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terça-feira, 18 de junho de 2019

POESIA: A BORDO DO RUI BARBOSA - CHICO BUARQUE & VALLANDRO KETING - COM GABARITO

Poesia: A Bordo do Rui Barbosa
       
      Chico Buarque & Vallandro Keting


A bordo do Rui Barbosa
O marinheiro João
Chamou seu colega Cartola
E pediu
Escreve pra mim uma linha
Que é pra Conceição
Tu é anarfa? disse o amigo
E sorriu com simpatia


Mas logo depois amoitou
Porque era anarfa também
Mas chamou Chiquinho
Que chamou Batista
Que chamou Geraldo
Que chamou Tião
Que decidiu
Tomou copo de coragem
Copo e meio
E foi pedir uma mãozinha
Para o capitão
Que apesar de ranzinza
É homem bem letrado
É homem de cultura
E de fina educação
Pois não
Assim fez o velhinho
Por acaso bem disposto
Bem humorado
Bem remoçado
Às custas de uma velhinha
Que deixara lá no cais
E João encabulado
Hesitou em ir dizendo
Abertamente assim
O que ia fechado
Bem guardadinho
No seu coração
Mas ditou...
E o capitão boa gente
Copiou com muito jeito
Num pedaço de papel
"Conceição...
No barraco Boa Vista
Chegou carta verde
Procurando "Conceição"
A mulata riu
E riu muito
Porque era a primeira vez
Mas logo amoitou
Conceição não sabia ler
Chamou a vizinha Bastiana
E pediu
"Qué dá uma olhada
Que eu tô sem ócros
Num xergo bem
"Bastiana também sofria da vista
Mas chamou Lurdinha
Que chamou Maria
Que chamou Marlene
Que chamou Yayá
Estavam todas sem óculos
Mas Emília conhecia
Uma tal de Benedita
Que fazia o seu serviço
Em casa de família
E tinha uma patroa
Que enxergava muito bem
Mesmo a olho nu
E não houve mais problemas
A patroa, boa gente
Além de fazer o favor
Achou graça e tirou cópia
Para mostrar às amigas
Leu pra Benedita
Que disse à Emília
Que disse à Yayá
Que disse à Marlene
Que disse à Maria
Que disse à Lurdinha
Que disse à Bastiana
Que disse sorrindo
À Conceição
O que restou do amor
O que restou da saudade
O que restou da promessa
O que restou do segredo de João
Conceição
Eu ti amo muito
Eu tenho muita sodade
E vorto assim que pudé
João

Entendendo a poesia:

01 – Que tema é abordado pelo eu lírico?
      O analfabetismo de adultos.

02 – Para quem o marinheiro João queria escrever?
      Para sua amada, Conceição.    

03 – Em relação ao discurso das personagens há presença de discurso:
(   ) Direto.
(X) Indireto.

04 – Qual é a forma textual predominante nessa poesia:
(   ) Versos estruturados de forma harmoniosa.
(X) Versos livres, irregulares.

05 – Qual o significado da palavra anarfa?
      Analfabeto.

06 – Os dialetos estão relacionados às variedades linguísticas, sociais, seja devido à escolaridade, à faixa etária ou ao sexo. Nessa poesia, quais são os personagens que fazem uso desta variedade devido à escolaridade?
      Marinheiro João, Cartola, Chiquinho, Batista, Geraldo, Tião, Conceição, Bastiana, Lurdinha, Maria, Marlene, Yayá, Emília e Benedita.

07 – Afinal, quem escreveu as linhas para João enviar para Conceição?
      O capitão, homem bem letrado.

08 – E quem leu a carta para Conceição?
      Foi a patroa da Benedita, que enxergava muito bem.

09 – Sobre variedades e registros de linguagem, assinale a afirmativa INCORRETA.
a)   Preconceito linguístico é o julgamento negativo dos falantes em função da variedade linguística que utilizam.
b)   A maior ou menor proximidade entre os falantes faz com que usem variedades mais ou menos formais, denominadas registros de linguagem.
c)   Diferenças significativas nos aspectos fonológicos e morfossintáticos da língua marcam as variedades sociais, seja devido à escolaridade, à faixa etária ou ao sexo.
d)   Norma culta ou padrão é a denominação dada à variedade linguística dos membros da classe social de maior prestígio, que deve ser utilizada por todos da mesma comunidade.
e)   Gíria ou jargão é uma forma de linguagem baseada em vocabulário criado por um grupo social e serve de emblema para os membros do grupo, distinguindo-os dos demais falantes da língua.





domingo, 28 de abril de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): CAMBAIO - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

Música(Atividades): Cambaio      
                                 Chico Buarque

Eu quero moça que me deixe perdido
Procuro moça que me deixe pasmado
Essa moça zoando na minha ideia
Eu quero moça que me deixe zarolho
Procuro moça que me deixe cambaio
Me fervendo na veia

Desejo a moça prestes
A transformar-se em flor
A se tornar um luxo
Pro seu novo amor
Moça que vira bicho


Que é de fechar bordel
Que ateia fogo às vestes
Na lua-de-mel

Eu quero moça que me deixe maluco
Moça disposta a me deixar no bagaço
Essa moça zanzando na minha raia
Eu quero moça que me chame na chincha
Com sua flecha que me crave um buraco
Na cabeça e não saia
Que não abaixe a fronte
Que vai por onde quer
Que segue pelo cheiro
Quero essa mulher
Que é de rasgar dinheiro
Marido detonar
Se arremessar da ponte
E me carregar

Vejo fulana a festejar na revista
Vejo beltrana a bordejar no pedaço
Divinais garotas
Belas donzelas no salão de beleza
Altas gazelas nos jardins do palácio
Eu sou mais as putas.

                                    
Compositor: Chico Buarque & Edu Lobo.
                    Chico Buarque. Tantas palavras. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 420.

Entendendo a canção:
01 – A estrutura linguística desses versos lembra a de outro gênero textual.
a)   Qual é esse gênero?
O anúncio publicitário.

b)   Que papel a moça procurada desempenharia naquele gênero e na canção?
No gênero anúncio publicitário, a moça seria procurada para trabalhar; na canção, ela é procurada para ser o amor do eu lírico.

02 – Os versos fazem uso de orações adjetivas. Identifique-as e classifique-as.
      “Que me deixe perdido”; “Que me deixe pasmado”; “Que me deixe zarolho”; “Que me deixe cambaio” – Orações subordinadas adjetivas restritivas.
      “Zoando na minha ideia”; “Me fervendo na veia” – Orações subordinadas adjetivas reduzidas de gerúndio.

03 – O que justifica o emprego recorrente de orações adjetivas nessa canção?
      A recorrência se justifica porque as orações adjetivas restritivas restringem o perfil de moça que é procurada; ou seja, para ser a escolhida pelo eu lírico, a moça deve ter os atributos indicados pelas orações adjetivas.

domingo, 14 de abril de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): OLHOS NOS OLHOS - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

Música(Atividades): Olhos Nos Olhos

                                         Chico Buarque

Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mais nem porquê
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

Quando talvez precisar de mim
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

                                            Composição: Chico Buarque
Entendendo a canção:
01 – Retirem todas as marcas que evidenciam que o eu-lírico é feminino.
      Nos versos: “Já vai me encontrar refeita, pode crer.” / “Quantos homens me amaram.”

02 – Caracterizem esse eu-lírico. (Como ele é, como age...)
      O eu lírico fala da dor de uma mulher ferida. Mas tem uma fantasia de como ele deseja sentir-se no futuro..., mas hoje ainda sofre.

03 – Há constante referência a um outro ser com quem ele “fala". Caracterizem esse tu.
      É a pessoa amada que a deixou, alguém insensível que a feriu.

04 – Comentem o fato do masculino se expressar como feminino.
      Parece uma síntese das cantigas de amigos, no período literário “Trovadorismo”, quando temos como característica o autor masculino, porém, um eu lírico feminino, pois naquela época as mulheres não podiam expressar qualquer tipo de sentimentos.

05 – Por que "Olhos nos olhos"?
      Porque podemos ler aas emoções nos olhos de outra pessoal. O olhar é a parte do corpo do ser humano que mais comunica, transmite.


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): BOM CONSELHO - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

Música(Atividades): Bom Conselho

                                     Chico Buarque
Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

                                                 Composição: Chico Buarque

Entendendo a canção:
01 – Na canção, o autor modifica o sentido de vários provérbios. Identifique três dessas referências.
·        Referência 01 – Inútil dormir que a dor não passa.
·        Referência 02 – Faça como eu digo / Faça como eu faço.
·        Referência 03 – Devagar é que não se vai longe.

02 – Por que essa canção é um exemplo de tipo de texto prescritivo ou injuntivo?
      Porque tem como objetivo de aconselhar o leitor ou o ouvinte a não confiar naquilo que é estabelecido como verdade.

03 – Quais são os recursos linguísticos apresentados no texto que confirmam essa ideia?
      O emprego do verbo no imperativo, que é o modo do mando, do pedido da ordem, além da escolha do título da canção “Bom Conselho”.

04 – Sobre ela, assinale a alternativa que contém uma afirmativa CORRETA. 
a)   Existem nela problemas de coesão textual.
b)   Há nela passagens em que se percebe incoerência textual.
c)   Trata-se de um gênero textual do tipo informativo. 
d)   Nela, é evidente a existência de intertextualidade.
e)   Chico Buarque inverte os provérbios, mantendo o sentido original.

05 – Considerando o verso 6, "Está provado, quem espera nunca alcança", pode-se afirmar que:
a)   O autor comete um equívoco no emprego do provérbio "quem espera sempre alcança".
b) O autor reescreve o provérbio para valorizar o texto poético.
     c) O autor diz que, na verdade, o provérbio "quem espera sempre alcança" não se fundamenta cientificamente.
     d) O emprego não tem relação alguma com o provérbio "quem espera sempre alcança".
     e) O autor refuta a ideia de passividade e conformismo expresso no provérbio "quem espera sempre alcança."

06 – O verso que pode ilustrar que o eu poético se dirige a alguém que tem intimidade é:
     a) “Venha, meu amigo”
     b) “Corro atrás do tempo”
     c) “Vim de não sei onde”
     d) “Eu semeio o vento”.

07 – Qual das frases a seguir não se opõe a conceitos tradicionais de provérbios:
a) Espere sentado / Ou você se cansa
b) Faça como eu digo / Faça como eu faço
c) Aja duas vezes antes de pensar
d) Ouça um bom conselho
e) Devagar é que não se vai longe

08 – Assinale o que for incorreto:
a) O texto acima está organizado em estrofes, característica dos textos em verso.
b) As formas verbais Venha, Deixe, Brinque, Faça e Aja foram utilizadas no imperativo, recurso típico de quem procura influenciar o comportamento do receptor.
c) Em “Venha meu amigo” deveria ocorrer uma vírgula, uma vez que temos um Vocativo.
d) Em “Aja duas vezes antes de pensar” o autor cometeu uma impropriedade gramatical ao excluir a letra H do verbo haver.
e) Em “passa”, “faça”, “cidade” e “conselho” fica evidente que, na língua portuguesa, um mesmo fonema pode ter várias representações gráficas. 

09 – Ao compor o texto, o autor se preocupou em:

a)   Contradizer sistematicamente os conselhos populares em situações absurdas.

b)   Enfatizar a sabedoria que se exprime através de provérbios.

c)   Utilizar-se de provérbios para expressar sua concordância ou discordância diante de fatos da vida.

d)   Inadvertidamente o compositor apresenta situações nas quais os ditos populares vão de encontro à realidade.

e)   Através de um jogo de palavras, o autor procura confundir o leitor.

 

 



sábado, 29 de setembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): QUALQUER CANÇÃO - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

Música(Atividades): Qualquer Canção
                                  Chico Buarque

Qualquer canção de amor
É uma canção de amor
Não faz brotar amor e amantes
Porém, se esta canção
Nos toca o coração
O amor brota melhor e antes

Qualquer canção de dor
Não basta a um sofredor
Nem cerze um coração rasgado
Porém ainda é melhor
Sofrer em dó menor
Do que você sofrer calado.

Qualquer canção de bem
Algum mistério tem
É o grão, é o germe, é o gen da chama
E essa canção também
Corrói, como convém,                                        
O coração de quem não ama.

                                             Composição: Chico Buarque
Entendendo a canção:

01 – (UERJ 2008 –Q/06) A coerência é determinada, entre outros fatores, por elementos que contribuam para a progressão do texto. Na letra da canção de Chico Buarque, a coerência do texto decorre da utilização dos seguintes recursos:
(A) marcação rítmica, repetição vocabular, paralelismo sintático
(B) marcação rítmica, repetição vocabular, multiplicidade temática
(C) repetição vocabular, paralelismo sintático, multiplicidade temática
(D) marcação rítmica, paralelismo sintático, multiplicidade temática.

02 – (UERJ 2008 – Q/07) A pluralidade de sentidos, característica da linguagem poética, pode ser obtida por meio de vários mecanismos, como por exemplo, a elipse de termos. Esse mecanismo está presente, de modo mais marcante, no seguinte verso:
(A) “E amantes”
(B) “E antes”
(C) “Rasgado”
(D) “Calado”

03 – (UERJ 2008 – Q/08) Diferentes relações lógicas são estabelecidas entre as orações que compõem as estrofes do texto. Na segunda estrofe, essas relações expressam as ideias de:
(A) adição, contraposição e comparação
(B) negação, anterioridade e adversidade
(C) finalidade, contrariedade e consecução
(D) proporcionalidade, intensidade e conclusão

04 – (UERJ 2008 – Q/09) Na última estrofe do texto, o mistério a que se refere o eu lírico indica uma construção paradoxal. Os elementos que compõem esse paradoxo são:
(A) início e fim
(B) alegria e dor
(C) música e silêncio
(D) criação e destruição

terça-feira, 7 de agosto de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): DEIXE A MENINA - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

Música(Atividades): Deixe a Menina

                                             Chico Buarque
Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São dez horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz

Eu não queria jogar confete
Mas tenho que dizer
Cê tá de lascar
Cê tá de doer
E se vai continuar enrustido
Com essa cara de marido
A moça é capaz de se aborrecer

Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher mil homens, sempre tão gentis
Por isso para o seu bem
Ou tire ela da cabeça ou mereça a moça que você tem

Não sei se é para ficar exultante
Meu querido rapaz
Mas aqui ninguém o aguenta mais
São três horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz

Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São seis horas o samba tá quente
Deixe a morena com a gente
Deixe a menina sambar em paz.

                                                 Composição: Chico Buarque
Entendendo a canção:
01 – Retire do texto um exemplo de vocativo, justificando sua resposta.
      “Meu prezado rapaz.”

02 – Copie do texto dois exemplos de linguagem coloquial.
      “Cê tá de lascar
       Cê tá de doer.”

03 – Quantas estrofes existem na texto?
      Existem cinco estrofes.

04 – O que significa “jogar confete em alguém”? O autor realmente joga confete no outro? Explique essa aparente contradição.
      Significa elogiar alguém demasiadamente; bajular.
      Não. Ele faz uma ironia porque o outro queria ir embora.

05 – Afinal, o rapaz conseguiu levar a garota antes de o samba terminar? Comprove com passagens do próprio texto:
      Não. Conforme os versos:
      “São seis horas o samba tá quente
       Deixe a morena com a gente
       Deixe a menina sambar em paz.”




domingo, 5 de agosto de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): UMAS E OUTRAS - (CHICO BUARQUE) - COM CLARA NUNES - QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Umas e Outras

                                             Chico Buarque
Se uma nunca tem sorriso
É pra melhor se reservar
E diz que espera o paraíso
E a hora de desabafar
A vida é feita de um rosário
Que custa tanto a se acabar
Por isso às vezes ela pára
E senta um pouco pra chorar
Que dia! Nossa, pra que tanta conta
Já perdi a conta de tanto rezar

Se a outra não tem paraíso
Não dá muita importância, não
Pois já forjou o seu sorriso
E fez do mesmo profissão
A vida é sempre aquela dança
Onde não se escolhe o par
Por isso às vezes ela cansa
E senta um pouco pra chorar
Que dia! Puxa, que vida danada
Tem tanta calçada pra se caminhar

Mas toda santa madrugada
Quando uma já sonhou com Deus
E a outra, triste enamorada
Coitada, já deitou com os seus
O acaso faz com que essas duas
Que a sorte sempre separou
Se cruzem pela mesma rua
Olhando-se com a mesma dor
Que dia! Nossa, pra que tanta conta
Já perdi a conta de tanto rezar
Que dia! Puxa, que vida danada
Tem tanta calçada pra se caminhar
Que dia! Cruzes, que vida comprida
Pra que tanta vida pra gente desanimar.

Entendendo a canção:
01 – A canção pode ser dividido em três partes. Delimite cada uma segundo os títulos propostos: a mulher que reza, a prostituta, o encontro das duas.
·        1°: verso 1 ao verso 11.
·        2°: verso 12 ao verso 22.
·        3°: verso 2 até o fim.

02 – Da enumeração seguinte, separe: em uma coluna, o que tiver relação com a religiosa; em outra, o que tiver relação com a prostituta.
        Uma; indiferença pelas coisas espirituais; outra; contas pra rezar; dança; valorização do espírito; sorriso forjado; circunspecção; calçada pra caminhar.
·  Religiosa: uma; contas pra rezar; valorização do espírito; circunspecção.
· Prostituta: indiferença pelas coisas espirituais; outra; dança; sorriso forjado; calçada pra caminhar.

03 – Ao caracterizar as duas personagens, a canção utiliza fundamentalmente a oposição de ideias: a cada traço atribuído à religiosa, corresponde outro atribuído à prostituta.
a)   Como se chama essa figura de estilo?
Antítese.

b)   Qual o efeito poético que resulta dessa oposição?
O poeta enfatiza as diferenças entre as duas.

04 – A palavra sorriso ocorre nas duas primeiras estrofes com conotações diferentes. Quais são essas conotações?
      No primeiro caso, expressão da alegria terrena;
      No segundo caso, recurso utilizado no trabalho da prostituta.

05 – Nas duas primeiras estrofes, apesar da antítese que caracteriza a vida das duas personagens, existe um traço de identidade entre elas. Que versos denotam essa ideia?
      Os três últimos versos de cada estrofe, em que ambas lamentam a rotina de seu dia-a-dia.

06 – Na primeira estrofe, a palavra conta tem dois significados. Quais?
      Pequena esfera com orifício no centro, usada para fazer rosário, colar, etc. (verso 10). Aritmética (verso 11).

07 – O poeta utiliza duas metáforas para expressar o conceito de vida de cada personagem. Quais são essas metáforas?
      Rosário e calçada.

08 – Releia os versos:
        “Pra que tanta conta / Já perdi a conta de tanto rezar.”
        “Tem tanta calçada pra se caminhar.”
        A palavra conta do verso 10 corresponde a uma palavra do verso 22. Qual?
      Calçada.

09 – A antítese entre uma e outra desfaz-se na terceira estrofe. Em que verso?
      No verso 29.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): SONHO IMPOSSÍVEL - CHICO BUARQUE/MARIA BETHÂNIA - COM GABARITO

Música(Atividades): Sonho Impossível

                                               Chico Buarque/Maria Bethânia
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer
O inimigo invencível
Negar
Quando a regra é vender
Sofrer
A tortura implacável
Romper
A incabível prisão
Voar
Num limite improvável
Tocar
O inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.
                                       Composição: Chico Buarque / Joe Darion
Entendendo a canção:

01 – No verso: “Sonhar, mais um sonho impossível”, o que o autor quis dizer?
      Diz que quando o impossível talvez seja o que não conhecemos, não desejamos, não queremos...

02 – Já o verso: “Lutar quando é fácil ceder”, ele nos mostra o quê?
      Mostra que em meio a tantas facilidades, tantas oportunidades e possibilidades de escolhas, manter-se firme no ideal construído e acreditado é muito difícil..., mas possível, para quem acredita mesmo no que quer e luta dignamente em prol desta conquista.

03 – De que inimigo invencível o autor fala?
      Inimigo, que na verdade jamais é o outro, mas somos nós mesmos... Ninguém é mais prejudicial a nós do que nossos pensamentos, medos, más impressões, pelos equívocos da vida, sem ter a coragem de esclarecer, de explicar, conversar...

04 – Do verso 17: “E minha lei, é minha questão...”, até o verso 31: “Brotar do impossível chão”. O autor conclui a canção com que reflexão?
      Tem-se que lutar pelo direito a vida, a liberdade, enquanto consciência do assumir responsabilidades pelas escolhas feitas, do buscar viver sempre com dignidade, respeito incondicional a si, ao outro, ao mundo. O que é impossível, vai se tornando possível, o sonho vai se tornando realidade, dando lugar neste chão da aridez humana, a flor, ao amor, a felicidade do sonho realizado para que novos sonhos surjam, brotem, floresçam a partir do toque suave de um abraço.

05 – No 1º e 2º versos, existe uma ideia de oposição. Que conectivo marca essa ideia?
      O conectivo é “mais”.

06 – Explique o sentido da palavra VIRAR, no 12º verso “Virar esse mundo”.
      No sentido conotativo – fazer uma intensa busca.

07 – Que palavras antagônicas, opostas, aparecem nos versos 16 e 17?
      “Inacessível chão.”

08 – Qual o tema dessa canção?
      Uma reflexão sobre o que realmente é impossível.