domingo, 6 de maio de 2018

CONTO: TENTAÇÃO - CLARICE LISPECTOR - COM GABARITO

Conto: TENTAÇÃO
         Clarice Lispector

       Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
       Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
       Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
     Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro. 
        A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
       Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo.
       Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
       Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
       No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam. 
        Mas ambos eram comprometidos.
       Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
        A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina.
        Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.

LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.

Entendendo o conto:
01 – Quem são as personagens principais? O que elas têm em comum?
     A menina e o basset. Ambos são ruivos.

02 – O que a menina fazia sentada na porta de casa, às duas horas da tarde?
      Ela olhava o movimento... tomava sol... esperava passar o soluço, etc.


03 – Onde se passa a história? Retire do texto uma frase que apresenta uma característica marcante do cenário.
      No bairro Grajaú, Rio de Janeiro. “Na rua vazia as pedras vibravam de calor”

04 – De acordo com o texto, como a menina se sentia em relação a outras pessoas? Retire do texto uma frase para justificar sua resposta.
      Se sentia diferente, discriminada, provavelmente porque era ruiva. “Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária.”

05 – “Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava.” O que a menina suportava?
Indique a alternativa que melhor responde a questão:
(a) a pessoa que esperava o bonde            (b)  a bolsa velha.       
(c) o calor e a solidão                                  (d) sua mãe.

06 – “O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida.” Do que a bolsa a salvava?
(a) do calor excessivo                               
(b) da solidão, já que a bolsa era sua companhia.
(c) das brigas com a mãe                         
(d)  do homem que esperava o bonde

07 – No texto, quem é o narrador?
(a) a mãe
(b) alguém presente na história, mas sem participar muito 
(c) alguém que não presente na história
(d) a menina ruiva.

08 – Retire do texto um trecho em que se percebe a presença do narrador como personagem.
      “Olhamo-nos sem palavras...”

09 – O que o narrador fazia naquele lugar?
      Provavelmente espera o bonde. Em certo trecho ele diz “Na rua deserta nenhum sinal de bonde.”

10 – Pode-se dizer que o narrador se identifica com a menina? Por quê?
      Sim. Talvez o narrador se sentisse assim porque o calor era insuportável e o bonde não vinha logo; vendo a menina ruiva “numa terra de morenos”, sozinha, sem nada de interessante para fazer, naquele calor insuportável.

11 – O cão basset provoca uma mudança na cena inicial. Qual a reação da menina e do cão quando se veem?
      Se identificaram um com o outro: ambos eram ruivos e solitários, poderia nascer daí uma grande amizade.

12 – “Mas ambos eram comprometidos.” Segundo o texto, com o que eles eram comprometidos? O que isso pode significar?
      Ela estava comprometida com sua infância e o cão, com sua natureza aprisionada. Isso significa que eles não podem ficar juntos, pois têm naturezas diferentes, não podem fazer companhia um ao outro.

13 – Por que o cachorro não olhou para trás?
     Ele deveria seguir sua dona, não tinha outra escolha.

14 – Considerando a reação da menina e do cão quando se encontram e a resposta à questão 12, o que o título TENTAÇÃO pode indicar?
      Pode se referir ao impulso de ficarem juntos (a menina ruiva e o basset ruivo), uma tentação de se pertencerem.

15 – Qual é o tema central do texto?
      O tema central é a solidão.

TEXTO: GAROTOS CONTAM: QUANDO O VIRTUAL SE TORNA REAL? RAFAELA POLO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: GAROTOS CONTAM: QUANDO O VIRTUAL SE TORNA REAL?
                             
                   
     Você não consegue desgrudar do computador só para não perder a oportunidade de passar horas conversando com ele? A gente entende! Mas, quando será que eles sentem vontade de transformar o virtual em real?

          @NateRodrigues – 17 anos, Imbituba (SC) “Dá para saber que está na hora de conhecer a garota quando tudo o que você quer é convencer com ela! Isso sem falar que, na real, a coisa precisa acontecer naturalmente. Primeiro internet, depois SMS, telefone...”
          @fellipegoulartt – 18 anos, Porto Alegre (RS) “Se torna real para o cara quando checar as redes sociais da menina é a primeira coisa que ele faz quando acorda, só para ver se ela postou algo novo”.
          @mateusmcosta – 16 anos, Campina Grande (PB) “sabe quando você passa o tempo todo pensando naquela pessoa e sente que conversar com ela só pela internet não é mais o bastante? Eu já passei por isso. Durante 66 meses fiquei teclando com uma menina e acabei me apaixonando por ela”.
          @lluuqq – 17 anos, São Paulo (SP) “É simples: sugerimos a saída a partir do momento em que ela é a única coisa que vem na cabeça quando deitamos!”
          @FeCostaScoolta – 16 anos, São Paulo (SP) “Mesmo que o lance role através de uma tela de computador, os sentimentos são reais. Acho que o ciúme é um grande sinal: quando ele aparecer, é hora de dar um bom abraço na menina!”

                         POLO, Rafaela Garotos contam: quando o virtual se torna real?
                              Capricho, São Paulo, ed. Abril, 13 jan. 2012. Disponível em:
                            <http://capricho.abril.com.br/garotos/garotos-contam-quando-
                             virtual-se-torna-real-665987.shtml>.
Acesso em: 8 jan. 2015.

Entendendo o texto:
01 – Observe a maneira como o texto foi organizado e resposta:
     a) Como o texto está dividido?
      Em parágrafos, cada um com um comentário de um rapaz diferente.

     b) O que indica o símbolo @ no início dos parágrafos?
      O símbolo da arroba (@) indica que as respostas foram dadas na internet.

     c) Por que há nomes de pessoas em destaque após o símbolo @?
      Os nomes após o símbolo @ são a identificação do usuário que escreve, seu nickname.

02 – Qual é a intensão do texto?
      A intenção do texto é verificar as opiniões de adolescentes do sexo masculino sobre determinado assunto.

03 – A linguagem usada nesse texto é mais formal ou mais informal, espontânea, coloquial? Por que você acha que foi usado esse tipo de linguagem?
      A linguagem é mais informal. Resposta pessoal. Professor, aponte para os alunos que o tipo de publicação permite essa informalidade, que é característica tanto do leitor quanto dos próprios autores dos trechos. Esse uso informal aproxima e cria familiaridade, portanto, entre leitor e revista.

04 – Como você pode perceber, o texto apresente a opinião de diferentes garotos sobre o momento de conhecer pessoalmente uma garota.
     a) Em que situações de fala ou escrita podemos observar opiniões diferentes sobre um mesmo assunto?
      Em debates, discussões, conversas em grupo, reportagens, entrevistas, artigos de opinião, relatos, etc.

     b) Você acha importante ler textos em que são expressos opiniões diferentes?
      Resposta pessoal.


TEXTO: O PRIMEIRO AMOR É VIVIDO EM FANTASIA - FLÁVIO GIKOVATE - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: O PRIMEIRO AMOR É VIVIDO EM FANTASIA


      Como regra geral, nosso primeiro grande amor é uma espécie de sonho. A pessoa que desperta em nós todo o sentimento, toda a vontade de agradar e de se dedicar nos mínimos detalhes, toda a vontade de aconchegar e ser aconchegado, na maior parte das vezes nem sabe do nosso amor por ela. Não temos coragem de contar, pois morremos de medo da rejeição. Não queremos também, contudo, a aceitação, pois isso nos levaria a um relacionamento real para o qual não estamos preparados. Ou seja, não contar interessa nos dois casos. Se algum amigo superíntimo fica sabendo e faz alguma brincadeira a respeito, ficamos com o rosto vermelho, negamos tudo e fingimos indignação. A outra pessoa, a amada, fica sem saber se é gozação ou se é de verdade. Melhor assim. Tudo se passará apenas na cabeça da gente, longe dos riscos da vida real.
         No sonho é claro que somos correspondidos. Beijamos e somos beijados. Beijos de ternura. O sexo, na maioria dos casos, está em segundo plano. Passeamos, de mãos dadas, por jardins floridos. Sentamos na grama nós olhamos com olhar de enlevo próprio do encantamento amoroso. Dizemos coisas bonitas para outro, falamos das virtudes do outro. Não cansamos de elogiar a pessoa amada.
          [...] Se pensarmos bem, o sonho romântico não é muito criativo. Quase sempre é a mesma história. As variações são mais de cenário e figurino: uns preferem a montanha, outros a praia. Uns preferem saias rodadas, outros as calças jeans. O amor é o prazer da companhia, os elogios que esse prazer costuma trazer para nossos lábios, e também a insegurança – o medo de perder a pessoa que nos traz toda a felicidade. Assim sendo, uma parte do discurso é de reasseguramento: “Vou amar você para sempre. Vou dizer toda hora que amo você. Se você me largar, eu morro” etc. Sempre que vivemos o amor, o fazemos como se estivéssemos vivendo uma história extraordinária. A verdade, no momento, é que é uma “história extraordinária” exatamente igual a todas as outras histórias de amor! E isso não faz mal algum, porque é bom do mesmo jeito!
                                          
GIKOVATE, Flávio. Namoro: relação de amor e sexo.
                                                                                   São Paulo: Moderna, 1993.

Entendendo o texto:   

 01 – Com que intenção esse texto foi escrito?

      Esse texto foi escrito com a intenção de informar, esclarecer as pessoas sobre os assuntos referentes aos relacionamentos humanos. Ele trata especificamente do momento em que o adolescente vive a experiência do primeiro amor.

02 – É possível afirmar que se trata de um texto que expõe ideias? Por quê?

     Sim. Os esclarecimentos e as explicações são efeitos por meio da exposição de ideias.

03 – Reproduzimos a seguir a capa e a folha de rosto do livro do qual esse texto foi retirado. Folha de rosto é a primeira página que aparece assim que abrimos a capa. Observe:  
 Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjJ2KrTPvGg8aSD0s-GtRJZgOrvtBqerUW8d8w400Lm2a3aOXJnx7MRHYrLZrSe4xoln3IMUOJBiXoAVdcXTdgn1uQxMXzwictjsJQTLVpNwplpi_fDBKm6qf_t5Qv8PCQszkQx_UJ81c/s278/NAMORO.jpg                                                          

a)   Transcreva o título do livro e o nome do autor.

Namoro: relação de amor e sexo. Flávio Gikovate.

b)   Qual era a área profissional do autor?

Psiquiatria e psicoterapia.

c)   O título do livro apresenta relação com o conteúdo do texto? Justifique.

Sim. O texto aborda o comportamento do adolescente no momento em vive a experiência do primeiro amor e traz a afirmação que, na maioria dos casos, o sexo não é o principal, ou seja, está em segundo plano.

04 – É possível afirmar que esse texto apresenta um conjunto de conhecimentos construído com o tempo? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Transcreva o primeiro parágrafo do texto.

a)   Com lápis azul, grife a ideia principal desse parágrafo. Para identifica-la, faça a seguinte pergunta: A respeito de que esse parágrafo está falando?

“Como regra geral, nosso primeiro grande amor é uma espécie de sonho”.

b)   Com lápis verde, grife o trecho em que o autor explica por que contar sobre os sentimentos não interessa a quem está apaixonado.

“Não temos coragem de contar, pois morremos de medo da rejeição. Não queremos também, contudo, a aceitação, pois isso nos levaria a um relacionamento real para o qual não estamos preparados”.

c)   O parágrafo dá mais detalhes sobre a ideia principal? Escreva sua resposta recorrendo às ideias expostas nessa parte do texto.

Sim, ele não apenas menciona que esse amor não é revelado, mas explica por que as pessoas não o revelam. Ele também dá exemplos de situações que envolvem esse tipo de comportamento.

06 – Você concorda com o autor quando ele afirma que o primeiro grande amor é vivido em fantasia, como uma espécie de sonho?

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Leia outro trecho do livro “Namoro”: relação de amor e sexo, de Flávio Gikovate:

        “[...] toda a vivência do amor em fantasia, do amor não correspondido, pode ser entendida como um treino. Através da fantasia romântica, estão se preparando para refazer a ligação forte com outra pessoa sem perder totalmente a individualidade.”

a)   De acordo com esse trecho, por que é importante viver a fase da fantasia romântica?

Porque ela é um momento de preparação para as relações que serão vividas depois, sem que se perca a individualidade.

b)   Você acha importante passar por essa experiência?

Resposta pessoal do aluno.

08 – Você já viveu ou conhece alguém que tenha vivido uma “dor de amor”? Conte como foi.

      Resposta pessoal do aluno.

09 – Esse texto o ajudou a pensar melhor sobre os sentimentos do adolescente? De que maneira?

      Resposta pessoal.

10 – Segundo o texto, como é vivido o primeiro amor?
      De acordo com o texto, o nosso primeiro grande amor é vivido em fantasia, é uma espécie de sonho.

     a) Por que, quando ocorre o primeiro amor, muitos de nós não tem coragem de contar?
      Por medo de serem rejeitados e terem que despertar do sonho.

     b) Como o texto descreve o sonho fantasioso da pessoa que ama pela primeira vez?
      No sonho, somos correspondidos pela pessoa amada: beijamos e somos beijados, passeamos de mãos dadas por diferentes cenários, ao gosto do sonhador. Para a pessoa amada, fazemos elogios, dizemos coisas bonitas e não cansamos de dizer que estamos apaixonados. Professor, o texto traz muitas informações sobre essa questão; o aluno poderá formular essa resposta de muitas maneiras diferentes.

11 – de acordo com o texto, quando o amor é vivido em fantasia, o discurso de quem ama pela primeira vez é o seguinte:
       [...] Vou amar você para sempre. Vou dizer toda hora que amo você. [...]
       - Segundo o texto, qual é a justificativa desse discurso próprio de quem ama pela primeira vez?
       Esse discurso dá segurança a quem ama. É como se, pela insistência pelo reforço das expressões, as pessoas sentissem que nunca vão perder o ser amado e o próprio sentimento do amor.




POEMA: O LIVRO E A AMÉRICA - CASTRO ALVES - COM GABARITO

Poema: O LIVRO E A AMÉRICA
              Castro Alves

Talhado para as grandezas,
P’ra crescer, criar, subir,
O Novo Mundo nos músculos
Sente a seiva do porvir
--- Estatuário de colossos –
Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
“Vai, Colombo, abre a cortina
Da minha eterna oficina...
Tira a América da lá”.
Filhos do sec’lo das luzes
Filhos da Grande nação!
Quando ante Deus vou mostrardes,
Terei um livro na mão:
O livro – esse audaz guerreiro
Que conquista o mundo inteiro
Sem nunca ter Waterloo...
Éolo de pensamentos
Que abrira a gruta dos ventos
Donde a Igualdade voou! ...
Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto –
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E mando o povo pensar!
O livro caindo n`alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar.
                                                   
ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Janeiro:
                                                           Nova Aguilar, 1986, p.p. 76-78.

Entendendo o poema:
01 – Para Castro Alves, o papel do livro na América é:
     a) Sentir a seiva do porvir.
     b) Mostrar-se na mão de Deus.
     c) Conquistar o mundo de Waterloo.
     d) Ser um germe na alma do povo.

02 – Uma característica marcante dos poetas da última fase do Romantismo, especialmente presente no poema de Castro Alves, é:
     a) O tom declamatório e engajado.
     b) O uso de versos brancos e livres.
     c) O escapismo como temática e proposta.
     d) A citação dos poetas barrocos e árcades.

03 – Os versos do poema de Castro Alves que contêm uma referência explícita a um dos ideais iluministas são:
a)   “Vai, Colombo, abre a cortina
      Da minha eterna oficina...
      Tira a América de lá”.
     b) “Filhos da grande nação!
     Quando ante Deus vos mostrardes,
     Tereis, um livro na mão!”
     c) “Éolo de pensamentos,
      Que abrira a gruta dos ventos
      Donde a Igualdade voou! ...”
      d) “O livro caindo n`alma
       É germe – que faz a palma.
       É chuva – que faz o mar”.

04 – “Que sol! Que céu azul! Que doce n`alva
         Acorda a natureza mais louçã
         Não me batera tanto amor no peito
         Se eu morresse amanhã!
         Mas essa dor da vida que devora
         A ânsia de glória, o dolorido afã...
         A dor do peito emudecera ao menos
         Se eu morresse amanhã!”

Os versos ilustram:
      a) Atitude típica da segunda geração romântica, que entende a morte como solução para todos os problemas da existência.
      b) Tendência de autores românticos da primeira geração para valorizar a natureza da pátria, em detrimento das paisagens estrangeiras.
    c) O tom retórico e declaratório característico de poeta engajado em problemas sociais, por se considerar arauto das aspirações populares.
      d) A sensibilidade do Ultrarromantismo, voltada para o lamento da saudade da pátria.
      e) O humor meio negro característico de poeta byroniano, decorrente de sua indecisão entre o satanismo e o angelismo.



POESIA: MAR PORTUGUÊS - FERNANDO PESSOA - COM GABARITO


Poesia: MAR PORTUGUÊS
              Fernando Pessoa

             
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar,
Para que fosses nosso, ó mar!


Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu
Mas nele é que espelhou o céu.

(Fernando Pessoa, in Mensagem)

Entendendo o poema:
01 – Segundo o poeta, o sofrimento do povo ocorreu:
a) apesar das conquistas portuguesas
b) em virtude das conquistas portuguesas v
c) para as conquistas portuguesas
d) antes das conquistas portuguesas
e) após as conquistas portuguesas.

02 – A metáfora existente nos dois primeiros versos do poema estabelece:
a) a força moral de Portugal
b) a incoerência do sofrimento diante das conquistas
c) a importância do sofrimento para que o povo deixe de sofrer
d) a profunda união entre as conquistas e o sofrimento do povo
e) a inutilidade das conquistas portuguesas.

03 – Além da metáfora, os dois primeiros versos contêm:
a) prosopopeia, epíteto de natureza, eufemismo
b) antítese, pleonasmo, eufemismo
c) apóstrofe, epíteto de natureza, metonímia
d) prosopopeia, pleonasmo, antítese
e) apóstrofe, hipérbole, sinestesia.

04 – “Quantos filhos em vão rezaram!” Com este verso, entendemos que:
a) o sofrimento do povo foi inútil.
b) o povo português da época era muito religioso.
c) muita gente perdeu entes queridos por causa das conquistas portuguesas.
d) a força da fé contribuiu efetivamente para as conquistas do país.
e) a religiosidade do povo português era inútil.

05 – As palavras que melhor definem o povo português, de acordo com as ideias contidas no texto, são:
a) fé e competência
b) inteligência e maturidade
c) orgulho e religiosidade
d) perseverança e ambição
e) grandeza e tenacidade.

06 – Segundo o texto, para se ir sempre adiante é necessário:
a) crer no destino
b) aceitar a dor
c) viver com alegria
d) vencer o sofrimento
e) objetivar sempre o progresso.

07 – Por um processo anafórico, a palavra nele (/. 12) tem como referente no texto:
a) Mar
b) Deus
c) perigo
d) abismo
e) céu.


sábado, 5 de maio de 2018

FILME(ATIVIDADES): RIO - CARLOS SALDANHA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Filme(ATIVIDADES): RIO


 Data de lançamento: 8 de abril de 2011 (1h 30min)
Direção: Carlos Saldanha
Gêneros: AnimaçãoAventuraFamília
Nacionalidade: EUA

SINOPSE E DETALHES
        Blu (Jesse Eisenberg) é uma arara azul que nasceu no Rio de Janeiro mas, capturada na floresta, foi parar na fria Minnesota, nos Estados Unidos. Lá é criada por Linda (Leslie Mann), com quem tem um forte laço afetivo. Um dia, Túlio (Rodrigo Santoro) entra na vida de ambos. Ornitólogo, ele diz que Blu é o último macho da espécie e deseja que ele acasale com a única fêmea viva, que está no Rio de Janeiro. Linda e Blu partem para a cidade maravilhosa, onde conhecem Jade (Anne Hathaway). Só que ela é um espírito livre e detesta ficar engaiolada, batendo de frente com Blu logo que o conhece. Quando o casal é capturado por uma quadrilha de venda de aves raras, eles ficam presos por uma corrente na pata. É quando precisam unir forças para escapar do cativeiro.

 Entendendo o filme:

01 – O filme aborda um assunto muito polêmico, um crime, assinale a alternativa que corresponde a este crime:
      a) ( ) Tráfico de drogas
      b) ( ) Assaltos
      c) (X) Tráfico de animais.

02 – O filme mostra imagens de festejos de uma festa típica do Brasil, que festa é essa?
     a) ( ) Festa Junina
     b) (X) Carnaval
     c) ( ) Natal.

03 – O nome da ararinha era Blue, que inglês significa uma cor, assinale a alternativa que corresponda a essa cor:
     a) ( ) Verde-claro
     b) (X) Azul
     c) ( ) Amarelo

04 – Por que Blue voltou para o Brasil?
a)   ( ) Sentiu saudades de sua terra natal.
b) ( ) Queria conhecer pássaros de sua região.
     c) (X) Para acasalar com uma fêmea e preservar sua espécie.

05 – Qual era o maior defeito de Blue?
a)   ( ) Tinha uma asa menor.
b) ( ) Era egoísta e maldoso.
c) (X) Não sabia voar.

06 – Por que Blue não sabia voar?
     a) (X) Porque foi criada como uma ave doméstica e por isso não aprendeu a voar.
     b) ( ) Porque sua dona tinha medo que ele caísse e machucasse por isso nunca aprendeu a voar.
      c) ( ) Porque uma de suas asas era menor que a outra e não dava estabilidade durante o voo.

07 – Qual a profissão de Túlio?
      a) ( ) Cientista
      b) (X) Professor
      c) ( ) Veterinário

08 – Quem sequestrou Jade e Blue? E por quê?
a)   ( ) Colecionadores de aves exóticas. E eles só sequestraram os pássaros porque faltavam aves azuis em sua coleção.
b) (X)Contrabandistas. Eles queriam vender as aves porque eram muito valiosas.
c) ( ) Cientistas. Eles queriam engaiolar as aves para que essa espécie não fossem extintas.

09 – Por que Fernando ajudou os contrabandistas?
a)   ( ) Porque era menino de rua, e por ser rejeitado cometia crimes para mostrar como era revoltado.
b) ( ) Porque era contrabandistas.
c) (X) Porque precisava de dinheiro para sobreviver.

10 – O filme teve um final feliz e emocionante. Escreva resumidamente o final.
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Pesquise e pinte o estado no mapa que representa a origem da arara Blue.
      Resposta pessoal do aluno.
  
 "O único mal a temer é aquele que ainda existe em nós..." 
Chico Xavier