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sábado, 17 de março de 2018

SONETO: A UM POETA - OLAVO BILAC - COM GABARITO

 SONETO: A um poeta
                   Olavo Bilac



Soneto
O fazer poético é o tema deste soneto de Olavo Bilac.

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!



Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a beleza, gêmea da verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

                             Olavo, Bilac. Poesias. São Paulo: Martins Fontes,
                                           1996. p. 336. (Coleção Poetas do Brasil).

Beneditino: membro da ordem religiosa dos beneditinos. Por extensão, passou a designar alguém que se devota incansavelmente a um trabalho muito meticuloso.
Claustro: Local de recolhimento, de meditação.

Entendendo o soneto:
01 – O que os versos de Bilac sugerem sobre o trabalho do poeta para produzir um texto?
      O trabalho do poeta, segundo Bilac, deve ser árduo. Isso fica claro no verso “Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”.

     a)   Esse trabalho se baseia na razão ou na emoção? Justifique.
      O esforço para atingir a “perfeição” do verso não deve transparecer no poema. Por isso, o trabalho do poeta é intelectualizado e distanciado da realidade que o cerca. Para conseguir a perfeição do poema, o poeta deve realizar um trabalho que privilegia as ações racionais e não a emoção.

     b)   Quais são as condições necessárias, segundo o eu lírico, para que se possa escrever um bom poema?
      O poeta deve se afastar da vida mundana, cotidiana, e trabalhar com afinco e de forma meticulosa (como um beneditino).

     c)   De que maneira essas condições contribuem para obter a forma perfeita no poema?
      Como se trata de alcançar, no poema, a perfeição da forma, o ideal de beleza, nada pode atrapalhar o poeta. Por isso, ele deve isolar-se do mundo em seu claustro e “lapidar” incansavelmente o verso até que ele fique impecável.

02 – Na segunda estrofe, o eu lírico compara o resultado a ser alcançado pelo poeta a um tempo grego.
     a)   Que qualidades comuns haveria entre o poema ideal e um templo grego?
      A riqueza e a sobriedade, ou seja, a linguagem rica, mas enxuta.

     b)   Copie no caderno outros trechos do texto em que a mesma ideia é reforçada.
      Possibilidade: na última estrofe, as referências à arte pura, inimiga do artifício, com força e graça na simplicidade reforçam a ideia de riqueza e sobriedade.

03 – Na terceira estrofe, é utilizada a metáfora do andaime e do edifício para representar o poema. Explique como esses elementos se associam à criação de um poema.
      O edifício seria o poema pronto, e os andaimes representariam o poema ainda em construção. O leitor do poema desconhece quanto foi necessário ao poeta suar e trabalhar até produzir sua obra, assim como aqueles que observam o edifício pronto não presenciam o esforço dos trabalhadores que o constroem.



terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

POEMA: PLUTÃO - OLAVO BILAC -COM GABARITO

Poema: Plutão
             Olavo Bilac


Negro, com os olhos em brasa,
Bom, fiel e brincalhão,
Era a alegria da casa
O corajoso Plutão.

Fortíssimo, ágil no salto,
Era o terror dos caminhos,
E duas vezes mais alto
Do que o seu dono Carlinhos.

Jamais à casa chegara
Nem a sombra de um ladrão;
Pois fazia medo a cara
Do destemido Plutão.


Dormia durante o dia,
Mas quando a noite chegava,
Junto à porta se estendia,
Montando guarda ficava.

Porém Carlinhos, rolando
Com ele às tontas no chão,
Nunca saía chorando,
Mordido pelo Plutão...

Plutão velava-lhe o sono,
Seguia-o quando acordado:
O seu pequenino dono
Era todo o seu cuidado.

Um dia caiu doente
Carlinhos... junto ao colchão
Vivia constantemente
Triste e abatido, o Plutão.

Vieram muitos doutores,
Em vão. Toda a casa aflita,
Era uma casa maldita,
Era uma casa de dores.

Morreu Carlinhos... A um canto,
Gania e ladrava o cão;
E tinha os olhos em pranto,
Como um homem, o Plutão.

Depois, seguiu o menino,
Seguiu-o calado e sério;
Quis ter o mesmo destino;
Não saiu do cemitério.

Foram um dia à procura
Dele. E, esticado no chão,
Junto de uma sepultura,
Acharam morto o Plutão.

                                  Bilac, Olavo. Poesias Infantis. In: Bilac, Olavo.
                                   Obra reunida, [org. e introd. de Alexei Bueno].
                                Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 310-311.

Gania: produzir voz lamentosa, gemer.
Ladrava: latir.
Velava-lhe: vigiar, proteger, cuidar, zelar.

Entendendo o poema:
01 – Você gostou do poema “Plutão”? Explique sua opinião utilizando palavras e versos do poema.
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Como você se sentiu ao ler o final do poema?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Contando as estrofes do poema a ordem numérica, quais revelam a amizade entre Plutão e Carlinhos?
      Estrofes 5ª, 6ª e 7ª.

04 – O que significa a expressão “em vão”, destacada na 8ª estrofe? “Vieram muitos doutores, / Em vão. / Toda a casa aflita, / Era uma casa maldita, / Era uma casa de dores.”
      Em vão: sem sucesso, não adiantou, não resolveram, não curaram o menino.

05 – O verso “Um dia caiu doente” divide o poema em duas partes. Quais?
      A primeira parte descreve Plutão e sua amizade por Carlinhos.
      A partir da 7ª estrofe, quando o menino adoece, e a parte da doença e da morte do menino.

06 – Observe que, em todas as estrofes, o primeiro verso rima com o terceiro e o segundo com o quarto. Isso se chama esquema de rimas.
a)   Copie as rimas do poema.
Brasa/casa; brincalhão/Plutão; salto/alto; caminhos/Carlinhos; chegara/cara; ladrão/Plutão; dia/estendia; chegava/ficava; rolando/chorando; chão/Plutão; sono/dono; acordado/cuidado; doente/constantemente; colchão/Plutão; doutores/dores; aflita/maldita; canto/pranto; cão/Plutão; menino/destino; sério/cemitério; procura/sepultura; chão/Plutão.

b)   Quais palavras rimam com a palavra Plutão?
Palavras que rimam com Plutão: brincalhão, ladrão, chão, colchão, cão.

07 – Alguns versos do poema Plutão estão em ordem inversa. Faça conforme o exemplo: coloque os versos seguintes na ordem direta e destaque os verbos.
Era a alegria da asa / O corajoso Plutão
      O corajoso Plutão era a alegria da casa.
a)   Vivia constantemente / Triste e abatido, o Plutão.
O Plutão vivia constantemente triste e abatido.

b)   E tinha os olhos em pranto, / Como um homem, o Plutão.
O Plutão tinha os olhos em pranto, como um homem.

c)   Vieram muitos doutores / Em vão.
Muitos doutores vieram em vão.

08 – Observe as palavras destacadas nos versos abaixo:
    I – “Plutão velava-lhe o sono,
         Seguia-o quando acordado:
         O seu pequenino dono
         Era todo o seu cuidado.”

    II – “Depois, seguiu o menino,
          Seguiu-o calado e sério;
          Quis ter o mesmo destino;
          Não saiu do cemitério.”

a)   A quem essa palavras se referem?
As três palavras se referem a Carlinhos.

b)   Os pronomes estão ligados com hífen a quais palavras? Como são classificadas gramaticalmente?
Velava, seguia, seguiu (verbos).

09 – Como são chamados os pronomes destacados no exercício anterior n° 8?
      Pronomes pessoais do caso oblíquo.

10 – No poema, Plutão é descrito de diferentes formas. Há características físicas e de personalidade, do jeito de ser. Que características são essas?
      Físicas: Negro, fortíssimo, ágil, alto.
      De personalidade: Bom, fiel, brincalhão, corajoso, destemido.

11 – Quais características de Plutão podem ser percebidas com base nos versos:
a)    “Era a alegria da casa”.
Plutão era brincalhão, bagunceiro e alegre.

b)   “Pois fazia medo a cara / Do destemido Plutão”.
Plutão era assustador, bravo...

12 – Releia:
      “O seu pequenino dono
      Era todo o seu cuidado.”
a)   Como a expressão destacada em negrito é classificada gramaticalmente?
Adjetivo.

b)   A expressão pequenino está flexionada no grau aumentativo ou diminutivo?
Diminutivo.

c)   A palavra em destaque revela desprezo, carinho ou tamanho? O que isso indica com relação ao cão e seu dono.
A palavra revela carinho. A relação entre o menino e o cão é de muita proximidade, amizade...



sábado, 25 de novembro de 2017

SONETO: A UM POETA - OLAVO BILAC - COM GABARITO

 SONETO: A um poeta

       O fazer poético é o tema deste soneto de Olavo Bilac.

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a beleza, gêmea da verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

                             Olavo, Bilac. Poesias. São Paulo: Martins Fontes,
                                           1996. p. 336. (Coleção Poetas do Brasil).

Beneditino: membro da ordem religiosa dos beneditinos. Por extensão, passou a designar alguém que se devota incansavelmente a um trabalho muito meticuloso.
Claustro: Local de recolhimento, de meditação.

Interpretação do texto:
1 – O que os versos de Bilac sugerem sobre o trabalho do poeta para produzir um texto?
      O trabalho do poeta, segundo Bilac, deve ser árduo. Isso fica claro no verso “Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”.

a)   Esse trabalho se baseia na razão ou na emoção? Justifique.
O esforço para atingir a “perfeição” do verso não deve transparecer no poema. Por isso, o trabalho do poeta é intelectualizado e distanciado da realidade que o cerca. Para conseguir a perfeição do poema, o poeta deve realizar um trabalho que privilegia as ações racionais e não a emoção.

b)   Quais são as condições necessárias, segundo o eu lírico, para que se possa escrever um bom poema?
O poeta deve se afastar da vida mundana, cotidiana, e trabalhar com afinco e de forma meticulosa (como um beneditino).

c)   De que maneira essas condições contribuem para obter a forma perfeita no poema?
Como se trata de alcançar, no poema, a perfeição da forma, o ideal de beleza, nada pode atrapalhar o poeta. Por isso, ele deve isolar-se do mundo em seu claustro e “lapidar” incansavelmente o verso até que ele fique impecável.

2 – Na segunda estrofe, o eu lírico compara o resultado a ser alcançado pelo poeta a um tempo grego.
a)   Que qualidades comuns haveria entre o poema ideal e um templo grego?
A riqueza e a sobriedade, ou seja, a linguagem rica, mas enxuta.

b)   Copie no caderno outros trechos do texto em que a mesma ideia é reforçada.
Possibilidade: na última estrofe, as referências à arte pura, inimiga do artifício, com força e graça na simplicidade reforçam a ideia de riqueza e sobriedade.

3 – Na terceira estrofe, é utilizada a metáfora do andaime e do edifício para representar o poema. Explique como esses elementos se associam à criação de um poema.
      O edifício seria o poema pronto, e os andaimes representariam o poema ainda em construção. O leitor do poema desconhece quanto foi necessário ao poeta suar e trabalhar até produzir sua obra, assim como aqueles que observam o edifício pronto não presenciam o esforço dos trabalhadores que o constroem.


domingo, 14 de maio de 2017

SONETO: A UM POETA - OLAVO BILAC - COM GABARITO

SONETO:  A UM POETA
                   OLAVO BILAC

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
                                                                                                     
1 – Observada a forma do poema, responda:
a)     Como se chama esse tipo de composição?
Soneto.

b)    A métrica é regular ou irregular? Justifique.
Regular. Pois todos os versos do poema possui 10 sílabas poéticas.

c)     Qual o esquema de rima que o texto apresenta?
ABBA / ABBA / CDC / DCD.

2 – Sabendo-se que beneditino é o monge da Ordem de São Bento, observe o contexto em que o vocábulo foi utilizado e explique a imagem criada pelo poeta em torno dele.
       Simboliza o afastamento da realidade imediata e a compenetração nos atos que realiza.

3 – O vocabulário da primeira estrofe associa o trabalho poético ao sacerdócio. Que palavras estabelecem essa relação?
       Claustro, paciência, sossego.

4 – O poema encerra mensagem que defende um ideal clássico da arte. Destaque um verso que comprove tal afirmação.
       “Rica mas sóbria, como um Templo Grego.

5 – Associe os verbos que aparecem no último verso da 1ª estrofe com as frases a seguir:
a)     A busca da expressão perfeita é, às vezes, angustiante.
Sofre.

b)    O verso, precioso, deve ser cuidadosamente lapidado.
Lima.
c)     A busca da expressão perfeita exige paciência e dedicação.
Teima.
d)    O trabalho do poeta também é desgastante.
Sua.
e)     Escrever não é lazer.
Trabalha.


quinta-feira, 6 de abril de 2017

TEXTO: A LÍNGUA PORTUGUESA - OLAVO BILAC - COM GABARITO

TEXTO: A LÍNGUA PORTUGUESA
       Olavo Bilac
         Estou me vendo debaixo de uma árvore, lendo a pequena história da literatura brasileira. [...]
         Olavo Bilac! – eu disse em voz alta e de repente parei quase num susto depois que li os primeiros versos do soneto à língua portuguesa: última flor do Lácio, inculta e bela / És, a um tempo, esplendor e sepultura.
         Fiquei pensando, mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio que não sabia onde ficava mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia, repensei baixando o olhar para a terra. Se escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que esperava por esses meus escritos?
         Fui falar com meu pai. Comecei por aquelas minhas sondagens antes de chegar até onde queria, os tais rodeios que ele ia ouvindo com paciência enquanto enrolava o cigarro de palha, fumava nessa época esses cigarros. Comecei por perguntar se minha mãe e ele não tinham viajado para o exterior.
         Meu pai fixou em mim o olhar verde. Viagens, só pelo Brasil, meus avós é que tinham feito aquelas longas viagens de navio, Portugal, França, Itália... não esquecer que a minha avó, Pedrina Perucchi, era italiana, ele acrescentou. Mas por que essa curiosidade?
         Sentei-me ao lado dele, respirei fundo e comecei a gaguejar, é que seria tão bom se ambos tivessem nascido lá. Estaria agora escrevendo em italiano, italiano! – fiquei repetindo e abri o livro que trazia na mão: Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai pra debaixo da terra, desaparece!
         Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito, disse me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo? E as traduções? Renegar a língua é renegar o pais, guarde isso nessa cabecinha. E depois (ele voltou a abrir o livro), olha que beleza o que o poeta escreveu em seguida, Amo-te assim, desconhecida e obscura, veja que confissão de amor ele fez à nossa língua! Tem mais, ele precisa da rima para sepultura e calhou tão bem essa obscura, entendeu agora? – acrescentou e levantou-se. Deu alguns passos e ficou olhando a borboleta que entrou na varanda: Já fez a sua lição de casa?
         Fechei o livro e recuei. Sempre que o meu pai queria mudar de assunto ele mudava de lugar: saía da poltrona e ia para a cadeira de vime. Saía da cadeira de vime e ia para a rede ou simplesmente começava a andar. Era o sinal. Não quero falar nisso, chega. Então a gente falava noutra coisa ou ficava quieta.
         Tantos anos depois, quando me avisaram lá do pequeno hotel em Jacareí que ele tinha morrido, fiquei pensando nisso, ah! Se quando a Morte entrou, se nesse instante ele tivesse mudando de lugar. Mudar depressa de lugar e de assunto. Depressa, pai, saia da cama e fique na cadeira ou vá pra rua e feche a porta!
                                           Durante aquele estranho chá: perdidos e achados.
                                                              Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p. 109-111.
1 – O poeta chama a língua portuguesa de flor do Lácio.
a)     Recorde o comentário da narradora:
“O tal de Lácio eu não sabia onde ficava...”
Você sabe onde ficava “o tal de Lácio”: onde?
Na Península Itálica (região onde surgiu Roma)
b)    Por que o poema chama a língua portuguesa de flor do Lácio?
Porque é um produto excepcionalmente bom, bonito (como uma flor) da língua que se falava no Lácio; porque é uma língua tão bela quanto uma flor que tem sua origem no latim, língua falada no Lácio.
2 – O poeta atribui à língua características que se opõem; explique:
a)     A língua é bela, mas é inculta – porque é inculta?
É inculta porque não é produto de cultura, é a língua de um povo ainda sem tradição cultural; É inculta, porque é primitiva, rude.
b)    A língua é esplendor (brilho, grandiosidade), mas é sepultura – por que é sepultura?
Porque, por ser uma língua desconhecida, o que é escrito nela fica fora do alcance dos outros, fica escondido, oculto.
3 – Por que a narradora ficou tão perturbada ao ver a língua portuguesa chamada de sepultura?
       Porque escrevia e assustou-se com a possibilidade de que não tivesse leitores, de que seus textos ficassem inacessíveis.
4 – Para a narradora, a solução para escapar da língua-sepultura seria escrever em italiano:
         “Estaria agora escrevendo em italiano, italiano!”
a)     Por que italiano, e não francês, alemão, inglês...?
Porque era descendente de italianos, poderia ter nascido na Itália, a língua italiana era para ela uma possibilidade que tinha sido perdida.
b)    Escrever em italiano e não em português seria melhor não por causa do número de falantes – observe que o italiano não está incluído no quadro da p. 195. Que vantagem teria o italiano sobre o português?
O italiano é uma língua mais difundida no mundo, mais estudada, mais conhecida, é a língua de um país com mais representação econômica, cultural e literária que os países de língua portuguesa.
5 – Recorde a opinião do pai sobre o poema:
       “O soneto é muito bonito...”
       Veja, na p. 200, o poema de Olavo Bilac – um soneto; conte o número de estrofes, o número de versos em cada estrofe e conclua: qual é a forma de um soneto?
       O objetivo é provocar a leitura do poema de Bilac e aproveitar a referência a soneto, na crônica, para que os alunos conheçam esta forma de composição poética.