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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

CONTO: O ALFAIATE VALENTÃO - JACOB E WILHELM GRIM - COM GABARITO

Conto: O alfaiate valentão
           Jacob e Wilhelm Grim

        Era uma vez um alfaiate que estava sentado à janela da sua casa, costurando um paletó. Nisto ouviu uma vendedora de doces que passava gritando: “Doces! Pudim especial!”
        O alfaiate espichou a cabeça para fora da janela e chamou-a. A mulher subiu os três degraus da casa do homenzinho e descobriu o tabuleiro para que ele se servisse à vontade.
        -- Quero cinquenta gramas deste pudim, disse o alfaiate.
        A mulher pesou os cinquenta gramas, recebeu o dinheiro e lá se foi a resmungar por ter perdido tempo com um freguês tão miserável.
        -- Agora, exclamou o alfaiate lambendo os beiços, vou regalar-me. Comerei este pudim com pão, para render, mas primeiro tenho que acabar este paletó.
        Assim dizendo colocou o pedacinho de pudim ao ado do pão e pôs-se a costurar com tamanha pressa que os pontos até pareciam alinhavo. Enquanto isso o cheiro do pudim atraiu um bom número de moscas que vieram sentar-se nele, muito gulosas.
        -- Fora daqui, gatuninhas! – Gritou o alfaiate ao percebe-las. Ninguém as convidou para este banquete.
        As moscas fugiram, mas logo depois voltaram e em maior número. Danado da vida, o alfaiate deu com a costura em cima delas matando sete.
        -- Sim, senhor! Exclamou ele para si próprio, admirado da sua bravura. Sou um valente sem igual Duma só pancada mato sete! Vou escrever numa faixa de pano e andar com ela pela rua. Toda a gente vai tremer de medo de mim.
        Escreveu estas palavras na faixa: MATO SETE DUMA VEZ, atou a faixa à cintura e preparou-se para correr mundo. Um homem valente como ele, que matava sete duma vez, não podia continuar o humilde alfaiate que tinha sido até ali. [...].
        [...] Andou, andou até que foi parar no parque dum palácio real e, como estivesse cansado da caminhada, resolveu deitar-se na grama. Enquanto dormia, várias pessoas apareceram por ali e leram os dizeres da faixa: “Sete duma vez”. Deve ser um grande herói, pensaram consigo, e foram correndo contar o caso ao rei. Seria um aliado precioso nas guerras. O rei ouviu o caso, pensou uns instantes e por fim mandou que seus ministros convidassem o herói para ficar a serviço do reino. Os ministros esperaram com todo o respeito que ele acordasse e então fizeram o convite.
        -- Pois foi para isso mesmo que cheguei até aqui, respondeu o alfaiate. Vim oferecer meus préstimos a este poderoso rei. Diga que aceito a proposta com muito gosto.
        O rei mostrou-se muito contente. Deu-lhe uma das mais belas casas do reino para morar e ofereceu-lhe uma grande festa.
        Isto encheu de inveja os ministros – inveja e medo.
        -- Muito perigoso este homem aqui, disseram entre si. Caso brigue conosco, que será de nós, já que ele mata sete duma vez? E foram queixar-se ao rei.
        -- Majestade, disseram os ministros, não podemos viver na companhia dum homem tão perigoso. O vosso ministério é composto de sete ministros e como ele mata sete duma só pancada, poderá dar cabo de todo o ministério num instantinho.
       O rei ficou muito triste. Não queria perder os seus ministros, mas também não tinha coragem de demitir o alfaiate, pois quem mata sete de uma pancada pode matar sete mais um e esse um pode ser um rei. Em vista disso começou a pensar no meio de se livrar dum homem tão perigoso. Por fim mandou chama-lo e disse:
        -- Já que você é tão valente quero que me faça uma coisa. Na floresta existem dois gigantes que cometem os maiores horrores, roubando, matando e incendiando tudo quanto querem sem que meus soldados tenham ânimo de enfrenta-los. Se conseguir libertar o reino desses monstros darei a você a minha filha em casamento e, como dote, metade dos meus domínios. Cem homens a cavalo irão com você atacar os gigantes.
        -- Dispenso os cem homens a cavalo, respondeu o alfaiate, contentíssimo por ter uma grande façanha a realizar. Eu mato sete duma só pancada. Os gigantes são dois. Logo para dar cabo deles só preciso de meia pancada. Os homens a cavalo poderão acompanhar-me apenas para assistir à matança dos gigantes.
        Assim foi feito. O alfaiate e os cem homens se dirigiram para a floresta. Lá chegados ficaram estes num certo ponto e o herói dirigiu-se sozinho para a caverna dos gigantes. Encontrou-os dormindo um ao lado do outro, debaixo duma grande árvore que existia na entrada da caverna. Sem ser pressentido, o alfaiate trepou à árvore e ficou bem escondidinho entre as folhas de modo que pudesse atirar pedras na cara dos dorminhocos. E começou a atirar uma por uma, com toda a força as pedras que levara num alforje. As primeiras não serviram nem para acordar os brutos, mas uma que acertou no olho dum deles o fez despertar.
        -- Não gosto de brincadeiras, ouviu? disse o gigante pegando um tapa no companheiro, certo de que fora este o autor da pedrada.
        -- Você está sonhando, disse o companheiro. Não toquei em você nem com a ponta do dedo.
        E ajeitaram-se ambos para continuar a soneca. Minutos depois o alfaiate arrumou-lhe nova pedra no olho com mais força ainda.
        -- Que significa isto? berrou o gigante furioso. Continua você a esbarrar em mim?
        -- Não esbarrei coisa nenhuma, respondeu o companheiro também danado. Não me aborreça.
        Dormiram novamente. O alfaiate, então, jogou a pedra maior de todas. Sentindo o choque, o gigante ergue-se, tomado dum acesso de cólera terrível, e certo de que o causador da brincadeira tinha sido o companheiro, atirou-se a ele de murros e pontapés. A luta foi tremenda. Várias árvores foram arrancadas para que os troncos servissem de armas. Depois de alguns minutos, os dois gigantes se haviam estraçalhado mutuamente. O alfaiate então desceu da árvore, enfiou a sua espada no peito de cada um e foi em procura dos cem cavaleiros.
        -- Pronto! disse ao chegar. Já liquidei com os dois malvados. A luta foi terrível. Eles chegaram a arrancar árvores para lutar comigo, como vocês poderão ver. Mas foi tudo inútil. Contra quem mata sete dum golpe, dois não podem...
        -- E nem sequer ficou ferido? perguntaram os cavaleiros, muitos espantados.
        -- Eles não puderam tocar em mim. Nem um arranhãozinho...
        Os cem cavaleiros verificaram com os seus próprios olhos que os gigantes estavam mortos e bem mortos, cada um deles com uma estocada no peito. E voltaram no galope para contar ao rei o grande acontecimento.
        O rei [...] não teve remédio: deu sua filha em casamento ao alfaiate, sem saber que ele era um simples alfaiate. Se o soubesse, com certeza mandaria que o matassem, porque era um rei muito orgulhoso.
        Houve grandes festas, sendo o feliz herói coroado rei de metade do velho reino. Tempos mais tarde a jovem rainha ouviu seu esposo falar enquanto dormia.
        -- Anda, rapaz! dizia ele tonto. Alinhava logo esse colete senão te prego com o metro na cabeça.
        Ficou desconfiada. Pensou muito naquilo e por fim convenceu-se de que se casara com um simples alfaiate. Foi correndo contar ao rei a sua descoberta. O rei danou com o desaforo e armou um plano.
        -- Deixe a porta aberta de noite, recomendou ele. Quando o patife estiver no melhor do sono, meus criados entrarão no quarto e o amarrarão com boas cordas. Em seguida o botaremos num navio que o vá soltar a mil léguas daqui.
        A rainha alegrou-se com o plano do rei e na sua alegria não percebeu que um pequeno pajem estava ouvindo a conversa. O diabinho correu logo a contar ao alfaiate toda a conversa pilhada.
        -- Não se assuste, disse o alfaiate. Eu darei uma lição a essa gente.
        Nessa mesma noite o alfaiate em vez de dormir fingiu que dormia e pode ver sua esposa erguer-se da cama, sem fazer o menor barulho, para ir destrancar a porta. Logo em seguida os criados do rei apareceram, na ponta dos pés.
        Assim que os viu dentro do quarto, o matreiro alfaiate fingiu que estava sonhado e murmurou de modo que todos ouvissem muito bem:
        -- Anda, rapaz! alinhava logo esse colete senão te dou com o metro na cabeça. Já matei sete duma vez, já dei cabo de dois monstruosos gigantes [...] e portanto não tenho medo nenhum dos que estão entrando neste quarto.
        Foi água na fervura. Os criados do rei ficaram com as pernas moles e trataram de retirar-se, bem na pontinha dos pés. A lição foi boa. Nunca mais o rei, nem a rainha, nem ninguém mexeu com o alfaiate, que pode reinar toda a sua vida no seu pedaço de reino e sonhar livremente com as antigas tesouras e metros e paletós e coletes, sem que ninguém se animasse a conspirar contra a vida dele.
          Contos de Grimm. Trad. e adapt. de Monteiro Lobato. São Paulo, Brasiliense, 1975.
Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p. 48-54.

Entendendo o conto:

01 – Você acha que histórias como a do alfaiate valentão foram feitas só para crianças? Ou será que os adultos também se divertem com elas?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Vamos pensar um pouco sobre a profissão de alfaiate: o que faz um alfaiate? O mesmo que um costureiro?
      O alfaiate confecciona roupas para homens. O costureiro faz roupas para mulheres.

03 – Localize no texto trechos que caracterizam o alfaiate, conforme os adjetivos dados:
a)   Pequeno: “A mulher subiu os três degraus da casa do homenzinho [...]”.

b)   Pobre: “[...] e lá se foi a resmungar por ter perdido tempo com um freguês tão miserável”. / “[...] não podia continuar o humilde alfaiate que tinha sido até ali”.

04 – Leia: “—Sim senhor! exclamou ele para si próprio, admirado da sua bravura. Sou um valente sem igual”.
a)   Para você, o que é um ato de bravura?
Resposta pessoal do aluno.

b)   Por que o alfaiate se julgava valente?
Ele se julgava valente porque matara sete moscas de uma vez.

c)   Ele de fato foi valente?
Não, matar sete moscas não pode ser considerado sinal de valentia. 

05 – Quando o alfaiate chegou ao reino, houve um mal-entendido. O que as pessoas pensaram ao ler na faixa “mato sete duma vez”?
      As pessoas pensaram que ele fosse um homem muito corajoso, que havia matado sete monstros, ou sete gigantes, ou sete bandidos de uma só vez, daí o mal-entendido.

06 – Por que o rei deu uma tarefa tão difícil ao alfaiate? Justifique com alguma passagem do texto.
      Porque ele pensava que o pequeno alfaiate era um homem muito perigoso, capaz de mata-lo. “[...] pois quem mata sete de uma pancada pode matar sete mais um e esse um pode ser um rei”. Em vista disso começou a pensar no meio de se livrar dum homem tão perigoso.

07 – Para entender melhor o texto, copie em seu caderno as frases abaixo, substituindo os termos destacados por outros de sentido semelhante. Faça as alterações necessárias e, se for precioso, use o dicionário.
a)   “Agora, exclamou o alfaiate lambendo os beiços, vou regalar-me”.
Lábios/sentir um grande prazer, alegrar-me.

b)   “Fora daqui, gatuninhas!”
Ladras, ladroninhas.

c)   “Vim oferecer meus préstimos a este poderoso rei”.
Serviços.
d)   “Sem ser pressentido, o alfaiate trepou à árvore e ficou bem escondidinho [...]”.
Visto, observado.

e)   “E começou a atirar uma por uma, com toda a força as pedras que levara num alforje”.
Saco duplo, espécie de sacola.

f)    “[...] os gigantes estavam mortos e bem mortos, cada um deles com uma estocada no peito [...]”.
Golpe com a ponta de uma espada.

g)   “O diabinho correu logo a contar ao alfaiate toda a conversa pilhada”.
Roubada, escutada às escondidas, apanhada de surpresa.

h)   “[...] o matreiro alfaiate fingiu que estava sonhando [...]”.
Astuto, sabido.

08 – Neste conto há muitos trechos típicos da linguagem formal.
a)   Retire do sexto parágrafo do texto expressões que você considera formais e copie-as no seu caderno.
“Pôs-se a costurar”, “tamanha pressa”, “vieram sentar-se nele”.

b)   Passe essas expressões para uma linguagem informal.
Começou a costurar, tanta (muita) pressa, vieram e se sentaram nele.

09 – Releia: “O diabinho correu logo a contar ao alfaiate toda a conversa pilhada”.
a)   Foi mesmo um diabinho que contou ao alfaiate toda a conversa do rei com a filha?
Não, foi um pajem.

b)   Como chamamos a figura de linguagem em que uma palavra não aparece no seu sentido original, mas sim num sentido figurado?
Metáfora.

10 – É possível dizer quando aconteceu a história do alfaiate  valentão? Há alguma expressão que marque o tempo?
      Não, o texto começa com “Era uma vez”, expressão que não delimita o tempo.

11 – Você acredita que existam gigantes e outros seres invencíveis?
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Os contos populares apresentam características bem definidas. Veja algumas delas e responda às questões:
a)   O herói tem um objetivo a cumprir, chamado desígnio. Qual era o objetivo do alfaiate ao fazer a faixa com dizeres “Mato sete duma vez”?
Ele queria que todos o temessem, queria ser visto como herói.

b)   O rei faz uma viagem. Isso ocorre com o alfaiate?
Sim, o alfaiate resolveu correr o mundo.

c)   O herói tem obstáculos para superar ou tarefas para cumprir. Qual foi a tarefa do alfaiate?
Derrotar os gigantes.

d)   O herói sempre conta com a mediação, isto é, com algum tipo de ajuda, que pode vir do próprio homem, da natureza ou mesmo do sobrenatural. Quem ou o que colaborou para que o alfaiate vencesse todos os obstáculos?
Sua própria esperteza.

e)   O herói conquista seus objetivos. O alfaiate alcançou seu objetivo?
Sim, ele se tornou herói, casou-se com a princesa e virou rei.


terça-feira, 6 de agosto de 2019

CONTO: O SAPATEIRO E OS DUENDES - IRMÃOS GRIMM - COM QUESTÕES GABARITADAS

CONTO: O sapateiro e os duendes
                Irmãos Grimm


         Era uma vez um sapateiro que trabalhava duro e era muito honesto. Mas nem assim ele conseguia ganhar o suficiente para viver. Até que, finalmente, tudo o que ele tinha no mundo se foi, exceto a quantidade de couro exata para fazer um par de sapatos. Ele os cortou e deixou preparados para montar no dia seguinte, e deixou preparados para montar no dia seguinte, pretendendo acordar de manhã bem cedo para trabalhar. Apesar de todas as dificuldades, tinha a consciência limpa e o coração leve, por isso foi tranquilamente para a cama deixando seus problemas aos cuidados dos céus, e adormeceu. De manhã cedo, depois de dizer suas orações, preparava-se para fazer seu trabalho, quando, para seu grande espanto, ali estavam os sapatos, já prontos, sobre a mesa. O bom homem não sabia o que dizer ou pensar deste estranho acontecimento. Examinou o acabamento: não havia sequer um ponto falso no serviço todo e era tão bem-feito e preciso que parecia uma perfeita obra de arte.
                Naquele mesmo dia apareceu um cliente e os sapatos agradaram-lhe tanto, que teria pago um preço muito acima do  normal por eles; e o pobre sapateiro, com o dinheiro, comprou couro suficiente para fazer mais dois pares. Naquela noite, cortou o couro e não foi para a cama tarde porque pretendia acordar e começar cedo o trabalho, pois, quando acordou pela manhã, o trabalho já estava acabado. Vieram então compradores que pagaram generosamente por seus produtos, de modo que ele pôde comprar couro suficiente para mais quatro pares. Ele novamente cortou o couro à noite, e encontrou o serviço acabado pela manhã, como antes; e assim foi durante algum tempo: o que era deixado preparado à noite estava sempre pronto ao nascer do dia, e o bom homem prosperou novamente.
                Certa noite, perto do Natal, quando ele e a mulher estavam sentados perto do fogo conversando, ele lhe disse, “Gostaria de ficar observando esta noite para ver quem vem fazer o trabalho por mim”. A esposa gostou da ideia. Eles deixaram, então, uma lâmpada ardendo e se esconderam no canto do quarto, por trás de uma cortina, para observar o que iria acontecer. Quando deu a meia-noite, apareceram dois anõezinhos nus que se sentaram na bancada do sapateiro, pegaram o couro cortando e começaram a preguear com seus dedinhos, costurando, martelando e remendando com tal rapidez que deixaram o sapateiro boquiaberto de admiração; o sapateiro não conseguia despregar os olhos do que via. E assim prosseguiram no trabalho até terminá-lo, deixando os sapatos prontos para o uso em cima da mesa. Isso foi  muito antes do sol nascer; logo depois eles sumiram depressa como um raio.
                No dia seguinte, a esposa disse ao sapateiro, “Esses homenzinhos nos deixaram ricos e devemos ser gratos a eles, prestando-lhes algum serviço em troca. Fico muito chateada de vê-los correndo para cá e para lá como eles fazem, sem nada para cobrir as costas e protegê-los do frio. Sabe do que mais, vou fazer uma camisa para cada um, e um casaco, e um colete, e um par de calças em troca; você fará para cada um deles um par de sapatinhos”.
                A ideia muito agradou o bom sapateiro e, certa noite, quando todas as coisas estavam prontas, eles as puseram sobre a mesa em lugar das peças de trabalho que costumavam deixar cortadas e foram se esconder para observar o que os duendes fariam. Por volta da meia-noite, os anões apareceram e iam sentar-se para fazer o seu trabalho, como de costume, quando viram as roupas colocadas para eles, o que os deixou muito alegres e muito satisfeitos. Vestiram-se, então, num piscar de olhos, dançaram, deram cambalhotas e saltitaram na maior alegria até que finalmente saíram dançando pela porta em direção ao gramado, e o sapateiro nunca mais os viu: mas enquanto vive, tudo correu bem para ele desde aquela época.

                               (Irmãos Grimm. Contos de fadas. Tradução C elso M. Paciornik. São Paulo, Iluminuras, 2002).
Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 9º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.54 a 57.
ESTUDO DO TEXTO

1)   O conto popular retrata os seres mágicos presentes no imaginário das pessoas.
a)   Cite um momento do conto em que isso fica evidente.
Quando deu a meia-noite, apareceram dois anõezinhos nus que se sentaram na bancada do sapateiro.

b)   Que semelhanças e diferenças ele têm com as pessoas do conto?
Eles têm aparência humana, mas são muito pequenos e vivem nus, não estão adaptados à vida em sociedade.

2)   Quem ajudou o sapateiro?
 Quem ajudou o sapateiro foram dois anõezinhos, que confeccionaram sapatos para eles.

3)   É possível saber quando se passa essa história?
        Não. Como todo conto de fadas, é uma narração atemporal, indicada pela expressão “Era uma vez”.

    4) Os personagens do texto são:
          (A) o sapateiro e a mulher.
          (B) os duendes e o sapateiro.
          (C) os duendes e a mulher.
          (D) o sapateiro, a mulher e dois anõezinhos.

 5)  O lugar onde a história acontece é:
      (A) a casa do sapateiro.
      (B) na floresta.
      (C) na casa dos duendes.
      (D) em uma sapataria.

 6) As características que indicam que o sapateiro era do bem é:
     (A) é preguiçoso e desonesto.
     (B) trabalha muito mas é desonesto.
    (C) trabalha muito e é honesto.
    (D) trabalha muito, mas não tem coração puro.

7) Como o sapateiro conseguiu comprar o couro?
    (A) com o dinheiro da venda do sapato que os duendes fizeram.
    (B) com o dinheiro da venda sapato ele vez.
    (C) com o dinheiro da venda dos sapatos que a esposa dele vez.
    (D) com o dinheiro da venda dos sapatos que a uma loja comprou.

8) O sapateiro e sua esposa descobriram que os anõezinhos os ajudavam na época do:
    (A) Ano novo.
    (B) do seu aniversário.
    (C) nas vésperas do Natal.
    (D) nas vésperas das férias escolares.

9) O que aconteceu com o sapateiro, depois que os anõezinhos os visitou?
    (A) tudo correu bem depois que o sapateiro morreu.
   (B) enquanto viveu, tudo correu bem para o sapateiro.
   (C) enquanto viveu, tudo correu bem para os anõezinhos.
   (D) enquanto viveu, tudo correu bem para a esposa do sapateiro.

10) Você conhece outras histórias de duendes?
       Resposta pessoal


segunda-feira, 11 de março de 2019

CONTO: IRMÃOZINHO E IRMÃZINHA (O GAMO ENCANTADO) - IRMÃOS GRIMM - COM QUESTÕES GABARITADAS


Conto: Irmãozinho e irmãzinha (O gamo encantado)
      
                                 Irmãos Grimm

        O irmãozinho, pegando a irmãzinha pela mão, disse:
        -- Desde que nossa mãe morreu, nunca mais tivemos uma hora feliz: nossa madrasta nos espanca todos os dias e, quando chegamos perto dela, nos enxota a pontapés. Nosso único alimento, são as côdeas duras de pão; trata melhor o cachorrinho debaixo da mesa, pelo menos ela lhe dá, de vez em quando, algum bocado bem bom. Meu Deus, se nossa mãe soubesse! Vem, vamo-nos embora daqui, vamos por esse mundo afora.
        Foram andando e caminharam o dia inteiro, percorrendo prados, campos, caminhos pedregosos. De repente, começou a chover, e a irmãzinha disse:
        -- Deus e os nossos corações estão chorando juntos.
        Ao anoitecer, chegaram a uma grande floresta; estavam tão cansados de chorar e de andar e com tanta fome que resolveram entrar na cavidade de uma velha árvore oca e aí adormeceram.
Na manhã seguinte, quando despertaram, o sol já estava alto no céu e seus raios ardentes penetravam na cavidade da árvore.
        Então, o irmãozinho disse:
        -- Estou com sede, irmãzinha; se descobrisse alguma fonte por aí, iria beber um pouco; aliás, parece-me ouvir um murmúrio de água a correr!
        Levantou-se, pegou a irmãzinha pela mão e saíram ambos à procura da fonte. Mas a perversa madrasta, que era uma bruxa ruim, vira os meninos irem-se embora; seguiu-os ocultamente, mesmo como fazem as bruxas, e enfeitiçou os mananciais da floresta. Quando os meninos encontraram o regato de água, que corria cintilante sobre as pedras, o irmãozinho precipitou-se para beber; mas a irmãzinha ouviu o murmúrio da água que dizia:
        -- Quem beber desta água transformar-se-á em tigre.
        -- Peço-te, querido irmãozinho, que não bebas desta água, – disse ela, – senão te transformarás em fera e me devorarás.
        O irmãozinho não bebeu, apesar da grande sede que tinha, e disse:
        -- Esperarei até encontrar outra fonte.
        Quando, porém, chegaram à outra fonte, a irmãzinha ouviu-a dizer:
        -- Quem beber desta água se transformará em lobo; transformar-se-á em lobo.
        Não bebas, querido irmãozinho, – suplicou a irmãzinha, – senão te transformarás em lobo e me devorarás.
        O irmãozinho não bebeu, mas disse:
        -- Esperarei até encontrar a terceira fonte: ai então beberei, diga o que disseres, pois não resisto mais de tanta sede.
        Quando chegaram à terceira fonte, a irmãzinha ouviu-a murmurar:
        -- Quem beber desta água transformar-se-á num gamozinho.
        A irmãzinha tornou a pedir:
        -- Oh, meu irmãozinho, peço-te, não bebas desta água, senão te transformarás num gamozinho e fugirás de mim.
        Mas o irmãozinho já estava ajoelhado junto da água e bebeu, porque sentia grande sede. Mal tinha sorvido os primeiros goles, eis que se transformou num pequeno gamo.
        A irmãzinha, então, chorou muito ao ver o irmãozinho transformado em gamo e este chorou com ela, achegando-se muito acabrunhado ao seu lado. Por fim a menina disse:
        -- Tranquiliza-te, meu querido gamozinho, eu jamais te abandonarei.
        Desprendeu da perna sua liga dourada e atou-a ao pescoço do gamo; colheu alguns juncos e com eles trançou um cordel com o qual prendeu o animalzinho; depois internaram-se ambos na floresta.
        Andaram, andaram, andaram e, por fim, descobriram uma casinha; a menina espiou dentro, viu que estava vazia, e resolveu:
        -- "Ficaremos morando aqui."
        Juntou folhas e musgo e fez uma caminha macia para o gamozinho e todas as manhãs saía cedo para colher raízes, amoras e nozes pura seu sustento.
        A irmãzinha colhia a erva mais tenra, que ele vinha comer alegremente em suas mãozinhas, saltando e dando mil cabriolas a seu lado. A noite, cansada das labutas diárias, irmãzinha rezava suas orações, depois reclinava a cabeça no dorso de gamozinho e nesse travesseiro adormecia sossegada. Se o irmãozinho voltasse à forma humana, a vida ali seria maravilhosa.
        Bastante tempo viveram ainda sozinhos na floresta, mas deu-se o caso que o rei organizou uma grande caçada; então ressoaram as trompas por entre o arvoredo, o latido dos cães, os gritos alegres dos caçadores, e o gamozinho, ouvindo esse tropel, pensou no prazer que teria em participar daquele divertimento.
        -- Ah, – disse ele à irmãzinha, – deixa-me tomar parte na caçada! Não resisto à vontade de ir ter com eles.
        Tanto implorou que ela teve de consentir, mas disse-lhe:
        -- Deves voltar, à tarde; eu fecharei a porta por causa dos caçadores; ao bater, para que se reconheça, deves dizer:
"Deixa-me entrar, minha irmãzinha"; se não disseres isso, não abrirei.
        O gamozinho escapuliu bem depressa, satisfeito e feliz por encontrar-se ao ar livre. O rei e os caçadores, vendo o lindo animalzinho, saíram em sua perseguição, mas não conseguiram alcançá-lo, pois quando contavam agarrá-lo, de um salto ele desapareceu por trás das moitas. Assim que anoiteceu, correu para casa, bateu à porta e disse:
        -- Deixa-me entrar minha irmãzinha!
        Então, a porta abriu-se; ele pulou para dentro e dormiu, tranquilamente, a noite toda, no seu fofo leito. No dia seguinte, teve prosseguimento a caçada; quando o gamozinho ouviu as trompas de caça e os oh, oh, dos caçadores, não pôde conter-se e disse:
        -- Abre-me a porta, irmãzinha, tenho que sair!
        A irmãzinha abriu e tornou a dizer:
        -- Tens, porém, que voltar à tarde e pronunciar a senha.
        Assim que o rei e os caçadores tomaram a ver o gamozinho com a coleira de ouro, deitaram a persegui-lo, mas ele era muito ágil e esperto. A perseguição durou o dia todo, até que afinal, ao entardecer, os caçadores conseguiram cercá-lo e um deles feriu-o no pé. O pobre gamozinho, mancando muito, conseguiu fugir, embora menos depressa. Um dos caçadores seguiu-o, cautelosamente, e viu-o chegar à casinha e chamar:
        -- Deixa-me entrar, minha irmãzinha!
        A porta abriu-se e fechou-se rapidamente. O caçador, vendo isso, guardou tudo na memória e foi contar ao rei o que vira e ouvira.
        -- Amanhã, – disse o rei, – voltaremos a caçar outra vez.
        Entretanto, a irmãzinha assustara-se terrivelmente quando viu o gamozinho ferido. Lavou-lhe o ferimento e aplicou-lhe logo algumas ervas, dizendo:
        -- Agora vai deitar-te, meu querido gamozinho, para sarar bem depressa.
        O ferimento, porém, era tão insignificante que na manhã seguinte o gamozinho não tinha mais nada. Ouvindo novamente a algazarra dos caçadores, exclamou:
        -- Não resisto ficar aqui, tenho de ir logo para lá; desta vez não me pegarão facilmente.
        A irmãzinha, chorando, dizia-lhe:
        -- Desta vez te matarão e eu ficarei sozinha nesta floresta, abandonada por todos; não, não te deixarei ir.
        -- Se não for morrerei de tristeza, – lamentava-se o gamo, – quando ouço a trompa de caça, não posso conter-me dentro da pele!
        A irmãzinha não teve outro remédio senão abrir-lhe a porta, embora com o coração cheio de angústia. O gamo, alegre e feliz, disparou rumo à floresta. Assim que o rei o viu, ordenou aos caçadores:
        -- Podeis segui-lo, o dia todo, mas proíbo que se lhe faça o menor mal.
        Logo que o sol se escondeu, disse o rei ao caçador:
        -- Vem, mostra-me a casinha da floresta.
        Quando chegaram diante da porta, o rei bateu, dizendo:
        -- Deixa-me entrar, minha irmãzinha!
        Então a porta se abriu e o rei entrou; lá dentro, deparou com uma jovem tão linda como jamais vira. A jovem assustou-se quando viu entrar, não o seu querido gamozinho, mas um homem estranho, com uma coroa de ouro na cabeça. Entretanto, o rei contemplava-a com tanta doçura e meiguice que, quando lhe estendeu a mão disse:
        -- Queres vir comigo para meu castelo e ser minha esposa?
        Ela respondeu contente:
        -- Oh, sim! Mas quero que o meu gamozinho me acompanhe, pois nunca me separarei dele.
        -- Ficará sempre contigo, – prometeu o rei, – e enquanto viveres nada lhe faltará.
        Nisso, chegou o gamo fazendo cabriolas; a irmãzinha prendeu-o com o cordel de junco, segurando-o com as mãos; depois saíram todos da casinha da floresta.
        O rei fê-la montar no cavalo e conduziu-a ao castelo onde, pouco depois, realizaram as bodas, com intenso júbilo e grandes pompas. Assim, ela tornou-se Sua Majestade a Rainha e juntos iam vivendo felizes e tranquilos. O gamo era bem alimentado, bem tratado e passava o tempo dando cabriolas no jardim.
        A perversa madrasta, que havia obrigado as crianças a vagar ao leu, julgava que a irmãzinha tivesse sido devorada pelas feras na floresta e o irmãozinho, transformado em gamo, tivesse caído vítima dos caçadores. Entretanto. Quando ouviu contar que viviam felizes e abastados, o coração encheu-se de inveja e de ciúme, não tendo mais sossego. Não pensava em outra coisa senão na maneira de criar-lhes novas desventuras. Sua filha única. Que era feia como a escuridão e que tinha um só olho, censurava-a, dizendo:
        -- A mim é que devia calhar a sorte de ser rainha!
        -- Fica tranquila, – respondeu a velha, acrescentando com satisfação: – no momento oportuno, estarei a postos!
        E o momento oportuno chegou. A rainha deu à luz um belo menino, justamente quando o rei se achava ausente, durante as caçadas. A bruxa, então, tomando o aspecto da camareira, entrou no quarto onde repousava a rainha e disse-lhe:
        -- Vinde, senhora, vosso banho está pronto; ele vos fará bem e vos dará novas forças, vinde logo, antes que esfrie.
        Com ela estava também a filha. Ambas carregaram a rainha, ainda muito débil, para o quarto de banho e puseram-na na banheira; depois fecharam a porta e deitaram a fugir. Antes, porém, haviam aceso um fogo infernal no quarto de banho e a rainha, fechada lá dentro, em breve sucumbiu sufocada.
        Feito isto, a velha meteu uma touca na cabeça da filha e deitou-a no leito, no lugar da rainha. Deu-lhe também a forma e a semelhança desta; só não pôde restituir-lhe o olho que lhe faltava; e para que o rei não percebesse, ela foi obrigada a deitar-se de lado, tentando assim esconder a falha.
        A noite, quando voltou e soube que lhe nascera um menino, o rei ficou radiante de alegria e quis logo dirigir-se ao quarto de sua querida esposa a fim de saber como estava passando. A velha, porém, interveio rápida, gritando:
        -- Pelo amor de Deus, deixai as cortinas fechadas; e rainha ainda não pode ver luz, além disso está muito fraca e precisa descansar.
        O rei, então, retirou-se e não ficou sabendo que no leito havia uma falsa rainha.
        Mas à meia-noite, quando todos dormiam no castelo, a ama velava junto ao berço do recém-nascido e viu abrir-se a porta e entrar a verdadeira rainha. Esta tirou a criança do berço, tomou-a no colo e deu-lhe de mamar; depois ajeitou o travesseirinho e deitou-a, agasalhando-a bem com o cobertorzinho. Não esqueceu, também, o seu gamozinho; dirigiu-se para o canto onde estava deitado e fez-lhe alguns carinhos; em seguida saiu silenciosamente, como havia entrado. Na manhã seguinte, a ama perguntou aos guardas se tinham visto entrar alguém no castelo durante a noite.
        Responderam-lhe:
        -- Não, não vimos entrar ninguém.
        Durante muitas noites seguidas, a rainha voltou a aparecer, sempre sem pronunciar palavra; a ama via-a todas as vezes mas não ousava contar a ninguém.
        Depois de alguns dias, a rainha certa noite começou a falar:
                  "Que faz o meu filhinho?
                 Que faz meu gamozinho?
                  Ainda duas vezes virei,
                  Depois nunca mais voltarei."
        A ama não disse nada, mas, quando ela desapareceu, foi aonde se encontrava o rei e contou-lhe tudo o que vinha se passando.
        -- Meu Deus, – exclamou o rei, – que será isso! Na próxima noite, ficarei velando perto de meu filho.
        Assim o fez; chegando a noite, ocultou-se no quarto do menino e, quando deu meia-noite, viu aparecer a rainha, que tornou a falar:
                  "Que faz o meu filhinho?
                  Que faz meu gamozinho?
                  Ainda uma vez virei,
                  Depois nunca mais voltarei."
        Cuidou, como sempre fazia, da criança antes de desaparecer; o rei, porém, não teve coragem de falar-lhe e decidiu ficar velando, também, na noite seguinte junto do filho. À meia-noite viu-a entrar e dizer:
                 "Que faz o meu filhinho?
                 Que faz meu gamozinho?
                 Vim ainda esta vez
                 E depois nunca mais."
        O rei então não se conteve mais, correu para ela, dizendo:
        -- Não podes ser outra senão a minha esposa querida.
        -- Sim, – responde-lhe ela, – sou eu mesma, tua esposa querida.
        Pela graça de Deus, voltou à vida; bela, sadia e viçosa como fora antes. Contou ao rei o crime praticado pela bruxa perversa e sua filha e o rei, então mandou que fossem ambas julgadas e condenadas. A filha foi conduzida à floresta, onde acabou estraçalhada pelos animais ferozes; a bruxa foi lançada à fogueira, onde teve morte horrível e assim que se transformou em cinzas, o gamozinho recuperou novamente seu aspecto humano.
A partir de então, a irmãzinha e o irmãozinho viveram juntos com o rei no castelo, alegres e felizes pelo resto da vida.

                                                                    Irmãos Grimm
Entendendo o conto:

01 – Quem são os personagens principais da história?
      O Irmãozinho, a Irmãzinha e a Bruxa.

02 – Quem seria a Bruxa?
      A madrasta dos irmãozinhos.

03 – Por que as crianças saíram de casa?
      Porque eram maltratados pela madrasta. (Bruxa).

04 – Que solução as crianças encontraram para se abrigar?
      Encontraram uma casinha na floresta.

05 – Quem apareceu e salvou as crianças?
      Um rei que estava caçando na região.

06 – O que aconteceu com a linda jovem, a irmãzinha?
      Ela se apaixonou e casou-se com o rei.

07 – Nos contos, as bruxas praticam a metamorfose, isto é, mudam de forma. Quais as formas que a bruxa se apresenta no texto?
      Apresenta de camareira e a semelhança da rainha.

08 – Qual foi o feitiço que a bruxa praticou com a rainha?
      Preparou um banho para a rainha e tocou fogo no quarto de banho.

09 – No final da narrativa, o que aconteceu com a bruxa perversa e sua filha?
      A filha foi conduzida para a floresta e devorada pelos animais ferozes.
      A Bruxa foi lançada à fogueira, onde teve uma morte horrível.

10 – Em que momento da narrativa acontece a magia, o elemento sobrenatural, onde o feitiço é desfeito?
      Quando a Bruxa se transforma em cinza, o encanto se desfaz.

11 – Você considera as crianças do conto espertas? Comente.
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Depois de ler o conto, você concorda que hoje ainda existem muitas crianças abandonadas?
      Resposta pessoal do aluno.

13 – Você sabe por que há tantas crianças abandonadas nas ruas, nos dias de hoje?
      Resposta pessoal do aluno.