quinta-feira, 5 de outubro de 2017

ENEM - QUESTÕES DE LITERATURA - COM GABARITO


QUESTÃO 01 
      “Caiu a serenata silenciosa e molhou os pastos, as asas dos pássaros e a casca das frutas. Passou a noite de Deus e veio a manhã e o sol encoberto.
        E três dias houve cerração forte, e três noites o estanceiro teve o mesmo sonho.”


        Cronologicamente vinculado ao _____________ o que dá categoria artística à obra de João Simões Lopes Neto, como ilustra o texto acima, é_______________.
a)     Pré-Modernismo – o estilo.
b)    Neo-Simbolismo – a psicologia.
c)     Realismo – o diálogo.
d)    Impressionismo – o historicismo.
e)     Neo-Realismo – o pitoresco.


QUESTÃO 02
        “Em toda a sua obra, ... lutou por uma língua brasileira que estivesse mais próxima do falar do povo. Em ... temos, talvez, a sua criação máxima: a partir desse anti-herói, o autor enfoca o choque do índio amazônico (que nascera preto e virou branco – síntese do povo brasileiro) com a tradição e a cultura europeia na cidade de São Paulo, valendo-se para tanto de profundo estudo do folclore”.
                                                                              José de Nicola.
O item que preenche corretamente as lacunas acima, é:
        a)     Mário de Andrade – Macunaíma.
        b)    Mário de Andrade – Amar, Verbo Intransitivo.
        c)     Oswaldo de Andrade – Memórias Sentimentais de João Miramar.
d)    Oswaldo de Andrade – serafim Ponte Grande.
e)     Manuel Bandeira – Cinza das Horas.

QUESTÃO 03
     A prática de um lirismo confidencial a que acrescenta a auto ironia, comportamento típico do poeta, pode ser encontrada no poema:
a)     A Procura da Poesia, de Carlos Drummond de Andrade.
b)    Pneumotórax, de Manoel Bandeira.
c)     Ode ao Burguês, de Mário de Andrade.
d)    Retrato, de Cecília Meireles.
e)     Canto do Regresso à Pátria, de Oswaldo de Andrade.


QUESTÃO 04
    Em fevereiro de 1909, Marinetti publicou na Europa um manifesto cujas ideias desencadearam o:
      a)     Dadaímo.
      b)    Futurismo.
      c)     Surrealismo.
      d)    Romantismo.
      e)     Simbolismo.

QUESTÃO 05
      As ideias de Marinetti influenciaram muito os nossos autores. Dele, os escritores brasileiros seguiram:
a)     A exacerbação do nacional e a sintaxe tradicional.
b)    A paixão pela metáfora, intelectualista e rebuscada, e pelas frases de efeito.
c)     A negação do passado e o uso de palavras com liberdade.
d)    O conceito de felicidade na vida em contato com a natureza, e fé na razão e na ciência.
e)     O gosto pelo psicologismo na ficção e a supervalorização da natureza.


QUESTÃO 06
 O poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira, contém uma crítica à escola:
a)     Modernista.
b)    Simbolista.
c)     Parnasiana.
d)    Realista.
e)     Literária.




QUESTÃO 07
 Assinale a alternativa que corresponde ao nome do autor de Pauliceia Desvairada:
a)     Machado de Assis.
b)    Fernando Pessoa.
c)     Clarice Lispector.
d)    Oswaldo de Andrade.
e)     Mário de Andrade.

QUESTÃO 08
I – Moderno e versátil, Vinicius de Moraes compõe, com maestria, tanto letras para canções populares como poemas dentro dos mais estritos padrões clássicos.
II – Cecília Meireles caracterizou sua poesia pela constante sugestão de sombra, identificação e ausência; mas soube também incorporar a matéria histórica, em uma de suas mais importantes obras.
III – A Moreninha narra, em linguagem presa ao modelo lusitano, a história de um amor impossível entre um jovem da aristocracia imperial do Brasil e uma mestiça.
Assinale a alternativa correta:
a)     Só a proposição I é correta.
b)    Só a proposição II é correta.
c)     Só a proposição III é correta.
d)    São corretas as proposições I e II.
e)     São corretas as proposições II e III.

QUESTÃO 09
        “Não faças versos sobre acontecimentos.
        Não há criação nem morte perante a poesia.
        Diante dela, a vida é um sol estático,
        Não aquece nem ilumina”
        Uma das constantes na obra de Carlos Drummond de Andrade, como se verifica nos versos acima, é:
a)     A louvação do homem social.
b)    O negativismo destrutivo.
c)     A violação e desintegração da palavra.
d)    O questionamento da própria poesia.
e)     O pessimismo Lírico.

QUESTÃO 10
        “Mundo, mundo vasto mundo,
         Se eu me chamasse Raimundo
         Seria uma rima, não seria uma solução.
         Mundo, mundo vasto mundo,
         Mas vasto é meu coração.”

      Nesta estrofe, o poeta:
a)     Deixa claro que desejaria mudar de nome.
b)    Declara que seu nome é sonoro por causa da rima.
c)     Afirma que a questão central não é o nome e sim a sua origem.
d)    Tem dúvida quanto ao tamanho do seu coração.
e)     Sugere que a atividade poética não consiste em “fazer rimas”.

QUESTÃO 11
A preocupação com o nacionalismo marcou dois movimentos da literatura brasileira: em um, acentua-se um nacionalismo ufanista; em outro, tem-se o nacionalismo crítico, contestatório.
        Esses movimentos são, respectivamente:
a)     Arcadismo – Romantismo.
b)    Romantismo – Modernismo.
c)     Arcadismo – Modernismo.
d)    Romantismo – Arcadismo.
e)     Modernismo – Romantismo.

QUESTÃO 12
        “É certo que desde que me pus na fadiga de escrever brasileiramente, não fiz caricatura nem pândega. Todas as manifestações do Brasileirismo linguístico que empreguei, empreguei sinceramente, não pra fazer comicidade nem mostrar burradas de incultos.”
                                                                           Mário de Andrade.
        O trecho citado manifesta a busca de um ideal linguístico capaz de criar uma estética libertária em que arte e vida estivessem associadas na expressão de um Brasil vivo e diversificado.
Trata-se da estética:
a)     Romântica.
b)    Parnasiana.
c)     Realista.
d)    Modernista.
e)     Simbolista.









quarta-feira, 4 de outubro de 2017

MÚSICA: RACISMO É BURRICE - GABRIEL O PENSADOR - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Música: Racismo É Burrice
                                                                                            Gabriel O Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Racismo é burrice

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral

Racismo é burrice

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice

Racismo é burrice

E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.

Interpretação da música:
1 - Vocês gostaram dessa música? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

2 - Qual o problema social retratado nessa letra?
      O problema do preconceito, principalmente o racial.

3 - Segundo Gabriel - O pensador, por que racismo é burrice?
      Por que somos fruto de uma miscigenação, todos somos iguais, morremos iguais, há ladrões brancos e negros, etc.

4 - A letra dessa música apresenta informações semelhantes a do texto lido anteriormente? Quais?
      Sim, a informação de que o Brasil é um povo que tem suas origens na mistura racial, por exemplo.

5 - Por que o preconceito é uma herança cultural?
      Porque vem desde a época da colonização, da escravidão dos negros e, a ideia de inferioridade dos negros construídas culturalmente vem passando de pai para filho.

6 - O preconceito é transmitido de pai para filho? Justifique.
      Sim. Muitas pessoas "aprendem" a ser preconceituosas observando atitudes de seus pais.

7 - O que significa fazer uma lavagem cerebral, segundo a música?
      Uma reformulação de pensamento, acreditando que não há razões para descriminar ninguém.

8 - Segundo a música, como a elite lida com essa questão do preconceito?
      A elite que devia dar um bom exemplo é a primeira a agir dessa forma. A elite tem complexo de superioridade e justifica seus atos devido a sua relação de poder com outras pessoas.

9 - Por que, segundo a música, ninguém discriminaria um juiz ou o PC Farias? - comentar que PC Farias foi um político (branco e de olhos claros) que morreu anos atrás misteriosamente.
       Porque eles têm prestígio social e, provavelmente, porque também não são negros.

10 - Quem é o mais "burro, segundo a música"?
      Aquele que NÃO SABE que tem preconceito.  

11 - Muitas pessoas dizem que não têm preconceito. Você concorda com essa afirmação?
      Resposta pessoal do aluno.

12 - O que o compositor afirma sobre as piadas de negro?
      Na opinião de Gabriel as piadas são sem graça e retratam a ignorância das pessoas.

13 - Por que o compositor afirma que ele não vai fazer uma lavagem cerebral?
      Porque ele acha que cada um deve fazer em si mesmo uma avaliação e mudar de postura em relação à questão do preconceito.

14 - Qual o pedido que Gabriel faz a todas as pessoas?
      Ele pede a pessoas para não participarem do preconceito, porque preconceito é burrice e não tem fundamento.


TEXTO: CONTROLE REMOTO - COM GABARITO

CONTROLE REMOTO

        Entrou em casa. Na sala de jantar, junto à parede, sobre a prateleira envernizada (legítimo mogno da Amazônia), entre as caixas de som do aparelho superpotente (digital, estéreo, com equalizador), a pilha de CDs importados (todos os sucessos do momento) e o vídeo cassete (seis cabeças, duzentas e trinta programações, controles de zoom, efeitos especiais e edição), ali estava ela.
        Três controles remotos, um do som, um do vídeo, o terceiro da TV. Mais pesado que os outros, afinal controlava cento e oitenta e quatro canais, entre UHF, VHF, parabólica e cabo.
        Olhou para a porta da sala de jantar, logo após o corredor. O perfume da refeição dançava no ar como mãos ágeis de bailarinas árabes, odaliscas enlaçando-o pelo olfato. Seu olhar voltou ao brilho do controle remoto sobre o sofá, pulsando de ansiedade por ser tocado.
        A fome física sucumbiu à fome de imagens.
        Tocou o controle remoto e, num ápice, o mundo estava à sua frente, em infinitas combinações dependentes apenas de toques ínfimos nos botõezinhos da moderna varinha mágica. Sorriu ante o poder de criar um coquetel visual interativo, prazeroso, vaiando de sabor a cada toque.
        ZAP. O âncora do telejornal, grisalho, sorriso sutil e terno impecável atestando sua confiabilidade, exala a Verdade Absoluta por todos os poros. Porta-voz do governo desmente as denúncias de corrupção nos altos escalões do Ministério.
        Corrupção no Ministério? Impossível. ZAP.
        A deslumbrante modelo guindada à posição de atriz tempera as belas pernas à beira da piscina com a dicção fanha, pitada de charme a mais na construção de sua carreira. Não podemos continuar nos encontrando assim, Marcelo Augusto. Meu marido pode desconfiar. Melhor a gente dar um tempo...
        Quem liga para o que ela diz? A regulagem do zoom do controle remoto fecha um retângulo de aproximação com as belas pernas. ZAP.
        Um guerreiro ninja lança pelo ar a lâmina mortal. Ráááá. Iáááá. Splaft. Crunch. A cabeça do inimigo rola pelo chão deixando um rastro infindável de sangue. Aquele sujeito devia ser o campeão mundial de hemoglobina. ZAP.
        O bandido mexicano sacode a mocinha frágil escassamente vestida. Tu serás mi mujer, has oído? O no serás de ningúm otro hombre! As lágrimas da mocinha escorrem ao som de melosa balada. ZAP.
        O novo clip da banda top do momento esbanja seios e fumaça de gelo-seco nas incompreensíveis imagens branco-e-preto. Freud explica. O solo de guitarra, heavy, amplificado em estéreo nas caixas de som, ensurdece no raio de um quilômetro. ZAP.
        O gato corre atrás do rato brandindo a machadinha afiada. Um cachorrão vestido de fora-da-lei-do-velho-oeste amarra a gatinha no trilho do trem. A Maria Fumaça se aproxima. Clímax ao som da Rapsódia húngara de Liszt. O gato ergue a machadinha. ZAP.
        Pessoas humildes levam tortas na cara e sorriem. ZAP. Facas Ginsu cortam em segundos um cano de PVC como se fosse um salsichão. ZAP. Uma apresentadora loirinha, de minissaia com a grife Benneton em destaque, pula entre dezenas de crianças ao som do mais recente sucesso pop-sertanejo-com-laivos-de-rock. ZAP. Cary Grant gagueja em preto-e-branco sem saber se beija Grace Kelly. ZAP. Sharon Stone, em cores, cruza as pernas e faz Stallone, van Damme e Schwarzenegger gaguejarem. ZAP. Os olhos enormes dos personagens do desenho japonês não piscam enquanto seus donos se transformam em cavaleiros superpoderosos e reduzem o nefasto alienígena, que quer dominar a Terra, a saquê. ZAP. O pregador religioso descreve o fogo do inferno. Os fiéis arregalam os olhos. ZAP. O pai da família classe média americana ensina valiosa lição moral aos filhos adolescentes. ZAP. Imagens da CNN ao vivo do Oriente Médio destacam a perna de um civil, arrancada a bomba, descrevendo uma trajetória pelo ar. ZAP. ZAP. ZAP. ZAP. ZAP. ZAP. ZAAAAAAAAAAAAAAAAAAAP...
        Os olhos já não piscam mais. O aroma do jantar já não excita seu olfato. O estômago deixou de existir. O tato ignora qualquer estímulo, exceto os breves toques de botões. A ideia de poder exercido sobre as imagens esvaiu-se.
        Todas as ideias se esvaíram.
        O controle remoto zapeia impune, podendo-se ouvir entre um toque e outro certo chiado eletrônico que poderia ser tomado por um risinho.
        ZAP.
                                    Texto escrito por uma das autoras deste livro.

1 – Observe, no primeiro parágrafo, as descrições dos móveis e objetos. A linguagem utilizada, principalmente nos parênteses, fez você lembrar o quê?
      Faz lembrar a linguagem publicitaria usada nas propagandas de tevê ou nos catálogos de lojas.

2 – Observe também a última palavra do primeiro parágrafo. Por que foi utilizado o pronome ela no lugar do substantivo? Repare que esse pronome foi usado sem antecedente. Você já sabia a quem ele se referia, antes de ler o parágrafo seguinte? Como você descobriu?
      A autora não quer revelar, logo de início, que se trata da tevê. Observar que “ela” é a última palavra do parágrafo. Por isso, usa o pronome pessoal sem antecedente, o que não é comum. Os alunos, provavelmente, vão dizer que sabiam que se tratava da tevê devido ao título: controle remoto.

3 – Releia o terceiro parágrafo. Foi criada uma imagem bastante atraente para descrever o cheiro da comida. Com que intenção?
      A intensão é intensificar a ideia de que era difícil escolher entre comer ou ver televisão.

4 – Reescreva a frase no caderno e complete-a:
      A fome física está para o corpo como a fome de imagens está___________.
      A fome física está para o corpo como a fome de imagens está para o intelecto.

5 – No quinto parágrafo, o texto nos passa a sensação de que a personagem é onipotente. Como se consegue isso?
      Num simples toque, a personagem pode controlar 184 canais e isso lhe dá um prazer incrível.

6 – No sexto parágrafo, uma única palavra alerta o leitor para o fato de que, a partir daquele momento, as imagens vêm diretamente do aparelho de TV: passamos a ser também meros espectadores.
a)   Qual palavra é essa? O que significa?
ZAP. A palavra é uma onomatopeia que busca reproduzir o som do controle remoto.

b)   Com o que está relacionada?
Está relacionada ao poder que o telespectador julga possuir sobre o aparelho.

c)   Qual sua importância para o texto?
Passa a marcar o texto toda vez que a personagem muda de canal.

d)   A partir dessa palavra, em que tempo aparecerão conjugados os verbos? Por quê?
No presente do indicativo. Os verbos vão reproduzindo as ações que ocorrem na tela da tevê. Há uma intensão em “presentificar” essas imagens.

7 – Ainda sobre o sexto parágrafo, responda:
a)   Por que foi usada a letra maiúscula em Verdade Absoluta?
Tudo o que o locutor fala é considerado verdade, sem discussão ou questionamento. Os telespectadores acreditam piamente nele. A imagem dele foi propositadamente produzida para passar essa impressão.

b)   Como é feita a distinção entre a fala das personagens da tevê e a fala do narrador?
Usa-se um tipo de letra diferente, o itálico.

8 – A atriz tem dicção fanha, mas isso parece não ter a menor importância.
a)   Cite uma passagem do texto que confirme essa afirmação.
“A deslumbrante modelo, guindada à posição de atriz, tempera as belas pernas...”

b)   O que é possível deduzir sobre a trama da novela a partir da fala da atriz?
É uma trama absolutamente banal, com triângulo amoroso, como tantas outras que se repetem indefinidamente nas novelas.

c)   E o nome da personagem, o que lhe parece?
Marcelo Augusto é um nome bem típico de conquistadores ricos e charmosos.

9 – Releia o décimo parágrafo para responder aos itens abaixo:
a)   Justifique o emprego das onomatopeias.
As onomatopeias procuram reproduzir o ruído provocado pela luta.

b)   Identifique o recurso utilizado pela autora neste trecho: “Aquele sujeito devia ser o campeão mundial de hemoglobina”
Além do exagero, percebe-se um tom irônico na narrativa.   

c)   Em que outras passagens esse mesmo recurso é utilizado? Com que intenção ele é empregado?
“O âncora do telejornal [...] exala a Verdade Absoluta por todos os poros.”
“... com a dicção fanha, pitada de charme a mais na construção de sua carreira.”
A ironia é um recurso utilizado quando se pretende transmitir exatamente o oposto do que se afirma. É uma maneira de criticar uma determinada situação elogiando o que se quer criticar.

10 – Que palavras revelam, no 11° parágrafo, o apelo para a sensualidade da mocinha frágil?
      “Escassamente vestida.”

11 – Em sua opinião, por que Freud explica o clip?
      O clip “esbanja seios e fumaça”, criando um clima de sonho erótico. Segundo Freud, psiquiatra austríaco, o que move o homem é a libido ou o instinto sexual.

12 – No 13° parágrafo, o que se observa na caracterização do cachorro?
      É empregada uma expressão composta de várias palavras para representar um velho tipo do cinema americano (fora-da-lei-do-velho-oeste).

13 – O que ocorre com as cenas da tevê a partir do 14° parágrafo? Por que isso acontece?
      Tornam-se mais curtas porque o telespectador muda de canal com mais rapidez.

14 – Fantasia e realidade vão bombardeando o telespectador até suas reações físicas desaparecerem. Quando isso ocorre, ele consegue distinguir realidade de ficção?
      Não. Ele perde a noção da realidade. Não recebe mais nenhum estímulo devido à sobrecarga de imagens recebidas.

15 – Observe a frase:
        “A ideia de poder exercido sobre as imagens esvaiu-se. Todas as ideias se esvaíram”.
Qual o significado dela?
      Ele achava que controlava a máquina, mas ela é que o controla agora. Ele está totalmente alienado.

16 – Em “O controle remoto zapeia impune”, o verbo criado, que corresponde à onomatopeia, é revelador. Você sabe por quê? Observe o sujeito da oração. Comente o uso do adjetivo impune.
      O controle passa a ser agora o controlador. Ele adquire vida, zapeia, muda sozinho, impune, sem ninguém para controla-lo ou puni-lo.

17 – Que passagem do final do texto nos permite afirmar que ocorreu uma personificação da máquina e uma coisificação do ser humano?
      O controle emite um som, um chiado eletrônico que poderia ser um risinho de vitória ou deboche. Enquanto isso, o telespectador está inerte.

18 – Por que a última palavra do texto é ZAP?
      A última palavra é do controle. Provavelmente, ele desliga o aparelho.