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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

HISTÓRIA: O JOELHO DE JUVENAL - ZIRALDO - COM GABARITO

História: “O joelho de Juvenal
                 Ziraldo

Era uma vez um joelho que se chamava Juvenal.
Juvenal tinha um problema, coitado: aparecia todo escalavrado.
Também quem mandou o Juvenal ser o joelho de um menino levado?
Juvenal queria muito aprender a língua de menino só para falar assim:
“Menino, tenha dó de mim!”
Mas quando o esfolado sarava Juvenal bem que gostava de correr e de saltar.
E ele se desdobrava e se dobrava outra vez todo alegre, pois sabia que, indo e vindo, fazia o seu menino feliz.
Mas um dia, tudo ficou escuro para o Juvenal. E ai ele descobriu que o menino tinha crescido.
E agora, em vez de short ou calça curta, usava calça cumprida.
Por isso, hoje Juvenal tem um pedido a fazer aos fabricantes de calças.
Que tal criar um modelo de calça, sob medida que tenha dois buraquinhos pro Juvenal ver a vida!?

                      Adaptação do livro “O joelho Juvenal”, autor: Ziraldo.

Entendendo o texto:

01 – Por que o joelho Juvenal vivia todo esfolado?
      Porque o menino vivia correndo e caindo, ralando o joelho.

02 – Por mais difícil que era ficar ralado, Juvenal gostava da vida que levava. Retire do texto o trecho que apresenta esta afirmação.
      “E ele se desdobrava e se dobrava outra vez todo alegre, pois sabia que, indo e vindo, fazia o seu menino feliz.”

03 – Em um determinado momento tudo ficou escuro para Juvenal. Explique por que isso aconteceu.
      “E agora, em vez de short ou calça curta, usava calça cumprida.”

04 – Qual foi o pedido feito por Juvenal aos fabricantes de calças? Por que ele fez esse pedido?
      “Que tal criar um modelo de calça, sob medida que tenha dois buraquinhos pro Juvenal ver a vida”.

05 – Volte ao texto “O joelho de Juvenal”, identifique circulando todas as palavras escritas com S, SS ou Ç que você encontrar e escreva nas linhas abaixo.
      Escalavrado; assim; esfolado; saltar; desdobrava; descobriu; crescido; calça; isso.

06 – Observe os conjuntos de palavras escritas abaixo. Identifique a palavra que não apresenta semelhança e exclua do conjunto, marcando x sobre ela.
(X) Cinema- especial
(   ) Colecionar- macio
(   ) Cientista – gracioso
(   ) Assustar- passar
(   ) Gesso-classe
(   ) Sucesso- assunto.

07 – Leia as frases e complete a lacuna com as palavras do quadro.
a. Marisa cortou um pedaço de bolo para seu esposo.
b. A seleção brasileira irá jogar na África.
c. O rapaz assobia como o canto de um pássaro.
d. Hoje amanheceu nublado e tudo parece triste.

08 – Márcia ficou sabendo sobre seus estudos e veio ajudar! Leia as palavras que Marcia está mostrando e coloque cedilha onde for necessário.
Assobia- pedaço- amanheceu – seleção.


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

TEXTO:UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA -ZIRALDO - QUESTÕES OBJETIVAS COM GABARITO

TEXTO - UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA

         Era uma vez uma professora maluquinha. Na nossa imaginação, ela entrava voando pela sala (como um anjo) e tinha estrelas no olhar. Tinha voz e jeito de sereia e vento o tempo todo nos cabelos (na nossa imaginação). Seu riso era solto como um passarinho. Ela era uma professora inimaginável. Para os meninos, ela era uma artista de cinema. Para as meninas, a Fada Madrinha. […] 
           Como todos sabem, os três mosqueteiros eram quatro. Só que nós — a turminha que vai contar a história — éramos cinco: Athos, Porthos, Aramis, Dartagnan e Ana Maria Barcellos Pereira, a chefa.[…] 
        Nós tínhamos acabado de descobrir o segredo das letras e das sílabas; já sabíamos escrever nossos nomes, ler todos os letreiros das lojas, os cartazes do cinema, as manchetes dos jornais e os títulos dos anúncios nas revistas, quando ela chegou em nossas vidas. 
       Quando ela entrou pela primeira vez na nossa sala e falou que ia ser nossa professora naquele ano, todas as meninas quiseram ser lindas e todos os meninos quiseram crescer na mesma hora para poder casar com ela.
      A primeira chamada que ela fez foi assim: mandou cada um de nós escrever o nome de outro aluno. O nome por inteiro. “Grande vantagem saber escrever seu próprio nome!” — ela brincou. Depois, embaralhou os nomes de todos nós e mandou que a gente arrumasse tudo direitinho na exata ordem do ABC. 
      Ela conquistou tão depressa todos nós que, logo, logo, já havia meninas chorando no seu colo. Os meninos não entendiam nada. Havia segredos que pertenciam somente a elas, e eram tantos que a professora acabou inventando um código para trocar bilhetinhos secretos com as meninas. […] 
     Com ela não tinha castigo. Tinha julgamento. Se um lá fizesse alguma coisa que parecesse errada, ela convocava o júri. Um aluno para a acusação, outro para a defesa. O resto da turminha era o corpo de  Jurados… A gente adorava julgamentos. No final do ano, quando já líamos tudo, ela achou melhor que as defesas e as acusações fossem feitas por escrito. É que o júri era muito barulhento. […]
     Quando as aulas começaram, no ano seguinte, não era ela que estava sentada na cadeira, atrás da mesa, sobre o estrado, diante do quadro negro. Era uma doce senhora de olhos severos e com a voz de quem comandava um pelotão. 
      Logo no primeiro dia de aula, a turma ficou toda de castigo. A professora havia apanhado um menino lendo um livro de histórias em plena aula e resolveu olhar embaixo da carteira de cada um. […] 
      Tivemos todos que ficar depois da aula e escrever cem vezes, cada um, a frase: “Prometo prestar atenção nas lições e não ficar me distraindo na hora da aula”. […] 
    Meu Deus, quantos anos se passaram! Nós todos, seus alunos, somos hoje, muito, muito mais velhos do que aquela professorinha. Estamos todos, agora, com idade bastante para ser seus avós, se ela tivesse ficado, para sempre, do jeitinho que está fotografada em nossa memória, aprisionada no tempo. Aqui estamos nós de volta, quase todos. Alguns foram nos deixando pelo caminho, até mesmo na infância, pois sobreviver não era muito fácil no meio da pobreza da nossa pequena cidade. Os outros — cujos pais tinham emprego e salário — chegaram até esse dia, com jeito e cara de vitoriosos, e estão aqui, digamos, dentro deste livro — os Mosqueteiros do Rei à frente —, prontos para matar todas as saudades…
                                        Ziraldo. Uma professora muito maluquinha.
                                                      São Paulo, Melhoramentos, 1995.

A partir da leitura atenta do Texto I, faça as questões propostas.

1ª QUESTÃO: “Seu riso era solto como um passarinho.” 
O vocábulo grifado transmite ideia de comparação e só não seria substituído adequadamente por:
       A - ( ) semelhante a.
       B - ( ) tal qual.
       C - ( ) que nem.
       D - (X) diferente de.

2ª QUESTÃO: Uma característica que não pode ser atribuída à professora maluquinha é a de ser:
       A - ( ) confidente.
       B - ( ) sorridente.
       C - (X) idosa.
        D - ( ) encantadora.

3ª QUESTÃO: “… ela achou melhor que as defesas e as acusações fossem feitas por escrito.” 
Com que objetivo a professora propôs tal mudança?
       A - ( ) Permitir que todas as acusações fossem consideradas.
       B - (X) Amenizar o barulho produzido pelo júri.
       C - ( ) Gastar mais tempo durante os julgamentos.
       D - ( ) Selecionar apenas as defesas para serem lidas.

4ª QUESTÃO: Sobre os alunos da professora maluquinha, é inadequado afirmar que:
          A - (X) todos tiveram uma infância farta e feliz.
         B - (  ) inicialmente, enfrentaram dificuldade de se concentrarem na aula da professora que a substituiu.
     C - ( ) alguns conseguiram se reunir após a fase adulta e serem personagens de um livro cheio de recordações.
       D - ( ) eternizaram a lembrança da professora maluquinha ainda bem jovem em suas memórias.

segunda-feira, 13 de março de 2017

RELATO: MEU AMIGO MAIS ANTIGO - ZIRALDO ALVES PINTO - COM GABARITO

TEXTO: MEU AMIGO MAIS ANTIGO
               ZIRALDO ALVES PINTO

          Meu pai e minha mãe acreditavam que presente bom para filho era livro.
          Meus colegas de Grupo Escolar – era assim que se chamava a escola primária do meu tempo – não achavam isso, não. Eles gostavam era de carrinho, boneco de corda, bicicleta, piorras, bolas de futebol...
          Essas coisas é que eram presentes bons. Acreditavam que esse negócio de eu ganhar livro em lugar de brinquedo era golpe do meu pai que, coitado, não podia gastar dinheiro com brinquedos caros.
          Havia, porém, duas coisas que meus colegas de escola não sabiam. A primeira é que eu adorava livros, gostava mesmo de ganha-los de presente. Chegava a tremer de emoção enquanto abria o embrulho que papai trazia de suas viagens, tentando adivinhar a capa do livro que o embrulho escondia.
          A outra coisa é que meu pai, também, tinha lido livros que marcaram muito sua vida de menino.
          De um deles, especialmente, papai não se esquecera nunca. Ele tinha lido esse livro ali pelos 10 1 11 anos, na sua escola.
          Isso foi no começo dos anos 20, e ele lembrava que achou estranho encontrar um livro infantil, na escola, só para menino ler e não para estudar. Ele achava isso o máximo! E não se esquecia de que o livro se chamava “Narizinho Arrebitado”.
          Ele queria muito reencontrá-lo para dar pro seu filho de presente, talvez, para os dois lerem juntos e ele voltar um pouco à sua infância.
          Já havia bem mais de 20 anos que ele havia lido aquele livro e nunca mais tinha ouvido falar dele, perdido que vivia numa cidadezinha do interior do Brasil.
          Até que um dia cheguei da escola trazendo um livro que havia pedido emprestado na Biblioteca do Grupo Escolar. E o livro se chamava “Reinações de Narizinho”.
          Eu perguntei pro meu pai: “Não será esta menina aqui a sua Narizinho, pai?” E ele me perguntou: “Como é o nome do autor do livro?” Eu disse: “Um tal de Monteiro Lobato!”
          O rosto do meu pai se iluminou e, a partir desse dia, o Monteiro Lobato e eu ficamos amigos para sempre.

          Ziraldo Alves Pinto. Meu amigo mais antigo. Especial para a Folhinha,
               Publicado no jornal Folha de São Paulo, fornecido pela Folhapress.
                                                                                           São Paulo, 13 set. 1997.

1 – Em sua opinião, com que objetivo Ziraldo escreveu o relato da página anterior?
        Para falar sobre como ele gosta de ler livros desde a infância; destacar o prazer que um livro pode dar a um leitor e também para explicar que o gosto pelos livros era comum na família dele.

2 – O pai do escritor achou estranho encontrar um livro na escola que fosse só para a criança ler. Em sua opinião, por que isso pareceu estranho a ele?
        Porque, naquela época, não era comum encontrar livros de literatura para crianças.

3 – No texto “Meu amigo mais antigo”, o escritor Ziraldo relata um episódio real e marcante da vida dele. Que episódio é esse?
        A emoção que sentia ao ganhar seu presente preferido: um livro.

4 – Ziraldo expõe para o leitor quando ocorreram os fatos que narrou. Esses fatos ocorreram na infância ou já na ase adulta do autor? Que trecho do texto auxiliou em sua conclusão?
        Na infância do autor. O trecho do segundo parágrafo auxilia nessa conclusão ao citar que os amigos da escola primária gostavam de ganhar brinquedos, próprios da infância.

5 – Onde esse relato foi publicado? Com que objetivo, possivelmente, o relato de Ziraldo foi publicado?
        No suplemento Folhinha, do jornal Folha de São Paulo. Provavelmente para estimular, nos jovens que leem o suplemento, o gosto pela leitura.

6 – De acordo com o relato, Ziraldo e seus colegas de escola tinham gostos semelhantes ou diferentes em relação ao que mais gostavam de ganhar de presente? Justifique.
        Diferentes. Ziraldo gostava muito de ganhar livros e seus colegas preferiam ganhar brinquedos.

7 – Releia o último parágrafo do relato e copie a(s) afirmativa(s) que, em sua opinião, indica(m) o que Ziraldo quis dizer.
a)     Que ele se tornou leitor das obras de Monteiro Lobato.
b)    Que, assim como o pai, tornou-se fã de Monteiro Lobato.
c)     Que ficou amigo daquele autor porque o pai ficaria feliz com isso.