sábado, 12 de fevereiro de 2022

RESENHA: SHERAZADE E AS MIL E UMA NOITES - JÚLIA DIAS CARNEIRO - CIÊNCIA HOJE PARA CRIANÇAS - COM GABARITO

 Resenha: SHERAZADE E AS MIL E UMA NOITES

       Veja como surgiram e o que contam as mais deslumbrantes histórias do mundo árabe!

        Prepare o coração: a viagem que começa agora vai te levar às alturas num meio de transporte nada comum — o tapete mágico! E olha que isso é só o começo. Durante as mil e uma noites que temos pela frente, veremos rainhas e sultões, gênios e monstros, lutas e intrigas, tudo em clima de muita magia, beleza e mistério! Ainda vamos encontrar velhos amigos, como Aladim, Ali-babá e até os quarenta ladrões! Ficou curioso? Então é hora de conhecer As mil e uma noites, livro que reúne as histórias mais deslumbrantes do mundo árabe.

        Tudo começa com a história do rei Shariar. Ele descobre que está sendo traído pela esposa, que tem um servo como amante, e, enfurecido, mata os dois. Depois, toma uma decisão terrível: a cada noite, vai se casar com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenar sua execução, para nunca mais ser traído. Assim procede por três anos, causando medo e lamentações em todo o reino. Um dia, a filha mais velha do primeiro-ministro do rei, a bela e sábia Sherazade, diz ao pai que tem um plano para acabar com a barbaridade do rei. Para aplicá-lo, porém, ela precisa casar-se com ele. Horrorizado, o pai tenta convencer a filha a desistir da idéia, mas Sherazade estava decidida a acabar de vez com a maldição que aterrorizava a cidade.

        Quando chega a noite de núpcias, sua irmã mais nova, Duniazade, faz o que sua Sherazade havia pedido. Vai de madrugada até o quarto dos recém-casados e, chorando, pede para ouvir uma das fabulosas histórias que a irmã conhece. Sherazade começa então a narrar uma intrigante história que cativa a atenção do rei, mas não tem tempo de acabar antes do amanhecer. Curioso para saber o fim do conto, Shariar concede-lhe mais um dia de vida. Mal sabe ele que essa seria a primeira de mil e uma noites! As histórias de Sherazade, uma mais envolvente que a outra, são sempre interrompidas na parte mais interessante.

        Assim, dia após dia, sua morte vai sendo adiada.

        Você deve estar pensando que Sherazade tinha um baita repertório de histórias para contar, né? Bem, por mais fértil que fosse sua imaginação, seria impossível inventar tanta coisa ou ler tantos livros! Na verdade, a forma como Sherazade aprendeu todos esses contos explica também outro mistério da obra: ela não tem autor! Parece estranho, mas a explicação é simples: as histórias de as mil e uma noites eram contadas de uma pessoa para outra, estavam na boca do povo! Ninguém sabe quem as inventou; fazem parte da tradição oral do povo árabe, com seus contadores de histórias que reuniam multidões na ruas e mercados.

        Não se sabe ao certo quando os contos foram passados para o papel. A primeira versão do livro, Mil contos, surgiu na Pérsia (atual Irã, onde se passa a história de Sherazade) por volta do século 10. O nome que conhecemos só veio depois, com os árabes. Muito supersticiosos, eles acreditavam que números redondos atraíam coisas ruins. Passaram o nome então para As mil e uma noites. Porém, como o original do livro nunca foi encontrado, há versões diferentes para a história de Sherazade. O final, no entanto, é sempre o mesmo...

        [...]

Júlia Dias Carneiro. Ciência hoje das crianças on-line, 12 dez. 2001. Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/roteiropedagogico/recursometod/3665_sherazade.PDF. Acesso em: 15 fev. 2012.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 3ª edição São Paulo 201 p. 149-151.

Entendendo a resenha:

 01 – O texto reproduzido é uma resenha. Nesse tipo de gênero textual é comum encontrarmos, além de uma análise crítica, um resumo da obra.

a)   Essa resenha é a crítica literária de que obra?

Do livro As mil e uma noites.

b)   Que trecho do livro está resumido na resenha?

A história de Sherazade.

c)   Onde esse texto foi publicado?

Na revista Ciência hoje das crianças on-line.

d)   Qual é a intenção do texto?

A intenção é a de divulgar o livro e, para isso, chama atenção do leitor para a personagem protagonista, resumindo sua história.

02 – Compare o tempo verbal empregado na resenha com o empregado no conto “Os dois pequenos e a bruxa”: são os meninos? Por que?

      No conto “Os dois pequenos e a bruxa”, que é uma narrativa integral, o verbo usado é o pretérito. Na resenha, emprega-se o tempo presente quando o autor faz críticas sobre a obra, As mil e uma noites, e emprega-se o pretérito na narrativa da história de Sherazade, por exemplo.

03 – Quem escreveu a resenha sobre a história de Sherazade é a autora da história? Explique.

      Não, quem escreveu a resenha foi Júlia Dias Carneiro, uma crítica literária, que escreve para a revista na qual o texto foi publicado.

04 – Como a jornalista inicia a resenha?

      A jornalista inicia a resenha chamando a atenção do leitor para o que vai contar e, em seguida, menciona outros contos que fazem parte de uma obra como aquela, e destaca a personagem protagonista da trama.

·        Qual é a finalidade dessa introdução?

É chamar a atenção do leitor e atraí-lo para a leitura do restante da resenha.

05 – Faça um quadro a seguir em seu caderno e complete-o com os dados da história.

·        Razão que leva Sherazade a se casar.

Ela tem um plano para acabar coma maldade do rei, que mata todas as mulheres com as quais casa.

·        Conflito principal vivido pela personagem.

Ter de escapar da morte que a aguardava.

·        Estratégia de defesa usada pela personagem.

Contar histórias para o rei e interrompê-las na parte mais interessante da narrativa.

·        Solução do conflito e desfecho.

O rei se encanta com as histórias que se prolongam por muito tempo.

06 – Suponha que, em vez de contar histórias, Sherazade defendesse suas ideias a respeito das atitudes do rei e pedisse a ele para não morrer. Você acha que essa estratégia teria sido eficaz? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Só pelo fato de ser mulher já não tinha a confiança do rei, que também já devia ter ouvido esses argumentos de muitas pessoas.

07 – Existem outras situações em que argumentar oralmente sobre um ponto de vista pode não ser a melhor escolha? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

08 – Que meios podem ser empregados para quem quer expor suas ideias e defende-las?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Expressar-se oralmente, expondo seu ponto de vista e as razões que o levam a defende-lo, ou manifestar-se por escrito.

 

PROPAGANDA: CRIANÇAS NO BANCO DA FRENTE? SÓ DEPOIS DOS 10 ANOS E COM CINTO - MINISTÉRIO DO TURISMO - COM GABARITO

 Propaganda: Crianças no banco da frente? Só depois dos 10 anos e com cinto.

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi09Bjbs42PXQCwaESsOsgFGg73E-VGOtgUdcdakuZlLyvEGND9D_707b59IFnzIKBysbgQTm2uBl0BfaTHsswGCSJL5JeCvy-fr8QIpkV3wGJt3GD9DDy4lul92u-UITTAgF4fA_3bDm7DaycSbtK0arjHKHWUGge-4uTUdZiCKXh5HNw3BI1-9rLj=s269

AJUDE A SALVAR NOSSAS CRIANÇAS. CUIDE DELAS NO TRÂNSITO.

        Todos os anos, mas de mil crianças morrem em acidentes no trânsito. Precisamos fazer alguma coisa. No carro, crianças até sete anos têm que estar em uma cadeirinha especial e as de sete a dez anos, no banco de trás e com cinto. Ao atravessar a rua, olha para os dois lados, respeite a sinalização e segure a criança pelo pulso. Além disso, não deixe as crianças brincarem perto de ruas. Os lugares seguros são parques, praças e quadras fechadas, sempre com a presença de um adulto. Com a ajuda de todos, um grande problema pode ter uma simples solução.

Brasil. Ministério do Turismo, 2012.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 3ª edição São Paulo 201 p. 111.

Entendendo a propaganda:

01 – Como podemos interpretar a imagem do anúncio?

      O anúncio mostra uma moça, caracterizada como Branca de Neve, personagem do universo infantil, apresentando uma mensagem para a segurança no transporte de crianças no trânsito.

02 – Qual é a finalidade do anúncio?

      Conscientizar os adultos sobre a necessidade de não transportar crianças com menos de dez anos no banco da frente dos automóveis, e também não transportar crianças com mais de dez anos no banco da frente sem cinto de segurança.

03 – Releia este trecho do anúncio: “Todos os anos, mais de mil crianças morrem em acidentes [...]”. Que preposições aparecem nessa frase?

      “De”; “em”.

04 – Chamamos de contração a junção da preposição com palavras de outras classes gramaticais. Retire da chamada, ou seja, do título do anúncio três contrações e explique como foram formadas.

      No: em (preposição) + o (artigo); da: de (preposição) + a (artigo); dos: de (preposição) + os.



NOTÍCIA: MAURÍCIO DE SOUSA PROMETE LANÇAR PERSONAGEM NEYMAR EM BREVE - FOLHA DE S.PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Maurício de Sousa promete lançar personagem Neymar em breve

Mauricio de Sousa/Divulgação

Pelezinho, Ronaldinho e Ronaldo, personagens de Maurício de Sousa, que agora lançará Neymar.

        Maurício de Sousa prometeu lançar o personagem Neymar “nos próximos dias”.

        O criador da Turma da Mônica fez a revelação durante um jantar em sua homenagem ontem, na casa do presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), Synesio Batista da Costa.

        Inspirado no craque do Santos, o personagem está sendo negociado com países como China, Japão e Indonésia, segundo a assessoria de Sousa.

        O cartunista, que já criou mais de 200 personagens, também faz campanha para que Pelezinho seja o mascote extra-oficial da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Folha de S.Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1061701-mauricio-de-sousa-promete-lancar-personagem-neymar-em-breve.shtml. Acesso em: 14 mar. 2012.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 3ª edição São Paulo 201 p. 79-80.

Entendendo a notícia:

01 – Releia o olho da notícia:

                Maurício de Sousa prometeu lançar o personagem Neymar “nos próximos dias”.

a)   Que fato é anunciado?

Neymar será lançado como personagem de Maurício de Sousa.

b)   Por que provavelmente o jornalista usou aspas na expressão “nos próximos dias”?

O jornalista provavelmente reproduziu a fala de Maurício de Sousa.

02 – Releia e compare o olho ao título da notícia.

        Maurício de Sousa prometeu lançar o personagem Neymar “nos próximos dias”.

        Maurício de Sousa promete lançar personagem Neymar em breve.

a)   Que diferença é possível perceber em relação ao uso do tempo verbal?

Na manchete foi usado o presente do indicativo, enquanto no olho foi usado o pretérito perfeito.

b)   Qual dos dois termos, “em breve” ou “nos próximos dias”, transmite a ideia de que a promessa de Maurício está mais próxima de acontecer?

“Nos próximos dias”.

03 – Para retomar o termo Maurício de Sousa, o jornalista fez uso de algumas palavras substitutas evitando repetições. Que termos foram usados?

      O criador da Turma da Mônica, O cartunista.

04 – Releia o último parágrafo:

        “O cartunista, que já criou mais de 200 personagens, também faz campanha para que Pelezinho seja o mascote extra-oficial da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.”

a)   Essa informação está relacionada ao assunto principal do texto? Explique.

A informação desse parágrafo é um novo fato, relaciona-se a outro personagem de Maurício de Sousa, Pelezinho.

b)   Qual é a ideia principal desse parágrafo?

A campanha para que Pelezinho seja o mascote extra-oficial da Copa de 2014.

05 – Em sua opinião, por que Maurício de Sousa escolheu Neymar para ser nova personagem?

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

ROMANCE: RUMO AO SOL - TICH NHÂT HANH - COM GABARITO

 Romance: Rumo ao sol

                  Tich Nhât Hanh

        T’ô para de tocar flauta. Ela sabe que começou a chorar. Uma lágrima corre ao longo da face, contorna os lábios e penetra na boca: ela sente o gosto salgado desta lágrima. A menina coloca a flauta no colo, levanta o canto de sua camisa bába e enxuga as lágrimas. Ela sorri para ela mesma.

        Os bosques são tão frescos de manhã. T’ô escuta o murmúrio das folhas que tremulam e que acenam para ela. Sabe que, se não fosse cega, teria apenas de erguer os olhos a fim de ver as folhas que tremulam e que acenam para ela. É primavera: as folhas estão verdes e amarelas e o sol de abril, passando através delas, passando através delas, chega aos olhos de T’ô. Sabe também que, embora cega, o raio de sol suave e benfazejo de certo modo consegue atingir seus olhos. Entretanto, parece que ela realmente esqueceu como as folhas podem ser verdes desde que ficou cega, há seis anos. Ela pode também ter esquecido os traços e expressões exatas do rosto do pai, pois fazem agora dois anos que ele morreu.

        T’ô só se lembra claramente dos traços da mãe, porque cada noite, antes de dormir, levanta a mão e toca seu rosto. Ela passa a mão neste rosto como se quisesse descobrir e redescobrir seus traços, como se quisesse aprender ainda e sempre a mesma lição para nunca esquecer uma só linha do rosto daquela que lhe é a pessoa mais querida do mundo. Ela descobriu também que os traços do rosto da mãe se enrugavam à medida que passavam os dias.

        T’ô mal tem nove anos, mas toca flauta muito bem. Foi o pai que lhe ensinou como tocar. Ele era lenhador e viviam na orla da floresta. T’ô era uma menininha feliz. La à escola na Aldeia de Cima. Cada manhã, saía com o pai e se despediam no ponto onde a estrada da montanha se bifurcava no pé da colina. O pai de T’ô, com a machadinha no ombro, continuava a subir rumo à floresta mais densa, enquanto T’ô seguia uma senda familiar e atravessava duas outras colinas, antes de chegar finalmente à escola da Aldeia. Debaixo do braço, carregava uma pasta de madeira que continha seu caderno, sua caneta, lápis e borracha e uma flauta de bambu que ela mesma tinha feito, ajudada pelo pai. [...]

        T’ô voltava da escola lá pelas duas horas. A mãe lhe servia o almoço. Às quatro, o pai aparecia com um carregamento de lenha nas costa. [...].

        A casa deles, pequena e de madeira, era construída no flanco da colina, abaixo da floresta. A cerca de trezentos metros corria um riacho que saía da parte de baixo da colina. T’ô gostava muito de brincar à beira deste riacho. Algumas vezes colhia estranhas e belas flores do campo das quais ignorava os nomes.

        Foi então que o pai de T’ô morreu. Ele tinha sido obrigado a partir para a guerra. Esteve soldado durante menos de um ano antes de ser morto. Quando chegou a notícia, a mãe de T’ô se desesperou e chorou como nunca havia feito antes. T’ô só tinha sete anos e não sabia todo o significado da morte. Mas quando viu a sua mãe rolar na cama soltando gritos desesperados, ela também sentiu a mesma dor, ajoelhou-se e abraçou. Mãe e filha amparavam-se mutuamente. Foi então, só então, que T’ô se deu conta de que o pai nunca mais voltaria. Ele estava morto. Tinha morrido como aquele passarinho que um dia ela tinha visto na margem do riacho. Ele não mexia mais: jazia inerte, não ouvindo e nem vendo mais nada. O passarinho tinha voltado a ser terra. Lembrando-se do passarinho, T’ô pensou que agora sabia o que tinha acontecido ao pai e ficou muito triste. E esta tristeza espalhou-se no seu coração e no seu espírito. Seu pai tinha morrido: tinha se decomposto para virar solo, terra. Nunca mais voltaria de tarde com a carga de lenha. Não iria mais brincar com ela na orla da floresta ou na margem do riacho. Nunca mais falaria com ela, não a levantaria mais nos braços, não a olharia mais nos olhos. T’ô estava muito triste. E quanto mais passavam os dias, mais profunda ficava sua tristeza.

        [...]

        E era enquanto tocava flauta que T’ô sentia uma profunda tristeza. Essa tristeza era como um caranguejo, com fortes pinças que se agarravam nela e a feriam. Após um momento, parava de tocar as músicas que o pai lhe tinha ensinado e inventava outras. Com o correr do tempo, inventava cada vez mis músicas. Era reconfortante tocar novas melodias. Seu coração se libertava das garras do caranguejo. De fato, às vezes ela chorava quando estava só, mas as lágrimas a tornavam mais leve e a aliviavam. Ela imaginava que suas lágrimas descarregavam seu coração, pois quanto mais chorava, mais leve ele se tornava e menos dor ela sentia.

Tich Nhât Hanh. Flamboyant em chama. Petrópolis: Vozes, 1989.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 3ª edição São Paulo 201 p. 46-9.

Entendendo o romance:

01 – Que sentimentos esse texto despertou em você?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Como você imagina T’ô? O que o texto diz dobre ela?

      T’ô era uma menina com aproximadamente 9 anos, cega, que tocava flauta muito bem, gostava de brincar à beira de um riacho e colher flores. Sofreu muito com a morte do pai. Reconfortava-se tocando flauta, e inventar músicas fazia com que se sentisse livre da tristeza.

03 – Como é o lugar onde se passa a história? Descreva-o.

      A história se passa no bosque de uma colina, um local próximo a uma floresta.

04 – Qual foi a causa da morte do pai de T’ô?

      Ele morreu na guerra.

05 – Transcreva do texto um trecho descritivo.

      Sugestão: “Debaixo do braço, carregava uma pasta de madeira que continha seu caderno, sua caneta, lápis e borracha e uma flauta de bambu [...]”; “A casa deles, pequena e de madeira, era construída no flanco da colina, abaixo da floresta. A cerca de trezentos metros corria um riacho que saía da parte de baixo da colina.”

06 – Explique o sentido das frases a seguir.

a)   “Essa tristeza era como um caranguejo, com fortes pinças que se agarravam nela e a feriam.”

O autor usa uma imagem para descrever a tristeza que agredia a menina, provocando dor, assim como ocorre com as pinças do caranguejo agarrando e ferindo. O fato de a tristeza estar agarrada a T’ô significa que a tristeza permanecia sempre com ela, era constante.

b)   “Seu coração se libertava das garras do caranguejo.”

A menina se desvencilhava da tristeza.

07 – Releia o trecho a seguir.

        “[...]T’ô se deu conta de que o pai nunca mais voltaria. Ele estava morto. Tinha morrido como aquele passarinho que um dia ela tinha visto na margem do riacho. Ele não mexia mais: jazia inerte, não ouvindo e nem vendo mais nada. O passarinho tinha voltado a ser terra.”

a)   A que T’ô compara a morte de seu pai?

À morte de um passarinho que um dia tinha visto na margem de um riacho.

b)   O que T’ô quis dizer ao fazer essa comparação?

T’ô quis dizer que o pai, assim como o passarinho, tinha deixado de existir; agora “fazia parte da terra”, “não mexi mais; jazia inerte, não ouvindo e nem vendo mais nada”.

08 – Que títulos você daria para cada parágrafo do texto, considerando as ideias predominantes em cada um deles?

a)   Parágrafo 1 – As lágrimas de T’ô.

b)   Parágrafo 2 – Contato com a natureza.

c)   Parágrafo 3 – Lembranças da mãe.

d)   Parágrafo 4 – Dois caminhos: para a escola, para o trabalho.

e)   Parágrafo 5 – Rotina da tarde.

f)    Parágrafo 6 – O lugar da casa.

g)   Parágrafo 7 – A morte do pai.

h)   Parágrafo 8 – Tristeza e conforto.

09 – Releia estes trechos do texto.

        Trecho 1

        “A casa deles, pequena e de madeira, era construída no flanco da colina, abaixo da floresta.”

        Trecho 2

        “Foi então, só então, que T’ô se deu conta de que o pai nunca mais voltaria. Ele estava morto. Tinha morrido como aquele passarinho que um dia ela tinha visto na margem do riacho. Ele não mexia mais: jazia inerte, não ouvindo e nem vendo mais nada. O passarinho tinha voltado a ser terra. Lembrando-se do passarinho, T’ô pensou que agora sabia o que tinha acontecido ao pai e ficou muito triste.”

a)   Sobre que assuntos o narrador fala nos trechos 1 e 2?

No trecho 1, sobre a casa de T’ô; no trecho 2, sobre a morte do pai da menina.

b)   Leia estas afirmações e identifique a que trechos elas correspondem.

I – Em um dos trechos há uma comparação.

A afirmação corresponde ao trecho 2.

II – Um dos trechos não apresenta nenhuma comparação.

A afirmação corresponde ao trecho 1.

c)   Identifique a frase em que se estabelece a comparação e transcreva-a em seu caderno.

Tinha morrido como aquele passarinho que um dia ela tinha visto na margens do riacho.

d)   Que palavra é responsável pela comparação entre dois elementos diferentes?

A palavra como.

10 – Leia novamente um dos exemplos citados, observando a palavra que estabelece a comparação.

        A morte é como um filme que parou de repente.

·        Agora, observe a construção de outra frase sem o uso do elemento comparativo.

A morte é um filme que parou de repente.

a)   É possível afirmar que nas duas frases a morte é comparada a um filme?

         Sim.

b)   Qual é a diferença entre as maneiras de fazer essa comparação?

Na primeira foi usado o elemento comparativo (como); na segunda não.

c)   Por quais palavras do quadro a seguir é possível substituir a palavra como para realizar a comparação?

Semelhante a – tanto – que nem igual atal qual – muito mais.

 

 

 

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

CONTO: O BAILE DO CAIXEIRO VIAJANTE - REGINALDO PRANDI - COM GABARITO

 CONTO: O BAILE DO CAIXEIRO VIAJANTE

                Reginaldo Prandi

  Sábado é dia de baile, tanto na roça quanto na cidade.

  Numa cidade pequena do interior o baile é sempre um grande acontecimento. Melhor situação para namorar e para arranjar namorado não tem.

          O sábado é um dia muito propício para o nascimento de grandes amores. Pois foi num baile de sábado que o moço de fora apaixonou-se por uma donzela da terra. Foi mais ou menos assim que aconteceu.

          Leôncio, sim, era esse o seu nome. Conheço bem sua incrível história de amor.

          Leôncio era um caixeiro-viajante da capital e vinha à cidade uma vez por mês prover de mercadorias as vendas do lugar. Ia e voltava no mesmo dia, mas houve algum problema com sua condução e daquela vez ele teve que dormir na cidade.

         Cidade pequena, sem muitos atrativos, o que se poderia fazer à noite para distração?

         Era dia de baile na cidade, um sábado especial, e uma orquestra de fora tinha sido contratada.

         O moço do hotel que servia o jantar comentou:

         — Seu Leôncio, este baile o senhor não pode perder.

          E não podia mesmo, mal sabia ele.

          Leôncio mandou passar o terno e foi ao baile.

          Gostava de dançar, sabia até dar uns bons passos, mas era tímido, relutava em tirar as moças.

          Passou boa parte do tempo de pé, apreciando, bebericando um vermute só para ter o que fazer com as mãos.

          Por volta de meia-noite sentiu que chegava o sono e pensou em se retirar. Foi quando viu Marina entrar no salão. Ficou sabendo depois que seu nome era Marina.

          Marina chegou só e, ao entrar, passou junto a Leôncio. Bem perto dele ela parou e se virou para trás.

         — Oh! Deixei cair minha chave no chão.

          Ela falava consigo mesma, distraída que estava, mas para Leôncio, que tudo ouviu atentamente, suas palavras funcionaram como uma deixa. Ele se abaixou rapidamente, pegou a chave do chão e a estendeu à sua dona.

            Antes que ela dissesse qualquer coisa ele falou:

          — Pode agradecer com uma contradança, senhorita.

          — Marina, meu nome é Marina. Sim, vamos dançar.

          Dançaram aquela contradança e mais outra e outras mais. Dançaram o resto da noite, até o baile terminar.

          Parecia que os dois eram velhos parceiros de dança, tão leves e tão graciosos eram seus passos.

          Leôncio se sentia completamente enlevado, como se o encontro com a bela dançarina fosse um presente enviado pelo céu. Presente que ele nem merecia, chegou a pensar. Agradeceu à providência ter permanecido na cidade. Já nem queria ir embora no dia seguinte.

           Em nenhum momento Marina fez menção de o deixar para encontrar amigos ou conhecidos no salão. Ele tinha a sensação de que ela fora ao baile só por ele, de que era com ele que queria dançar a noite toda.

            Não teria namorado, noivo, marido?

            Muitas paixões chegam enquanto se dança.

            Leôncio apaixonou-se por Marina ao dançar com ela. Então, a orquestra tocou a música de encerramento e o baile acabou, já era alta madrugada. Leôncio insistiu em acompanhar a moça até sua casa. Ela aceitou a companhia, era perto, iriam a pé. Estava frio lá fora, uma fina garoa molhava as calçadas. Na portaria do clube Leôncio pegou a capa que tinha deixado ali guardada. Ele tinha uma capa da qual nunca se separava. Viaja a muitos lugares diferentes, enfrentando os climas mais imprevisíveis. A capa era sempre o abrigo garantido.

            Leôncio ofereceu a capa à companheira para que se protegesse do mau.

         — Para você não se resfriar, faz frio. Ela aceitou, vestiu o sobretudo e os dois foram andando pelas calçadas. Caminhavam de mãos dadas, como namorados, falavam pouco, só o essencial.

            Próximo à saída da cidade, a moça disse ao caixeiro-viajante:

        — Despedimo-nos aqui. E explicou por quê:

        — Não fica bem você ir comigo até onde moro.

       — Está bem, como quiser – ele consentiu. Começando a despir o sobretudo, ela disse:

       — Leve sua capa.

       — Não fique com ela. Está frio. E completou:

       — Depois você me devolve. Era difícil para Leôncio deixar a moça ir, mas havia a possibilidade do amanhã e do futuro todo. Ele propôs, com o coração na mão:

       — Amanhã, às oito da noite, em frente à matriz?

       Ela assentiu e o beijou.

      A garoa fria tinha se transformado em densa neblina, mal se vislumbrava a luz dos postes de iluminação.

       O silêncio reinava soberano.

       Um cão uivou ao longe.

       Leôncio viu Marina desaparecer na bruma da madrugada.      Com as mãos nos bolsos e o corpo retesado pela friagem, o caixeiro retornou ao hotel.

        O dia seguinte foi de grande ansiedade, mas inicialmente a noite chegou para Leôncio. Muito antes da hora marcada lá estava ele em frente à igreja esperando por Marina. Só quando o relógio da matriz bateu doze badaladas Leôncio aceitou com tristeza que ela não viria mais. Temeu que alguma coisa grave tivesse acontecido. Tinha certeza de que ela gostara dele tanto quanto ele gostara dela.

         Alguma coisa grave teria acontecido.

         Ele ia descobrir.

         Era tarde e só restava ir dormir, mas na manhã seguinte, mal se levantou, já foi perguntando pela moça. Na rua, no largo da matriz, em todo lugar, interrogava sobre a moça e nada.

         Estranhamente ninguém sabia dizer quem era ela. Numa cidade pequena todo mundo se conhece, todos sabem da vida de todos, todos se controlam, vigiam-se uns aos outros. A fofoca é cultivada como se fosse uma obrigação, como se representasse um dever cívico.

          Uma linda moça da cidade vai ao baile desacompanhada, dança a noite toda com um desconhecido e ninguém sabe quem ela é?

          Ele continuou perguntando por sua dançarina. Foi aos armazéns e lojas que tinha como clientes, descrevia a moça, dizia seu nome e ninguém sabia dizer quem era a donzela.

        — Aquela com quem dancei ontem a noite toda.

         Ninguém tinha visto.

         Desanimado, voltou para sua hospedagem.

        Então um velho se apresentou, era um empregado do hotel, empregado que Leôncio nunca tinha visto, nem nessa nem em outras estadas na cidade. Era alto, magro e de uma palidez desconcertante.

          O velho empregado do hotel lhe disse:

           — Moço, conheci uma tal Marina igualzinha à sua.

          E completou, baixando a voz respeitosamente:

          — Mas ela está morta, morreu há muito tempo.

         Disse que a moça pereceu num desastre de carro, quando estava fugindo para se casar com um caixeiro-viajante, casamento que a família dela não queria, de jeito nenhum.

          Leôncio ficou chocado com a história, que absurdo! Imaginar que se tratava da mesma pessoa!

           — Nem pensar. Eu a tive nos braços a noite toda! Mas o velho funcionário insistiu:

           — No túmulo dela tem a fotografia, quer ver?

        — Não pode ser, é um disparate, mas quero ver. O velho não se fez de rogado. Em poucos minutos estavam os dois subindo a ladeira que levava ao afastado cemitério da cidade. Com a cabeça girando, cheio de dúvidas e incertezas, Leôncio se perguntava:

         — O que é que eu estou fazendo aqui? Chegaram ao portão do campo-santo e o velho disse a Leôncio que entrasse sozinho. Não gostava de cemitérios, desculpou-se. Explicou como chegar ao túmulo da moça, despediu-se com uma reverência e foi embora.

          Não foi difícil para o caixeiro-viajante encontrar a campa que seu acompanhante descreveu com precisão. A tardinha se fora, escurecia, a noite já caía sobre o cemitério. A neblina voltava a descer e esfriara um pouco.

          Leôncio sentia frio, tremia, mas podia enxergar perfeitamente. Estava de pé diante da tumba. E o retrato da defunta que ali jazia era mesmo o dela. “Aqui descansa em paz Marina, filha querida”, era o que dizia a inscrição em letras de bronze, havia muito tempo enegrecidas, fixadas sobre o mármore gasto da lápide mortuária.

           O olhar aturdido de Leôncio desviou-se do retrato, não queria ver mais o rosto amado aprisionado na pedra pela morte.

           Triste desdita a do viajante, havia mais coisa para ver ali. Uma tragédia nunca se completa sem antes multiplicar o desespero. O olhar de Leôncio subiu em direção à parte alta do sepulcro.

          Na cabeceira do jazigo estava uma peça que lhe era bastante familiar.

          Sentiu um calafrio lhe percorrer a espinha, tinha as pernas bambas, o coração disparado.

          Aproximou-se mais do túmulo para ver melhor.

          Estendida sobre a sepultura, à sua espera, repousava sua inseparável capa.

Entendendo o texto

01.Quais são os personagens principais do texto?

          Leôncio e Marina.

02.Quais os outros personagens que aparecem na história?

O moço do hotel que servia o jantar e um velho que era empregado do hotel.

4) Qual o local onde se passa a história?

     Numa cidade pequena do interior.

5) Em qual espaço acontece o fato mais importante da história?

     Em um baile.

6) Em que tempo acontece este conto?

     a) Em alguns dias.

     b) Apenas numa noite.

     c) Apenas numa madrugada.

Justifique sua resposta copiando o trecho do conto.

    Era dia de baile na cidade, um sábado especial.

7) Por que o texto recebeu este título? Copie do texto um trecho que justifique sua resposta.

    Porque o caixeiro viajante foi a um baile. “Leôncio mandou passar o terno e foi ao baile.”

8) Este conto pode ser classificado em:

a) Conto fantástico.

b) Conto de terror.

c) Conto de mistério.

9) Em qual parte do texto tem o início do conflito no conto? Conflito é a parte que indica algo a ser resolvido. Indique quando ele surge e copie-o.

O conflito surge quando a Marina não comparece ao encontro com o caixeiro.

        “O dia seguinte foi de grande ansiedade, mas inicialmente a noite chegou para Leôncio. Muito antes da hora marcada lá estava ele em frente à igreja esperando por Marina. Só quando o relógio da matriz bateu doze badaladas Leôncio aceitou com tristeza que ela não viria mais.”

O conflito surge quando a Marina não comparece ao encontro com o caixeiro.

  10) Em qual parte do texto temos o clímax? O clímax é a parte mais intensa do conto. Escreva com suas palavras esta parte do texto.

Resposta pessoal.

11) Qual é o desfecho do conto? Desfecho é o final da história. Explique com as suas palavras.

Resposta pessoal.

Fonte: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/gestar/tpportugues/tp4.pdf. Acesso em 27/08/19