terça-feira, 3 de abril de 2018

LENDA: A LENDA DO SACI - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

LENDA: A LENDA DO SACI
                 Monteiro Lobato

  A curiosidade tem levado os homens de todos os tempos a indagar sobre as origens do Universo, dos seres, das coisas e sobre os fatos que não têm explicação lógica. Os cientistas estudam o mundo à procura de respostas objetivas a essas questões. As lendas constituem outra forma de responder a essas perguntas. Fruto da imaginação, elas não explicam cientificamente os seres e as coisas, mas contam uma história que fala de como teria surgido.

       Você já ouviu falar do Sítio do Pica-pau Amarelo, um lugar imaginado por Monteiro Lobato? O sítio é uma pequena fazenda onde moram Narizinho, Dona Benta, Pedrinho, Tia Nastácia, a boneca Emília, o Visconde de Sabugosa e Rabicó. Criadas por Monteiro Lobato, o primeiro escritor brasileiro a escrever para crianças, essas personagens vivem incríveis aventuras no sítio e falam de muitas tradições de nosso país. 
       O texto que você vai ler a seguir se refere a uma delas. Pedrinho, muitas vezes, tinha ouvido falar em saci e queria saber se ele realmente existia. Foi então perguntar ao Tio Barnabé, um negro de mais de 80 anos e bom contador de histórias, que vivia perto de sua fazenda. 
    Tio Barnabé não apenas confirmou que o saci existia, mas também informou que existiam vários sacis. E contou muitas histórias sobre eles, as artes que essas criaturas fazem e até ensinou como se pega um saci. Pedrinho, então, armou um plano. Vamos conhecer o plano do garoto?

 PEDRINHO PEGA UM SACI

        Tão impressionado ficou Pedrinho com esta conversa que dali por diante só pensava em saci, e até começou a enxergar sacis por toda parte. Dona Benta caçoou, dizendo:
        — Cuidado! Já vi contar a história de um menino que de tanto pensar em saci acabou virando saci… 
      Pedrinho não fez caso da história e, um dia, enchendo-se de coragem, resolveu pegar um. Foi de novo em procura do tio Barnabé.
      — Estou resolvido a pegar um saci, disse ele, e quero que o senhor me ensine o melhor meio. 
        Tio Barnabé riu-se daquela valentia.
      — Gosto de ver um menino assim. Bem mostra que é neto do defunto sinhô velho, um homem que não tinha medo nem de mula sem cabeça. Há muitos jeitos de pegar saci, mas o melhor é o de peneira. Arranja-se uma peneira de cruzeta…
       — Peneira de cruzeta? – interrompeu o menino – Que é isso?
      — Nunca reparou que certas peneiras têm duas taquaras mais largas que se cruzam bem no meio e servem para reforço? Olhe aqui. – e tio Barnabé mostrou ao menino uma das tais peneiras que estava ali num canto – Pois bem, arranja-se uma peneira destas e fica-se esperando um dia de vento bem forte, em que haja rodamoinho de poeira e folhas secas. Chegada essa ocasião, vai-se com todo o cuidado para o rodamoinho e zás! joga-se a peneira em cima. Em todos os rodamoinhos há saci dentro, porque fazer rodamoinhos é justamente a principal ocupação dos sacis neste mundo.
        — E depois?
        — Depois, se a peneira foi bem atirada e o saci ficou preso, é só dar jeito de botar ele dentro de uma garrafa e arrolhar muito bem. Não esquecer de riscar uma cruzinha na rolha, porque o que prende o saci na garrafa não é a rolha e sim a cruzinha riscada nela. É preciso ainda tomar a carapucinha dele e a esconder bem escondida. Saci sem carapuça é como cachimbo sem fumo. Eu já tive um saci na garrafa, que me prestava muitos bons serviços. Mas veio aqui um dia aquela mulatinha sapeca que mora na casa do compadre Bastião e tanto lidou com a garrafa que a quebrou. O perneta pulou em cima da sua carapuça, que estava ali naquele prego, e "Até logo, tio Barnabé!" 
      Depois de tudo ouvir com a maior atenção, Pedrinho voltou para casa decidido a pegar um saci, custasse o que custasse. Contou o seu projeto a Narizinho e longamente discutiu com ela sobre o que faria no caso de escravizar um daqueles seres terríveis. Depois de arranjar uma boa peneira de cruzeta, ficou à espera do dia de S. Bartolomeu, que é o mais ventoso do ano. 
       Custou a chegar esse dia, tal era sua impaciência, mas afinal chegou e, desde muito cedo, Pedrinho foi postar-se no terreiro, de peneira em punho, à espera de rodamoinhos. Não esperou muito tempo. Um forte rodamoinho formou-se no pasto e veio caminhando para o terreiro.
        — É hora! – disse Narizinho – Aquele que vem vindo está com muito jeito de ter saci dentro. 
     Pedrinho foi se aproximando pé ante pé e, de repente, zás! Jogou a peneira em cima.
        — Peguei! – gritou no auge da emoção, debruçando-se com todo o peso do corpo sobre a peneira emborcada – Peguei o saci! … A obra de Monteiro Lobato já divertiu muitas gerações de crianças. Na foto, alguns dos atores que vivem as personagens da nova adaptação do Sítio do Pica-pau Amarelo para a televisão.
       A menina correu a ajudá-lo.
      — Peguei o saci! – repetiu o menino vitoriosamente – Corra, Narizinho, e traga-me aquela garrafa escura que deixei na varanda. Depressa! 
       A menina foi num pé e voltou noutro.
    — Enfie a garrafa dentro da peneira – ordenou Pedrinho – enquanto eu cerco dos lados. Assim! Isso! … 
     A menina fez como ele mandava e, com muito jeito, a garrafa foi introduzida dentro da peneira.
     — Agora tire do meu bolso a rolha que tem uma cruz riscada em cima. – continuou Pedrinho – Essa mesma. Dê cá. 
      Pela informação do tio Barnabé, logo que a gente põe a garrafa dentro da peneira, o saci por si mesmo entra dentro dela, porque, tem a tendência de procurar sempre o lugar mais escuro. De modo que Pedrinho o mais que tinha a fazer era arrolhar a garrafa e erguer a peneira. Assim fez, e foi com o ar de vitória de quem houvesse conquistado um império que levantou no ar a garrafa para examiná-la contra a luz. 
       Mas a garrafa estava tão vazia como antes. Nem sombra do saci dentro…
     A menina deu-lhe uma vaia e Pedrinho, muito desapontado, foi contar o caso ao tio Barnabé.
      — É assim mesmo. – explicou o negro velho – Saci na garrafa é invisível. A gente só sabe que ele está lá dentro quando a gente fica sonolento. Num dia bem quente, quando os olhos da gente começam a piscar de sono, o saci pega a tomar forma, até que fica perfeitamente visível. É desse momento em diante que a gente faz dele o que quer. Guarde a garrafa bem fechada, que garanto que o saci está dentro dela. 
      Pedrinho voltou para casa orgulhosíssimo com a sua façanha.
    — O saci está aqui dentro, sim. – disse ele a Narizinho – Mas está invisível, como me explicou tio Barnabé. 
     Quem não gostou da brincadeira foi a pobre tia Nastácia. Como tinha um medo horrível de tudo quanto era mistério, nunca mais chegou nem na porta do quarto de Pedrinho.
     — Deus me livre de entrar num quarto onde há garrafa com saci dentro! Credo! Nem sei como dona Benta consente semelhante coisa em sua casa. Não parece ato de cristão…

                                       (Monteiro Lobato. Viagem ao Céu e O saci.
                                               São Paulo: Brasiliense, s.d. p. 191-5.).

Entendendo o texto:

01 – De acordo com as instruções dadas por tio Barnabé, para Pedrinho ou qualquer pessoa conseguir pegar um saci, só não seria necessário:
       A – ( ) peneira de cruzeta.
       B – ( ) ser um dia de vento forte com rodamoinho.
       C – ( ) uma garrafa escura.
       D – (X) uma pessoa para ajudar.
       E – ( ) uma rolha com uma cruz desenhada nela para tampar a garrafa.

02 – Observe os trechos a seguir:
I – "...que me prestava muitos bons serviços." 
II – "...e, desde muito cedo, Pedrinho foi postar-se..." 
III – "Não esperou muito tempo." 
IV – "...com muito jeito, a garrafa foi introduzida..." 
V – "...Pedrinho, muito desapontado, foi..."

Pode-se declarar que a classe gramatical de muito é advérbio:
       A – ( ) em todos os trechos.
       B – (X) somente nos trechos II e V.
       C – ( ) apenas no trecho IV.
       D – ( ) somente no trecho II.
       E – ( ) apenas nos trechos III e I.

03 – Monteiro Lobato, o autor do texto, viveu há muito tempo, entre 1882 e 1984. Por essa razão, muitas palavras e expressões que ele utilizou em suas histórias não são conhecidas pelas crianças de hoje. Apesar disso, é possível compreender o sentido delas no contexto em que foram empregadas. 

Identifique a opção cuja expressão ou palavra grifada foi substituída inadequadamente pelo que aparece entre parênteses:
       A – ( ) "...Pedrinho não fez caso da história e, a..." (não se importou com a)
       B – ( ) "...que o senhor me ensine o melhor meio."  (modo)
       C – ( ) "...e tanto lidou com a garrafa que a quebrou..." (manuseou)
       D – ( ) "A menina foi num pé e voltou noutro."  (foi e voltou rapidamente)
       E – (X) "...o mais que tinha a fazer era arrolhar a garrafa..." (destampar).

04 – “Saci sem carapuça é como cachimbo sem fumo." 

 No trecho acima, há um conectivo de comparação. Ele só não quer dizer que saci sem carapuça é tão:
       A – (X) proveitoso quanto cachimbo sem fumo.
       B – ( ) inútil quanto cachimbo sem fumo.
       C – ( ) sem importância quanto cachimbo sem fumo.
       D – ( ) ineficaz quanto cachimbo sem fumo.
       E – ( ) irrelevante quanto cachimbo sem fumo.

05 – Quanto à caracterização dos personagens não se pode declarar que:
       A – ( ) Pedrinho – é destemido e corajoso.
       B – ( ) tio Barnabé – é minucioso e detalhista.
       C – ( ) Narizinho – é prestativa e eficiente.
       D – ( ) tia Nastácia – é supersticiosa e medrosa.
       E – (X) dona Benta – é intolerante e encorajadora.


POEMA: OS DIREITOS DAS CRIANÇAS - RUTH ROCHA - COM GABARITO

POEMA: OS DIREITOS DAS CRIANÇAS         
                                                                                                 RUTH ROCHA 

Mas criança também 
tem
O direito de 
sorrir. 
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir...

Ver uma estrela cadente,
Filme que 
tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.

Descer no escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se 
faz calor,
Brincar de adivinhação.


Entendendo o poema:
01 – Qual o título do poema?
     Os direitos das crianças.

02 – Quem é o autor (a) do poema?
     
Ruth Rocha.

03 – De quantos versos é composto o poema? E de quantas estrofes?
     Versos = 
possui 12 versos.
     Estrofes = possui 03 estrofes.

04 – Você concorda com estes direitos que a autora descreve no seu poema? Você acrescentaria mais alguns direitos? Quais?
     Resposta pessoal do aluno.

05 – Circule os verbos de acordo com a legenda:
Verde > Da primeira conjugação:
Ganhar, brincar e adivinhação.

Vermelho > Da segunda conjugação:
Tem, correr, ter, ver, tenha, descer, fazer e faz.

Azul > Da terceira conjugação:
Sorrir, colorir e ouvir.


CONTO: POR UM PÉ DE FEIJÃO - ANTONIO TORRES - COM GABARITO


CONTO: POR UM PÉ DE FEIJÃO

      Nunca mais haverá no mundo um ano tão bom. Pode até haver anos melhores, mas jamais será a mesma coisa. Parecia que a terra (a nossa terra, feinha, cheia de altos e baixos, esconsos, areia, pedregulho e massapê) estava explodindo em beleza. E nós todos acordávamos cantando, muito antes do sol raiar, passávamos o dia trabalhando e cantando e logo depois do pôr do sol desmaiávamos em qualquer canto e adormecíamos, contentes da vida.
          Até me esqueci da escola, a coisa de que mais gostava. Todos se esqueceram de tudo. Agora dava gosto trabalhar.
          Os pés de milho cresciam desembestados, lançavam pendões e espigas imensas. Os pés de feijão explodiam as vagens do nosso sustento, num abrir e fechar de olhos. Toda a plantação parecia nos compreender, parecia compartilhar de um destino comum, uma festa comum, feito gente. O mundo era verde. Que mais podíamos desejar?
          E assim foi até a hora de arrancar o feijão e empilhá-lo numa seva tão grande que nós, os meninos, pensávamos que ia tocar nas nuvens. Nossos braços seriam bastantes para bater todo aquele feijão? Papai disse que só íamos ter trabalho daí a uma semana e aí é que ia ser o grande pagode. Era quando a gente ia bater o feijão e iria medi-lo, para saber o resultado exato de toda aquela bonança. Não faltou quem fizesse suas apostas: uns diziam que ia dar trinta sacos, outros achavam que era cinquenta, outros falavam em oitenta.
          No dia seguinte voltei para a escola. Pelo caminho também fazia os meus cálculos. Para mim, todos estavam enganados. Ia ser cem sacos. Daí para mais. Era só o que eu pensava, enquanto explicava à professora por que havia faltado tanto tempo. Ela disse que assim eu ia perder o ano e eu lhe disse que foi assim que ganhei um ano. E quando deu meio-dia e a professora disse que podíamos ir, saí correndo. Corri até ficar com as tripas saindo pela boca, a língua parecendo que ia se arrastar pelo chão. Para quem vem da rua, há uma ladeira muito comprida e só no fim começa a cerca que separa o nosso pasto da estrada e foi logo ali, bem no comecinho da cerca, que eu vi a maior desgraça do mundo: o feijão havia desaparecido. Em seu lugar, o que havia era uma nuvem preta, subindo do chão para o céu, como um arroto de Satanás na cara de Deus. Dentro da fumaça, uma língua de fogo devorava todo o nosso feijão.
          Durante uma eternidade, só se falou nisso: que Deus põe e o diabo dispõe.
          E eu vi os olhos da minha mãe ficarem muito esquisitos, vi minha mãe arrancando os cabelos com a mesma força com que antes havia arrancado os pés de feijão:
          - Quem será que foi o desgraçado que fez uma coisa dessas? Que infeliz pode ter sido?
          E vi os meninos conversarem só com os pensamentos e vi o sofrimento se enrugar na cara chamuscada do meu pai, ele que não dizia nada e de vez em quando levantava o chapéu e coçava a cabeça. E vi a cara de boi capado dos trabalhadores e minha mãe falando, falando, falando e eu achando que era melhor se ela calasse a boca.
          À tardinha os meninos saíram para o terreiro e ficavam por ali mesmo, jogados, como uns pintos molhados. A voz da minha mãe continuava balançando as telhas do avarandado. Sentado em seu banco de sempre, meu pai era um mudo. Isso nos atormentava um bocado.
          Fui o primeiro a ter coragem de ir até lá. Como a gente podia ver lá de cima, da porta da casa, não havia sobrado nada. Um vento leve soprava as cinzas e era tudo. Quando voltei, papai estava falando.
          - Ainda temos um feijãozinho de corda no quintal das bananeiras, não temos? Ainda temos o quintal das bananeiras, não temos? Ainda temos o milho para quebrar, despalhar, bater e encher o paiol, não temos? Como se diz, Deus tira os anéis, mas deixa os dedos.
          E disse mais:
          - Agora não se pensa mais nisso, não se fala mais nisso. Acabou.
          Então eu pensei: O velho está certo.
          Eu já sabia que quando as chuvas voltassem, lá estaria ele, plantando um novo pé de feijão.

                      TORRES, Antônio. Por um pé de feijão. Em: MORICORI, Ítalo.
                                                    Os cem melhores contos brasileiros do século.
                                                          Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. P 586-587.

     Entendendo o texto:
     01 – Antes de ler o texto, você observou seu título e imaginou sobre o que ele trataria de fato, do que trata essa história?
      O texto traz a história de um menino e suas experiências com a colheita do feijão.

     02 – Releia a primeira frase do texto: “Nunca mais haverá no mundo um ano tão bom”. A que se refere esse ano bom?
      Refere-se a um bom ano para a plantação, pois a colheita do feijão foi fértil.

     03 – No início da história, tudo parece correr bem, mas algo altera o curso dos acontecimentos. Que fato provoca essa mudança?
      O fato do feijão pegar fogo, incendiar-se por completo.

     04 – Para você, qual é o ponto mais alto da história, isto é, qual é o momento de maior tensão nessa narrativa?
      Depois que se instaura o conflito, quando o menino constata que o feijão havia desaparecido, o ápice é a descrição do fogo devorando a colheita: “Em seu lugar, o que havia era uma nuvem preta, subindo do chão para o céu, como um arroto de satanás na cara de Deus. Dentro da fumaça, uma língua de fogo devorava todo o nosso feijão”.

     05 – Como a família da história acaba lidando com o problema?
      No início, a mãe não para de falar, enquanto o pai apenas observa e demonstra preocupação. Por fim, a família acaba aceitando, decide não tocar mais no assunto e começar o trabalho todo de novo.

     06 – Você gostou do desfecho, isto é, do modo como o conflito se resolve no final?
      No desfecho, o menino percebe que a tragédia será superada e eles voltarão a plantar feijão. Deixe que os alunos deem suas opiniões sobre a maneira com que os personagens lidam com esse conflito.

     07 – A linguagem usada no texto é formal ou informal? Encontre um trecho que comprove sua resposta.
      Embora siga a variedade padrão, a linguagem é predominantemente informal. Exemplo: “Os pés de milho cresciam desembestados”. Mostre aos alunos que esse registro é adequado ao contexto da história, que é narrada por um menino. O autor possivelmente fez essa escolha para criar um feito de verossimilhança, isto é, para que o leitor acredite na voz do personagem que narra os fatos.

     08 – Os personagens fazem uso de alguns ditados populares, relacionando-os à situações que estão vivendo. Encontre esses ditados e explique seus significados dentro do contexto em que foram usados.
      “Deus põe e o diabo dispõe”: aquilo que foi dado pela natureza naquela colheita foi arrancado pelo fogo, pelo “diabo”. “Deus tira os anéis, mas deixa os dedos”: as coisas materiais se vão, mas ficam as pessoas e a possibilidade de recuperar os anéis.

     09 – Essa história começou com uma situação tranquila, sem imprevistos. De repente, um fato surpreendente fez tudo mudar, criando um conflito para os personagens. Na vida cotidiana isso também acontece? Você já viveu situação semelhante?
      Resposta pessoal.


TEXTO: APÓS PERDER A MEMÓRIA, HOMEM SE APAIXONA DE NOVO PELA MULHER, NO ES - COM GABARITO


Texto: APÓS PERDER A MEMÓRIA, HOMEM SE APAIXONA
DE NOVO PELA MULHER, NO ES.


   Na madrugada do dia 18 de janeiro deste ano, Alcino Garajau acordou com vontade de ir ao banheiro, mas não sabia quem era a mulher que estava ao lado dele, nem mesmo onde ficava o banheiro. Não se lembrava do próprio nome, nem sabia que a criança que chorava no quarto ao lado era sua filha. Por dois meses, ele ficou sem se lembrar de nada, conhecendo a própria história por fotos e confiando no que dizia aquela mulher que estava ao lado dele desde que acordou.
        “Mesmo sem conhecê-la, eu me sentia muito confortável ao lado dela. Não tinha lembrança, mas o amor estava ali”, conta. E foi o amor que deu à Priscila Damasceno toda a calma e paciência para reconquistar Alcino e ajuda-lo na recuperação. Neste Dia dos Namorados, o casal celebra o “novo começo” feliz, bem longe do final.
        Alcino e Priscila tiveram dois “primeiros beijos”: antes e depois da perda de memória. Mas Alcino brinca dizendo que, mesmo sem lembrar-se do primeiro beijo, o segundo foi ainda melhor.
        “Confiava nela, mesmo com tudo muito confuso na minha cabeça. Via a dedicação dela. Nossa filha Cristina tinha poucos meses e eu via a Priscila tendo que cuidar de duas crianças: eu e ela. Vi o amor que ela tinha por mim e pela nossa família. Um dia chamei a Priscila para sair, porque eu sentia vontade de conhece-la como mulher. Fomos dar uma volta na praia, em Vitoria, e tudo aconteceu naturalmente, rolou o primeiro beijo. E foi o beijo, conta Alcino.
        Para Priscila, o momento não foi menos especial. “Confesso que estava com muito medo. A expectativa era grande. Quando saímos para conversar na praia, acabou acontecendo naturalmente. E foi muito bom!”, lembra. [...]

                 MONTEIRO, Amanda. Após perder a memória, homem se apaixona de novo pela mulher, no ES. Portal G1ES, 12 jun. 2012. Disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2012/06/apos-perder-memoria-homem-se-apaixona-de-novo-pela-mulher-no-es.html. Acesso em: 3 out. 2012.

     Entendendo o texto:
     01 – Qual é o assunto tratado nessa notícia e o que mais chama sua atenção?
      A notícia fala sobre um homem que perdeu a memória repentinamente e a recuperou com a ajuda de profissionais e da esposa, por quem ele voltou a se apaixonar. Resposta pessoal.

     02 – Por que Alcino se refere ao segundo beijo com a esposa como “o” beijo?
      Espera-se que os alunos expliquem que esse segundo “primeiro” beijo não foi um beijo qualquer, mas muito especial, porque marcou um momento importante de sua vida: a continuidade de sua relação com Priscila.

     03 – Que relação é possível estabelecer entre esse texto e o quadro de Salvador Dali, observado no início deste capítulo?
      Espera-se que os alunos percebam que ambos, por meio de diferentes linguagens, tratam da importância da memória. É possível comparar um homem sem memória à imagem de um relógio que se derrete.

     04 – Qual é a importância da memória na vida das pessoas? E para uma comunidade?
      Resposta pessoal.


CRÔNICA: O COME E NÃO ENGORDA - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO


CRÔNICA: O COME E NÃO ENGORDA
                      Luís Fernando Veríssimo


  Ninguém é mais admirado ou invejado do que o come e não engorda. Você o conhece. É o que come o dobro do que nós comemos e tem metade da circunferência e ainda se queixa:
  - Não adianta. Não consigo engordar.

     O come e não engorda é meu ídolo. Só não lhe peço autógrafo por inibição. Meu sonho é emagrecer e depois nunca mais engordar, por mais que tente. Quando eu diminuir, quero ser um come e não engorda.
        Não se deve confundir o come e não engorda com o enfastiado. Este pertence a outra espécie. Não é humano. Pode até ser melhor do que nós, um aperfeiçoamento, mas não é humano. Afinal, o que une a humanidade é o seu apetite comum. Não é por nada que partilhar da comida com o próximo tem sido símbolo de concórdia desde as primeiras cavernas. Até hoje as conferências de paz se fazem em volta de uma mesa onde a comida, se não está presente, está implícita. Desconfie do enfastiado. Ele será um agente de outra galáxia ou um poço de perversões, ou as duas coisas. De qualquer maneira, mantenha-o longe das crianças. Quando encontrar alguém na frente de um prato cheio só emparelhando as ervilhas com a ponta da faca, notifique os órgãos de segurança. É um enfastiado e pode ser perigoso. Sempre achei que as pessoas que comem como um passarinho deviam ser caçadas a bodoque. O seu fastio, inclusive, é um escárnio aos que querem comer e não podem.
        Já o come e não engorda compartilha do nosso apetite, só não compartilha das consequências. Ele repete a massa e não tem remorso. Pede mais chantilly e sua voz não treme. Molha o pão no café com leite! E ainda se queixa:
        - Há 15 anos tenho o mesmo peso.
        O come e não engorda só parou de mamar no peito porque proibiram sua mãe de ficar junto no quartel. Quando o come e não engorda nasceu, uma estrela misteriosa apareceu no Guide Michelin de restaurantes para aquele ano. O come e não engorda caminha sobre a sauce béarnaise e não afunda. Multiplica os filés de peixe à meuniére e os pães de queijo. Por onde o come e não engorda passa, as ovelhas se atiram para trás e pedem “me assa!”. O come e não engorda tem o segredo da Vida e da Morte e, suspeita-se, o telefone da Bruna Lombardi. E ainda se queixa:
        - Tenho que tomar quatro milk-shakes entre as refeições. Dieta.
        Dieta! E você ali, de olho arregalado.

                           VERISSIMO, Luís Fernando. A mesa voadora.
                                                                                    Rio de Janeiro:
                                Objetiva, 2001. P. 21-22.

     Entendendo o texto:
     01 – Quando você leu o título do texto, construiu hipóteses sobre     seu conteúdo. Suas suposições se confirmaram após a leitura? Explique.
      Resposta pessoal.

     02 – Qual é a sua opinião sobre ao texto? Você gostou dele? Achou-o bem-humorado? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal.

     03 – Você é um come e não engorda? Sua visão sobre essas pessoas é parecida com a de Luís Fernando Verissimo? Explique.
      Resposta pessoal.

    04 – Escreva a seguir as palavras do texto que você não conhece procure-as no dicionário e anote seus significados.
      Resposta pessoal.

     05 – O texto diz: “Não se deve confundir o come e não engorda com o enfastiado. Este pertence a outra espécie. Não é humano”. Explique, com suas palavras, as diferenças entre esses dois tipos descritos pelo autor.
      Segundo o texto, o come e não engorda é o tipo que tem apetite, come muito e não sente remorso. Já o enfastiado é o tipo que come pouco, que não tem apetite. Para o autor, comer é humano, portanto, quem não tem o desejo de comer pertence a outra espécie ou galáxia.

     06 – O autor afirma que partilhar a comida tem sido símbolo de concórdia desde o tempo das cavernas. O que ele quis dizer com isso?
      De acordo com Veríssimo, o que une a humanidade é o seu apetite comum. Espera-se que os alunos relacionem essa afirmação com o fato de as pessoas se reunirem à mesa não só para a alimentar, mas também para festejar ou mesmo negociar. Geralmente, isso é feito em clima amistoso e pacífico. Além disso, partilhar o alimento é visto como sinal de fraternidade.

     07 – Relate uma situação que você tenha vivido em que partilhar a comida tenha sido símbolo de concórdia ou comunhão.
      Resposta pessoal.

     08 – Muitas formas de expressão artística têm mostrado a mesa e o partilhar do alimento como forma de comunhão. Observe a reprodução deste quadro e responda ao que se pede a seguir.



a)   Você conhece essa imagem? O que é representado nessa cena?
         Leonardo da Vinci retrata nessa tela uma cena bíblica em que JESUS CRISTO faz a última ceia com os apóstolos antes de ser preso e crucificado, revelando-lhes que um deles o trairá.

b)   É possível relacioná-la com a crônica de Luís Fernando Verissimo? Explique.
         Espera-se que os alunos consigam relacionar a imagem com a ideia expressa no texto de que partilhar a comida é um símbolo de concórdia, de comunhão.

POEMA: VAIDADE - FLORBELA ESPANCA - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


POEMA – VAIDADE
              
                                               Florbela Espanca
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada! ...

                            ESPANCA, Florbela. Poemas. São Paulo:
Martins Fontes, 1999.

Entendendo o poema:
01 – Transcreva no caderno a informação que traduz mais claramente a ideia principal do poema:
     a) Está claro para o eu lírico o seu valor pessoal e o valor de sua poesia, daí sua necessidade de reconhecimento.
     b) Sonhar é parte do processo para atingir a perfeição poética, possível apenas por meio de um saber vasto e profundo.
     c) O eu lírico marca a oposição entre seu sonho de ser especial, de ter seu talento reconhecido e o que pensa sobre si mesmo: que não é nada.

02 – Identifique os versos em que o eu lírico revela seu sonho de ser a “poetisa eleita”.
      Todos, exceto o último.


segunda-feira, 2 de abril de 2018

FILME: O PODEROSO CHEFINHO - SINOPSE COM ATIVIDADES GABARITADAS

Filme: O PODEROSO CHEFINHO


Data de lançamento: 30 de março de 2017 (1h 38min)
Direção: Tom McGrath
Gêneros: AnimaçãoComédia
Nacionalidade: EUA

SINOPSE E DETALHES
        Um bebê falante que usa terno e carrega uma maleta misteriosa une forças com seu irmão mais velho invejoso para impedir que um inescrupuloso CEO acabe com o amor no mundo. A missão é salvar os pais, impedir a catástrofe e provar que o mais intenso dos sentimentos é uma poderosa força.

Entendendo o filme:
01 – Como eram os pais de Tim, antes do bebê chegar?
a) eles viviam ocupados e, não tinham tempo para cuidar do Tim.
b) eles trabalhavam muito, porém tinham tempo para cuidar do Tim. E eles eram muito carinhosos e atenciosos com ele.

O2 – Como era a vida para o garoto Tim, antes da chegada do bebê?
a) para ele a vida era ótima, perfeita.
b) para ele a vida só não era perfeita, porque faltava um irmãozinho.

03 – Como o bebê chegou na casa do garoto Tim?
a) em uma bolsa e foi trazido por uma cegonha.
b) ele chegou de táxi.

04 – Porque para Tim o bebê era o chefe da casa?
      Porque todos na casa faziam o que o bebê queria. Bastava ele chorar que todas as atenções se voltavam para ele.

05 – O que acontece com Timothy, após ele ouvir o “Poderoso Chefinho” ao telefone?
a) O Poderoso Chefinho disfarça e faz gracinhas como um bebê normal.
b) O Poderoso Chefinho mostra para Timothy, que não há lugar para ele na casa e na vida dos pais.

06 – O Poderoso Chefinho faz uma reunião com outros bebês, (sua equipe) e Timothy grava essa reunião para mostrar a verdade para seus pais, o que acontece após essa cena? Explique.
      O Poderoso Chefinho e sua equipe tentam resgatar a fita que está com Timothy e, após muita disputa a fita cai na rua e é esmagada por um carro.

07 – O Poderoso Chefinho procura Timothy para conversar e, diz que está:
a) em uma missão de espionagem cuja função é descobrir o que é novo cãozinho.
b) em uma missão secreta que é salvar os cães da mãos de um vilão.

08 – Após O Poderoso Chefinho pedir uma trégua para Timothy e eles entrarem em um acordo, ambos colocam uma chupeta na boca, o que acontece após essa cena?
a) ambos vão para a Baby Corp, empresa em que O Poderoso Chefinho trabalha.
b) ambos vão parar na agência Baby Corp de turismo, local onde o Tim trabalha.

09 – Quem é Francis?
a) é um homem poderoso que luta contra a matança dos cães.
b) é um executivo da Baby Corp, que um dia descobriu que estava ficando velho, pois a fórmula não funcionava mais, por isso ele foi demitido. Mandaram ele para uma família, logo ele busca vingança.
c) é um executivo aposentado da Baby Corp.
d) é um agente federal e quer vingança dos agentes da Baby Corp.

10 – O que acontece com os bebês que crescem na Baby Corp?
      Os bebês não crescem, eles tomam uma fórmula supersecreta para serem bebês para sempre.

11 – Ainda de acordo com O Poderoso Chefinho, porque a fatia dos cãezinhos está cada vez maior?
      Porque eles estão roubando todo o amor dos bebês.

12 - Coloque (V) para verdadeiro e (F) para falso:
a) (V)Francis vai se vingar da Baby Corp criando cãezinhos que nunca crescem.
b) (V)O ingrediente que faltava para Francis concluir seu invento era a mamadeira do Poderoso Chefinho.
c) (F) Timothy salva seus pais com a ajuda do Poderoso Chefinho, porém ele não consegue salvar o irmão.  
d) (V)Timothy sente falta do bebê e envia uma carta para ele dizendo que se não tem amor suficiente para os dois ele oferece todo o amor dele para o irmão.  

13 – Você gostou do filme? Qual lição podemos tirar dessa história? Explique.
      Resposta Pessoal. Sugestão: Passa uma lição positiva de amor e reconciliação entre irmãos.