quarta-feira, 8 de agosto de 2018

EXERCÍCIOS SOBRE SUBSTANTIVOS PARA ENSINO FUNDAMENTAL - COM GABARITO


EXERCÍCIOS SOBRE SUBSTANTIVOS


01 – Separe, das frases abaixo, os substantivos próprios e os comuns, escrevendo-os no quadro.
a) O motorista do ônibus era Antônio.
b) O Jornal do Brasil deu a notícia do assalto.
c) Os legumes caíram no chão.
d) Benito, Iara e Marli já leram o texto em Recife.
e) Era sempre festa quando o professor Celso chamava os sobrinhos e os netos para contar-lhes histórias.
f) Cláudia, Helena, José e Joaquim atendiam ao avô, com muita alegria.
g) Eles gostavam de ouvir as mesmas lendas: Saci Pererê, Negrinho do Pastoreio.
h) As lendas de índios e as histórias fantásticas dos escravos trazidos da África eram as histórias preferidas.

Substantivos Próprios:
Antônio – Jornal do Brasil – Benito – Iara – Marli – Recife – Celso – Cláudia – Helena – José – Joaquim – Saci-Pererê – Negrinho do Pastoreio – África.                        
Substantivos Comuns:
Motorista – ônibus – notícia – assalto – legumes – chão – texto – festa – professor – sobrinhos – netos – histórias – avô – alegria – lendas – índios – escravos.

02 – Leia com atenção as frases abaixo e separe os substantivos concretos e os abstratos que encontrar.
a. Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.
b. A paz é fruto da justiça.
c. Os passarinhos formam seus ninhos com palha e gravetos.

Substantivos Concretos: 
Coruja – águia – passarinhos – ninhos – palha – gravetos – fruto.       
                
Substantivos Abstratos:
Briga – pazes – paz – justiça.

03 – Encontre os substantivos primitivos que dão origem aos derivados abaixo:
Pobreza – Pobre.                            Leiteiro – Leite.             
Porteiro – Porta.                              Paliteiro – Palito. 
Ansiedade – Ânsia.                         Mangueira – Manga.
Cavaleiro – Cavalo.                        Peixeiro – Peixe.
Cachorrada – Cachorro.                 Camponesa – Campo.
Asneira – Asno.

04 – Forme substantivos derivados de:
Pedra – pedreiro – pedreira.
Sol – solar.
Livro – livraria.
Rio – riacho.
Flor – floricultura.
Rei – reino.
Jardim – jardineiro.    
Banana – bananeira – bananada.
Mar – maresia.
Máquina – maquinário.
Jornal – jornaleiro – jornalista.
Dia – diário.

05 – Assinale com (P) as frases em que os substantivos destacados são Próprios, com (C) os Comuns e com (A) os Abstratos.
a. (P) A revista Veja é uma das revistas mais lidas no Brasil.
b. (C) Precisamos comer peixes.
c. (A) Amor de mãe é infinito.
d. (A) Inteligência é algo fundamental.
e. (C) O livro está sobre a mesa.
f. (A) A pobreza da alma causa pena.
g. (A) Sua coragem me impressiona.
h. (C) O pobre menino não tinha mãe.
i. (P) Manoel sempre foi um menino estudioso.
j. (P) O Rio de Janeiro continua lindo.

06 – Complete as frases:
a) Amazonas, São Francisco e Tietê são nomes de rios brasileiros.
b) Brasília, Belo Horizonte, Cacoal e Pimenta Bueno são nomes de cidades.
c) Mônica, Eduardo, José Ricardo, Maurício e Ana são nomes de pessoas.
d) Calculadora, celular, relógio, máquina fotográfica, caneta e lápis são nomes de objetos.

07 – Reescreva, no quadro a seguir, os nomes citados no exercício 6, separando-os conforme sua classificação.
Substantivos próprios:                             
Amazonas – São Francisco – Tiete – Brasília – Belo Horizonte – Cacoal – Pimenta Bueno – Mônica – Eduardo – José Ricardo – Maurício – Ana.

Substantivos comuns:
Calculadora – celular – relógio – máquina fotográfica – caneta – lápis.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): DEIXE A MENINA - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

Música(Atividades): Deixe a Menina

                                             Chico Buarque
Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São dez horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz

Eu não queria jogar confete
Mas tenho que dizer
Cê tá de lascar
Cê tá de doer
E se vai continuar enrustido
Com essa cara de marido
A moça é capaz de se aborrecer

Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher mil homens, sempre tão gentis
Por isso para o seu bem
Ou tire ela da cabeça ou mereça a moça que você tem

Não sei se é para ficar exultante
Meu querido rapaz
Mas aqui ninguém o aguenta mais
São três horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz

Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São seis horas o samba tá quente
Deixe a morena com a gente
Deixe a menina sambar em paz.

                                                 Composição: Chico Buarque
Entendendo a canção:
01 – Retire do texto um exemplo de vocativo, justificando sua resposta.
      “Meu prezado rapaz.”

02 – Copie do texto dois exemplos de linguagem coloquial.
      “Cê tá de lascar
       Cê tá de doer.”

03 – Quantas estrofes existem na texto?
      Existem cinco estrofes.

04 – O que significa “jogar confete em alguém”? O autor realmente joga confete no outro? Explique essa aparente contradição.
      Significa elogiar alguém demasiadamente; bajular.
      Não. Ele faz uma ironia porque o outro queria ir embora.

05 – Afinal, o rapaz conseguiu levar a garota antes de o samba terminar? Comprove com passagens do próprio texto:
      Não. Conforme os versos:
      “São seis horas o samba tá quente
       Deixe a morena com a gente
       Deixe a menina sambar em paz.”




CONTO: A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA - PAULO MOURA(BLOG MOSCA BRANCA) - COM GABARITO

Conto: A gente não quer só comida 
     

                  Luiz Amorim, 50 anos, é açougueiro em Brasília. O que mais você diria sobre ele só de olhar? 
A) Tem uma biblioteca de 5 mil títulos.
B) É amigo de vários artistas. 
C) Aprendeu a ler aos 16 anos

        As vitrines refrigeradas exibem os melhores cortes da casa, brilhando em vermelho vivo. O cheiro da carne crua toma o ambiente, correndo pelo ar com o zumbido característico do freezer, que ecoa nos azulejos brancos. Até aí, tudo indica que o açougue de Luiz Amorim é igual aos outros. Mas basta uma observação minimamente atenta para perceber que há algo especial ali: prateleiras repletas de livros, à disposição de quem quiser pegar e levar para casa.
        Desde que se tornou dono da loja, em 1994, Luiz decidiu oferecer aos clientes não só alimento para o corpo, mas também para a mente. Começou com uma dezena de livros, apoiados ao lado do caixa, prontos para ser emprestados, sem cobrança e sem burocracia. “Vai 100 gramas de Machado de Assis, freguesa?”, brinca com a clientela. Hoje, ele faz circular, diariamente, um acervo de 5 mil títulos. Além disso, duas vezes ao ano, Luiz promove as Noites Culturais, com apresentações de artistas da cidade e de grandes nomes da música, como Zé Ramalho e Milton Nascimento. Há também as Quintas Culturais, quando ocorrem debates sobre cultura e lançamentos de livros. Moacyr Scliar e Fernando Morais são alguns dos escritores que já fizeram noites de autógrafo em pleno açougue.
        A ideia de misturar carne e cultura veio dos livros do filósofo alemão Karl Marx, nos quais Luiz aprendeu que o homem pode transformar a realidade em que vive. Foi já maduro que ele teve acesso a essa teoria – que ele vem aprendendo na prática no decorrer de toda a vida. Desde os 7 anos, para ajudar a mãe a criar os seis irmãos, Luiz aceitava qualquer trabalho: engraxou sapatos, carregou carrinhos de feira, trabalhou como pedreiro... Aos 12, foi empregado num açougue – que compraria 20 anos depois. Aos 16, com renda estável, procurou uma escola para aprender a ler. Um dia, uma professora lhe emprestou um gibi que contava a história dos grandes filósofos. No início, ele não entendeu muito bem. Mas persistiu. E, quando conseguiu extrair significado daquelas letras, conheceu um prazer para a vida toda. [...]

        Entre carnes e livros
        Na entrevista abaixo, o açougueiro-literato Luiz Amorim conta como os livros mudaram sua vida e dá ideias a quem quer gostar de ler.

        -- Açougue é lugar de livro?
        -- Luiz – E por que não? A vigilância sanitária já quis fechar o estabelecimento, por achar essa mistura suspeita. Mas não há lei que impeça. Tem gente que vem só por causa dos livros. O meu açougue é o único em que vegetariano entra!

        -- É possível despertar o gosto pela leitura?
        -- Arte é hábito. Se você tem um ambiente que propicia a cultura, não tem como não ficar contaminado. Vários clientes passaram a ler. Alguns já até disseram que se curaram da depressão graças à leitura.

        -- E seus empregados?
        -- Meus funcionários têm de ler pelo menos um livro por mês para ganhar uma bonificação.

        -- Mas não basta só garantir o acesso, né?
        -- O acesso é importante, mas a pessoa também tem de tomar a iniciativa. Acho que a maior dica é andar sempre com um livro embaixo do braço. Se você ler de duas a cinco páginas por dia, em um mês vai ter acabado.

        -- Como ler mudou a sua vida?
        -- A leitura me deu uma visão mais crítica do mundo. E esse é o papel do açougue cultural: ele não resolve a vida literária de ninguém, mas serve para compartilhar conhecimento, fazer com que as pessoas reflitam.

Paulo Moura é jornalista, sócio-diretor da Agência VIRTA e autor do blog Mosca Branca. Além do FTC, também escreve sobre inovação e criatividade para o Hypeness.

Entendendo o conto:
01 – O que o narrador quis dizer, com o título do texto: “A gente não quer só comida?
      Contar a história de uma pessoa que montou uma biblioteca junto ao açougue de sua propriedade.

02 – De acordo com o texto, quem é esta pessoa?
      É Luiz Amorim, 50 anos, açougueiro em Brasília.   

03 – O que há de diferente no açougue do Sr. Luiz?
      Mas basta uma observação minimamente atenta para perceber que há algo especial ali: prateleiras repletas de livros, à disposição de quem quiser pegar e levar para casa.   
     
04 – Para caracterizar o ambiente do açougue, o texto apela para os sentidos do leitor. Marque palavras ou expressões que confirmem essa afirmativa.
      “Vai 100 gramas de Machado de Assis, freguesa?”
      Luiz promove duas vezes ao ano as Noites Culturais.
      Quintas Culturais.
      Noites de autógrafo, em pleno açougue.

05 – Qual a função das reticências em “[...] trabalhou como pedreiro...”? (3º parágrafo)
      A função das reticências, é dizer que ele teve outras profissões além das que estão especificada.

06 – Que “prazer para a vida” toda Luiz descobriu?
      Descobriu o quanto era maravilhoso a leitura e não parou mais.   
   
07 – Segundo Luiz, qual o papel do “açougue cultural”?
      “A leitura me deu uma visão mais crítica do mundo. E esse é o papel do açougue cultural: ele não resolve a vida literária de ninguém, mas serve para compartilhar conhecimento, fazer com que as pessoas reflitam.”

08 – Quando fizeram uma pergunta ao Luiz Amorim, “Açougue é lugar de livro”? O que ele respondeu?
      “E por que não? A vigilância sanitária já quis fechar o estabelecimento, por achar essa mistura suspeita. Mas não há lei que impeça. Tem gente que vem só por causa dos livros. O meu açougue é o único em que vegetariano entra!”

09 – Luiz Amorim, dá uma bonificação a seus empregados. Para ganhar esta bonificação o que eles tem que fazer?
      Para ganhar a bonificação, todos os empregados tem que ler pelo menos um livro.

10 – Para Luiz Amorim, todos tem que tomar a iniciativa para a leitura, qual a dica dele?
      Para ele a maior dica é a pessoa andar sempre com um livro embaixo do braço.

11 – O que Luiz Amorim respondeu quando perguntaram se; “É possível despertar o gosto pela leitura?”
      Arte é hábito. Se você tem um ambiente que propicia a cultura, não tem como não ficar contaminado. Vários clientes passaram a ler. Alguns já até disseram que se curaram da depressão graças à leitura.

12 – De onde ele tirou a ideia de mistura carne e cultura?
      A ideia de misturar carne e cultura veio dos livros do filósofo alemão Karl Marx, nos quais Luiz aprendeu que o homem pode transformar a realidade em que vive.

13 – Desde quando o Luiz Amorim trabalha? E quais foram seus empregos?
      “Desde os 7 anos, para ajudar a mãe a criar os seis irmãos, Luiz aceitava qualquer trabalho: engraxou sapatos, carregou carrinhos de feira, trabalhou como pedreiro... Aos 12, foi empregado num açougue – que compraria 20 anos depois.”



CRÔNICA: O SUOR E A LÁGRIMA - CARLOS HEITOR CONY - COM GABARITO

Crônica: O suor e a lágrima   
               Carlos Heitor Cony
   
     Fazia calor no Rio, quarenta graus e qualquer coisa, quase quarenta e um. No dia seguinte, os jornais diriam que fora o dia mais quente deste verão que inaugura o século e o milênio. Cheguei ao Santos Dumont, o voo estava atrasado, decidi engraxar os sapatos. Pelo menos aqui no Rio são raros esses engraxates, só existem nos aeroportos e em poucos lugares avulsos.
        Sentei-me naquela espécie de cadeira canônica, de coro de abadia pobre, que também pode parecer o trono de um rei desolado de um reino desolante.
       O engraxate era gordo e estava com calor — o que me pareceu óbvio. Elogiou meu sapato, cromo italiano, fabricante ilustre, os Rossetti. Uso-o pouco, em parte para poupá-lo, em parte porque quando posso estou sempre de tênis. 
        Ofereceu-me o jornal que eu já havia lido e começou seu ofício. Meio careca, o suor encharcou-lhe a testa e a calva. Pegou aquele paninho que dá brilho final nos sapatos e com ele enxugou o próprio suor, que era abundante.
        Com o mesmo pano, executou com maestria aqueles movimentos rápidos em torno da biqueira, mas a todo o instante o usava para enxugar-se — caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano.
        E foi assim que a testa e a calva do valente filho do povo ficaram manchadas de graxa e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho, à custa do suor alheio. Nunca tive sapatos tão brilhantes, tão dignamente suados.
        Na hora de pagar, alegando não ter nota menor, deixei-lhe um troco generoso. Ele me olhou espantado, retribuiu a gorjeta me desejando em dobro tudo o que eu viesse a precisar no resto dos meus dias.
        Saí daquela cadeira com um baita sentimento de culpa. Que diabo, meus sapatos não estavam tão sujos assim, por míseros tostões fizera um filho do povo suar para ganhar seu pão. Olhei meus sapatos e tive vergonha daquele brilho humano salgado como lágrimas.
                                                                         Carlos Heitor Cony.
        O texto acima foi publicado no jornal “Folha de São Paulo”, edição de 19/02/2001, e faz parte do livro “Figuras do Brasil – 80 autores em 80 anos de Folha”, Publifolhas – São Paulo, 2001, pág. 319, organização de Arthur Nestrovski.

Entendendo a crônica:
01 – Por que o título do texto é “O suor e a lágrima”?
      Porque mostra o calor que estava fazendo no Rio, que quase chegava a quarenta e um graus.

02 – O que o autor aproveitou para fazer, no aeroporto Santos Dumont enquanto esperava pelo horário da viajem?
      Aproveitou para engraxar os sapatos.

03 – O narrador parte de um acontecimento comum, que o faz refletir. Assinale a opção que expressa o acontecimento que o leva a essa reflexão.
(X) O suor do engraxate do aeroporto Santos Dumont, misturando-se à graxa.
(   ) O forte calor que fazia no Rio de Janeiro levava as pessoas a suar.
(   ) O atraso da aeronave onde o narrador viajaria.
(   ) O uso, pelo narrador, de um sapato caro, que foi reconhecido como tal pelo engraxate.

04 – No título do texto, os termos — suor e lágrima —podem ser interpretados, respectivamente, como:
(   ) o fluido destilado pelos poros da pele; a secreção produzida pelas glândulas lacrimais.
(   ) a tristeza; o trabalho duro.
(   ) o trabalho forçado; o desejo de vingança.
(X) a exploração do outro; a culpa, o remorso.

05 – Por que o narrador teve vergonha do brilho dos seus sapatos?
      Porque foi conseguido através do suor de um filho do povo, para poder ganhar uns míseros tostões para o seu pão de cada dia.

06 – A descrição, feita pelo narrador, da cadeira em que se sentou para engraxar o sapato sugere que o móvel:
(   ) era velho e estragado; seu estado podia indicar a pobreza do engraxate.
(   ) era muito antigo, uma relíquia de antiguidade.
(   ) tinha várias funções. Atendia a muitas necessidades.
(X) era velho, já meio estragado, no entanto muito confortável.

07 – De acordo com o texto, responda as perguntas abaixo:
a) Qual a diferença entre desolado e desolante (2º parágrafo)?
      * Desolado: arrasado, arruinado, assolado.
      * Desolante: desolador.

b) Ao falar de suor e pão, o texto lembra uma frase famosa retirada da bíblia. Qual?
      “Com o suor do teu rosto comerás o teu pão, até que voltes ao solo, pois da terra foste formado; porque tu és pó e ao pó da terra retornarás!”

08 – O narrador chama o engraxate de “filho do povo”, o que ele quis dizer com essa expressão?
      Referiu-se a uma pessoa pobre, simples e trabalhador como tantos.

09 – Indique se as afirmativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F).
(F) Com o troco generoso deixado para o engraxate, o narrador quis disfarçar um preconceito que o dominava naquele momento.
(V) A culpa que o narrador experimenta é tão grande que extrapola aquele incidente pequeno da limpeza do sapato.
(V) O espanto do engraxate ao receber a gorjeta mostra que os fregueses habituais não eram tão generosos.
(V) O dinheiro estava para o sentimento de culpa do cronista assim como os votos de felicidade estavam para o sentimento de gratidão que o engraxate experimentava.
(F) A única coisa que chateava o narrador era o calor escaldante.

10 – Esse texto pertence ao gênero:   
(   ) conto          (X)crônica.    Justifique.
      Porque é um pequeno conto, de enredo indeterminado.




POEMA PARA SÉRIES INICIAIS: SAPATINHO DE CRISTAL - IÊDA DIAS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Poema: Sapatinho de cristal


O luar
Espalha magia pelo ar.

Banha-se em prata
A carruagem de lata.

Vira brocado
Vestido de riscado.

Pingos de luar,
Anel e colar

E na escadaria real
Um sapatinho de cristal.

Ah! o luar
Espalha magia pelo ar ...

     Iêda Dias. Canção da menina descalça,
Belo Horizonte: RHJ, 1993.
Entendendo o poema:
01 – Qual é o título do poema?
      Sapatinho de cristal.

02 – Quem é o autor? De onde o poema foi retirado?
      Iêda Dias. Retirado da Canção da Menina Descalça.  

03 – De acordo com o texto; por que o luar espalha magia pelo ar?
      Porque ela ilumina e embeleza as coisas durante a noite.

04 – O poema trata dos efeitos e dos poderes do luar. Qual é a diferença entre a Lua e o luar?
·        Lua: satélite natural da terra.
·        Luar: claridade da lua.

05 – Como se tivesse poderes mágicos, o luar transforma as coisas, dá a elas uma nova aparência. Sob o luar, em que se transforma(m):
a) A carruagem de lata?
      Banha-se em prata.
b) O vestido de riscado?
      Vira brocado.
c) Os pingos de luar?
      Anel e colar.

06 – A presença de elementos como carruagem, brocado, escadaria real e sapatinho de cristal remete a um conhecido conto maravilhoso no qual acontecimentos ocorrem à noite. Qual é esse conto?
      É a Cinderela.

07 – A preposição de foi empregada mais de uma vez no poema. Observe alguns dos sentidos que essa preposição pode assumir:
Origem -  lugar -  assunto -  meio -  instrumento -  modo -  tempo -  possuidor -  finalidade – matéria de que algo e feito – aquilo de que algo é parte.  

Qual deles a preposição de assume em:
a) "carruagem de lata"?
      Matéria de que algo e feito.
b) "vestido de riscado"?
      Modo.
c) "Pingos de luar"?
      Posse.
d) "sapatinho de cristal"?
      Matéria de que algo e feito.  
 
08 – Observe as preposições por e em presentes nas contrações destacadas nestes versos:
"espalha magia pelo ar"
"e na escadaria real"
Ambas transmitem noção de espaço ou lugar; mas uma dá ideia de movimento e a outra não. Qual delas dá ideia de movimento?
      É pelo.

09 – A preposição em pode apresentar vários sentidos, dependendo do contexto em que é empregada. Eis alguns deles: lugar, maneira de ser, estado, modo, tempo, finalidade, material de que é revestido.
Qual desses sentidos a preposição apresenta em:
a) "Banha-se em prata"?
      Material de que é revestido.

b) "e na escadaria real"?
      Lugar.

10 – Quais das seguintes afirmações quanto ao papel das preposições no poema lido são verdadeiras?
a) O poema fala da transformação que o luar exerce sobre as coisas. Para indicar essas mudanças, o poeta emprega as preposições de e em.
b) A luz da Lua chega a todos os lugares. Para indicar esses lugares, o poeta emprega a preposição em.
c) A luz da Lua espalha-se, movimenta-se. Para indicar o movimento do luar, o poeta emprega a preposição por.


LENDA: O LOBISOMEM - SAMIR MESERANI - COM GABARITO

LENDA: O Lobisomem
        
      Um ser fantástico

        O lobisomem é um ser fantástico e assustador que, como o nome indica, é meio lobo, meio homem. Durante os dias de semana é um homem comum, magro, alto, de pele macilenta, com um olhar melancólico. Normalmente afável e calma, de uma hora para outra pode tornar-se irritadiço. De vez em quando dá longos suspiros, como se fossem uivos silenciosos. E, às sextas-feiras, precisamente à meia noite, esse homem se transforma. Adquire característica de lobo: as orelhas crescem, surgem pelos espessos no rosto e no corpo, a boca se escancara mostrando dentes afilados. As mãos mais parecem patas ou garras. Torna-se então perigoso para os outros animais, sobretudo para o homem.
        É difícil saber de onde o lobisomem é originário. O maior estudioso dos seres fantásticos do Brasil, o folclorista Câmara Cascudo, afirma que se trata de um bicho universal, encontrável em todos os países. Em cada um ele recebe um nome diferente: Licantropo (na Grécia), Versiopélio (em Roma), Volkdlack (nos países 10 eslavos), Loup-Garou (na França), Obototen (na Rússia), Banramr (nos países nórdicos) ... Nossos caboclos dizem “Lobisome” e têm muito medo dele.
        Sexta-feira, da meia-noite às duas da manhã, o lobisomem sai numa corrida barulhenta e atropelada para percorrer ou sete cemitérios, ou sete outeiros, ou sete encruzilhadas, ou sete vilas. Nas vilas, sítios e fazendas por onde passa, os moradores rezam e atiçam os cães para persegui-lo, para afugentá-lo. Perto das casas, plantam arruda e alecrim. Percorridos os sete lugares, ele retorna ao local de partida, onde há uma umburana, árvore frondosa na qual esconde sua roupa, e volta à forma humana...
        Diz a lenda que lobisomem é filho homem que nasce depois de sete filhas mulheres e só começa a se transformar depois dos trezes anos de idade. Trata-se de uma sina, de um triste destino. Mas que pode ser curado, desencantado. Para tanto, basta um ferimento, ainda que pequeno, que sangre, ou um tiro de bala untada em vela que ardeu numa missa.
        Contam que em Lambari, perto do Porto Martins, um casal teve um filho homem depois de já ter sete filhas mulheres. O menino estava predestinado a ser um lobisomem. Seus pais rezavam todas as noites para que esse destino não se cumprisse. Mas na noite em que fez treze anos ele saiu correndo até uma umburana, em frente de sua casa, estrebuchou e virou lobisomem. Já estava pronto para percorrer sete vilas quando ouviu uma algazarra. Eram seus colegas de classe que estavam vindo para fazer-lhe uma festa de aniversário, de surpresa. Quando viram a fera, saíram em disparada. Menos uma menina de nome Mariza, que, além de não acreditar em lobisomem, usava óculos por ser muito míope. Na correria, um colega derrubou seus óculos no chão. Sem enxergar direito, Mariza foi em frente, carregando o bolo de aniversário e uma faca para cortá-lo. O lobisomem avançou. Mariza, vendo sem nitidez um vulto que ameaçava sobre o bolo, cutucou-o, pensando que fosse um convidado guloso. Gritou:
        --- Sai pra lá e espera! Primeiro o aniversariante.
        Ao cutucar com a faca, feriu a pata do lobisomem, que começou a sangrar. E a fera, na mesma hora, se transformou novamente no menino, que se apressou em cortar o bolo. Enquanto isso a turma voltava para cantar o “Parabéns a você.”
      O menino cresceu normal e nunca mais se transformou em lobisomem. Terminado o colégio, montou uma doceria chamada AO BOLO DO LOBO, que até hoje existe em Lambari. Mariza formou-se em História e tornou-se professora. Diz a seus alunos que essa história de lobisomem é bobagem, que nunca viu nenhum. A propósito, gosta de citar o filósofo Hobbes, para quem o verdadeiro lobo do homem é o próprio homem.

Samir Meserani.Os incríveis seres fantásticos, São Paulo: FTD, 1997.
Entendendo o texto:
01 – Você acredita em lobisomem?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Que características tem esse ser fantástico, para receber esse nome?
      Tem características de um lobo: as orelhas crescem, surgem pelos espessos no rosto e no corpo, a boca se escancara, as mãos parecem garras.

03 – Como você acha que ele é antes de se transformar? E depois da transformação?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – O lobisomem é uma lenda brasileira, ou é conhecida de outros povos?
      De acordo com o folclorista Câmara Cascudo, trata-se de um bicho universal, encontrável em todos os países.

05 – Em que condições você acha que um ser humano pode se transformar em lobisomem?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Como você acha que as pessoas podem se defender do lobisomem?
      Resposta pessoal do aluno.

07 – Como fazer para quebrar o encanto para sempre (para ele voltar ao normal)?
      De acordo com o texto, basta um ferimento, ainda que pequeno, que sangre, ou um tiro de bala untada em vela que ardeu numa missa.

08 – Por que o texto é considerado um texto informativo?
      Porque é um texto que traz informações sobre esse personagem folclórico.

09 – O que diz a lenda do lobisomem?
      Que é filho homem que nasce depois de sete filhas mulheres e só começa a se transformar depois dos treze anos de idade.

10 – Em que dia e hora que se dá a transformação do lobisomem?
      Na sexta-feira, da meia-noite às duas da manhã.

11 – Quais os locais que o lobisomem, precisa percorrer para completar o ciclo e voltar forma humana?
      Ele precisa percorrer: sete cemitérios; ou sete outeiros; ou sete encruzilhada, ou sete vilas.

12 – O que ocorre após percorrer estes locais?
      Ele retorna ao ponto de partida, onde há uma umburana, árvore frondosa na qual esconde sua roupa.

13 – Qual era o nome da doceria do menino que o encanto foi quebrado?
      Chamava-se AO BOLO DO LOBO.

14 – De quem é a frase: “Para quem o verdadeiro lobo do homem é o próprio homem”?
       O filósofo Hobbes.