quinta-feira, 20 de novembro de 2025

NOTÍCIA: HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA - FRAGMENTO - GILSON DE AMORIM - COM GABARITO

 Notícia: História da Fotografia – Fragmento

            Gilson de Amorin

        A fotografia é resultado de um longo processo de experiências que tem origem na Antiguidade, com o conhecimento da câmera escura, e acaba se materializando em 1826 com sua invenção por Nicéphore Nièpce. Primeiro os cientistas descobriram o mecanismo de reflexão de imagens com o uso da câmera escura, depois as técnicas de imprimir e fixar a imagem em um papel com o uso de produtos químicos.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMBMBmCtMIcOk9l0bPhTROPRTmwTBPRc6uUXw-yFKmEwv0yjaaZ8O5sLsEA6suBKMTe1w3Z8eFs_4ZjXRcXkap3KGWXMVSTyqyK0Bb38T5lZcKaEEgRB7r_XOcJjv3nIMXJxJrC3uJY9O6XaskyAI33DsbLtLBR2w8yhMd8Url3jN68xbkCzDEi6Ksc5o/s320/FOTO.jpeg


        A origem exata da câmara escura é desconhecida, mas há referências sobre seu uso entre os gregos, chineses, árabes, assírios e babilônios muitos anos antes da invenção da fotografia. [...]

        A técnica de produzir imagens da realidade com uso de uma câmera escura já era conhecida desde a antiguidade. Era preciso encontrar uma forma de capturar e fixar a imagem refletida pela câmera escura. É nesse contexto de busca que se destaca o trabalho de pesquisa de Nicéphore Nièpce. Ele conseguiu fixar a imagem em uma placa sensibilizada a partir de produtos químicos, sendo atribuído a ele a produção da primeira fotografia.

        A partir da invenção da fotografia, a técnica fotográfica é difundida pelo mundo. Aos poucos o invento vai se popularizando. [...]  

        Uma outra pessoa que assume importante papel para a História da fotografia é Antoine Hercules Romuald Florence. Ele é um dos pioneiros da fotografia no Brasil e contribuiu muito para o desenvolvimento da técnica fotográfica no mundo. Em 1833, Florence, usando uma câmera escura com uma chapa de vidro, usou um papel sensibilizado para a impressão de uma fotografia por contato. Embora totalmente isolado e sem conhecimento das pesquisas que estavam sendo realizadas na Europa, [...] Florence obteve o resultado fotográfico, que chamou pela primeira vez de ''Photografie''. O nome fotografia foi usado pela primeira vez por Florence, adotado cinco anos depois pelos pesquisadores europeus. Pela descoberta, Florence é considerado um dos pioneiros na Fotografia, embora sem reconhecimento da comunidade científica mundial da sua época. Em 1976, a pedido do fotógrafo e Historiador Boris Kossoy, químicos dos Estados Unidos repetiram as experiências realizadas por Florence descritas em seu manuscrito e provaram a história que ainda é pouca conhecida no Brasil. Hoje Florence é citado nas bibliografias internacionais como uns dos pais da fotografia, reconhecimento que demorou mais de um século para acontecer. 

Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2013_unioeste_hist_pdp_gilson_de_amorin.pdf. Acesso em: 6 maio 2019.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 9º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 182.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a invenção considerada o marco inicial da fotografia e em que ano ela se materializou?

      A invenção da fotografia se materializou em 1826 por Nicéphore Nièpce. Este evento é considerado o resultado final de um longo processo de experiências que começou com o conhecimento da câmera escura na Antiguidade.

02 – Qual foi o papel da câmera escura no desenvolvimento da fotografia e quando seu uso já era conhecido?

      A câmera escura foi fundamental por permitir o mecanismo de reflexão de imagens. O conhecimento e o uso dessa técnica já existiam na Antiguidade, com referências entre os gregos, chineses, árabes, assírios e babilônios, muito antes da invenção da fotografia.

03 – De que forma Nicéphore Nièpce conseguiu produzir a primeira fotografia?

      Nicéphore Nièpce conseguiu fixar a imagem refletida pela câmera escura em uma placa sensibilizada a partir de produtos químicos. Essa conquista é o que lhe atribui a produção da primeira fotografia.

04 – Qual foi a principal dificuldade que a câmera escura apresentava e que a pesquisa subsequente buscou resolver?

      A principal dificuldade era que, embora a câmera escura produzisse imagens da realidade, era preciso encontrar uma forma de capturar e fixar de maneira permanente a imagem refletida.

05 – Quem é Antoine Hercules Romuald Florence e qual seu papel na História da Fotografia no Brasil e no mundo?

      Antoine Hercules Romuald Florence é um dos pioneiros da fotografia no Brasil e contribuiu para o desenvolvimento da técnica fotográfica no mundo. Isoladamente, em 1833, ele conseguiu resultados fotográficos (impressão por contato) e usou pela primeira vez o termo "Photografie" (fotografia).

06 – Por que o trabalho de Florence demorou a ser reconhecido pela comunidade científica mundial da sua época?

      Florence trabalhava totalmente isolado e sem conhecimento das pesquisas que estavam sendo realizadas na Europa. Por conta disso, ele não teve o reconhecimento da comunidade científica mundial em sua época, sendo considerado um pioneiro com reconhecimento tardio.

07 – Como o trabalho de Antoine Hercules Romuald Florence foi, finalmente, comprovado e reconhecido?

      O trabalho de Florence foi comprovado em 1976, quando químicos dos Estados Unidos, a pedido do fotógrafo e historiador Boris Kossoy, repetiram as experiências descritas no manuscrito de Florence e provaram sua história. Hoje, ele é citado em bibliografias internacionais como um dos pais da fotografia.

 

CONTO: LIVRO - EU TE LENDO - FRAGMENTO - LYGIA BOJUNGA NUNES - COM GABARITO

 Conto: LIVRO – eu te lendo – Fragmento

            Lygia Bojunga Nunes

        [...]

        Eu tinha sete anos quando ganhei de presente um livro do Monteiro Lobato chamado Reinações de Narizinho. Um livro grosso assim. Só de olhar pra ele eu me senti exausta. Dei um dos muito obrigada mais sem convicção da minha vida, sumi com o livro num canto do armário, e voltei pras minhas histórias em quadrinho.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb2AkXgTgfe7JNfr8ge9F5wx-AyOUuD5cUKp8CrXXym3Q7fTQpU3JfAwNyMyHa0K_elrAlfVdV_nKToyPOr55sVx_Y_0CGhoUeZLU-EpTW4Qfpw2JiG8Dk4tp-8oe_Oa0xIlH3t7rVLqRTpZUeMh9awa5shVWEIcqDpX0LlfoqB_A3iEUkW8mlmD6s08Q/s320/nARIZINHO.jpg


        Eu estava superfresquinha de recém ter aprendido a ler, e andava às voltas com história em quadrinho. Era um pessoal legal, eu gostava deles, mas, sei lá! era uma gente tão diferente da gente. Eles moravam nuns lugares que eu nunca tinha ouvido falar; eles tinham cada nome tão estranho (às vezes até acabando com h!), como é? como é mesmo que se diz esse Flash? Flachi? Flachi Gordon? E se eu contava, por exemplo, eu hoje li que o Mandrake perdeu a cartola, tinha sempre alguém por perto aprendendo inglês pra querer mostrar que sabia mais que eu: não é assim que se diz, sua boba, é Mandreike.

        [...]

        E aí o meu tio, que tinha me dado Reinações de Narizinho (e que era um tio que eu adorava), chegou lá em casa e quis saber, então? gostou do livro? Eu fiz uma cara meio vaga.

        Passados uns tempos ele me cobrou outra vez, como é? já leu? Não tinha outro jeito: tirei o livro do armário, tirei a poeira do livro, tirei a coragem não sei de onde, e comecei a ler: "Numa casinha branca, lá no sítio do Picapau Amarelo..." E quando cheguei no fim do livro eu comecei tudo de novo, numa casinha branca lá no sítio do Picapau Amarelo, e fui indo toda a vida outra vez, voltando atrás num capítulo, revisitando outro, lendo de trás pra frente, e aquela gente toda do sítio do Picapau Amarelo começou a virar a minha gente.

        Muito especialmente uma boneca de pano chamada Emília, que fazia e dizia tudo que vinha na cabeça dela. A Emília me deslumbrava! nossa, como é que ela teve coragem de dizer isso? ah, eu vou fazer isso também!

        Mas longe de imaginar que eu estava vivendo o meu primeiro caso de amor.

        [...]

        Esse acordar da imaginação começou a mudar tudo. De repente, já não me bastava cantar junto a música que tocava no rádio só repetindo as palavras e mais nada. Eu me lembro de uma música que eu cantava sempre, e que falava numa tal Maria abrindo a janela numa manhã de sol e laralalá não sei o quê, mas que, agora, eu cantava querendo imaginar a janela: era verde? tinha veneziana? E a Maria como é que era? ela era gorda, ela era magra, ela tinha uma franja assim feito eu?

        Na hora de pular amarelinha, a pedra que eu ia jogar já ficava no ar; a minha imaginação imaginando: e se em vez de jogar a pedra assim, eu jogo ela assim?

        Mas o que a minha imaginação queria mesmo era voltar pr’aquele mundo encantado que o Lobato tinha criado, e ficar imaginando o tamanho e a cor da pedrinha que a Emília tinha engolido (e que não era pedrinha coisa nenhuma, era uma pílula falante); e ficar imaginando que jeito eu ia dar pra me encontrar com a Dona Aranha costureira, que tinha feito o vestido de casamento da Narizinho, e pedir pra, na hora do meu casamento, ela fazer o meu vestido também.

        [...]

BOJUNGA, Lygia. Livro – eu te lendo. Disponível em: www.ibbycompostela2010.org/descarregas/cp/Cp_IBBY2010_3-po.pdf. Acesso em: 20 jul. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 16.

Entendendo o conto:

01 – Qual foi a reação inicial da narradora ao ganhar o livro "Reinações de Narizinho" e por que ela teve essa reação?

      A reação inicial da narradora, aos sete anos, foi de falta de convicção e exaustão só de olhar para o livro, que era "grosso assim". Ela o considerou tão desanimador que o escondeu "num canto do armário" e preferiu continuar lendo suas histórias em quadrinho.

02 – O que a narradora achava diferente ou problemático nas histórias em quadrinhos que ela lia, mesmo gostando delas?

      Ela gostava dos personagens, mas sentia que eram "tão diferentes da gente". Eles moravam em lugares que ela nunca tinha ouvido falar e tinham nomes estranhos (muitas vezes terminando com H), como Flash Gordon (que ela tentava pronunciar como Flachi). Além disso, havia a interferência de outras pessoas que corrigiam a pronúncia dos nomes em inglês, como Mandrake (Mandreike).

03 – O que motivou a narradora a finalmente começar a ler o livro de Monteiro Lobato e como a leitura a impactou?

      Ela foi motivada pela cobrança insistente do seu tio (que ela adorava) que havia dado o livro. O impacto foi profundo: após terminar a leitura da primeira vez, ela começou tudo de novo, lendo e relendo trechos, o que fez com que "aquela gente toda do sítio do Picapau Amarelo começou a virar a minha gente."

04 – Qual personagem do Sítio do Picapau Amarelo deslumbrou a narradora e qual característica dessa personagem a inspirou?

      A personagem que a deslumbrou foi a boneca de pano Emília. A característica que a inspirou foi o fato de Emília fazer e dizer tudo que vinha na cabeça dela. A narradora se perguntava: "nossa, como é que ela teve coragem de dizer isso? ah, eu vou fazer isso também!".

05 – De que forma a leitura do livro de Monteiro Lobato "acordou" a imaginação da narradora e mudou sua percepção de outras atividades?

      O "acordar da imaginação" começou a mudar tudo. Em vez de apenas repetir palavras ao cantar músicas no rádio, ela passava a imaginar os detalhes da cena (ex: se a janela era verde, se Maria era gorda ou magra). Além disso, na hora de pular amarelinha, ela ficava imaginando possibilidades diferentes para o movimento da pedra, transportando a imaginação para o cotidiano.

 

CRÔNICA: PARA ONDE VÃO OS VAGA-LUMES? - FRAGMENTO - DOMINGOS PELLEGRINI - COM GABARITO

 Crônica: Para onde vão os vaga-lumes? – Fragmento

             Domingos Pellegrini

 – Vô, para onde vão os vaga-lumes?

– Boa pergunta, hein?

– Então responde, vô: eles ficam aí piscando quando anoitece, depois desaparecem. Vão para onde?

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg85PGxYw9ebYsV0VSPkVGyQ3wsOvtjuftJYHs6PhclVZhS5O0x-zbueRh_KOrE4YPpS_re2yoU7rUj68p_9q6qg1tFwxHNgHS5nvTribv4ReGqSJpE7vZ72-yusuhBq_Lisk5R9CjnXfVBwK-2Hl7hAP-QF9hh4cx2hb0syrj100M3-7vLM1exsXAeEnE/s320/VAGALUME.jpg

– E como é que vou saber? Se eles falassem, eu pegava um e perguntava, mas...

– É que você sabe tanta coisa, né, vô... Pensei que soubesse pra onde vão os vaga-lumes e por que bem-te-vi canta triste.

– Bem-te-vi canta triste, você acha? Se é verdade, também não sei por quê.

– Então você também não deve saber por que minhoca não tem cabelo, né?

– Isso dá pra presumir, né: como vive debaixo da terra, cabelo pra quê?

– Então você tá bem desprotegido, né? Por falar nisso, vô, por que mulher não fica careca?

– Pela mesma razão que homem não tem seios. Satisfeito?

– Mais ou menos... Mas acho que, se você não sabe pra onde vão os pirililampos, pelo menos deve saber por que cai estrela cadente. É por cansaço?

 

PELLEGRINI, Domingos. Para onde vão os vaga-lumes? In: Crônica brasileira contemporânea. São Paulo: Salamandra, 2005, p. 206-207. Fragmento.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 9º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 19-20.

Entendendo a crônica:

 01 – Qual é a pergunta central e inicial feita pelo neto ao avô, que dá o título ao fragmento da crônica?

      A pergunta central é: "Vô, para onde vão os vaga-lumes?"

 02 – Por que o neto esperava que o avô soubesse a resposta para onde vão os vaga-lumes e por que o bem-te-vi canta triste?

      O neto esperava isso porque, em suas palavras, o avô "sabe tanta coisa".

03 – Qual a única pergunta que o avô consegue responder com uma presunção lógica, e qual a explicação dada por ele?

      A pergunta é: "por que minhoca não tem cabelo". A explicação do avô é que, como a minhoca vive debaixo da terra, não há necessidade de ter cabelo.

04 – Que tipo de comparação o avô utiliza para responder à pergunta do neto sobre o motivo de as mulheres não ficarem carecas?

      O avô usa uma comparação biológica direta: "Pela mesma razão que homem não tem seios".

05 – Qual é a última curiosidade levantada pelo neto no final do fragmento, e qual hipótese ele sugere para o fenômeno?

      A última curiosidade é "por que cai estrela cadente". A hipótese que ele sugere é se a estrela cai "por cansaço".