e estão trabalhando intensamente para isso”. / “Segundo a Fundação Getúlio Vargas, se o número de turistas aumentar 20%, o impacto positivo na economia carioca será de R$ 6 bilhões e 98 mil postos de trabalho serão criados”.

·        Argumento de exemplificação: “O Carnaval, o Réveillon e o Rock in Rio motivam grande parte dos turistas que visitam nossa cidade. E eles querem voltar”.

·        Argumento de causa: “A cidade recebeu recentemente investimentos de cerca de R$ 25 bilhões em expansão da rede de transportes, novas arenas de eventos, museus, revitalização urbana e muito mais”. / “Incorporamos mais 30 mil quartos de hotel”.

·        Argumento de consequência: “[...] graças ao dinamismo de grandes e pequenos empreendedores, novas atrações estão para acontecer”.

04 – No primeiro parágrafo, os signatários solicitam a continuidade de apoio federal na segurança do Rio de Janeiro e na conclusão reiteram a solicitação de engajamento profundo do governo. Responda:

a)   Embora os signatários não citem abertamente as ações que esperam do governo federal, o que é possível deduzir sobre as medidas exigidas de “proteção permanente a moradores e a turistas”?

Ajuda com as Forças Armadas e soldados da Força de Segurança Nacional, para proteger moradores e turistas; apoio para prender os chefes de quadrilhas, entre outras.

b)   O que os signatários quiseram dizer com “Já não bastam medidas paliativas”? Pesquise a palavra “paliativa” no dicionário, se considerar necessário.

Paliativo é algo que melhora a situação momentaneamente, mas não é capaz de resolver o problema. Então, é possível que tenham afirmado não quererem uma ação para dar resposta à carta ou em momentos de eventos, mas uma solução definitiva.

c)   Em sua opinião, que relação pode haver entre a solicitação dessa carta aberta e a intervenção militar ocorrida na cidade quase um ano depois? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

d)   A que moradores do Rio de Janeiro os signatários dizem representar? Que posição social ocupam na sociedade carioca?

Os moradores de sua classe social e do segmento que representa, que são empresários e pessoas que trabalham no ramo do turismo e entretenimento.

 

 

 

 

TIRINHA: DOLCE FAR NIENTE - CLARA GOMES - COM GABARITO

 Tirinha: Dolce far niente

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Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 108.

Entendendo a tirinha:

01 – Em que consiste o humor dessa tirinha?

      Consiste no uso ambíguo do verbo fritar, associado ao termo cérebro no último quadrinho e relacionado à fala do segundo quadrinho, quando o personagem afirma que vai assistir aos canais de culinária.

02 – O termo fritar, empregado pelo personagem no último quadrinho, está em sentido denotativo ou conotativo? Que sentido tem esse verbo nessa fala?

      Sentido conotativo. O verbo fritar, pode ser interpretado como “enfastiar, saturar-se, entediar, chegar aos limites da resistência ou tolerância”.

03 – Identifique e copie da tirinha a expressão em que se verifica o emprego da crase e justifique o uso desse acento grave que marca na escrita a contração da preposição a com o artigo a.

      Expressão à toa. Trata-se de uma locução adverbial que contém a (contração da preposição a com o artigo a).