domingo, 2 de junho de 2019

MÚSICA: BRINQUEDO TORTO - PITTY - COM QUESTÕES GABARITADAS


Música: Brinquedo Torto
                                                  Pitty
Esqueci as regras do jogo
E não posso mais jogar
Veio escrito na embalagem
Use e saia pra agitar
Vou com os outros pro abate
O meu dono vai lucrar
Seja cedo ou seja tarde
Quando isso vai mudar?

Não me diga: "eu te disse"
Isso não vai resolver
Se eu explodo o meu violão
O que mais posso fazer?
Isso é tão desconfortável
Me ensinaram a fingir
E se eu for derrotado
Nem sei como me render

E eu me vendo como um brinquedo torto
E eu me vendo como uma estátua(x2)

Esqueci as regras do jogo
E não posso mais jogar
Veio escrito na embalagem
"Use e saia pra agitar"
Vou com os outros pro abate
O meu dono vai lucrar
Seja cedo ou seja tarde
Quando isso vai mudar?

E eu me vendo como um brinquedo torto
E eu me vendo como uma estátua.

                                      Composição: Pitty
Entendendo a canção:
01 – A letra desta canção é muito crítica, desprovida de simbolismo. Que tema aborda?
      A prostituição.

02 – Que tipo de narrador encontramos na canção. Copie um verso que afirme sua resposta.
      Ela é escrita em primeira pessoa do singular. “Esqueci as regras do jogo”.

03 – O que a personagem diz esquecer-se?
      Das regras do fogo, do jogo social, do jogo da vida.

04 – Como a personagem diz se sentir?
      Sente que não pode mais jogar. Sente-se descartada.

05 – Por que a personagem se acha “um brinquedo torto”?
      Porque ela se vende como um objeto quebrado, como uma peça sem importância, uma estátua sem sentimentos e sem noções.

                                      (Análise: Eduardo Rezende).
     

POEMA: POÉTICA - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

Poema: Poética
               Manuel Bandeira

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis.

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare.

--- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

                        Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 2. ed.
Rio de Janeiro: J. Olympio, 1970. p. 108.
Entendendo o poema:

01 – Se necessário, utilize o dicionário, e de o significado das palavras abaixo:
·        Vernáculo: relativo à língua genuína, pura.
·        Ritmo: no poema, com o sentido também de métrica.
·        Barbarismos: erros gramaticais relativos à palavra, inclusive emprego de palavras estrangeiras.
·        Pungente: que causa sofrimento ou aflição.
·        Clowns: palhaços.

02 – Assinale a alternativa FALSA sobre o poema acima:
a)   No texto, a forma exterior contradiz o conteúdo que expressa.
b)   O texto retoma, radicalizando-a, a noção de poesia própria do Romantismo.
c)   Somente a libertação total do rigor das regras poéticas e da obediência a modelos permite a expressão do “profundo sentir”, segundo “Poética”.
d)   Os versos de Bandeira exprimem a reação ao exagero formal que esvaziara o conteúdo poético dos poemas.
e)   O significado desse versos se opõe à concepção de poesia da escola parnasiana.

03 – O uso do vocábulo “antes” no verso “Quero antes o lirismo dos loucos”:
a)   Indica tempo anterior.
b)   Pressupõe a existência de um lugar anterior.
c)   Sugere uma ação passada num tempo passado.
d)   É equivalente ao emprego de “nesse interin” e “nesse meio tempo”
e)   Remete à ideia de preferência.

04 – Qual das características presentes nas alternativas abaixo é mais clara no poema de Bandeira?
a)   Liberdade formal.
b)   Originalidade linguística.
c)   Crítica aos estilos do passado.
d)   Procura de novos temas.
e)   Tentativa de originalidade.

05 – Além da função poética sempre presente na poesia, quais as outras funções de linguagem mais predominantes no texto?
a)   Função apelativa, pois o emissor refere-se constantemente ao destinatário e referencial.
b)   Função metalinguística, pois discute a própria linguagem utilizada pelo emissor e função emotiva.
c)   Função referencial, pois a mensagem é centrada no contexto e o emissor procura fornecer informações da realidade e função fática.
d)   Função fática, pois o canal é posto em destaque pelo emissor e função metalinguística.
e)   Função emotiva, pois mensagem é centrada nas opiniões e emoções do emissor e função apelativa.

06 – Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:
a)   Critica o lirismo louco do movimento modernista.
b)   Critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c)   Propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
d)   Propõe o retorno do movimento romântico.
e)   Propõe a criação de um novo lirismo.


FÁBULA: A RAPOSA E O GALO - ESOPO - COM GABARITO

Fábula: A raposa e o galo
           Esopo

        A raposa encontrou o galo e lhe propôs uma aposta:
        -- Compadre, vamos ver quem passa mais tempo com os olhos fechados?
        -- Vamos! – topou o galo.
        Então a raposa fechou os olhos, e o galo fechou um e deixou o outro aberto.
       A raposa, que estava procurando um momento para abocanhar o galo, abriu os olhos e o viu com um olho fechado e outro aberto. Reclamou:
        -- Compadre galo, é pra fechar os dois olhos!
        -- Não, comadre raposa! Com um amigo incerto é um olho fechado e outro aberto! ...

        MORAL: "Com um amigo incerto é um olho fechado e outro aberto! ...".

                                                                     Fábula de ESOPO

Entendendo a fábula:

01 – Quais são os personagens dessa fábula?
      A raposa e o galo.

02 – A raposa e o galo sendo animais (aves), são personagens do texto por que:
a)   Antigamente os animais falavam.
b)   Na história, eles agem, falam e raciocinam como se fossem pessoas.
c)   O texto fala sobre eles.

03 – Como o autor caracteriza o galo?
      Como esperto e desconfiado.

04 – Numa fábula há sempre uma crítica a determinado tipo de comportamento, que se deveria evitar. Na fábula A raposa e o galo, a crítica refere-se a que tipo de atitude?
      Ao fato da raposa tentar enganar o galo, para devorá-lo.

05 – Qual o desfecho (situação final) da fábula?
      O galo ficou com um olho aberto e viu que a comadre raposa estava com os dois olhos abertos pronta para devorá-lo.

06 – Qual a moral da fábula?
      “Com um amigo incerto é um olho fechado e outro aberto!”.


SONETO: CAMINHO - CAMILO PESSANHA - COM QUESTÕES GABARITADAS


Soneto: CAMINHO


Tenho sonhos cruéis; n’alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...

Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...

Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.

Porque a dor, esta falta d’ harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d’agora.

                Camilo Pessanha. Biblioteca Ulisséia de Autores Portugueses, p. 37.

Entendendo a poesia:
01 – Os movimentos poéticos parnasiano e simbolista diferem em diversos aspectos. Porém, a partir do texto acima, percebemos que ambos apresentam semelhança quando:

a) Exaltam o caráter subjetivo da poesia.
b) Apresentam uma predileção pela forma do soneto.
c) Expressam o pessimismo e a dor do poeta pela existência.
d) Retomam elementos da tradição romântica.
e) Privilegiam o misticismo e a religiosidade.

02 – O caráter lírico da poesia lido advém sobretudo da exposição dos sentimentos do eu lírico. Observe algumas das imagens do poema: “sonhos cruéis”, “alma doente”, “medo”, “saudades do presente”, “véu escuro”, etc. Como se sente o eu lírico diante da vida e do mundo?
      Nota-se que o “eu lírico” não se separa da saudade por estar agarrado ao presente, e o poeta, de alma doente, viaja ao futuro por um caminho cheio de arestas.

03 – O tempo predominante na poesia é o presente, como se verifica pelas formas verbais “tenho”, “sinto”, “vou”, “alumia” e outras. No entanto, na primeira estrofe, o eu lírico faz uma projeção para o futuro, nestes versos:
          “Vou a medo na aresta do futuro,
          Embebido em saudades do presente...”

a)   Que contradição reside nas “saudades” sentidas pelo eu lírico?
O fato de, no futuro, ele sentir saudades do presente, ou seja, saudades da dor que o oprime.

b)   Logo, o futuro representa uma perspectiva para o eu lírico?
Não, no futuro ele vai sentir saudades do presente, e no presente não consegue eliminar a dor que sente no peito. Assim, o eu lírico é um ser deslocado e sem perspectiva.

04 – A dor, a angústia e o sofrimento são elementos constantes na poesia de Camilo Pessanha. Não se trata, contudo, de uma dor de natureza amorosa.
a)   Qual é a natureza da dor vivida pelo eu lírico?
A dor de existir.

b)   De acordo com as ideias da poesia, que interpretação pode ser dada ao verso “Sem ela (a dor) o coração é quase nada”?
A dor é a essência do coração humano, logo, para o eu lírico a vida resume num jogo, cujo objetivo é expulsar a dor do peito, sendo porém ela a própria razão desse jogo.

05 – A poesia de Camilo Pessanha é valorizada pela riqueza sonora e musical e pela originalidade de suas imagens. Tais qualidades podem ser encontradas também na poesia “Caminho”? Justifique.
      Destacam-se as aliterações, com fonemas oclusivos na segunda estrofe (fonemas /d/ e /k/), e imagens ricas como “Vou a medo na aresta do futuro”, ao desmaiar sobre o poente / Cobrir-me o coração dum véu escuro!", entre” outros.


ARTIGO DE OPINIÃO: MULHERES INSUSTENTÁVEIS - GILBERTO DIMENSTEIN - COM GABARITO

Artigo de Opinião: Mulheres insustentáveis
              GILBERTO DIMENSTEIN

 O culto à magreza seria colocado no mesmo patamar das campanhas contra o fumo e a bebida

  O PARLAMENTO espanhol aprovou, na semana passada, lei que proíbe publicidade, na TV, com exaltações ao "culto do corpo" –a proibição vale das 6h às 22h, destinada, supostamente, a proteger crianças e adolescentes. A decisão radical dos espanhóis coincide com o mês no Brasil em que os desfiles de moda no Rio e em São Paulo colocam ainda mais alto no pedestal seres esqueléticos, apresentados como padrão máximo de beleza.
        O argumento que sensibilizou os parlamentares espanhóis: "a publicidade que associa a imagem do sucesso com fatores como peso ou estética incita a discriminação social pela condição física". Esse tipo de argumento sensibiliza também políticos da França, onde tramita uma lei determinando que todos os anúncios com mulheres e homens retocados tenham uma advertência sobre a falsidade da fotografia. O culto à magreza seria colocado, portanto, no mesmo patamar das campanhas contra o fumo e a bebida.
Considere-se ou não papel do poder público meter-se nesse tipo de publicidade, o fato é que se espalha pelo mundo, inclusive no Brasil, uma reação contra as mulheres insustentáveis, cujos corpos só se mantêm (salvo questões genéticas) na base da faca e consumo insalubre de alimentos. 
        Sempre houve, na história da humanidade, padrões de beleza. O problema é que, agora, juntaram-se à cultura das celebridades, o culto do narcisismo, a visão cada vez mais imediatista dos jovens e as óbvias questões de saúde para alcançar determinado tipo de padrão de beleza, tudo isso embalado pela publicidade.
A cultura da celebridade é visível nos meios de comunicação, onde as entrevistas de modelos, repletas de asneiras e banalidades, ganham destaque.
        Isso se traduz, por exemplo, nos casos cada vez mais frequentes de anorexia e bulimia que chegam aos consultórios médicos. Ou nas cirurgias plásticas feitas por crianças e adolescentes, quase todas por motivos estéticos, em sua maioria lipoaspiração. Somos um dos países campeões do mundo em cirurgia plástica: proporcionalmente estamos empatados com os americanos.
        O último dado disponível: das 650 mil cirurgias realizadas no país, 15% são feitas em crianças e adolescentes. Psicólogos me informam que, muitas vezes, há estímulo paterno. 
        Uma pesquisadora de Harvard (Susan Linn) publicou recentemente estudo mostrando a relação entre excesso de publicidade e distúrbios alimentares (da obesidade à anorexia) entre crianças e adolescentes americanas -ela também mostrou a relação entre marketing e sexo precoce. 
        Sou dos que defendem que a publicidade deve ser responsável e fiscalizada pela sociedade e, em certos casos, limitada. O perigo é imaginar que limitar a publicidade ajuda muito. O exemplo do pai exagerando na bebida é muito mais poderoso para o filho do que todos os anúncios. 
        Há um consenso entre psicólogos e educadores de que a doença das mulheres insustentáveis é um problema de educação de valores.
        Todos sabem que a adolescência é uma fase de desconforto, na qual se testam, como em nenhum outro período, limites e frustrações, em meio a crises de baixa autoestima. Também todos sabem que vivemos uma época da busca imediata do prazer, tudo tem de ser em tempo real, num estímulo constante ao consumo.
        A psicóloga Rosely Sayão lembra que, nesse contexto, são reverenciadas, por causa do imediatismo, as drogas legais e ilegais. Muito mais rápido do que fazer terapia é empanturrar-se de alguma pílula contra ansiedade. A tristeza é medicalizada, como se não fizesse parte do cotidiano é como se devêssemos sempre parecer algum personagem sorridente de revista de celebridades ou parte de um anúncio, com a família feliz, de caldo de galinha.
        Entrar na faca é bem mais rápido do que mudar a alimentação ou ficar malhando. Psicólogos alertam que o problema é bem mais fundo do que a necessidade de malhar ou controlar a alimentação –e aí entra a necessidade de educação de valores, uma das preocupações das escolas mais sérias. 
        Educação de valores significa discutir o que significa beleza e aprender a relativizar a estética afinal, beleza pode ser simplesmente a pessoa se conhecer e se gostar. Em síntese, sentir-se bem, apesar das limitações e imperfeições. 
        É bem mais fácil e rápido (e menos eficiente) tirar do ar a publicidade das anoréxicas profissionais do que manter, nas escolas, na família e nos meios de comunicação, um debate sobre o que é essencial na existência.
        Mas o fato é que, para muitos, mulheres insustentáveis são feias. 
        PSAs escolas deveriam aproveitar a obrigatoriedade do ensino de filosofia (o que considero um avanço) para discutir esse tipo de assunto. Seria uma encantadora aula mostrar a evolução do corpo desde os tempos gregos. Se Marilyn Monroe fosse procurar emprego hoje, certamente alguém a mandaria se internar no SPA.
São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 2010 

Entendendo o texto: 

01 – Com relação ao título, responda:

a)   O título antecipa o tema do texto?
Sim, porque o texto fala de mulheres que não se sustentam de tão magras; isso fica claro no 2º e 3º parágrafos. Obs.: se a pergunta for feita antes da leitura do texto, a palavra pode ser tomada no sentido econômico, significando mulheres que ninguém consegue sustentá-las, porque gastam muito.

b)   Quais as relações de sentido entre o título e o texto?
Há relações em todo o texto: ao falar dos corpos que não se sustentam, das cirurgias de lipoaspiração, do número de cirurgias realizadas no país, da educação de valores etc.

c)   A definição de “insustentável” encontrada no dicionário coincide com a explicação dada pelo autor para as “Mulheres insustentáveis” do texto? Explique.
Mostrar que há outras acepções do termo, mas “que não se pode sustentar” é a empregada no texto.

02 – No primeiro parágrafo, o autor se refere a dois fatos:
a)   Quais são eles?
1 – O Parlamento espanhol que aprovou lei que proíbe publicidade na TV, com exaltações ao “culto ao corpo”.
2 – A lei francesa determinando que todos os anúncios com mulheres e homens retocados tenham uma advertência sobre a falsidade da fotografia.

b)   Que relações se estabelecem entre os fatos apresentados?
Observar que ambos tratam do exagero do culto ao corpo e do uso da publicidade.

c)   Por que o autor se refere aos dois fatos?
Podem surgir várias respostas, tais como: usar dois argumentos para fundamentar a tese proposta, considerar que os dois fatos falam do papel poder público (2º parágrafo).

03 – Que argumento fundamenta a Lei Espanhola?
      “A publicidade que associa a imagem do sucesso com fatores como peso ou estética incita a discriminação social pela condição física”.

04 – Como a França reagiu ao assunto?
      Criou uma lei e colocou o culto à magreza no mesmo patamar das campanhas contra o fumo e as bebidas.

05 – Podemos afirmar que o terceiro parágrafo trata: do poder da propaganda, das relações entre o poder público e a sociedade e da reação da sociedade. Que trechos do parágrafo confirmam ou não essas afirmativas?
      Sim, porque fala da interferência ou não do poder público e da reação contra as mulheres insustentáveis.

06 – “Sempre houve, na história da humanidade, padrões de beleza”. Que argumentos o autor usa para mostrar que “agora” o problema se agravou?
      Observar que praticamente todo o parágrafo é construído pelos argumentos.

07 – Cite pelo menos três consequências da “Cultura das celebridades”.
      O parágrafo é constituído de frases contendo as consequências: casos frequentes de anorexia, cirurgias plásticas em crianças e adolescentes por motivos estéticos e o fato do país ser um dos campeões em cirurgias plásticas.

08 – De que outro recurso o autor lança mão para fundamentar sua argumentação?
      O autor cita um dado sobre as pesquisas (650 mil cirurgias realizadas) e 15% em crianças e adolescentes.

09 – Que solução o autor aponta para diminuir o problema abordado no texto?
      Mostra a necessidade da educação de valores: discutir o conceito de beleza e relativizar a estética.

10 – Observe o uso das aspas nos trechos a seguir e responda se elas foram usadas com o mesmo objetivo nas duas ocorrências:
a)   O Parlamento espanhol aprovou, na semana passada, lei que proíbe publicidade na TV, com exaltações ao “culto do corpo” – a proibição vale das 6hs às 22hs, destinada, supostamente, a proteger crianças e adolescentes.
b)   “A publicidade que associa a imagem do sucesso com fatores como peso ou estética incita a discriminação social pela condição física”.
      Chamar atenção dos alunos para o uso diferente das aspas. Na letra “a”, marca o sentido conotativo da expressão empregada. Na letra “b”, refere-se ao argumento que sensibilizou os espanhóis e levou à criação da lei.

11 – O professor relê com os alunos o fragmento da questão 10, letra (a), e pede-lhes que digam qual termo foi usado para indicar que o que se diz sobre a proibição não é a opinião do autor do texto.
      Espera-se que o leitor perceba que o termo “supostamente” não consta da lei.

sábado, 1 de junho de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): ESPELHO - DIOGO NOGUEIRA - COM GABARITO

Música: Espelho
Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje95-8Ii-8yWez-SpAyVQKveHIkeh4QQltgEZ7DhUj6J7_dJpmqKAo0pc9FfHGdgt_5cmzx-Ftko3ixkGjuVzh0OwDUQ6Q1seutdUj1bnv4SospgFCvcRvOgG-paBky6Y-Zg5eZKnoYftGX8eERlfSxg9b0OsOCWBpDTxVnR_-NgDOcIFbJeES0sDf/s320/DIOGO.jpg 


                      Diogo Nogueira

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar

               Composição: João Nogueira / Paulinho Pinheiro
Entendendo a canção:

01 – Qual o tema abordado na canção?
      Saudades de seu pai e dos melhores dias no subúrbio.

02 – A que se refere o narrador quando diz ter nascido “nos melhores dias do subúrbio”?
      Que quando criança vivia no subúrbio, onde podia brincar na rua, jogar bola, mesmo sendo um lugar que faltava infraestrutura (energia elétrica, água encanada, esgoto, coleta de lixo, etc.), havia segurança e as pessoas eram mais felizes.

03 – Quando era pequeno, com que sonhava o menino?
      Sonhava em andar e, pilotar um pássaro de aço (avião).

04 – O pai do narrador foi compositor? Retire do texto um verso que comprove sua resposta.
      Sim, como comprova o seguinte verso: “É de fazer canções como as que fez meu pai”.

05 – Que fato fez com que os sonhos e planos do menino tomassem outro rumo?
      O fato de seu pai ter falecido.

06 – Logo que se tornou adulto, o menino largou os estudos para sustentar a família. Na busca pelo sustento, se transformou em poeta e seguiu os passos do pai. Tornando-se, por isso, um reflexo da imagem paterna. Nessa etapa da vida, qual é o maior medo do poeta?
      O medo é decepcionar seu velho pai, não sendo tão bom como ele.

07 – No verso “Mas tão habituado com o adverso”, que expressão poderia substituir o termo sublinhado?
      Por ser: avesso ou contrário; inconveniente, desfavorável ou prejudicial.

08 – Esta canção pode ser considerada uma autobiografia do compositor Diogo Nogueira?
      Sim, pois ele é filho de João Nogueira, cantor e compositor conhecido pelo suingue característico de seus sambas.