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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

MÚSICA/RAP; MINHA RAPUNZEL TEM DREAD - MC SOFFIA - COM GABARITO

 Música/Rap: Minha Rapunzel tem Dread

                      Mc Soffia

 Num conto de fadas a Rapunzel joga suas tranças

Na minha história, ela tem dread e é africana
Agora vou contar o meu conto para vocês
Como todas as histórias começa com era uma vez

Era uma vez uma princesa Rastafari que nasceu no reino de Sabá
Na minha história quem disse que a bruxa é má?
Meninas unidas pode tudo mudar

Aqui inimiga não vai rolar
Ah, é, não vai rolar
Aqui inimiga não vai rolar
Hum, hum, não vai rolar
Aqui inimiga não vai rolar
Hum, hum, não vai rolar
Aqui inimiga não vai rolar
Ahn, ahn, não vai rolar

Na minha história a Rapunzel tem dread
Ela é negra e é Rastafari
Não precisa de um príncipe pra se salvar
Ela é empoderada e pode tudo conquistar

O seu cabelo dread tinha força e poder
Sua beleza africana não tinha o que dizer
Essa história eu inventei porque não vi princesa assim
Só me mostraram uma, ai isso não dá pra mim

Princesa Etiópia, esse nome eu batizei
País que desfruta tudo que eu pesquisei
Estou muito feliz de ver a história acontecer
Crie uma princesa que pareça com você

Cri-Cri-Crie uma princesa que pareça com você
Crie uma princesa que pareça com você
Cri-Cri-Crie uma princesa que pareça com você
Crie uma princesa que pareça com você
Crie uma princesa que pareça com você
Crie uma princesa que pareça com você
Cri-Cri-Crie uma princesa que pareça com você
Crie uma princesa que pareça com você

Aqui inimiga não vai rolar
Ah, ah, não vai rolar
Aqui inimiga não vai rolar
Hum, hum, não vai rolar
Aqui inimiga não vai rolar
Não, hum, não vai rolar
Aqui inimiga não vai rolar
Hum, hum, não vai rolar

Na minha história a Rapunzel tem dread
Ela é negra e é Rastafari
Não precisa de um príncipe para se salvar
Ela é empoderada e pode o mundo conquistar

O seu cabelo dread tinha força e poder
Sua beleza africana não tinha o que dizer
Essa história eu inventei porque não vi princesa assim
Só me mostraram uma, ai isso não dá pra mim.

Princesa Etiópia, esse nome eu batizei
País que desfruta tudo o que eu pesquisei
Estou muito feliz de ver a história acontecer
Crie uma princesa que pareça com você
Cri-Cri-Crie uma princesa que pareça com você
Crie uma princesa que pareça com você
Cri-Cri-Crie uma princesa que pareça com você
Crie uma princesa que pareça com você.

Fonte: Livro Se Liga na Língua. 8° ano. P. 62-4.

Entendendo a canção:

01 – O Rap de MC Soffia parte de uma relação de intertextualidade, realizada já no título.

a)   Quem é Rapunzel? Como a personagem costuma ser descrita fisicamente?

Rapunzel é uma personagem de contos de fadas. Trata-se de uma jovem de longos cabelos lisos e dourados.

b)   Por que o dread foi escolhido para caracterizar a Rapunzel do rap?

O dread cria para a princesa do rap uma identidade visualmente contrastante com a de Rapunzel por ser um estilo de penteado normalmente usados por negros cujos cabelos são pretos e crespos.

02 – O eu lírico afirma que vai criar uma história nova, diferente.

a)   Qual a palavra ele emprega para mostrar que se apropriou da história tradicional? A que classe gramatical pertence?

O eu lírico emprega a palavra “Minha”, que é um pronome possessivo. “Minha Rapunzel” e “minha história”.

b)   Apesar da apropriação, o eu lírico mantém o diálogo com os contos de fadas tradicionais. Que fórmula ele repete?

“Era uma vez”.

c)   Cite outros elementos típicos dos contos de fadas citados no rap.

Bruxa, príncipe, reino e a ação de salvar.

03 – O eu lírico menciona vários elementos da cultura africana, que deseja valorizar. Faça uma pesquisa em enciclopédias on-line acerca das referências para esclarecer as citações feitas pela rapper.

a)   O que foi o “reino de Sabá”?

Segundo o Antigo Testamento Cristão e o Alcorão, Sabá foi um antigo reino que ocupou a região do Iêmen ou da Etiópia. Bastante próspero devido ao comércio de especiarias, caracterizava-se politicamente pela passagem do poder de uma rainha para sua filha.

b)   Por que o eu lírico escolheu o nome “princesa Etiópia”?

O nome refere-se a um país africano que é um dos mais antigos do mundo. Durante o século XIX, quando países europeus dividiram entre si o continente africano, controlando o governo de várias regiões, a Etiópia conseguiu manter sua independência.

04 – Além de combater o racismo, esse rap também revela outro posicionamento social: a defesa do feminismo.

a)   O que o rap defende ao afirmar que a princesa não precisa de um príncipe para salvá-la?

O rap defende a independência feminina.

b)   Um dos temas discutidos pelas feministas é a sororidade, isto é, a união entre as mulheres baseada na empatia, no companheirismo. Como o rap defende essa ideia? Comprove com um trecho do texto.

Em lugar de aceitar a tradicional luta da bruxa com a princesa, o rap defende que as mulheres estejam juntas, como mostra o verso: “Meninas unidas podem tudo mudar” ou “Aqui, inimiga não vai rolar”.  

05 – Esse rap de MC Soffia parece relatar uma situação autobiográfica.

a)   Transcreva os versos em que o eu lírico cita a experiência pessoal que teria motivado a produção desse rap.

“Essa história eu inventei porque não vi princesa assim / Só me mostraram uma, ai isso não dá pra mim.”

b)   Embora possa ter um público bem amplo, esse rap parece falar diretamente com um grupo social. Qual?

O grupo das meninas negras.

c)   Qual mensagem é transmitida a esse grupo no verso: “Crie uma princesa que pareça com você”?

A mensagem de que as jovens não devem aceitar os estereótipos da beleza impostas pela sociedade; devem buscar referências que estejam associadas a sua raça e cultura.

d)   Reformule esse verso acima, excluindo o pronome que e fazendo as adaptações necessárias. A troca no verso prejudicaria o sentido ou o som do poema?

Sugestão: “Crie uma princesa parecida com você”. A troca não provoca alteração significativa no som ou no sentido.

 

 

sábado, 26 de setembro de 2020

RAP DA LÍNGUA PORTUGUESA - LINS, A.E. - COM GABARITO

 Rap da Língua Portuguesa

         (A linguagem em ritmo)

Leitura, escrita, literatura, oralidade

A linguagem no ritmo da multiplicidade.

Vem com a gente, galera, vem pra conhecer

A linguagem em uso é o que vimos lhe trazer.

 

Na sala de aula era assim...

Aluno e professor. A Língua? Regras sem fim...

 

— Ai, que texto grande!! Não consigo entender!!

— Vale quanto, professor? Cai na prova?

— Vou ter mesmo que ler?

— Ai, que coisa chata! Não tem figura? Olha o tamanho da letra...

— É em dupla, professor? Vou ter mesmo que fazer?

 

— Escreve direito, menino!

— Não assassina o português!

— Caneta na mão copiando a lição!

— Sentado na cadeira!

— Isso não é lugar de brincadeira!

 

Essas são ideias que precisam mudar!

O livro didático público está aí pra inquietar

Para formar sem fazer conformar

Pois a realidade precisamos transformar.

Se liga, meu irmão,

No que vamos te dizer,

Somos todos iguais

E diferentes pra valer

‘Tamo’ na atividade!

‘Tamo’ aí pra aprender!

 

Este é o Rap da Língua Portuguesa

Vem com a gente aprender

Usar a língua com destreza

Oralidade, leitura e escrita

Desenvolver o pensar sem maldade

Mas também sem ingenuidade.

E tudo ler, do romance ao cordel.

O que aceita o papel, ler.

Com todos os tipos de textos, aprender.

Experimentar da língua o potencial

Que tal?

É só entrar e abrir a janela-

-texto que dá para o pensamento

E logo a imaginação acelera

Aprimorando o movimento

Do aprender.

 

Vem com a gente, galera, vem pra conhecer

A proposta nova que vimos lhe trazer.

Leitura, escrita, literatura e oralidade

Para a construção de uma nova sociedade.

 

Você é a personagem principal

Do texto e do contexto

É só entrar e abrir a janela

Para os mundos da linguagem.

Ler é conhecer, pensar é refletir

Todos modos de interagir.

Interagir com o mundo e sua multiplicidade:

O cinema, o trabalho, a TV, a música

A linguagem e toda a sua variedade.

E pra ficar mais bacana, a interdisciplinaridade.

Interaja com os elementos

Ampliando seus conhecimentos.

 

Usar a língua pra falar

Usar a língua pra fiar

Afiar todo o seu ser.

Oralidade, leitura, escrita

Ajudam a fazer quem somos

Pois são as práticas com as quais lidamos.

Nós crescemos com a língua que usamos.

 

Eu erro, tu erras, nós erramos.

Errar não é pecado.

É, na verdade, tentativa de aprendizado.

 

Preconceito linguístico é roubada.

Melhor errar do que não fazer nada!

 

Leitura, escrita, literatura, oralidade

A linguagem no ritmo da multiplicidade.

Vem com a gente, galera, vem pra conhecer

A linguagem em uso é o que vimos lhe trazer.

LINS, A. E. et Al. Rap da Língua Portuguesa. In: LINS. A. E. et Al. Rap da Língua Portuguesa e Literatura. Ensino Médio. 2 ed. Curitiba: SEED-PR, 2006, p. 10-11. Disponível em: https://www.português.seed.pr.gov.pr/arquivos/file/livrodidatico.pdf Acesso em: 31 mai. 2020.

Entendendo o Rap:

01 – Agora, leia o texto em voz alta e perceba em que ritmo você fará a leitura.

      Resposta pessoal do aluno.

02 – O que significa ser personagem principal do texto e do contexto?

      Ser personagem principal do texto e do contexto significa ser o elemento central. Fundamental: ser o leitor do texto, aquele que executa a arte de ler, e ser o disseminador dos sentidos do texto.

03 – O Rap da Língua Portuguesa convida o leitor para os “mundos da língua”. Que mundos são esses?

      É a multiplicidade da linguagem, seus diferentes usos e modos de expressão, como a arte, a música, a fotografia, a poesia e o cinema.

 

     

 

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

RAP(ATIVIDADES): CONTRASTE SOCIAL - MV BILL - COM QUESTÕES GABARITADAS

Rap(ATIVIDADES): Contraste Social

                                       Mv Bill

Eu quero denunciar o contraste social /
Enquanto o rico vive bem, o povo pobre vive mal /
Cidade maravilhosa é uma grande ilusão /
Desemprego pobreza miséria corpos no chão /
As crianças da favela não tem direito ao lazer /
Governantes só falam e nada querem fazer /
O posto de saúde é uma indecência
Só atendem se o caso for uma emergência /
Sociedade capitalista com o sorriso aberto /
Rir de longe é melhor do que sofrer de perto /
Miséria e morte é o nosso dia a dia /
Pelo menos entre nós não existe judaria /
Um amigo estudou não teve oportunidade /
Brigou, lutou por sua dignidade /
Mas uma vez por falta de opção /
O seu trabalho foi na boca com uma nove na mão /
Ele queria um dia voltar atrás /
Infelizmente esse amigo já não vive mais /
Se ele tiver uma chance podia ser trabalhador /
Como não teve, para o inferno alguém lhe mandou
Contraste social, o povo pobre é que vive mal /
Eles querem negão dentro da prisão
Estouram uma boca de fumo, o traficante é preso /
Para a alegria da polícia, o traficante é preto /
Na cadeia com certeza vai passar muito tempo /
Mas se tivesse dinheiro teria um justo julgamento /
Num país onde o dinheiro domina
Família faz da praça a sua morada /
A política é movida através de propina
Um inocente é condenado sem ter feito nada /
E assim vamos fazendo o que diz a bandeira /
Ordem e progresso no país de terceiro mundo /
Não queremos ser tratados de qualquer maneira /
Como se todos na favela fossem vagabundos
Quem está por cima não esquenta não /
Ri de nós e joga o osso para o mundo cão /
27 de janeiro de 1994 /
Uma mulher com as costas cheias de buraco /
Estava parada com a filha na fila do orelhão /
Recebeu pelas costas dois tiros de bagulhão /
A filha ficou ferida e a mãe morreu /
Mais um fato ocorrido na Cidade de Deus
O mesmo não acontece na Zona Sul /
Não foi bandido quem matou, tava com farda azul /
Não quero fazer sensacionalismo /
Apenas te mostrar que a gente vive na beira do abismo
Contraste social, o povo pobre é que vive mal /
Eles querem negão dentro da prisão
O coletivo de favelado agora é arrastão /
Discriminados na rua, na praia, na condução /
A televisão esquece da pobreza /
Impondo a playboyzada como padrão de beleza /
Por isso que muito cara fica revoltado /
Com o sistema que deixa os pobres acorrentados /
Deve ser muito fácil falar da cobertura /
Daqui debaixo aonde eu tô a realidade é bem mais dura /
Aqui não tem payground, não tem carro do ano /
Aqui não tem piscina com playboy nadando /
Aqui não tem shopping, não tem boate /
Mas tem soldado de azul brincando de "Suat" /
Tem água de esgoto passando na rua /
Tem gente sem casa, dormindo na chuva /
Aqui não tem lazer, não tem quadra de basquete /
A pelada é no CIEP / Porrada que a gente levava no tronco /
Agora levamos na rua e pronto /
Ficamos com a boca fechada porque não queremos ir para o inferno /
Te mandam pro saco dentro do buraco, esse é o mundo moderno /
Tiro de doze, metralhadora e se acabou /
A vida de mais um irmão, que pelos direitos reclamou /
Fique ligado, nada mudou, veja o que se passou /
Chibatada que a gente levava no tronco não cicatrizou /
Se você não se ligou /
Se liga então, nada mudou /
Se na sua cabeça, eu estou equivocado /
Desça da cobertura e passe aperto do meu lado
Contraste social, o povo pobre é que vive mal /
Eles querem negão dentro da prisão.
                                                                       Composição: MV Bill

Entendendo a canção:

01 – O que o eu lírico quer denunciar? Justifique sua resposta com elementos retirados da canção.
      Ele quer denunciar o contraste social, ou seja, uns tem muito dinheiro e outros vivem na miséria. “Miséria e morte é o nosso dia-a-dia.”

02 – Podemos perceber que a voz poética do texto tenta chamar a atenção para as diferenças sociais do Brasil.
Indique essa contradição com elementos da canção.
      Essa contradição está no segundo verso: “Enquanto o rico vive bem, o povo pobre vive mal”.

03 – Leia com atenção o trecho abaixo e responda à questão que segue: “Se liga então, nada mudou /
             Se na sua cabeça, eu estou equivocado /
             Desça da cobertura e passe aperto do meu lado.”
De acordo com o trecho, quem é o interlocutor da canção?
      O interlocutor é um morador da favela que é tratado como se fosse vagabundo.

04 – “O rap articula-se como atos de comunicação, através de rappers e Djs, produzindo discursos, diferentes dos discursos dos grupos dominantes a serviço de sua comunidade, a fim de modificar suas crenças, seus posicionamentos político-social e sua identidade étnica e transformar sua visão de mundo”. Na sua opinião, a canção consegue alcançar seu objetivo?
      Sim, pois através do Rap ele denuncia as coisas que consideram erradas e também é uma música de resistência dos valores que eles acreditam.

05 – Qual a importância desse tipo de poesia para os jovens?
      Ele é um discurso rítmico com rimas e poesia, sempre abordam temas sociais e críticas. É importante para os jovens porque representa o modo de vida da juventude, revelam as suas opiniões abertamente em suas letras. Os jovens, reencontram sua própria semelhança neles e podem muito bem se identificar com as letras.