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quarta-feira, 11 de abril de 2018

POEMA: MINHA MUSA - ÁLVARES AZEVEDO - COM GABARITO

    Poema: MINHA MUSA  - Álvares Azevedo
1-                                                 

                                                                                                                                                                                                  
Minha musa é a lembrança                     Se na lira voluptuosa
Dos sonhos que eu vivi                           Entre as fibras que estalei
É de uns lábios a esperança                   Um dia atei uma rosa
E a saudade que eu nutri!                       Cujo aroma respirei...
É a crença que alentei                             Foi nas noites de ventura,
As luas belas que amei                            Quando em tua formosura
E os olhos por quem morri!                      Meus lábios embriaguei!
2-                                                                                                                                                                                                                                                                 
Os meus cantos de saudade                    E se tu queres, donzela,
São amores que eu chorei:                      Sentir minha alma vibras
São lírios a mocidade                               Solta essa trança tão bela
Que murcham porque te amei!                 Quero nela suspirar!
As minhas notas ardentes                         Descansa-me no teu seio
São as lágrimas dementes                        Ouvirás no devaneio
Que em teu seio derramei!                        A minha lira cantar!
           
Do meu outono os desfolhos,
Os astros do teu verão,
A languidez de teus olhos
Inspiram minha canção.
Sou poeta porque és bela,
Tenho em teus olhos, donzela,
A musa do coração!                                           

                                     
 AZEVEDO, Álvares. Obras completas.
Organização Homero Pires. 8 ed.
                            São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1942.

Entendendo o poema:
01 – No poema, a saudade da amada (estrofes 1, 2 e 4) e a esperança do reencontro (estrofe 5) são temas que expressam uma ligação do homem romântico com o tempo.
Qual a relação entre esses temas, o estado de insatisfação do eu lírico e a ligação do sujeito romântico com o tempo?
       O eu lírico no romantismo não se ajusta ao presente e, comumente, foge desse momento que só lhe traz dissabores, procurando no passado um refúgio.

02 – Na literatura romântica, o homem se coloca, com frequência, numa posição simulada de vassalo, a cortejar e a adorar passivamente sua senhora, figura em geral idealizada.
Que função sintática revela esse posicionamento da figura masculina, no verso: “Descansa-me no teu seio” (última estrofe)? Justifique sua resposta.
       Objeto direto, porque representa o ser que receberá ação praticada pela pessoa amada.



sexta-feira, 17 de novembro de 2017

POEMA: MINHA DESGRAÇA - ÁLVARES DE AZEVEDO - COM GABARITO

MINHA DESGRAÇA
                                       Álvares de Azevedo

Minha desgraça, não, não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...


Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem me dera!) é o dinheiro...

Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito assim blasfema,
É ter para escrever todo um poema,
E não ter um vintém para uma vela.

Interpretação do texto:

01. O eu lírico considera-se desgraçado
a) por ser um poeta sem reconhecimento.
b) por não ser correspondido amorosamente.
c) por ser explorado pela mulher amada.
d) por não ter recurso para comprar uma vela.

02. A desventura do poeta é de ordem
a) familiar      b) financeira           c) sentimental        d) física

03. Foi utilizada uma metáfora no verso
a) “Ter duro como pedra o travesseiro...”
b) “Minha desgraça, não, não é ser poeta,”
c) “Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido”
d) “Não é andar de cotovelos rotos”

04. “Nem na terra de amor não ter um eco”, de acordo com o verso, pode-se concluir que o eu lírico
a) ama e não é correspondido.
b) desconhece o amor.
c) está à procura de um amor.
d) viveu muitos amores.

05. Segundo os versos do poema
a) o eu lírico, por ser poeta, é tratado como um boneco.
b) o eu lírico sofre por não ter inspiração para escrever um poema.
c) o eu lírico aceita resignado o fato de não ter um vintém.
d) o eu lírico lamenta sua condição de total penúria.

06. “Cujo sol (quem me dera!) é o dinheiro...” o verso expressa que
a) o dinheiro aquece a vida de todos.
b) o dinheiro governa a vida de todos.
c) o dinheiro ilumina a vida de todos.
d) o dinheiro suja a vida de todos.

07. “Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido”, a reticência foi utilizada para
a) indicar continuação de uma ação ou fato.
b) indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
c) representar, na escrita, hesitações comuns na língua falada.
d) realçar uma palavra ou expressão.

08.O título do poema é “Minha desgraça”. Deduza:

Como se sente o eu lírico em relação à vida e ao mundo?

Desgraçado, impotente, mas bem-humorado.

09.Nas duas primeiras estrofes, o eu lírico tenta definir qual é a sua desgraça pela negação; e, na terceira estrofe, pela afirmação.

a)De acordo com as duas primeiras estrofes, o que não é a desgraça do eu lírico?

Ser poeta, ser pobre e não ser correspondido no amor.

 b)De acordo com a última estrofe, qual é a desgraça do eu lírico?

É ter que escrever um poema e não ter dinheiro para comprar uma vela.

 c)Por que na revelação da desgraça do eu lírico há humor?

Porque ele quebra a expectativa do leitor, que espera que o eu lírico blasfeme sobre a não correspondência no amor e não contra algo comum como não ter vela para escrever.

 10.Há, no poema, três estrofes — grupos de versos separados por uma linha em branco. Cada estrofe apresenta um grupo de versos, as linhas poéticas.

Quantos versos há em cada estrofe?

Quatro.

 11.O poema caracteriza-se por apresentar uma forte sonoridade, construída por meio de repetições, ritmo, rima. Identifique no poema um trecho em que há a repetição de uma palavra.

Minha desgraça, não, não é ser poeta.

 12.Ao ler o poema, você provavelmente fez uma pequena pausa no final de cada linha ou verso. Essa pausa se acentua em razão da rima — semelhança sonora — que há no final dos versos, como, por exemplo, entre as palavras eco e boneco da primeira estrofe.

Que outros pares de palavras rimam entre si no poema?

poeta e planeta; travesseiro e dinheiro; donzela e vela; blasfema e poema

 13.A linguagem empregada no poema é figurada, ou seja, é construída a partir de imagens. Identifique a figura de linguagem presente nestes versos do poema:

 “Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido

Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...”

 Metáfora

 14.A linguagem do poema é expressiva, figurada e própria da norma-padrão. Além disso, ela é pessoal e subjetiva ou impessoal e objetiva?

A linguagem do poema é pessoal e subjetiva.

15.A que tipo de público o poema se destina?

Aos públicos juvenil e adulto.

 16.O poema lido foi publicado no século XIX, quando o livro era o principal veículo da poesia. Hoje, em que veículos e suportes esse poema pode ser divulgado?

Livros, jornais, revistas, rádio, TV e sites na Internet.