terça-feira, 9 de maio de 2017

PRONOMES/ENEM – COM GABARITO


PRONOMES – COM GABARITO

1 – Assinale a alternativa em que os termos em destaque, na frase a seguir, estão corretamente substituídos pelo pronome.
“O dono da farmácia deverá sofrer um processo por incitar os consumidores a beber.”
a)    Sofrê-lo ... incitá-los
b)    Sofrê-lo ... incitar-lhes
c)    Sofrer-lo ... incitar-los
d)    Sofrer-lhe ... incitá-los
e)    Sofrer-lhe ... incitar-lhes.

2 – Considere as frases:
      I – Recomendou que era para mim espera-lo à porta do cinema.
      II – Entre mim e a sua família sempre houve entrosamento.
      III – Estes relatórios devem ser conferidos por mim e por você.
O emprego do pronome mim está correto em:
a)    III, apenas.
b)    I e II, apenas.
c)    I e III, apenas.
d)    II e III, apenas.
e)    I, II e III.

3 – Supondo-se que um cidadão resolva escrever ao presidente da República para elogia-lo pela sanção desse projeto, esse cidadão deve se dirigir ao presidente tratando-o por:
a)    Vossa Senhoria.
b)    Vossa Excelência.
c)    Vossa Magnificência.
d)    Vossa Reverendíssima.
e)    Vossa Eminência.

4 – Analise as frases:
I – Se tu me convidares para jantar e tocares uma de minhas canções para me agradar, juro que vou embora.
II – Se Vossa Excelência me convidais para jantar e tocais uma de minhas canções para me agradares, juro que vou embora.
III – Se Sua Senhoria me convidardes para jantar e tocardes uma de minhas canções para me agradardes, juro que vou embora.
Quanto a forma de tratamento e a flexão verbal. está(ão) correta(s) apenas:
a)    I.
b)    II.
c)    III.
d)    I e II.
e)    I e III.

5 – Quanto ao emprego de pronome, segundo a norma culta, a frase – ... encontrei-me com ele em um evento literário. – pode ser reescrita da seguinte forma:
a)    ... encontrei-no em um evento literário.
b)    ... encontrei ele em um evento literário.
c)    ... encontrei-o em um evento literário.
d)    ... encontrei-lhe em um evento literário.
e)    ... encontrei-lo em um evento literário.

6 – No período: “Alguns fingem que cochilam. Assim ninguém vai lhes cobrar que cedam o assento.” O pronome sublinhado está substituindo o termo:
a)    Alguns.
b)    Que.
c)    Ninguém.
d)    Assento.
e)    O.

7 – Assinale a alternativa em que há erro quanto ao emprego dos pronomes se, si e consigo:
a)    Sua esposa é muito fútil, só cuida de si.
b)    Rui queria chamar a atenção de todos e virou o canivete para si.
c)    Por favor, levanta dessa cama. Precisa falar urgentemente consigo.
d)    O ser humano sempre carrega consigo a esperança.

8 – Levando-se em conta que o pronome relativo tem esse nome por estabelecer relação com um outro elemento textual, assinale a opção que não apresenta pronome relativo.
a)    “...os motoristas que passaram pela rua...”
b)    “...Alguém para explicar que o lixo vai entupir o bueiro...”
c)    “Os adolescentes que acabaram de sair do colégio...”
d)    “Esquecendo-se da herança que deixam para seus descendentes”

9 – Os pronomes de tratamento Vossa Alteza, Vossa Excelência, Vossa Magnificência, Vossa Majestade e Vossa Reverendíssima, respectivamente, são usados para:
a)    Príncipes, altas autoridades, reitores de universidades, reis e sacerdotes.
b)    Duques, papas, príncipes, reis e imperadores.
c)    Príncipes, altas autoridades, sacerdotes, reis e papas.
d)    Imperadores, reis, altas autoridades, papas e cardeais.

10 – Marque a afirmação incorreta:
a)    Os que cometeram tal infração foram multados.” Os pronomes destacados se classificam, respectivamente, como demonstrativo, relativo e demonstrativo.
b)    Tudo que ele relatou ficou registrado.” A palavra em destaque é pronome substantivo indefinido.
c)    Os Reitores das Universidades recebem o título de Vossa Magnificência.
d)    “Dediquei-lhe muitas horas da minha vida.” O pronome em destaque classifica-se como pessoal do caso reto.

11 – Numa das frases, está empregado indevidamente o pronome de tratamento. Identifique-o:
a)    Sua Eminência, o Papa Bento XVI, celebrou a missa emocionado.
b)    Sua Excelência, o Senhor Ministro, chegou atrasado ao comício.
c)    Senhor Deputado, preciso informar Vossa Excelência do ocorrido na reunião.
d)    Vossa Alteza, o banquete será servido e está rigorosamente a seu gosto.

12 – Assinale as incorretas quanto ao emprego dos pronomes.
(  ) Trouxe várias promissórias para eu assinar.
(  ) Entre eu dançar e cantar, prefiro dançar.
(  ) Ele não faz nada sem mim.
(X) Esta gravata é para mim usar?
(  ) Comprei este chapéu de palha para tu usares na festa de São João.
(  ) Meu noivo tirou a aliança do dedo só para eu ficar irritada.
(X) Venha até eu e me abrace.
(X) Isto será resolvido entre eu e meu chefe.
(X) Pedro fez tudo para mim não chorar no casamento.
(  ) Sempre houve compreensão entre mim e ti.
(X) Não há mais respeito entre eu e você.
(  ) Entre Lúcio e mim rola uma química interessante.
(X) Não pode haver mentiras entre eu e tu.
(  ) Este evento não se realizaria sem mim e ele.
(  ) Para eu emagrecer, é necessário evitar massas.
(  ) Para mim, emagrecer é necessário.
(  ) Seu irmão adora viajar conosco.
(  ) Seu irmão quer viajar com nós seis.
(  ) Ele reservou a si a tarefa de ser feliz.
(  ) O ser humano sempre carrega consigo a esperança da felicidade eterna.
(X) Precisamos conversar consigo.
(X) Esse sapato está machucando meu dedão.
(  ) A placa tem este aviso: não fume!
(  ) Seu chapéu não combina com essa bota.
(  ) O que significa isto aqui?
(  ) Este mês está demorando a passar.
(  ) Assine, por favor, essas duplicatas que estão na sua pasta.
(  ) Você é encantador, nós o admiramos muito.
(X) Você é encantador, nós lhe amamos muito.
(  ) Tu és encantador, nós te amamos muito.
(X) Entreguei-o minha vida, mas não valeu a pena.
(X) Eu lhes cumprimentei no meio da multidão.
(  ) Nós a visitamos no sítio.
(  ) Este mosquito está me enlouquecendo. Vou esmaga-lo.
(  ) A torta de maçã está fresquinha. Fi-la hoje cedo.
(X) Meninos, o quarto está uma bagunça. Arrumem-lo.
(  ) Aninha está radiante. Vimo-la vestida de noiva na porta da igreja.
(  ) Ele está quebrando todo o equipamento de som. Detenham-no.
(  ) Teu casaco está aqui, põe-no, pois está muito frio.


COLOCAÇÃO PRONOMINAL/ENEM – COM GABARITO

COLOCAÇÃO PRONOMINAL – COM GABARITO

1 – “Sempre gostei das viagens de ônibus, mas, atualmente, considero as viagens de ônibus uma verdadeira provação, pois o que vem caracterizando as viagens de ônibus é uma profusão de ruídos de toda espécie, o que torna as viagens de ônibus um desafio aos nervos de um pacato passageiro.”
Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
a)    Considero-as / as vem caracterizando / as torna
b)    Considero-as / vem-nas caracterizando / lhes torna.
c)    As considero / vem-lhes caracterizando / torna-las.
d)    Considero-lhes / lhes vem caracterizando / as torna
e)    Considero-lhes / vem caracterizando-as / torna-as.

2 -  Indique a alternativa que, de acordo com a gramática normativa, emprega corretamente a colocação pronominal.
a)    Verei-te amanhã no jogo?
b)    Soube que me fariam uma surpresa.
c)    Lhe entregarás o cheque ainda hoje?
d)    Quando olhava-me, meu coração batia descompassado.
e)    Não perturbe-nos, enquanto trabalhamos.

3 – “Os programas infantis têm baixo nível. Seria preciso dotar os programas infantis de uma função pedagógica. Quem produz os programas infantis, em nossa terra, não leva os programas infantis a sério”.
Evitam-se as abusivas repetições do trecho acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por:
a)    Os dotar – Quem produz eles – a eles não leva
b)    Dotar a eles – Quem lhes produz – não os leva.
c)    Dotar-lhes – Quem os produz – não leva-os.
d)    Dotá-los – Quem produz a eles – não lhes leva.
e)    Dotá-los – Quem os produz – não os leva.

4 – A respeito da colocação pronominal, assinale a alternativa incorreta:
a)    Não se preocupem comigo, por favor.
b)    Já que você insiste, encontrá-lo-ei amanhã.
c)    Não o encontrarei amanhã.
d)    Entregarei-lhe todas as provas de que precisa.

5 – A foto que.................... está guardada;........................ após...........................
a)    Entregou-me, autografa-la-ei, a examinar.
b)    Me entregou, autografá-la-ei, examiná-la.
c)    Me entregou, autografarei-a, examiná-la.
d)    Entregou-me, a autografarei, a examinar.

6 – A incorreta quanto à colocação pronominal está na alternativa:
a)    A notícia era extremamente desagradável. Não quis dizê-la naquele momento para não aborrecê-lo.
b)    Os móveis estavam em excelente estado. Vendemo-los semana passada.
c)    O cãozinho está com a pata quebrada, precisamos leva-lo imediatamente ao veterinário.
d)    Jamais os contrarie.
e)    Nunca levei-os a sério.

7 – Assinale as incorretas quanto à colocação pronominal:
(X) Depois que ele partiu, nada restou-me.
(  ) Não se deve apontar os defeitos alheios.
(  ) Deus o ilumine!
(  ) Adoro minha liberdade, lutei muito para obtê-la.
(X) Não revelar-te-ei o que ouvi na reunião.
(X) Me esqueça, querida!
(  ) Desejo que me perdoe.
(  ) Nunca a quis como esposa.
(  ) Qui-la como esposa.
(  ) Nada me assustou naquele trem fantasma.
(X) Aceitei a proposta que ofereceram-me.
(  ) Concretizar-se-á o fato na próxima semana.
(  ) Alguém os avistou de longe.
(  ) Eu o beijei (ou beijei-o).
(  ) O rapaz se arrependeu (ou arrependeu-se)
(  ) Ninguém me ajudou naquele momento.
(  ) Fiz a receita que me ensinaram.
(X) Queridos amigos, convidarei-os para minha festa.
(  ) Cristina ficou magoada, seu chefe saiu do escritório sem cumprimenta-la.
(  ) Mesmo não o admirando, eu o respeito muito.
(  ) Seus sapatos estão encharcados, tirem-nos agora.
(  ) Vimo-la perto do cemitério, e ficamos assustados.
(  ) Ninguém se dedicará a você como me dediquei.
(  ) Logo que o vi, meu coração bateu mais forte.
(X) Todos apoiaram-na naquela situação embaraçosa.
(  ) Apoiaram-na naquela situação embaraçosa.
(  ) Emprestar-lhe-ei meu celular.
(  ) Não te emprestarei meu celular.
(  ) Emprestei-lhe meu celular.
(  ) Vou te ajudar.
(  ) Vou ajudar-te.
(  ) Eu te vou ajudar.
(  ) Estou te ajudando.
(  ) Estou ajudando-te.
(  ) Eu te estou ajudando.
(  ) Tenho te ajudado.
(X) Tenho ajudado-te.
(  ) Eu te tenho ajudado.
(  ) Não te quis ajudar.
(  ) Não quis ajudar-te.
(  ) Vive-se lá com tranquilidade.
(  ) Lá se vive com tranquilidade.


CONJUNÇÃO/ENEM – COM GABARITO

CONJUNÇÃO – COM GABARITO

1 – “Se tu me convidares para jantar e tocares uma de minhas canções para me agradar, juro que vou embora”.
As relações de sentido estabelecidas pelas conjunções Se e e são, respectivamente, de:
a)    Causa e adversidade.
b)    Condição e adição.
c)    Modo e adição.
d)    Tempo e alternância.
e)    Condição e consequência.

2 – “Por sua reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País, a educação é apresentada como prioridade nos diferentes programas de candidatos a cargos executivos e legislativos”.
Iniciando-se o período acima por A educação é apresentada como prioridade o segmento grifado terá o mesmo sentido original, com outras palavras, em:
a)    Para que fosse reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País.
b)    Caso seja reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País.
c)    Devida à sua reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País.
d)    Conquanto seja reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do País.
e)    Embora seja reconhecida importância estratégica para a vida das pessoas e do país.

3 – “Como a economia dependia da agroexportação, o problema consistia simplesmente em ligar as regiões produtores aos portos marítimos”.
As duas afirmativas do período acima transcrito denotam relação de:
a)    Finalidade e conclusão.
b)    Consequência e condição.
c)    Conclusão e ressalva.
d)    Condição e finalidade.
e)    Causa e consequência.

4 – “O aparelho de televisão está na sala, no quarto, na cozinha de pelo menos 92% dos lares brasileiros, segundo dados do Ibope. Se a criança é educada por essa mídia, a melhora na qualidade da programação se impõe como obrigação ética de toda a sociedade.”
No contexto em que surge a frase em destaque, deve ser compreendida como:
a)    A fim de que a criança seja educada por essa mídia.
b)    Ainda que a criança fosse educada por essa mídia.
c)    No caso de a criança vir a ser educada por essa mídia.
d)    Quando a criança for educada por essa mídia.
e)    Uma vez que a criança é educada por essa mídia.

5 – “Um importante aspecto da experiência dos outros na vida cotidiana é o caráter direto ou indireto dessa experiência. Em qualquer tempo é possível distinguir entre companheiros com os quais tive uma atuação comum de situações face a face e outros que são meros contemporâneos, dos quais tenho lembranças mais ou menos detalhadas, ou que conheço simplesmente de oitiva. Nas situações face a face tenho a evidência direta de meu companheiro, de suas ações, atributos, etc. o mesmo não acontece no caso de contemporâneos, dos quais tenho um conhecimento mais ou menos digno de confiança.”
A palavra “” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
a)    Entretanto.
b)    Como.
c)    À medida que.
d)    Se.
e)    Quando.

6 – “Todas as tarefas foram cumpridas, por conseguinte o professor deu um longo intervalo para os alunos descansarem.” A conjunção que substitui o termo sublinhado é:
a)    Conquanto.
b)    Porquanto.
c)    Logo.
d)    Entretanto.

7 – “Aridez no Nordeste pode levar a uma migração em massa e redistribuição de doenças”. (O Estado de São Paulo, 07.04.2007).
No trecho acima, observa-se uma relação de causa e consequência entre os fatos. Assinale a alternativa que estabelece essa relação e reescreva o trecho, de acordo com a norma culta.
a)    Quando houver aridez no Nordeste, poderá haver migração em massa e redistribuição de doenças.
b)    Como há aridez no Nordeste, poderá haver migração em massa e redistribuição de doenças.
c)    Há aridez no Nordeste com migração em massa e redistribuição de doenças.
d)    À medida que houver aridez no Nordeste, haverá também migração em massa e redistribuição de doenças.

8 – Assinale a alternativa que reescreve, corretamente, de acordo com o sentido do período, o trecho em destaque: Não há dúvidas de que haverá esse impacto na população, mas quando, onde e como não se sabe.
a)    Não há dúvida de que haverá esse impacto na população, entretanto não se sabe quando, onde e como.
b)    Não há dúvida de que haverá esse impacto na população porque não se sabe quando, onde e como.
c)    Não há dúvida de que haverá esse impacto na população e com isso não se sabe quando, onde e como.
d)    Não há dúvida de que haverá esse impacto na população, dessa forma não se sabe quando, onde e como.
e)    Não há dúvida de que haverá esse impacto na população, logo que souber quando, onde e como.

9 – Assinale a alternativa que reescreve, corretamente, a oração em destaque, de acordo com o sentido do contexto: - Ao espremer uma pessoa com alto teor da vaidade, obtém-se um suco de nada.
a)    Por ter se espremido uma pessoa com alto teor de vaidade, obtém-se um suco de nada.
b)    Assim que se espremeu uma pessoa com alto teor de vaidade, obter-se-á um suco de nada.
c)    Quando se espreme uma pessoa com alto teor de vaidade, obtém-se um suco de nada.
d)    Por mais que se espremeu uma pessoa com alto teor de vaidade, obter-se-á um suco de nada.
e)    Quanto mais se espremer uma pessoa com alto teor de vaidade, mais se obteve um suco de nada.

10 – Assinale a alternativa na qual as partículas de relação completam, adequadamente e na ordem de ocorrência, as lacunas do seguinte período:
...............tenham se deparado com vários tipos de preconceito, os jovens do Grupo Cultural Azulim lutam................alcançar seus ideais,..................suas convicções são mais firmes que os obstáculos.
a)    Embora – porquanto – porque.
b)    Se bem que – porquanto – porque.
c)    Ainda que – para – pois.
d)    Porque – a fim de – pois.
e)    Mesmo que – por – portanto.


segunda-feira, 8 de maio de 2017

MACUNAÍMA – GÊNERO LITERÁRIO – COM GABARITO


 MACUNAÍMAGÊNERO LITERÁRIO – COM GABARITO

        No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram Macunaíma.
        Já na meninice faz coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
        --- Ai! que preguiça! ...
        E não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente dos dois manos que tinha. Maanape já velhinho e Jiguê na força do homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também esperava quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaimuns diz que habitando água doce por lá. No mucambo si alguma cunhatã que se aproximava dele para fazer festinha, Macunaíma punha a mão nas graças dela, cunhatã se afastava. Nos machos guspia na cara. Porém respeitava os velhos e frequentava com aplicação a murua, a poracê, o bacorocô, a cucuicoque, todas essas danças religiosas da tribo.
        Quando era pra dormir trepava no macuru pequeninho sempre se esquecendo de mijar. Como a rede da mãe estava por baixo do berço mijava quente na velha, espantando os mosquitos bem. Então adormecia sonhando palavras feias, imoralidades estrambólicas e dava patadas no ar.
        Nas conversas das mulheres no pino do dia o assunto era sempre as peraltagens do herói. As mulheres se riam muito simpatizadas, falando que “espinho que pinica, de pequeno já traz ponta”. Em uma pajelança Rei Nagô fez um discurso e avisou que o herói era inteligente.

                                              Mário de Andrade. Macunaíma, o herói sem nenhum caráter.
                                                                                        São Paulo, Martins Editora, 1973, p. 1.

1 – A leitura do texto, como um todo e, em especial, a passagem em que o narrador insere a imagem de Macunaíma como “herói da nossa gente”, possibilita reconhecer a seguinte classificação para o personagem em questão:
a)      Herói clássico caracterizado.
b)      Herói moderno idealizado.
c)      Herói clássico em forma de vilão.
d)      Herói moderno formatado em anti-herói.

2 – O personagem tem várias de suas características acentuadas pelo narrador ao longo do texto, e uma delas expõe-no como interesseiro. Tal característica fica marcada em uma das passagens do texto através do uso de oração subordinada, cujo valor circunstancial é de:
a)      Causa.
b)      Comparação.
c)      Finalidade.
d)      Conclusão.

3 – Um dos recursos linguísticos bastante frequente em textos literários e não literários é a retomada de um vocábulo através de outro (ou outros), evitando-se, assim, a sua repetição formal, que empobrece o estilo e enfastia o leitor.
Um desses vocábulos de retomada é o pronome relativo, que só NÃO pode ser encontrado em:
a)      “... e avisou que o herói era inteligente.”
b)      “... espinho que pinica...”
c)      “Houve um momento em que o silêncio foi tão grande...”
d)      “... si alguma cunhatã que se aproximava...”

4 – A elipse, ou apagamento de um termo da frase que pode ser recuperado pelo contexto, é um expediente de coesão. Na elipse, temos a retomada de um termo que seria repetido, mas que é apagado, por ser facilmente depreendido pelo contexto.
No texto, Macunaíma, o personagem protagonista, é explicitamente sujeito de alguns verbos e, implicitamente, de vários outros.
A opção em que o sujeito elíptico NÃO retoma o termo Macunaíma é:
a)      “E também esperava quando a família ia tomar banho no rio...”
b)      “Passava o tempo do banho dando mergulho...”
c)      “Então adormecia sonhando palavras feias...”

d)      “... avisou que o herói era inteligente.”

VIDAS SECAS – GÊNEROS LITERÁRIOS – COM GABARITO

 VIDAS SECASGÊNEROS LITERÁRIOS – COM GABARITO
Graciliano Ramos

        Fabiano, ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo de fome, comendo raízes.
        Caíra no fim do pátio, de baixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado a camarinha escura, pareciam ratos – e a lembrança dos sofrimentos passados esmorecera.
        Pisou com firmeza no chão gelado, puxou a faca de ponta. esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.
        --- Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
        Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem; era apenas um cabra ocupado em guardar coisas do outro. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, barba e os cabelos ruivos, mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.
        Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando:
        --- Você é um bicho, Fabiano.
        Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades.
        Chegara naquela situação medonha – e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.
        --- Um bicho, Fabiano.
        Era. Apossara-se da casa porque não tinha onde cair morto, passar uns dias mastigando raiz de bambu, sementes de muçunã. Vira a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara. Fabiano fizera-se desentendido e oferecera os seus préstimos, resmungando, coçando os cotovelos, sorrindo aflito. O eito que tinha era ficar. E o patrão aceitara-o, entregar-lhe as marcas de ferro.
         Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocara-se como um bicho, mas criara raízes, estava plantado. Olhou as quipás, os mandacarus e os xique-xiques. Era mais forte que isso, era como as catingueiras e as baraúnas. Ele, Sinhá Vitória, os dois filhos e a cachorra baleia estavam agarrados à terra.
        Chape-chape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco.
        Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. A sina dele era correr mundo, andar para cima e para baixo, à toa, como judeu errante. Um vagabundo empurrado pela seca. Achava-se ali de passagem, era hóspede que demorava demais, tomava amizade da casa ao curral, chiqueiro das cabras, ao juazeiro que os tinha abrigado uma noite.
                                                                                                                            Graciliano Ramos.
1 – A que gênero literário pertence o texto lido? Justifique.
      Épico – narrativo, visto que se trata de um relato de fatos vinculados à visita da personagem, às suas ações e atitudes diante da realidade.

2 – Classifique o narrador quanto ao ponto de vista.
      Narrador onisciente.

3 – Retire do texto palavras e ou expressões que remetam em que se passam os fatos narrados.
      “Vaqueiro”; “seca”; “fazendeiro”; “juazeiro”.

4 – A caracterização do personagem se dá no nível físico e psicológico. Quanto ao primeiro plano, transcreva uma passagem que a justifique; em relação ao segundo, indique o sentimento que toma conta do personagem.
       “Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos”. Inferioridade.

5 – Leia os textos a seguir, indicando-lhes o gênero predominante, acrescentando uma característica que justifique a sua resposta:

       Gênero lírico. Expõe os sentimentos do poeta.