sábado, 5 de maio de 2018

CONTO: JOÃO E MARIA - FRANCESC LOPEZ - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Conto: João e Maria

     João e Maria eram filhos de lenhadores muito pobres. Só comiam pão duro e por isso seus pais resolveram abandoná-los no bosque.
      Naquela noite, João esperou que todos se deitassem e, sem fazer barulho, se levantou e encheu o bolso com muitas pedrinhas.
      Na manhã seguinte todos foram ao bosque. João caminhava atrás e ia jogando as pedrinhas no chão.  Assim voltaram seguindo o rastro.

   Passados alguns dias, os pais resolveram novamente abandonar as crianças e João teve que deixar migalhas de seu pedaço de pão.
      À tarde, quando quiseram voltar para casa, não conseguiram porque os passarinhos haviam comido todas as migalhas de pão.
     João e Maria ficaram muito assustados e, mortos de medo, foram seguindo por um caminho que os levou a uma casinha lá longe.
     Quando chegaram a ela, descobriram que não era igual às outras casas. Era uma casinha toda feita de doces.
       – Que delícia! Hum! – disseram.
      Logo apareceu na porta uma velinha meio esquisita. Seu nariz era grande e pontudo. Convidou-os para entrar, prometendo surpresas.
      A surpresa foi muito triste. A velhinha era uma bruxa e colocou João dentro de uma jaula e fez Maria limpar a casa.
     A bruxa estava preparando um caldo onde iria cozinhar João. Quando foi ver se o caldo estava bom, se debruçou sobre o caldeirão e Maria a empurrou.
    Maria tirou João da jaula e juntos encontraram um grande tesouro na casa da bruxa e ricos voltaram para casa onde seus pais arrependidos os receberam muito felizes.
LÓPEZ, Francesc. (Adaptação). João e Maria.
São Paulo: Editora Siciliano, 1993.

Entendendo o conto:
01 – Qual é o título do texto?
      O título é João e Maria.

02 – Quem é o autor?
      Escrito por Francesc López.

03 – Quantos parágrafos têm o texto?
      Possui 11 parágrafos.

04 – Quais são os personagens do texto?
      Os personagens são João, Maria, os pais e a bruxa.

05 – Por que João e Maria estavam sozinhos na floresta?
      Porque seus pais que eram muito pobres, os abandonaram na floresta.

06 – O que João usou para marcar o caminho?
      No primeiro dia ele usou pedrinhas e no segundo ele usou migalhas de pão.

07 – Porque João e Maria não conseguiram voltar para casa?
      Porque os passarinhos comeram as migalhas de pão que João jogou no chão para marcar o caminho de volta.

08 – Quem era a velhinha que eles conheceram?
      Ela era uma bruxa.

09 – Como eles fugiram?
      Quando a bruxa se debruçou sobre o caldeirão Maria a empurrou.

10 – O que você faria se estivesse perdido e aparecesse uma pessoa estranha dizendo que vai te ajudar, mas que você tem que ir para a casa desta pessoa?
      Resposta pessoal do aluno.

"APENAS UM RAIO DE SOL É SUFICIENTE PARA AFASTAR VÁRIAS SOMBRAS"
 São Francisco de Assis

FÁBULA: O MACACO E O GATO - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

FÁBULA: O MACACO E O GATO
(Monteiro Lobato)

       Simão, o macaco, e Bichano, o gato, moram juntos na mesma casa. E pintam o sete. Um furta coisas, remexe gavetas, esconde tesourinhas, atormenta o papagaio; outro arranha os tapetes, esfiapa as almofadas bebe o leite das crianças. 
        Mas, apesar de amigos e sócios, o macaco sabe agir com tal esperteza que é quem sai ganhando sempre. 

     Foi assim no caso das castanhas. 
     A cozinheira pusera a assar na brasa umas castanhas e fora à horta colher temperos. Vendo a cozinha vazia, os dois malandros se aproximaram. Disse o macaco:
     — Amigo Bichano, você que tem uma pata jeitosa, tire as castanhas do fogo.
      O gato não se fez insistir e com muita arte começou a tirar as castanhas. 
     — Pronto, uma... 
   — Agora, aquela lá... Isso. Agora aquela gorducha... Isso. E mais a da esquerda, que estalou... 
    O gato as tirava, mas quem as comia, gulosamente, piscando o olho, era o macaco... 
     De repente, eis que surge a cozinheira, furiosa, de vara na mão.
     — Espere aí, diabada! ... 
    Os dois gatunos sumiram-se aos pinotes. 
     — Boa peça, hem? – disse o macaco lá longe. 
    O gato suspirou: 
    — Para você, que comeu as castanhas. Para mim foi péssima, pois arrisquei o pelo e fiquei em jejum, sem saber que gosto tem uma castanha assada...

Moral: O bom bocado não é para quem o faz, é para quem o come. 
Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, o macaco sempre ganhava do gato, por quê?
       A – ( ) O gato era desprovido de inteligência.
       B – (X) Simão era mais esperto.
       C – ( ) O macaco era mais rápido do que o gato.
       D – ( ) Bichano era muito preguiçoso.
       E – ( ) O macaco era maior do que o gato.

02 – “– Agora, aquela lá...”  O vocábulo destacado no trecho acima refere-se:
       A – ( ) à cozinha.
       B – ( ) à horta.
       C – ( ) à casa.
       D – (X) às castanhas.
       E – ( ) à cozinheira.

POEMA: SETE PROVAS E NENHUM CRIME - CHACAL - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Poema: Sete provas e nenhum crime
                                                                
        Chacal
            Havia a mancha de sangue no jaleco
            E nenhum corpo
            Havia a cadeira de rodas vazia
            E nenhum suspeito
            Havia o olhar rútilo, o rosto crispado
            E nenhum motivo
            Havia o cheiro impregnado no corpo
            E nenhuma digital
            Havia o vírus, o bilhete, a arma branca
            E nenhum delito
            Havia em vão a confissão
            E nenhum ilícito
            Havia um gato emborcado na aquário
            E peixe nenhum.

                              CHACAL, Boa Companhia: poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Entendendo o poema:
01 – A linguagem poética procura evidenciar a mensagem de maneira criativa. Pensando nisso, responda no caderno:
a)   Quais são as sete provas para o possível crime?
      A mancha de sangue no jaleco; a cadeira de rodas vazia; o olhar rútilo, o olhar crispado; o cheiro impregnado no corpo; o vírus, o bilhete, a arma branca; a confissão; um gato embarcado no aquário.

     b) Qual é a palavra que, a cada vez que se repete, indica uma situação em que há um acontecimento provocado por algo que não se pode definir?
      Havia

     c) Escreva os sete indícios de que não poderia ter acontecido crime nenhum.
      Não havia corpo, suspeito, motivo, digital, delito, nada ilícito e nenhum peixe.

     d) Que palavra se repete para indicar falta de evidências criminais?
      Nenhuma

     e) Complete a frase no caderno, selecionando uma das duplas abaixo:
      Os substantivos gato e peixe podem fazer referência, respectivamente, a:
      -   policial e investigador                 -   criminoso e vítima
      -   policial e bandido                        -   cadáver e assassino

f) No texto lido, a repetição de palavras e expressões tem a função de evidenciar a mensagem do poema, a ideia principal. Em torno de qual figura de sintaxe está organizado o poema?
       Anáfora.

POEMA - A BRUXA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA -   A Bruxa
                          Carlos Drummond de Andrade

-  A Emil Farhat
                                            
     Nesta cidade do Rio,
De dois milhões de habitantes,
Estou sozinho no quarto
Estou sozinho na América.
          
    Estarei mesmo sozinho?
Ainda há pouco um ruído
Anunciou vida a meu lado.
Certo não é vida humana,
Mas é vida. E sinto a bruxa
Presa na zona de luz.
De dois milhões de habitantes!
E nem precisava tanto...
Precisava de um amigo,
Desses calados, distantes,
Que leem verso de Horácio
Mas secretamente influem
Na vida, no amor, na carne.
Estou só, não tenho amigo,
E a essa hora tardia
Como procurar amigo?

E nem precisava tanto.
Precisava de mulher
Que entrasse nesse minuto,
Recebesse este carinho,
Salvasse do aniquilamento
Um minuto e um carinho loucos
Que tenho para oferecer.

    Em dois milhões de habitantes,
    Quantas mulheres prováveis
Interrogam-se no espelho
Medindo o tempo perdido
Até que venha a manha
Trazer leite, jornal e calma.
Porém a essa hora vazia
Como descobrir mulher?

     Esta cidade do Rio!
Tenho tanta palavra meiga,
Conheço vozes de bichos,
Sei os beijos mais violentos,
Viajei, briguei, aprendi.
Estou cercado de olhos,
De mãos, afetos, procuras.
Mas me tento comunicar-me,
O que há é apenas a noite
E uma espantosa solidão.

    Companheiros, escutai-me!
Essa presença agitada
Querendo romper a noite
Não é simplesmente a bruxa.
É antes a confidência
Exalando-se de um homem.

           Carlos Drummond de Andrade. Antologia poética. 60. Ed.
                      Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. P. 28-29.  

     Entendendo o poema:
     01 – Na primeira estrofe, o eu lírico fala sobre o quê?
      O eu lírico, morador de uma grande metrópole, fala sobre sua solidão.

02 – Releia a segunda estrofe do poema.
a)   A partir desse momento, o eu lírico passa a refletir sobre o que? Com que objetivo ele faz isso?
      O eu lírico passa a questionar se está, de fato, sozinho em uma cidade de dois milhões de habitantes. Ele busca compreender o que se passa com ele.

b)   Quem é ou o que é a “Bruxa” mencionada na estrofe? Como você chegou a essa conclusão?
      A “bruxa” a que o eu lírico se refere é uma mariposa de cor escura. O eu lírico diz que escutou um ruído que anuncia vida, mas não vida humana.

c)   Observe esse trecho.
      [....] E sinto a bruxa/ presa na zona de luz.
      O verbo sinto sinaliza a relação que o eu lírico estabelece com a Bruxa. Como é essa relação?
      O eu lírico não vê a bruxa, mas a sente, isto é, ele estabelece uma relação de cumplicidade com ela.

     03 – No poema, o eu lírico fala sobre algumas de suas necessidades.
a)   Que necessidades são essas?
      O eu lírico fala sobre a necessidade de amizade e de amor.

      b) Por que não é possível ao eu lírico procurar aquilo de que precisa?
      - Releia as perguntas retóricas da terceira e da quinta estrofes.
      Porque ele se encontra em uma hora tardia e vazia, isto é, é tarde e não há o que fazer.

 c)O que acontece com o eu lírico quando ele tenta procurar o que precisa?
      - Releia principalmente a sexta estrofe.
      Ele não consegue se comunica com os outros.

     04 – No poema, a noite adquire aspecto negativo ou positivo? Justifique.
      A noite apresenta um aspecto negativo para o eu lírico, pois ela é caracterizada como “hora vazia”, angustiante, de “espantosa solidão”.

     05 – Releia o quinto e o sexto versos da quinta estrofe. Por que “leite, jornal e calma” aparecem juntos, relacionados à manhã?
      A manhã é um alento, um alívio para a angústia sentida principalmente durante a noite. O leite e o jornal remete às atividades rotineiras do eu lírico, com as quais se sentem confortável.

 06 – Releia este outro trecho:
                          “Quantas mulheres prováveis
                           Interrogam-se no espelho
                           Medindo o tempo perdido.”
     a) Essas mulheres foram percebidas pelo eu lírico como a bruxa, ou são fruto de sua reflexão?
      As “mulheres prováveis” são fruto da reflexão do eu lírico.

     b) Nesse trecho, o eu lírico demonstra crer que o sentimento de solidão é apenas dele? Explique.
    Não. Ele mostra crer que naquele momento, muitas mulheres provavelmente sentem-se igualmente solitárias.

07 – Os dois últimos versos dão ao poema um caráter confessional. Por que a confidência, algo tão íntimo, teria interesse para os leitores?
      Porque os temas abordados são abrangentes, de interesse geral, e porque a forma como a confidência se apresenta é atraente, com exploração de imagens poéticas. 
                                                                                 
08 – Esse poema foi escrito na década de 1930.
a)   O que ele revela sobre os homens e as mulheres daquele tempo?
      O poema fala de homens e mulheres solitários que não conseguem se comunicar, embora necessitam disso.

     b) Em sua opinião, essa caracterização vale ainda para os homens e as mulheres do nosso tempo?
Você compartilha ou já compartilhou dessa mesma sensação?
      Ainda hoje essa sensação de solidão é vivida pelos moradores dos grandes centros urbanos.

09 – Há, no poema, elementos que o aproximam das crônicas dos capítulos anteriores. Quais?
      O diálogo com o leitor, a subjetividade, o caráter episódico e uma reflexão mais genética.                   


POEMA: UM BOI VÊ OS HOMENS - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

POEMA: UM BOI VÊ OS HOMENS
            Carlos Drummond de Andrade


   Tão delicados (mais que um arbusto) e correm e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos de alguma coisa. Certamente, falta-lhes não sei que atributo essencial, posto se apresentam nobres e graves, por vezes. Ah, espantosamente graves, até sinistros. Coitados, dir-se-ia não escutam nem o canto do ar nem os segredos do feno, como também parecem não enxergar o que é visível e comum a cada um de nós, no espaço. E ficam tristes e no rasto da tristeza chegam à crueldade.
        Toda a expressão deles mora nos olhos – e perde-se a um simples baixar de cílios, a uma sombra.
        Nada nos pelos, nos extremos de inconcebível fragilidade, e como neles há pouca montanha, e que secura e que reentrâncias e que impossibilidade de se organizarem em formas calmas, permanentes e necessárias. Têm, talvez, certa graça melancólica (um minuto) e com isto se fazem perdoar a agitação incômoda e o translúcido vazio interior que os torna tão pobres e carecidos de emitir sons absurdos e agônicos: desejo, amor, ciúme (que sabemos nós?), sons que se despedaçam e tombam no campo como pedras aflitas e queimam a erva e a água, e difícil, depois disto, é ruminarmos nossa verdade.

                                                   Carlos Drummond de Andrade. In Claro enigma. Graña Drummond
                                                                         www.carlosdrummond.com.br 
Rio de Janeiro: Record.

Entendendo o texto: 
01 – Explique por que, sob a perspectiva do boi, o homem é um ser contraditório.
     Porque algumas vezes s mostra delicado, sério, inofensivo; em outras, é sinistro, perigoso, cruel.

02 – Ao analisar o homem, o boi assume certa superioridade. Quais são no poema os indícios dessa superioridade?
     O fato de o boi chamar os homens de “coitados” e as conclusões que indicam que faltam aos homens alguns atributos (como não conseguir escutar os sons da natureza, não enxergar a realidade) e que eles seriam pobres e vazios sugerem uma perspectiva de superioridade por parte do boi.

03 – Qual a única afirmação que não pode ser associada às interpretações do boi?
      - Dominado pela solidão, o homem reage de maneiras distintas: tanto pode entritecer-se quanto enfurecer-se.
     - Os homens parecem perdidos, desorientados, pois estão profundamente afastados da natureza.
     - As crueldades cometidas pelos homens não podem ser compreendidas ou perdoadas.
     - O vazio interior que os homens carregam impõe-lhes perturbação e desassossego constantes.

04 – O poema encerra-se com o verso “e difícil, depois disto, é ruminarmos nossa verdade”.
a)   Qual o sentido do verbo ruminar nesse verso?
Ele tem o sentido de “refletir, meditar, pensar profundamente”.

b)   O verso pode ser considerado um desabafo do boi. Em que consiste esse desabafo?
O boi desabafa sua perturbação provocada pela percepção da atormentada condição humana.




TEXTO: A CARTA DE AMOR - ANDRÉ SINOLDI - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Texto: A CARTA DE AMOR


          No momento em que Malvina ia pôr a frigideira no fogo, entrou a cozinheira com um envelope na mão. Isso bastou para que ela se tornasse nervosa. Seu coração pôs-se a bater precipitadamente e seu rosto se afogueou. Abriu-o com gesto decisivo e extraiu um papel verde-mar, sobre o qual se liam, em caracteres enérgicos, masculinos, estas palavras: “Você será amada…”.

        Malvina empalideceu, apesar de já conhecer o conteúdo dessa carta verde-mar, que recebia todos os dias, havia já uma semana. Malvina estava apaixonada por um ente invisível, por um papel verde-mar, por três palavras e três pontos de reticências. “Você será amada…”. Há uma semana que vivia como ébria.
       Olhava para a rua, e qualquer olhar de homem que se cruzasse com o seu, lhe fazia palpitar tumultuosamente o coração. Se o telefone tilintava, seu pensamento corria célere: talvez fosse “ele”. Se não conhecesse a causa desse transtorno, por certo Malvina já teria ido consultar um médico de doenças nervosas. Mandara examinar por um grafólogo a letra dessa carta. Fora em todas as papelarias à procura desse papel verde-mar e, inconscientemente, fora até ao correio ver se descobria o remetente no ato de atirar o envelope na caixa.
       Tudo em vão. Quem escrevia, conseguia manter-se incógnito. Malvina teria feito tudo quanto ele quisesse. Nenhum empecilho para com o desconhecido. Mas para que ela pudesse realizar o seu sonho, era preciso que ele se tornasse homem de carne e osso. Malvina imaginava-o alto, moreno, com grandes olhos negros, forte e espadaúdo!
        O seu cérebro trabalhava: seria ele casado? Não, não o era. Seria pobre? Não podia ser. Seria um grande industrial? Quem sabe?
      As cartas de amor, verde-mar, haviam surgido na vida de Malvina como o dilúvio, transtornando-lhe o cérebro.
        Afinal, no décimo dia, chegou a explicação do enigma. Foi uma coisa tão dramática, tão original, tão crível, que Malvina não teve nem um ataque de histerismo, nem uma crise de cólera. Ficou apenas petrificada.
        “Você será amada… se usar, pela manhã, o creme de beleza Lua Cheia. O creme Lua Cheia é vendido em todas as farmácias e drogarias. Ninguém resistirá a você, se usar o creme Lua Cheia.”
        Era o que continha o papel verde-mar, escrito em enérgicos caracteres masculinos.
         Ao voltar a si, Malvina arrastou-se até ao telefone:
         – Alô! É Jorge quem está falando? Já pensei e resolvi casar-me com você. Sim, Jorge, amo-o! Ora, que pergunta! Pode vir.
         A voz de Jorge estava rouca de felicidade!
         E nunca soube a que devia tanta sorte!

( André Sinoldi )
 Entendendo o texto:
01 – Substitua as palavras destacadas por sinônimos:
a)   Seu rosto se afogueou.
Corou.

b)   Seu pensamento corria célere.
Veloz, ligeiro.

c)   Quem escrevia, conseguia manter-se incógnito.
Escondido.

d)   Afinal, chegou a explicação do enigma.
         Mistério.

e)   Malvina arrastou-se até ao telefone.
Dirigiu.

f)    Seu coração pôs-se a bater precipitadamente.
        Aceleradamente.

g)   Ficou apenas petrificada.
Paralisada.

02 – Quem é o protagonista do texto lido?
      Malvina.

03 – Identifique a frase do texto que revela, com clareza, que Malvina reagia alucinadamente.
      “Há uma semana que vivia como ébria.”

04 – Que frase do texto revela que Malvina, se encontrasse o autor das cartas, lhe seria submissa?
      Todo dia a dama gastava uma a duas horas tentando ensinar o gato a falar.

05 – Qual é o elemento gerador do conflito nesta história?
      A carta anônima.




TEXTO: UM ARRISCADO ESPORTE NACIONAL - DR. GERALDO MEDEIROS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: UM ARRISCADO ESPORTE NACIONAL


    Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica.

     Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que necessariamente faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos.
      É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou inadequadas de antibióticos fortíssimos, reservados para infecções graves e com indicação precisa. Quem age assim está ensinando bactérias a se tornarem resistentes a antibióticos. Um dia, quando realmente precisar de remédio, este não funcionará. E quem não conhece aquele tipo de gripado que chega a uma farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique uma “bomba” na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, poderá receber na corrente sanguínea soluções de glicose, cálcio, vitamina C, produtos aromáticos tudo sem saber dos riscos que corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação.

                                                   (Dr. Geraldo Medeiros -Veja - 1995)

Entendendo o texto:
01 – Sobre o título dado ao texto - um arriscado esporte nacional -, a única afirmação correta é:
a) mostra que a automedicação é tratada como um esporte sem riscos.
b) indica quais são os riscos enfrentados por aqueles que se automedicam.
c) denuncia que a atividade esportiva favorece a automedicação;
d) condena a pouca seriedade daqueles que consomem remédio por conta própria.
e) assinala que o principal motivo da automedicação é a tentativa de manter-se a juventude.

02 – Os leigos sempre se medicaram por conta própria ... Esta frase inicial do texto só NÃO equivale semanticamente a:
a) Os leigos, por conta própria, sempre se medicaram.
b) Por conta própria os leigos sempre se medicaram.
c) Os leigos se medicaram sempre por conta própria
d) Sempre se medicaram os leigos por conta própria.
e) Sempre os leigos, por conta própria, se medicaram.

03 – O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a abordar o tema da automedicação, segundo o que declara no primeiro parágrafo do texto, foi:
a) a tradição que sempre tiveram os brasileiros de automedicar-se.
b) os lucros imensos obtidos pela indústria farmacêutica com a venda “livre” de remédios.
c) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito brasileiro da automedicação.
d) a preocupação com o elevado número de óbitos decorrente da automedicação.
e) aumentar o lucro dos médicos, incentivando as consultas.