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domingo, 7 de agosto de 2022

REPORTAGEM: BOAS NOTÍCIAS - MARINA VERGUEIRO - COM GABARITO

 Reportagem: Boas Notícias

                         Há 10 anos, sarau tem poesia recitada, cantada e “no ar” na periferia de SP

Marina Vergueiro – 20/04/2011 – 07h01.

 

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7d7RvdbshWghrDyRYKZ5ly7TyHULibhgKy6M6H2WFWneUZAwd3YkKQZ6O198DysCfMjLIyCzoJYvhkMbkg7ZL1QYWPesU6MYS776rdijrwocPm5RrCI3TLKzMGyEvHPqRNlz8eVBaQ3IhpklOTLy_uNoFD-gMO70pPnez3vx19dz9gHX3AnlooQDg/s320/baloes.jpg

Balões com papéis contendo versos de poemas são soltos no ar em evento do Sarau da Cooperifa, na Zona Sul de São Paulo. Foto.

        Nas noites de quarta-feira no Bar do Zé Batidão, zona sul de São Paulo, “o silêncio é uma prece”. O poeta Sérgio Vaz faz questão de avisar que o sarau da Cooperifa “não é balada”. Um dos mais tradicionais saraus paulistanos, pioneiro na periferia da cidade, a Cooperifa encontrou endereço fixo nesse boteco de uma das esquinas do Jardim São Luiz.

        Segundo Vaz, o motivo é a falta de espaços públicos para exercer a cultura na periferia da capital paulista. “Não temos teatro, não temos museu, não temos centro cultural. O bar é onde a comunidade se reúne para falar do asfalto, do trator que precisa retirar o barranco, do lixo, do futebol...”, diz ele....

        Embora regado a muita cerveja e a uma caipirinha com mel batizada de “gostosinha”, a disciplina exerce um papel tão fundamental quanto a própria poesia na Cooperifa. Ao criar a cooperativa, há dez anos, a ideia de Vaz era “fazer a gentileza de recitar poesia para a comunidade e a comunidade [fazer] a gentileza de ouvir a poesia”. Para isso, segundo ele, não apenas o silêncio é imprescindível, mas o respeito a cada um dos poetas que se arrisca atrás do microfone. E, para que isso seja garantido, todos devem aplaudir a todos com a mesma intensidade.

        Desde 2001 a Cooperifa ajudou cerca de 30 poetas a lançarem seus livros, além de ter colaborado para que músicos e rappers gravassem se álbuns, entre eles F.I.N.O, Wesley Noog, Versão Popular e Jairo Periafricania.

        “A Cooperifa me mostrou que se eu quero ser escritor eu posso, não preciso pedir autorização para ninguém”

Jairo Periafricania

        “Comecei a fazer rap com 35 anos e a Cooperifa mudou minha vida porque me mostrou que se eu quero ser escritor eu posso, não preciso pedir autorização para ninguém”, conta Jairo, que em 2010 lançou o disco “O Sonho Não Envelhece” e há três anos dá aulas de rap na Fundação Casa.

        Já F.I.N.O, rapper há 13 anos, buscou a literatura para que pudesse “se informar mais e melhorar as letras”. A partir do Sarau da Cooperifa, que frequenta “religiosamente há 2 anos”, passou a se interessar por saraus e, durante a semana, faz uma verdadeira peregrinação pela periferia da cidade em busca de poesia. “Frequento o circuito inteiro: (sarau do) Ademar, (sarau da) Fundão, (sarau do) Binho, Sarau com Elas”, conta ele, que recentemente lançou o single “Que Vantagem Maria Leva?”, com participação da cantora e poeta da Cooperifa Camila Trindade.

        Além do rap, a poesia de Cordel causa algumas das reações mais entusiasmadas do público do sarau. Um dos poetas responsáveis por isso tem apenas 10 anos de idade. Luís Miguel de Araújo Guimarães, o Miguelzinho, provoca gargalhadas na plateia durante os cinco minutos que permanece com microfone na mão recitando uma das dez poesias que guarda na memória. “Às vezes eu demoro um pouquinho pra recitar porque eu decido na hora. O que vier na mente primeiro, eu conto”, diz o garoto, admirador de Patativa do Assaré e Chico Pedrosa. Miguelzinho costuma ir ao bar do Zé Batidão acompanhado do tio Toninho Poeta.

        Apesar desses "destaques" da Cooperifa, os aplausos atingem o ápice com a declamação de “Dona” Edite Marques. Uma das frequentadoras mais ativas da Cooperifa, essa senhora cega de 68 anos costuma passar de dez a quinze minutos recitando suas poesias favoritas – sejam versos de Castro Alves ou Cora Coralina –, todas memorizadas com a ajuda de um aparelho no qual escuta as gravações que uma sobrinha faz, em fita cassete.

        Noites especiais

        Quando começou, há dez anos, em uma fábrica abandonada no Taboão da Serra, o Sarau da Cooperifa contava com pouco mais de 15 poetas que se revezavam para ler cerca de 10 poesias cada. Atualmente, o sarau chega a receber aproximadamente 60 poetas por semana. Em algumas noites consideradas especiais, esse número pode chegar a 70 – e muitas vezes alguns ficam de fora porque as duas horas de poesia não são suficientes.

        Com a intenção de incentivar a leitura, Sérgio Vaz criou a “Chuva de Livros”, noite que acontece semestralmente em parceria com editoras e doadores, distribuindo livros aos frequentadores do sarau. A mais recente aconteceu em 31 de março deste ano, com o apoio da Companhia das Letras e presença do editor Luiz Schwarcz, que entregou os 250 livros doados à Cooperifa.

        Já uma das criações mais populares de Sérgio Vaz é a noite que ficou conhecida como “Ajoelhaço”, que ocorre todos os anos na quarta-feira anterior ao Dia Internacional da Mulher, na qual os homens se ajoelham diante das mulheres e pedem perdão aos pecados cometidos.

        No entanto, é na noite de "Poesia no Ar" que a Cooperifa reúne o maior número de pessoas. Em 2011, o evento distribuiu 500 bexigas de gás hélio para que os poetas prendessem suas poesias e as soltassem no céu de São Paulo. Ônibus de Porto Alegre, Guaratinguetá, Guarulhos e Parelheiros vieram a São Paulo para participar do “ataque poético aéreo”, como o definiu Sérgio Vaz.

        “Uma vez ouvi um cara falar no negócio de bala perdida na periferia. Fiquei imaginando uma ideia para que a gente pudesse levar a nossa poesia para outros quintais”, conta Vaz sobre o nascimento do “Poesia no Ar”.  Segundo ele, já houve registro de que bexigas chegaram ao bairro do Ipiranga, outro extremo da zona sul da cidade.

        Embora deficiente visual há 15 anos, Dona Edite considera essa noite uma das mais belas da Cooperifa.  “Eu sinto a emoção de colocar meu poema dentro da bexiga, de poder soltar no ar e sentir as pessoas perto de mim”, conta, emocionada.

VERGUEIRO, Marina. UOL/Entretenimento/Notícias. Disponível em: http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/2011/04/20/ha-10-anos-sarau-reune-poesia-versada-cantada-e-no-ar-na-periferia-de-sp.jhtm. Acesso em: 22 jan. 2016.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 321-4.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Balada: gíria com o sentido de divertimento noturno dos centros urbanos, geralmente em bares, danceterias e shows.

·        Rap: abreviatura de rhythm and poetry, designa um tipo de poesia e/ou música popular urbana, de origem negra, com ritmo muito marcado e melodia simples.

·        Rapper: pessoa que compõe, recita ou acompanha um rap com gestos, mímica e passos de dança.

·        Single: composição musical considerada viável comercialmente para ser lançada e fazer sucesso.

02 – Você considera relevante e de interesse público o fato relatado nessa reportagem? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Justifique o uso da expressão “boas notícias” no título da reportagem.

      A expressão foi usada para destacar que a reportagem relata um fato positivo: a realização, já por dez anos, de um sarau literário na periferia da Zona Sul de São Paulo.

04 – Logo após o após o título aparecem as informações “20/04/2011 – 07h01”. O que elas indicam?

      Indicam a data (o registro do dia, mês e ano) e o horário (07h01) em que a reportagem foi postada no site intitulado UOL / Entretenimento / Notícias.

05 – Quem escreveu essa reportagem? O que seria, nos meios jornalísticos, uma colaboração?

      A repórter Marina Vergueiro, em colaboração para o UOL. Significa que a autora da reportagem apenas colabora, isto é, não é uma funcionária do veículo de comunicação.

06 – Releia o subtítulo da reportagem e explique:

a)   O uso da expressão “Há 10 anos”.

A expressão destaca que a iniciativa é duradoura, não se trata de um fato eventual.

b)   O uso de aspas em “no ar”?

Destacar o uso da expressão e indicar que ela está sendo usada em sentido figurado (se refere aos versos de poemas soltos em balões no céu de São Paulo).

07 – As fotos que ilustram uma reportagem geralmente são acompanhadas de um texto inserido abaixo ou ao lado delas. Pelos conhecimentos que você tem, responda:

a)   Como são chamados esses textos?

Legenda.

b)   Qual é sua função na reportagem?

Destacar, resumir e/ou explicar a imagem retratada e registrar a data em que a foto foi feita.

c)   Ao comparar a informação da legenda e a data em que a reportagem foi postada no site, o que é possível deduzir?

Que a foto foi feita sete dias antes de a reportagem ser postada no site.

08 – Leia:

        Lide (do inglês lead: conduzir, liderar) é o nome que se dá, nos meios jornalísticos, ao primeiro parágrafo de uma reportagem ou de uma notícia. Esse parágrafo também pode ser chamado “cabeça da matéria”. De acordo com o Novo Manual da Redação da Folha de S. Paulo, o lide pode ser noticioso e responder às principais questões a respeito do fato noticiado, como o que aconteceu, com quem, onde, quando, como, por que; pode também não ser fatual e usar outra estratégia para chamar a atenção do leitor.

        Baseando-se nessas informações, responda no caderno:

a)   Qual é o lide dessa reportagem?

“Nas noites de quarta-feira no Bar do Zé Batidão, zona sul de São Paulo, “o silêncio é uma prece”. O poeta Sérgio Vaz faz questão de avisar que o sarau da Cooperifa “não é balada”. Um dos mais tradicionais saraus paulistanos, pioneiro na periferia da cidade, a Cooperifa encontrou endereço fixo nesse boteco de uma das esquinas do Jardim São Luiz.”

b)   De acordo com o lide: o que, quando e onde acontece o fato relatado na reportagem?

O que acontece: um sarau da Cooperifa. Quando acontece: nas noites de quarta-feira. Onde acontece: no Bar do Zé Batidão, no Jardim São Luiz, na Zona Sul.

09 – Para redigir uma reportagem, os jornalistas costumam apresentar depoimentos de diferentes pessoas envolvidas nos fatos relatados. Um dos entrevistados da reportagem lida foi o poeta Sérgio Vaz. Na entrevista, ele deu um aviso, fez uma justificativa e uma crítica.

a)   Qual é o aviso?

Ele avisa que o sarau não é uma balada e esclarece que, embora aconteça em um bar, o sarau não é um mero divertimento noturno, mas um evento cultural e literário que exige silêncio para que as pessoas possam ouvir os poemas recitados ou cantados pelos poetas.

b)   Qual é a justificativa?

A justificativa é o sarau acontecer em um bar.

c)   Qual é a crítica?

A crítica é a ausência de espaços públicos na periferia da capital paulista onde os moradores possam realizar atividades culturais e discutir assuntos de interesse da comunidade, como “falar do asfalto, do trator que precisa retirar o barranco, do lixo, do futebol...”.

10 – Leia:

        Nos meios jornalísticos, olho é um recurso de edição usado para ressaltar os melhores trechos de textos mais longos e, assim, “arejar” a leitura. Em geral, o olho destaca frases relevantes e sugestivas. Para ganhar espaço, o olho pode apresentar pequenas alterações ou supressões de palavras.

        Baseando-se nas informações acima, reescreva no caderno o olho dessa reportagem e explique o porquê de ter sido dado destaque a esse trecho.

      “A Cooperifa me mostrou que se eu quero ser escritor eu posso, não preciso pedir autorização para ninguém”. O trecho destaca e resume uma declaração de um dos entrevistados, o rapper Jairo Periafricania.

11 – Leia:

        Intertítulo é um pequeno título empregado no interior de textos mais longos para facilitar a leitura e resumir o bloco de informações que se segue.

        A que o intertítulo “Noites especiais” faz referência?

      A outros eventos realizados pela Cooperifa, como o “Chuva de Livros” (distribuição semestral de livros aos frequentadores do sarau), o “Ajoelhaço” (que ocorre todos os anos na quarta-feira anterior ao Dia Internacional da Mulher) e o “Poesia no Ar” (evento em que os poetas prendem seus poemas em balões e soltam-nos no céu de São Paulo).

12 – No caderno, explique por que a linguagem informal foi utilizada neste trecho da reportagem:

        “Uma vez ouvi um cara falar no negócio de bala perdida na periferia”?

      Trata-se da transcrição da fala de um dos entrevistados, o poeta Sérgio Vaz.

 

domingo, 31 de julho de 2022

REPORTAGEM: UMA GERAÇÃO DESCOBRE O PRAZER DE LER - (FRAGMENTO) - BRUNO MEIER - COM GABARITO

 Reportagem: Uma geração descobre o prazer de ler – Fragmento

                       Bruno Meier

        Ler obras juvenis ou best-sellers é apenas o começo de uma longa e produtiva convivência com os livros. Essa é a lição que anima os jovens a se aventurarem na boa literatura atual e nos clássicos

        [...] Em janeiro, a universitária Iris Figueiredo, de 18 anos, anunciou em seu blog a intenção de organizar encontros para discutir clássicos da literatura. A ideia era reunir jovens que estavam cansados de ler as séries de ficção que lideram as vendas nas livrarias e passar a ler obras de grandes autores. Trinta respostas chegaram rapidamente. No mês seguinte, o evento notável de Iris começou: vinte adolescentes procuraram uma sombra junto ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói – cada um com seu exemplar de Orgulho e Preconceito, da inglesa Jane Austen, debaixo do braço e sentaram-se para conversar. Durante duas horas, leram os trechos de sua preferência, analisaram a influência da autora sobre escritores contemporâneos (descobriram, por exemplo, que certas frases do romance foram emuladas em diálogos da série O Diário de Bridget Jones, de Helen Fielding) e destrincharam os dilemas pelos quais passaram a vivaz Elizabeth Bennett e o arrogante Mr. Darcy, os protagonistas do romance. Iris se entusiasma ao falar do sucesso de suas reuniões que já abordaram títulos como O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, 1984, de George Orwell, e Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca. Desde pequena, ela é boa leitora. Mas foi só ao descobrir a série Harry Potter que se apaixonou pela leitura e a transformou em parte central de seu dia a dia. Quando a saga do bruxinho virou mania entre as crianças e os adolescentes, uma década atrás, vários críticos apressaram-se em decretar que esse seria um fenômeno de resultados nulos. Com o eminente crítico americano Harold Bloom à frente, argumentavam que Harry Porter só formaria mais leitores de Harry Potter os livros da inglesa J.K. Rowling seriam incapazes de conduzir a outras leituras e propiciar a evolução desses iniciantes. Jovens como Iris desmentem essa tese de forma cabal. Ler é prazer. E, uma vez que se prova desse deleite, ele é mais e mais desejado. Basta um pequeno empurrãozinho como o que a universitária ofereceu por meio do convite em seu blog - para que o leitor potencial deslanche e, guiado por sua curiosidade, se aventure pelos caminhos infinitos que, em 3000 anos de criação literária, incontáveis autores foram abrindo para seus pares.

        Várias vezes, no decorrer do último século, previu-se a morte dos livros e do hábito de ler. O avanço do cinema, da televisão, dos videogames, da internet, tudo isso iria tornar a leitura obsoleta. No Brasil da virada do século XX para o XXI o vaticínio até parecia razoável: o sistema de ensino em franco declínio e sua tradição de fracasso na missão de formar leitores, o pouco apreço dado à instrução como valor social fundamental e até dados muito práticos, como a falta e a pobreza de bibliotecas públicas e o alto preço dos exemplares impressos aqui, conspiravam (conspiram, ainda) para que o contingente de brasileiros dados aos livros minguasse de maneira irremediável. Contra todas as expectativas, porém, vem surgindo uma nova e robusta geração de leitores no país movida, sim, por sucessos globais como as séries Harry Porter, Crepúsculo e Percy Jackson. [...]

        Também para os cidadãos mais maduros abriram-se largas portas de entrada à leitura. A autoajuda (e os romances com fortes tintas de autoajuda, como A Cabana) é uma delas; os volumes que às vezes caem nas graças do público, como A Menina que Roubava Livros, ou os autores que tem o dom de fisgar com suas histórias, como o romântico Nicholas Sparks, são outra. E os títulos dedicados a recuperar a história do Brasil, como 1808, 1822 ou Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, são uma terceira, e muito acolhedora, dessas portas. É mais fácil tornar a leitura um hábito, claro, quando ela se inicia na infância. Mas qualquer idade é boa, é favorável, para adquirir esse gosto. Basta sentir aquele comichão do prazer, e da curiosidade – e então fazer um esforço, bem pequeno, para não se acomodar a uma zona de conforto, mas seguir adiante e evoluir na leitura.

 


          [...]

VEJA Especial. São Paulo, ed. 2217, ano 44, n° 20, 18 maio 2011, p. 98-108.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 85-7.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Cético: Que duvida de tudo, descrente.

·        Cobal: Rigorosa; completa, perfeita.

·        Vaticínio: Ato de adivinhar o futuro.

·        Comichão: Desejo irresistível, urgente, premente.

02 – Qual é a ideia central dessa reportagem?

      Os jovens descobrem o prazer de ler por meio da leitura de obras juvenis e de best-sellers.

03 – Segundo a reportagem, o que tem contribuído para a formação de uma nova geração de leitores no país?

      A leitura de obras juvenis ou de best-sellers pelos jovens e a leitura de obras de autoajuda e de romances com elementos capazes de atrair o público adulto.

04 – Muitos especialistas apontam o uso das novas tecnologias como uma ameaça ao hábito da leitura. As informações apresentadas na reportagem negam ou confirmam isso? Explique.

      Negam, relatando que, por meio de um blog, uma universitária organizou encontros para discutir clássicos da literatura.

05 – Para escrever uma reportagem, o repórter faz entrevistas com especialistas ou testemunhas. Quem Bruno Meier entrevistou e o que o(a) entrevistado(a) faz?

      Ele entrevistou a universitária Íris Figueiredo, de 18 anos, que organiza encontros de discussão e leitura de clássicos da literatura.

06 – Leia o verbete:

        Emular [do lat. Aemulare] V. t. d.

1.   Ter emulação com; rivalizar ou competir com; disputar preferência a: Grande ambicioso, não se impõe limites: emula amigos e inimigos.

2.   Pôr-se par a par de; igualar: O jovem poeta procura emular Carlos Drummond de Andrade.

3.   Seguir o exemplo de; imitar. [...]

Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI.      

a)   Explique o sentido da palavra emuladas em:

“[...] Descobriram, por exemplo, que certas frases do romance foram emuladas em diálogos da série O Diário de Bridget Jones, de Helen Fielding. [...]”

Imitadas, copiadas. Corresponde à acepção 3 do verbete.

b)   O que se pode deduzir dessa afirmação?

Pode-se deduzir que os escritores contemporâneos são influenciados pelos autores clássicos e os imitam.

07 – Releia o trecho a seguir:

        “[...]Quando a saga do bruxinho virou mania entre as crianças e os adolescentes, uma década atrás, vários críticos apressaram-se em decretar que esse seria um fenômeno de resultados nulos. Com o eminente crítico americano Harold Bloom à frente, argumentavam que Harry Porter só formaria mais leitores de Harry Potter os livros da inglesa J.K. Rowling seriam incapazes de conduzir a outras leituras e propiciar a evolução desses iniciantes. [...]”. Segundo a reportagem, isso se confirmou?

      Não. Na reportagem se afirma que, apesar dessas expectativas, está surgindo no Brasil uma grande geração de leitores, motivada “por sucessos globais como as séries Harry Porter, Crepúsculo e Percy Jackson”.

08 – Releia mais este trecho:

        “[...] No Brasil da virada do século XX para o XXI, o vaticínio até parecia razoável: [...]”.

a)   Vaticínio tem o sentido de profecia. A que vaticínio o trecho acima se refere?

À morte dos livros e ao hábito de ler.

b)   O que sustentava a crença nesse vaticínio?

Problemas no sistema de ensino, sua tradição de fracasso na formação de leitores, o pouco valor dado à ilustração formal como valor fundamental, a falta de bibliotecas públicas e o pequeno acervo das existentes e o alto preço dos livros.

09 – Releia:

        “[...]a falta e a pobreza de bibliotecas públicas e o alto preço dos exemplares impressos aqui, conspiravam (conspiram, ainda) para que o contingente de brasileiros dados aos livros minguasse de maneira irremediável. [...]”.

a)   Qual é o sentido das formas verbais conspiravam e conspiram, nesse trecho?

Iam/vão contra o acesso do público aos livros e à leitura.

b)   Qual é o significado do trecho que está entre parênteses?

Acrescenta-se, dessa forma, a informação de que esses problemas ainda persistem.

10 – Explique o sentido de “Um livro puxa outro”, de acordo com o contexto em que foi usado.

      Um livro puxa outro” significa que a leitura de um best-seller destinado ao público jovem, como Harry Potter (de J. K. Rowling), por exemplo, pode levar à leitura de muitos outros clássicos, como Grande sertão: veredas (de Guimarães Rosa) todos os citados no quadro, entre outros.

 

REPORTAGEM: COMO SURGIU A TATUAGEM? REVISTA MUNDO ESTRANHO - COM GABARITO

 Reportagem: Como surgiu a tatuagem?

                     Revista Mundo Estranho

        Tudo indica que a prática de marcar o corpo é tão antiga quanto a própria humanidade. Mas, como é impossível encontrar corpos de eras tão remotas com a pele preservada, temos de nos basear em amostras mais recentes. É o caso de múmias egípcias do sexo feminino, como a de Amunet, que teria vivido entre 2160 e 1994 a.C. e apresenta traços e pontos inscritos na região abdominal – indício de que a tatuagem, no Egito Antigo, poderia ter relação com cultos à fertilidade. Um registro bem mais antigo foi detectado no famoso Homem do Gelo, múmia com cerca de 5300 anos descoberta em 1991, nos Alpes. As linhas azuis em seu corpo podem ser o mais antigo vestígio de tatuagem já encontrado – ou, então, cicatrizes de algum tratamento medicinal adotado pelos povos da Idade da Pedra. Mesmo com tantas incertezas, os estudiosos concordam que, já nos primórdios da humanidade, a tatuagem deve ter surgido na busca de tentar preservar a pintura do corpo.

        "Um dos objetivos seria permitir ao indivíduo registrar sua própria história, carregando-a na pele em seus constantes deslocamentos", afirma a artista plástica Célia Maria Antonacci Ramos, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), autora do livro Teorias da tatuagem. A prática se difundiu por todos os continentes, com diferentes finalidades: rituais religiosos, identificação de grupos sociais, marcação de prisioneiros e escravos (como a tatuagem era usada pelo Império Romano), ornamentação e até mesmo camuflagem. No Ocidente, a técnica caiu em desuso com o cristianismo, que a proibiu – afinal, está escrito no Levítico, livro do Antigo Testamento: "Não façais incisões no corpo por causa de um defunto e não façais tatuagem". A tradição só foi redescoberta em 1769, quando o navegador inglês James Cook realizou sua expedição à Polinésia e registrou o costume em seu diário de bordo: "Homens e mulheres pintam seus corpos. Na língua deles, chamam isso de tatau. Injetam pigmento preto sob a pele de tal modo que o traço se torna indelével". 

        Cem anos depois, Charles Darwin afirmaria que nenhuma nação desconhecia a arte da tatuagem. De fato, dos índios americanos aos esquimós, da Malásia à Tunísia, a maioria dos povos do planeta praticava ou havia praticado algum tipo de tatuagem. Com a invenção da máquina elétrica de tatuar, em 1891, o hábito se espalhou ainda mais pela Europa e pelos Estados Unidos. No final do século XX, a pele desenhada, até então uma característica quase exclusiva de marinheiros e presidiários, tornou-se uma das mais duradouras modas jovens. [...].

         Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-surgiu-a-tatuagem. Acesso em: 15 out. 2015.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 57-8.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual é o objetivo da reportagem “Como surgiu a tatuagem”?

      Expor informações e dados para explicar a origem e a evolução da tatuagem.

02 – Procure explicar por que aparecem hipóteses nestes trechos:

I – “[...] É o caso de múmias egípcias do sexo feminino, como a de Amunet, que teria vivido entre 2160 e 1994 a.C. e apresenta traços e pontos inscritos na região abdominal – indício de que a tatuagem, no Egito Antigo, poderia ter relação com cultos à fertilidade.”

      Uma das preocupações do produtor de um texto expositivo e jornalístico é dar explicações, apoiadas em dados objetivos, reais e comprovados, para conferir credibilidade ao texto. Como o autor não dispõe de provas a respeito desse assunto, ele levantou hipóteses.

II – “[...] As linhas azuis em seu corpo podem ser o mais antigo vestígio de tatuagem já encontrado – ou, então, cicatrizes de algum tratamento medicinal adotado pelos povos da Idade da Pedra.”

      Chame a atenção dos alunos para as descrições: “Múmias egípcias do sexo feminino, como a de Amunet”, “apresenta traços e pontos inscritos na região abdominal”, “As linhas azuis”, etc.

03 – Os textos expositivos costumam explicar as motivações dos fatos e eventos expostos. Segundo o texto, o que motivou a difusão da tatuagem?

      Rituais religiosos, registro pessoal ou de pertencimento a grupos sociais, marcação de prisioneiros e escravos (como a tatuagem era usada pelo Império Romano), ornamentação, camuflagem.

04 – Em que o Cristianismo se baseou para proibir a tatuagem?

      Em um trecho do livro “Levítico”, do Antigo Testamento: “Não façais incisões no corpo por causa de um defunto e não façais tatuagem".

05 – O texto dá pistas a respeito da origem da palavra TATUAGEM? Explique:

      Sim. Na língua polinésia a prática de pintar os corpos era chamada TATAU. Explica que a palavra tatuagem, em português, pode ter origem no termo tatouage (do francês), ou no termo tatoo (do inglês).

06 – O que motivou a difusão e a popularização da tatuagem, que passou a ser uma das marcas da cultura jovem?

        A invenção da máquina elétrica de tatuar, em 1891.

07 – Você deve ter observado que nesse texto predomina o emprego de formas verbais no presente do indicativo, pois o texto faz referência a processos permanentes. Explique o uso dos verbos no futuro do pretérito e de outros termos e expressões destacados, no trecho a seguir:

        “[...] É o caso de múmias egípcias do sexo feminino, como a de Amunet, que teria vivido entre 2160 e 1994 a.C. e apresenta traços e pontos inscritos na região abdominal – indício de que a tatuagem, no Egito Antigo, poderia ter relação com cultos à fertilidade. Um registro bem mais antigo foi detectado no famoso Homem do Gelo, múmia com cerca de 5300 anos descoberta em 1991, nos Alpes. As linhas azuis em seu corpo podem ser o mais antigo vestígio de tatuagem já encontrado – ou, então, cicatrizes de algum tratamento medicinal adotado pelos povos da Idade da Pedra. [...]”.

      Foram empregadas essas marcas linguísticas porque não havia provas concretas para fazer as afirmações com certeza.

 

REPORTAGEM: JOVEM CRIA PROJETO DE INCENTIVO À LEITURA NO METRÔ - FOLHA UOL - COM GABARITO

 Reportagem: Jovem cria projeto de incentivo à leitura no metrô

       O desenvolvedor de software Fernando Tremonti, 26, criou há três semanas um projeto para incentivar as pessoas a lerem nos vagões dos trens da CPTM e do Metrô de São Paulo.

        O jovem “abandona” diariamente um livro em alguma composição. Começou na linha 2-verde, mas já passou por outros ramais da malha de transportes sobre trilhos da cidade.

        “A literatura foi muito importante para mim. Gostaria que fosse para os passageiros também. Muita gente não faz nada nesse tempo livre nos trens, podia ler mais”, diz.

        Tremonti diz que lê durante todo o trajeto entre a estação Barra Funda, no bairro onde mora na zona oeste, e a estação Vergueiro, onde trabalha, na região central.

        Por enquanto, ele só “esqueceu” livros de sua biblioteca particular. “Mas já estou recebendo doações para aumentar a oferta”, diz.

        Nos livros, Tremonti deixa um recado pedindo para que quem encontre um exemplar tire uma foto com a obra e depois a publique nas redes sociais com a hashtag#leituranovagão.

        O projeto “Leitura no Vagão” já possui perfis no Twitter e no Facebook.

          Disponível em: www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/186535-jovem-cria-projeto-de-incentivo-a-leitura-no-metro.shtml. Acesso em: 15 out. 2015.

              Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 55-6.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Software: A sequência de instruções escritas para serem interpretadas por um computador com o objetivo de executar tarefas específicas. Também pode ser definido como os programas que comandam o funcionamento de um computador.

·        CPTM: Sigla de Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

·        Composição: reunião dos vagões que compõem um trem.

·        Hashtag: Palavra ou frase, precedida pelo símbolo #, que identifica mensagens relacionadas a um tópico específico. A hashtag é uma ferramenta que ajuda a envolver o público-alvo e aumentar o reconhecimento de uma campanha ou marca, pela internet e redes sociais.

02 – Releia os dois primeiros parágrafos e identifique os elementos dessa reportagem:

a)   O que aconteceu?

A criação, há três semanas, de um projeto de leitura: “O jovem ‘abandona’ diariamente um livro em alguma composição. Começou na linha 2-verde, mas já passou por outros ramais da malha de transportes sobre trilhos da cidade.”

b)   Onde aconteceu?

Nos vagões dos trens da CPTM e do Metrô de São Paulo.

c)   Com quem aconteceu?

O desenvolvedor de software: Fernando Tremonti, 26 anos.

d)   Quando aconteceu?

“Há três semanas”, a partir de meados de outubro de 2015.

e)   Com que finalidade?

Para incentivar as pessoas a lerem mais.

03 – Que outras informações são apresentadas no desenvolvimento do texto?

      São apresentadas outras informações detalhadas e ampliadas para ajudar o leitor a compreender o objetivo do projeto e como participar: as motivações do jovem para criar o projeto; as ações já realizadas; a declaração sobre a importância da leitura em sua vida; o que ele pede a quem se dispõe a integrar o projeto; e a indicação da hashtag para contato.

04 – No título, foi empregado o presente do indicativo:

        “Jovem cria projeto de incentivo à leitura no metrô”. Explique esse emprego, considerando que o fato relatado se situa no passado.

      O presente do indicativo foi empregado, no título, para aproximar os fatos do leitor.

05 – Explique o uso do pretérito perfeito do indicativo nestes dois trechos:
I – O desenvolvedor de software Fernando Tremonti, 26, CRIOU há três semanas um projeto para incentivar as pessoas a lerem nos vagões dos trens da CPTM e do Metrô de São Paulo.

II – COMEÇOU na linha 2-verde, mas já PASSOU por outros ramais da malha de transportes sobre trilhos da cidade.

      O pretérito perfeito foi empregado para indicar fatos que já ocorreram.

06 – Agora, explique o uso do presente do indicativo em:

I – O jovem ''ABANDONA'' diariamente um livro em alguma composição.

II – Tremonti diz que durante todo trajeto entre a estação Barra Funda, no bairro onde MORA na zona oeste, e a estação Vergueiro, onde TRABALHA, na região central.

      O presente do indicativo foi usado porque o redator relata, em discurso indireto, as ações que o jovem realiza habitualmente, no trajeto entre a sua casa e o trabalho.

 

segunda-feira, 18 de julho de 2022

REPORTAGEM: PRODUÇÃO DE LIXO ELETRÔNICO É CINCO VEZES MAIOR QUE HÁ 14 ANOS - ESTADÃO.COM - COM GABARITO

 Reportagem: Produção de lixo eletrônico é cinco vezes maior que há 14 anos

            Segundo relatório da ONU sobre dispensa de eletrônicos diz que brasileiro produz 7 kg de lixo eletrônico cada um

10/11/2014 | 20h53 – Por Agências – Agências

 

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmDk8z1wTR_srvTRgJTHyIyN4Fodn_JX2hrdx_WhL1IecDHYKLaihwkhhM8ZZrhaTMao19VH6vIfv0Rllll0gKaR7CxGHFF6gvCTCGnPNZb89OUbAqPHAzxQst-IcLzmDipMbNUGo6keA7ol9EjFVU57OaLqMgedubhLLr09tZYav94PABYX-BjzV9/s320/celular.jpg 

Lixo eletrônico em Tóquio, no Japão. FOTO: Reuters

VIENA – Milhões de celulares, câmeras digitais, computadores, tablets e outros gadgets eletrônicos acabam a cada ano no lixo comum, o que representa um enorme perigo para a saúde e para o meio ambiente, segundo adverte as Nações Unidas.

        E o problema só cresce. Se no ano 2000 foram produzidas cerca de 10 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, agora são 50 milhões, equivalente a oito vezes o peso da pirâmide egípcia de Gizé.

        Esse número significa que cada habitante do planeta produz em média sete quilos de lixo tecnológico e os cálculos da ONU preveem que nos próximos três anos esses resíduos aumentarão em um terço.

        O lixo per capita produzido varia de acordo com a riqueza e consciência ambiental de cada país, e vai desde os 63 kg gerado por um cidadão do Catar, passando pelos quase 30 de um americano, os 23 de um alemão, os 18 de um espanhol, os sete de um brasileiro ou os 620 gramas de um malinês.

        Muitos aparelhos eletrônicos, que têm vida útil cada vez mais curta, estão carregados de metais pesados muito prejudiciais à saúde.

        Materiais como chumbo, mercúrio, cádmio e zinco podem ser uma fonte contaminante no longo prazo se não forem reciclados de forma adequada.

        Isso só acontece com uma parte mínima parte de todo esse lixo, denunciam a ONU e grupos de proteção do meio ambiente.

        O Escritório das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), com sede em Viena, calcula que em 2016 os países em desenvolvimento produzirão mais lixo eletrônico que os industrializados.

        Um desafio ainda maior porque essas nações contam com menos meios para abordar o problema.

        Para dar uma resposta a esta situação, a ONU lançou a Iniciativa Step, para promover a reutilização e aumentar o ciclo vital dos produtos eletrônicos.

        Ruediger Kuehr, secretário-executivo da Step, reconhece que embora este seja um problema ambiental subestimado, pelo menos está começando a figurar na agenda política internacional.

        “Estamos muito no início, por enquanto não podemos dizer que estamos no bom caminho, mas pelo menos está ocupando um espaço na agenda política”, explicou o especialista alemão à Agência Efe em Viena.

        “Os governos conscientes sabem que isto é uma bomba-relógio e que devem tomar decisões”, assegurou.

        O problema afeta todos os países, porque em nenhum lugar se recicla o suficiente, falta conscientização sobre o problema e há uma visão subdimensionada dos riscos.

        “Os consumidores (nos países industrializados) não são totalmente conscientes do desafio que o lixo eletrônico representa”, por considerarem que é um problema distante, que afeta as equipes que desmontam de forma rudimentar esses equipamentos na África ou Ásia.

        E embora esse tipo de reciclagem em precárias condições seja muito perigoso, é só uma parte do problema.

        A questão de fundo é que “só uma pequena parte do material eletrônico é reciclada em países como Alemanha, Reino Unido ou Estados Unidos”, lembrou Kuehr.

 Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMW6GoZ7R3A64mW65luyAfJOSN8hJrs2-EJWXkfuYePoLD9KSwiOJLXJ7QMM55z_Ba_fAvk4s1ACGkuPSd7eAL3yKNIHVCs6CjysEfsafqpg11F660a7CLzyVLbsX8rf2-7evogzUWq7caKjsf0yyuRNTDNvJC07pS4rYwXF1hjc2syVaJJJFZHm-P/w386-h507/eletronico.jpg

        Kuehr afirmou que algumas empresas tecnológicas começaram a tomar “responsabilidade sobre o lixo eletrônico gerado” a partir de diferentes programas, e volta suas críticas ao consumidor, que exige tecnologia ao menor custo possível.

        “É preciso criticar o consumidor, que quer a última tecnologia por muito pouco dinheiro. E isso se traduz em dificuldade de reparar problemas ou produtos de baixíssima qualidade, o que reduz a vida destes produtos”, ressaltou.

        “Se levantassem a voz e dissessem que querem equipamentos baratos, mas também que possam ser consertados ou renovados para que sirvam melhor no futuro, porque são conscientes das implicações ambientais, então as companhias responderiam”, opinou.

        Por isso, Kuehr defende campanhas públicas e educativas para conscientizar sobre este problema e sobre o impacto no meio ambiente, e esclarece que se não forem dadas respostas a esta situação “será difícil criar inovações tecnológicas sustentáveis” no futuro.

        Para este especialista, o objetivo de longo prazo é “fechar o ciclo e chegar a um modelo sustentável”, no qual as empresas possam criar novos equipamentos utilizando materiais dos antigos.

        Além disso, os velhos equipamentos possuem componentes de grande valor, como ouro, prata e platina, utilizados por sua estabilidade e capacidade motora em computadores e portáteis.

        Outro problema é a exportação ilegal de lixo tecnológico dos países mais desenvolvidos para os menos desenvolvidos, especialmente dos EUA e da Europa.

        Segundo estimativas da Agência Europeia do Meio Ambiente, pelo menos 250 mil toneladas de resíduos eletrônicos saem a cada ano da União Europeia de forma ilegal como bens de segunda mão, quando na realidade são produtos inutilizáveis.

Disponível em: http://blogs.estadao.com.br/link/onu-adverte-que-lixo-eletronico-e-bomba-ecologica-para-o-planeta/. Publicado em: 10 nov. 2014. Acesso em: 7 jan. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 151-5.

Entendendo a reportagem:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Gadgets: dispositivos eletrônicos portáteis, como celulares, tablets, etc.

·        Per Capita: expressão latina que significa “por pessoa”.

·        Subestimado: desprezado; que recebeu pouca atenção.

·        Subdimensionada: calculada com pouca precisão.

02 – Você já ouviu falar em lixo eletrônico? Sabe o que o diferencia do lixo orgânico?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Você já trocou de aparelho celular? Como descartou antigo?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Que problemas você acredita haver no descarte sem cuidado de aparelhos eletrônicos, como, por exemplo, o televisor?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Possibilidade de aproveitamento dos materiais recicláveis e do uso de certos lixos orgânicos para a produção de adubo.

05 – Do que trata a reportagem e qual é sua principal fonte?

      Trata do aumento de descarte de lixo eletrônico, tomando por fonte um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).

06 – Por que o lixo eletrônico precisa ser reciclado?

      Porque esse tipo de lixo tem metais pesados, muito prejudiciais à saúde, e o descarte inadequado poderia causar contaminação por esses metais.

07 – Qual é a quantidade média de lixo eletrônico produzido por brasileiro?

      Está em torno de sete quilos.

08 – Que relações você estabeleceria entre a quantidade de lixo eletrônico brasileiro e as informações que leu?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Esse dado alarmante, já que, conforme relatado na notícia “quase metade do que os brasileiros jogam fora (41,7%) ainda vai para lixões.

09 – Releia: “Os governos conscientes sabem que isto é uma bomba-relógio e que devem tomar decisões”.

a)   A que se refere a palavra destacada?

O pronome isto retoma o problema que foi discutido antes: o aumento de lixo eletrônico e a falta de sua reciclagem.

b)   O que o representante da ONU, Ruediger Kuehr, quis dizer com a metáfora “bomba-relógio”?

Quis dizer, que se não for tomada uma providência enérgica, o problema do lixo eletrônico poderá causar danos irreversíveis, como em uma explosão, se nada for feito a tempo.

10 – Além dos governantes, a quem mais Ruediger Kuehr critica como responsável pelo aumento do lixo eletrônico?

      O consumidor.

a)   Que argumento ele usa para isso? Que tipo de argumento é esse?

Ele argumenta que o consumidor “quer a última tecnologia por muito pouco dinheiro. E isso se traduz em dificuldade de reparar problemas ou em produtos de baixíssima qualidade, o que reduz a vida desses produtos”. Trata-se de um argumento que explora relações de causa e consequências.

b)   O que você pensa sobre essa opinião? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

11 – A reportagem é composta também por um infográfico. O que ele apresenta para o leitor?

      O infográfico se trata de uma apresentação do ciclo de separação e reciclagem do lixo eletrônico.

12 – Considerando o que você leu sobre a reciclagem de lixo eletrônico, na própria reportagem, e sobre o destino de quase metade do lixo produzido pelos brasileiros, aponte que incoerência há no título do infográfico?

      O título sugere que o eletrônico descartado pelo leitor vai para esse ciclo, o que, infelizmente, está bem longe de ser uma realidade, conforme nos informa a própria reportagem e como podemos depreender dos dados apresentados na notícia antes lida.

13 – Releia os dois últimos parágrafos:

        “Outro problema é a exportação ilegal de lixo tecnológico dos países mais desenvolvidos para os menos desenvolvidos, especialmente dos EUA e da Europa.

        Segundo estimativas da Agência Europeia do Meio Ambiente, pelo menos 250 mil toneladas de resíduos eletrônicos saem a cada ano da União Europeia de forma ilegal como bens de segunda mão, quando na realidade são produtos inutilizáveis.”

·        Como deve ser compreendida a expressão exportação ilegal?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Como crime, levando-se, de forma disfarçada, lixo eletrônico para países menos desenvolvidos, transferindo o problema para esses países e colocando suas populações em risco.