sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

HISTÓRIA: ODISSEIA - SAUDADE DE CASA (FRAGMENTO) - ANA MARIA MACHADO - COM GABARITO

 História: Odisseia – Saudade de casa (Fragmento)

              Ana Maria Machado

        Uma súbita brisa soprou. As brisas se reuniram num vento. O vento se contorceu num vendaval veloz, e o vendaval rodopiou até se tornar um frenesi. As ondas faziam malabarismos com os dozes navios de Odisseu: os que eram erguidos pelas cristas e os que eram puxadas para baixo colidiam casco com casco enquanto subiam e desciam. Os tripulantes olharam aterrorizadas para seus companheiros e todos se viram por um momento contra um céu furioso de raios; no instante seguinte, estavam num vale de brilhante água escura e, logo, envoltos em nuvens de espuma. Ergueram os remos, mas foram lentos demais para baixar as velas, que se rasgaram em pedaços. Seus panos foram tão retorcidas pelo vento que os cordões quase estrangulavam os marujos. Duzentas vozes chamaram pelos deuses, e as preces deslizaram como gaivotas sobre o mar tempestuoso. Por nove dias e nove noites, comeram pão empapado e beberam água da chuva, recolhendo-a com as mãos dos porões dos navios.

        -- Terra!

        -- Onde? Você está mentindo!

        -- Lá! Lá!

        -- É uma nuvem!

        -- É um recife!

        -- É uma ilha!

        -- Seremos levados para longe dela!

        -- Seremos arremessados contra ela!

        -- Seremos esmagados!

        -- Seremos salvos – disse Odisseu em voz baixa e calma –, e devemos agradecer aos deuses por isso.

        Era mesmo o caso de agradecer aos deuses. A tempestade cessou num instante, e eles se viram numa praia ensolarada de areias brancas. Dispersos como restos de um naufrágio, os dozes navios estavam virados de lado, enquanto o mar roçava seus ventres bojudos. Os marujos se apinhavam sobre a areia, e a maioria adormeceu.

        -- Podemos sair à procura de comida? – perguntou Euríloco.

        -- Não querem descansar? – disse Odisseu, surpreso.

        -- Tenho mulher e seis filhos à minha espera em casa, e não tenho a intenção de fazê-las esperar mais do que o necessário, capitão. Já fiquei longe por dez anos.

        -- Muito bem. Mas vá com cuidado. Leve só vinte homens com você: não quero que os habitantes da ilha pensem que somos uma força invasora... e não se metam em nenhuma briga.

Homero. Odisseia. Adaptação de Geraldine McCaughrean; apresentação de Ana Maria Machado. São Paulo: Ática, 2010. p. 11 e 12.

         Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 168-9.

Entendendo a história:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Apinhar: unir.

·        Bojudo: arredondado.

·        Empapado: muito molhado.

·        Frenesi: agitação.

·        Roçar: atritar.

02 – Reescreva a frase substituindo as palavras assinaladas por sinônimos. Observe o contexto de uso delas e, se tiver dúvidas, consulte o dicionário.

        “[...] O vento se contorceu num vendaval veloz, e o vendaval rodopiou até se tornar um frenesi. [...]”.

      O vento se contorceu num vendaval rápido (acelerado), e o vendaval girou até se tornar um desvario.

03 – No texto, a tempestade desencadeia uma complicação. Releia a reação dos tripulantes.

        “[...] Os tripulantes olharam aterrorizadas para seus companheiros e todos se viram por um momento contra um céu furioso de raios. [...].”

a)   Como foi a tempestade?

Muito forte.

b)   De que modo o trecho revela isso ao leitor?

A descrição da reação dos tripulantes e do estado do céu mostra a gravidade da tempestade.

c)   O modo como os fatos são narrados cria que efeito no texto? Esse modo de narrar caracteriza qual gênero textual?

Os fatos narrados levam o leitor a envolver-se com os perigos e mistérios da história e o modo de narrar caracteriza o gênero narrativa de aventuras.

04 – Ainda no primeiro parágrafo, observe:

        “Uma súbita brisa soprou. As brisas se reuniram num vento. O vento se contorceu num vendaval veloz, e o vendaval rodopiou até se tornar um frenesi.”

Mostre de que modo os sintagmas nominais foram indicando a progressão da narrativa e mostrando a mudança de uma situação.

      Primeiro, o narrador fala em brisa, depois brisas que formam um vento, depois o vento virou um “vendaval veloz”, que se transformou em um frenesi. Dessa forma, ele mostrou a chegada da tempestade.

05 – Releia o trecho a seguir e responda às questões.

        “[...] Duzentas vozes chamaram pelos deuses, e as preces deslizaram como gaivotas sobre o mar tempestuoso. [...]”.

a)   O determinante no sintagma “duzentas vozes” cria um efeito de sentido na narrativa. Qual seria esse efeito: Exatidão? Exagero? Dúvida? Explique sua resposta.

O determinante duzentas foi usada para dizer que muitas vozes chamaram pelos deuses. Não foram exatamente duzentas vozes, mas o número alto mostra que foram muitos os que chamaram pelos deuses. O efeito é de exagero.

b)   No contexto da narrativa, qual é o sentido da comparação das preces dos marujos com gaivotas que deslizam?

O sentido é dizer que as preces de nada adiantaram, porque o navio foi atingido pela tempestade.

06 – Examine as sequências a seguir, identificando-as como descritivas ou narrativas. Justifique sua resposta.

I – “Uma súbita brisa soprou. As brisas se reuniram num vento. O vento se contorceu num vendaval veloz, e o vendaval rodopiou até se tornar um frenesi. As ondas faziam malabarismos com os dozes navios de Odisseu [...]”.

II – “[...] Ergueram os remos, mas foram lentos demais para baixar as velas, que se rasgaram em pedaços. Seus panos foram tão retorcidas pelo vento que os cordões quase estrangulavam os marujos. Duzentas vozes chamaram pelos deuses, e as preces deslizaram como gaivotas sobre o mar tempestuoso. Por nove dias e nove noites, comeram pão empapado e beberam água da chuva, recolhendo-a com as mãos dos porões dos navios.”

      A sequência I é descritiva, porque apresenta o ambiente, o cenário da aventura. A sequência II é narrativa, porque conta o encadeamento das ações.

07 – Releia o primeiro diálogo do texto.

a)   É possível saber quais personagens falam? Explique.

Com exceção da fala de Odisseu, as falas não são identificadas, é como se todos os marujos estivessem falando.

b)   Que opiniões são dadas? O que as personagens parecem sentir?

Cada tripulante dá uma opinião diferente. Parecem estar ansiosos.

c)   Em que tempo os verbos são usados no diálogo? Que efeito isso cria?

No presente. Parece que a conversa acontecia realmente naquele momento.

08 – Caracterize o texto em relação.

a)   Ao narrador.

O narrador escreve em 3ª pessoa; é um narrador-observador.

b)   À função do diálogo.

No diálogo, aparecem várias vozes de marujos e apenas uma delas é identificada – a de Odisseu. O diálogo torna a narrativa mais viva e verdadeira, porque parece que as personagens estão realmente conversando e comentando o que lhes acontecerá.

c)   À situação final.

A situação final mostra o fim da tempestade e a chegada dos marujos a uma “praia ensolarada de areias brancas”. Tudo termina bem depois da aventura vivida na tempestade.

 

FOTO: LIVRARIA LELLO - COM GABARITO

Foto: Livraria Lello



Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjF1psIJMogpjl5LiEm8XzIdSFK7h_LdqLGHtbsnMWHPOi7gvw_EuNuPxT_C7PGZWn3TEDsrfA85ux3j3rwEyT8RPRma2A4XINVMfluALLnRuepK-CLEBYL-m72Pogvg-zpeypL0rxYl7ZADG4KNxAUJGGucqiSwIPq9SddNg8RjNG0h2IYdMK_dg4E=s365

                        Disponível em: www.portoantigo.org/livraria-lello-bela-livraria-do-mundo. Acesso em: 19 jun. 2018.

         Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 182.

Entendendo a foto:

01 – Você costuma frequentar livrarias ou bibliotecas?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Acha que livrarias acolhedoras e bibliotecas bem equipadas podem estimular a vontade de ler? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Conhece sites ou blogs que falem de livros e de literatura?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Um blog como este ajuda a estimular o gosto pela leitura? Como?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Como você escolhe os livros que quer ler?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Você costuma conversar com seus colegas sobre os livros que leu?

      Resposta pessoal do aluno



sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

TEXTO: A LINGUAGEM DOS BLOGS E AS REDES SOCIAIS VIRTUAIS(FRAGMENTO) - BRUNO OLIVEIRA LOPES - COM GABARITO

 Texto: A linguagem dos blogs e as redes sociais virtuais (Fragmento)

         Bruno Oliveira Lopes

        [...] Blog é concebido como um espaço onde o blogueiro é livre para expressar e discutir o que quiser na atividade da sua escrita, com a escolha de imagens e de sons que compõem o todo do texto veiculado pela internet, através dos posts. Assim, essa ferramenta deixa de ter como única função a exposição de vida e/ou rotina de alguém – como em um diário pessoal, função para a qual serviu inicialmente e que o popularizou, permitindo também que seja um espaço para a discussão de ideias, trocas e divulgação de informações. [...].

        A produção dos blogs requer uma relação de troca, que acaba unindo pessoas em torno de um ponto de interesse comum. A força dos blogs está [...] em possibilitar que qualquer pessoa, sem nenhum conhecimento técnico, publique suas ideias e opiniões na web e que milhões de outras pessoas publiquem comentários sobre o que foi escrito, criando um grande debate aberto a todos.

Bruno Oliveira Lopes. A linguagem dos blogs e as redes sociais virtuais. Monografia de Tecnólogo – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2009. p. 20-21.

          Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 198.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, os blogs tinham, inicialmente, uma função, que se modificou ao longo do tempo.

a)   Qual era a função inicial dessa ferramenta?

Ela servia como um diário pessoal.

b)   Que função tem hoje um blogs?

Serve como espaço de discussão de ideias, troca e divulgação de informações.

02 – Releia o trecho e observe esta passagem: “Assim, essa ferramenta deixa de ter como única função a exposição de vida e/ou rotina de alguém”.

a)   A expressão assinalada retoma qual palavra?

Blog.

b)   Por que o autor do texto usou a expressão, em lugar da palavra que ela retoma?

Para o texto não ficar repetitivo; trata-se de um elemento de coesão textual.

03 – Blog é um termo estrangeiro incorporado à língua portuguesa.

a)   Encontre no texto uma palavra formada de blog.

Blogueiro.

b)   O que essa palavra significa?

Aquele que escreve, que produz um blog.

c)   Como foi formada essa palavra?

Foi formada da forma aportuguesada de blog (blogue) mais o sufixo –eiro.

d)   Esse processo de formação é comum na língua portuguesa? Você saberia dar outros exemplos?

Sim, é comum. Padeiro, quitandeiro, açougueiro, etc.

 

TEXTO: COMO MONTAR UMA PEÇA - MARÍLIA TOLEDO - COM GABARITO

 Texto: Como montar uma peça

           Marília Toledo

        Quando surge o desejo de encenar uma peça, seja numa montagem profissional, seja numa amadora, a primeira coisa em que se deve pensar é: o que queremos dizer com ela? Que ideia queremos levar para o nosso público? O objetivo é fazer rir com uma comédia ou fazer chorar com uma tragédia? Ou ainda: queremos misturar as duas coisas e fazer uma tragicomédia? Daí a importância do primeiro item a se pensar:

        O TEXTO

        Ele serve como um guia, como uma cartilha para o diretor, que apontará os caminhos a serem seguidos por toda à equipe.

        Há duas possibilidades para uma montagem teatral:

        1 – Escolher um texto já existente, que contenha justamente as características desejadas, com seu tema e o número de atores, ou;

        2 – Escrever um texto novo, usando as próprias ideias e estilo.

        Um texto de teatro pode conter todas as descrições das cenas e também os diálogos que os atores irão decorar, ou pode ser feito apenas com indicações das ações que deverão ser improvisadas pelo elenco.

        O autor de teatro é chamado de dramaturgo.

        DIREÇÃO

        O diretor ou diretora da peça cria uma encenação a partir do texto escolhido. O dramaturgo normalmente indica o cenário, a época e a relação entre os personagens, mas cabe ao diretor(a) decidir como os atores vão interpretar o texto, como será a movimentação deles no palco e qual o tipo de cenário, de figurino e de iluminação da peça. Também cabe à direção apontar os momentos em que haverá trilha sonora e mudança de iluminação.

        ELENCO

        O elenco de uma peça pode ser composto por um ator ou uma atriz (nesse caso, chamamos a peça de monólogo), ou por vários atores e atrizes. Eles são os responsáveis por dar vida aos personagens criados pelo dramaturgo ao escrever a peça. Embora o texto traga uma descrição de como é cada personagem, fica a cargo dos atores, com seu talento e imaginação, criar a maneira de falar, o jeito de andar, o tom da voz, entre outras características físicas e psicológicas do papel que irá interpretar. [...].

        CENOGRAFIA

        A cenografia serve para criar a ambientação da peça, para que o público acredite que a história se passa em certo lugar e certa época. [...]

        FIGURINOS

        Assim como o cenário, os figurinos ajudam a traduzir visualmente para o público a época do texto encenado e também sua linguagem. Se a peça é realista e contemporânea, os figurinos são semelhantes às roupas que usamos no dia a dia. Se a peça for de época e estrangeira, o figurinista criará um vestuário que lembre o tempo e o lugar em que se passa a ação. [...]

        Mas é claro que quando o assunto é teatro, o mais importante é ser criativo para conquistar a atenção e apreciação do público. [...] O bom figurinista é reconhecido pela capacidade de recriar um período de acordo com sua imaginação. [...]

        ILUMINAÇÃO

        A iluminação é um elemento cênico introduzido no teatro a partir de 1879, quando o inventor norte-americano Thomas Edison criou a lâmpada elétrica incandescente.

        Além disso, as peças de teatro eram feitas a céu aberto, como nas grandes arenas gregas, para que a luz do sol fosse aproveitada cenicamente, ou com tochas e velas presas em candelabros.

        [...]

        Nas peças atuais, a iluminação ajuda a dar o clima e a ambientação da peça. Se a cena se passa durante o dia, a luz tende a ser amarela, para dar a sensação de calor. Quando encenamos a noite, a luz tende a ir para cores mais frias como o azul. [...]

        SONOPLASTIA

        A sonoplastia é todo o trabalho de seleção dos sons a serem usados na peça, tanto a música quanto os efeitos sonoros e ruídos da cena. [...]

        BASTIDORES

        As pessoas geralmente têm enorme curiosidade em conhecer os bastidores de um teatro, aquele lugar a que só a equipe da peça tem acesso. Mas o que de fato existe nos bastidores?

        Coxias: são as laterais dos palcos, cobertas por cortinas pretas, geralmente de veludo, que são chamadas de “pernas” para que os atores que estão fora de cena não sejam vistos pela plateia. [...]

        Camarim: são as salas onde os figurinos ficam guardados e onde o elenco se troca, se maquia, se concentra e toma banho após as apresentações.

        Cabine técnica: é a sala que geralmente está posicionada de frente para o palco, no alto, onde ficam as mesas de som e luz. É o local de trabalho dos técnicos de som e de iluminação.

        Agora que você já conhece o mundo do teatro, seus espaços escondidos, as etapas para montar uma peça e as principais funções de uma equipe, é só dividir as funções, ensaiar, abrir as cortinas e esperar pelos aplausos!

Marília Toledo. Como encenar uma peça. In: Moliére. O doente imaginário. 2. ed. Tradução e adaptação de Marília Toledo; ilustrações de Laerte. São Paulo: Editora 34, 2011. p. 123-133.

         Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 98-102.

Entendendo o texto:

01 – Segundo o texto, a montagem de uma peça pode ser profissional ou amadora. Como você pode definir uma montagem amadora?

      É uma montagem sem fins comerciais, produzida pelo prazer dos atores em atuar.

02 – Segundo o texto, para fazer uma tragicomédia, mistura-se tragédia com comédia. Então, como deve ser a história de uma tragicomédia?

      Deve ter partes que fazem chorar, causam apreensão e sofrimento, e partes que fazem rir.

03 – Quais são as diferenças entre a função do dramaturgo e a do diretor da peça?

      O dramaturgo cria a história do texto teatral, as falas das personagens e as rubricas que indicam cenários, iluminação, caracterização dos atores e sua movimentação em cena. O diretor é responsável por concretizar o texto na encenação. É ele quem escolhe os atores e dirige sua atuação, além de coordenar a preparação de cenário, iluminação, figurinos, etc.

04 – Leia o título e o subtítulo de uma notícia publicada em um site.

        Diego Alves destaca retomada de confiança no elenco do Flamengo

        Goleiro falou após o jogo contra o Atlético-PR sobre o bom momento do time e da defesa

Lancel, 28 ago. 2017. Disponível em: www.terra.com.br/esportes/lance/diego-alves-destaca-retomada-de-confianca-no-elenco-do-flamengo,cd57e7b7d3c0d2f9e262e55799bcdbb78sdoa0f3.html. Acesso em: 11 jun. 2018.

·        A palavra elenco tem o mesmo sentido nessa notícia e no texto “Como montar uma peça”? Explique as diferenças e as semelhanças entre os sentidos dessa palavra nos dois contextos.

Não. No texto, elenco é o conjunto de atores que interpretam as personagens de uma peça. Na notícia, é o conjunto de atletas que jogam por um time. Em ambos os casos, a palavra indica conjunto, algo coletivo.

05 – O dramaturgo cria, inventa as personagens, mas quem realmente dá vida a elas?

      Os atores, com sua atuação. Eles vivenciam a personagem sob orientação do diretor da peça.

06 – Como os figurinos e a maquiagem ajudam na composição das personagens?

     Figurinos e maquiagem podem localizar a personagem num dado momento histórico; atribuir graça, leveza ou peso às personagens e ajuda-las a expressar alegria ou tristeza. Podem indicar se a personagem é fictícia ou remete a seres reais e, ainda, criar monstros, animais, reis, rainhas, pessoas, etc.

07 – Além do figurino e da maquiagem, que outro elemento visual contribui para determinar a época em que se passa a história? Por quê?

      A cenografia ajuda a concretizar o espaço e reforça ainda mais o efeito de sentido de realidade ou de fantasia da encenação.

08 – Uma invenção fez diferença na iluminação do teatro. Qual foi?

      A lâmpada elétrica, inventada por Thomas Edison em 1879.

a)   Como eram iluminadas as peças antes disso?

Durante o dia, pelo sol (portanto, deveriam ser encenadas a céu aberto) e, à noite, com tochas e velas.

b)   Na atualidade, como a luz ajuda na composição da encenação?

A luz ajuda a determinar o período do dia na peça, e pode ajudar a acentuar as emoções das personagens.

09 – Observe as imagens a seguir. São da encenação da peça Pedro Malazarte e a arara gigante.

 

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjwehbaqSTIZ4RLtlV83aMSH0G0GNKvt1BVRP4eTzzN39reeGDUNjKiEreTI1PCCoQeEvJkovyCpSBDp_llO6_cC6-C0hgkVc8PNmg-oGcf-Njz17aihIdJbY6ieH91OdFah2ECKHhPzUH7RRezzbo9TtQnTpzSQKP2amcnP4K1XxuMPGl7-TT4xdQ1=s275



 Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg7wD6lon9LI-A_iiKgt7xc4M4ZE89F88fSQ9OgA389HpYeJ3M6hFmM7o_wMgYlseysGQnD5EzfOVgyAaNDE68-1A5s35AsOktOZU8PfZM_YEy0g-5wwOaARh1WqfhLNIFOKRHh7ZetlBp0bzHRgz-A9HZO5bs84AG0DgOHqamo95V93-MK5rYRYiH7=s142


Fotografias da peça Pedro Malazarte e a arara gigante, de Jorge Furtado.

      a)   De acordo com as fotografias, qual cena se passa de dia? Justifique sua resposta.

A cena 1. A luz é amarelada, criando o efeito de iluminação pelo sol.

b)   Que cena remete à noite? Justifique sua resposta.

A cena 2. A luz azul-escuro remete à noite. A Lua, como elemento cenográfico, acentua o efeito de ambiente noturno.

c)   Na cena 2, um recurso especial de iluminação foi projetado sobre o ator. Qual é o recurso e que efeito ele causa na cena?

Há um foco no ator, destacando-o na cena.

d)   Que diferenças podem ser notadas entre os cenários das duas imagens?

O fundo é o mesmo, mas a luz amarelada sugere o dia, e a luz azulada, a noite. Além disso, a Lua na cena 2 reforça o efeito de noite.

10 – Imagine que você é o sonoplasta de uma peça. Que sons você produziria para representar:

a)   Uma pessoa perdida na floresta em uma tempestade?

Resposta pessoal do aluno. Sugestões: som de chuva forte, sons que simulem trovões e pisadas em chão encharcado, entre outros.

b)   Uma estação de trem em funcionamento?

Resposta pessoal do aluno. Sugestões: som do apito que indica a chegada/partida do trem, sons de passos de pessoas, burburinho de pessoas falando, sons do movimento de chegada e saída do trem e do movimento de passageiros.

11 – O texto “Como montar uma peça” está dividido em tópicos.

a)   O que se pretende em cada tópico?

Informar os elementos que compõem uma encenação teatral.

b)   Relacione o título com os tópicos apresentados e diga qual é o objetivo do texto.

O objetivo é instruir o leitor a montar uma encenação.

 

 

 

CONTO: A ILHA PERDIDA - FRAGMENTO - MARIA JOSÉ DUPRÉ - COM GABARITO

 Conto: A ilha perdida – Fragmento

  Maria José Dupré

Capítulo I

   Na fazenda do Padrinho, perto de Taubaté, onde Vera e Lúcia gostavam de passar as férias, corre o rio Paraíba. Rio imenso, silencioso e de águas barrentas. Ao atravessar a fazenda ele fazia uma grande curva para a direita e desaparecia atrás da mata. Mas, subindo-se ao morro mais alto da fazenda, tornava-se a avistá-lo a uns dois quilômetros de distância e nesse lugar, bem no meio do rio, via-se uma ilha que na fazenda chamavam de Ilha Perdida. Solitária e verdejante, parecia mesmo perdida entre as águas volumosas.

        Quico e Oscar, os dois filhos do Padrinho, ficavam horas inteiras sentados no alto do morro e conversando a respeito da ilha. Quem viveria lá? Seria habitada? Teria algum bicho escondido na mata? Assim a distância, parecia cheia de mistérios, sob as copas altíssimas das árvores; e as árvores eram tão juntas umas das outras que davam a impressão de que não se poderia caminhar entre elas.

        [...]

        Por ocasião de umas férias, justamente em fins de novembro, chegaram à fazenda Henrique e Eduardo, os dois primos mais velhos de Oscar e Quico. Eram dois meninos de doze e catorze anos, fortes e valentes. Montavam muito bem e sabiam nadar. Logo nos primeiros dias, percorreram sozinhos grande parte da fazenda; subiram e desceram morros, andaram por toda parte e ao verem o riozinho, onde Vera e Lúcia tinham ido pescar uma vez com Padrinho, apelidaram-no de “filhote do Paraíba”.

        Madrinha avisava:

        — Vocês não devem andar tão longe de casa; de repente não sabem mais voltar e perdem-se por aí. Eles riam-se e diziam que não havia perigo; continuavam a dar grandes passeios e, quando ouviam o sino dar badaladas, tratavam de voltar depressa.

        [...]

        Tinham resolvido seguir para a ilha na terça-feira e estavam ainda no domingo. Precisavam preparar tudo no dia seguinte.

        [...]

        Com o esforço que fez ao empurrar a canoa, Henrique caiu dentro da água molhando-se todo. Não deu a perceber que ficara aborrecido; pulou para cima da canoa e segurou os dois remos. Eduardo, sentado no banco que havia no meio, segurou-se fortemente nas bordas da canoa e olhou para Henrique, cheio de admiração. Com toda calma, Henrique havia depositado o remo quebrado no fundo e com o outro impelia a canoa para longe da margem. Ela começou a deslizar rio abaixo e Eduardo sentiu o coração dar um salto dentro do peito. Pensou coisas horríveis nesse momento: “E se Henrique perdesse aquele remo? E se não soubessem voltar? E se o rio enchesse mais?”

        Estava muito arrependido e teve vontade de gritar: “Henrique, vamos voltar, eu não quero ir”. Mas não teve coragem. Ficou quietinho, equilibrando-se com as duas mãos e olhando o rio que corria, majestoso e tranquilo. Henrique sabia mesmo remar; fez a canoa deslizar sempre ao lado da margem, de modo que quase podiam segurar os galhos das árvores que pendiam sobre a água. Eduardo começou a achar bonito e Henrique disse:

        — Devem ser seis horas agora; o sol está começando a esquentar.

        [...]

Capitulo II

        Foi com verdadeira emoção que os dois meninos puseram pé em terra; estavam afinal na célebre ilha. Tudo fora tão fácil, pensou Eduardo, e Henrique era tão bom remador, não deviam arrepender-se da mentira pregada aos padrinhos. [...]

Capitulo III

        [...]

        Ficaram uns instantes em silêncio ouvindo os rumores da mata. Ouviram pios de aves, coaxar de sapos, cricri de grilos; de repente Henrique aproximou-se mais do irmão e segurou-lhe o braço:

        — Ouviu?

        Eduardo também ouvira um rastejar esquisito ao seu lado, mas fez-se de forte:

        — Isso é sapo, dos grandes.

        Henrique sussurrou:

        — Sapo não rasteja, pula. Deve ser alguém que anda na mata ou algum bicho grande...

        — Que tolice. Quem há de ser?

        Houve silêncio outra vez. De súbito os rumores foram aumentando; galhos quebravam-se não muito longe deles. Henrique tornou a dizer:

        — O que será? Parece que anda alguém na mata; acho que é gente.

        [...]

        O barulho aumentou; o coração de Eduardo deu um salto:

        — Não é possível que seja gente; andamos o dia todo por aí e não vimos nada, vamos continuar a procurar a canoa. — De repente, choramingou: — Henrique, estou com um pouco de medo...

        — Medo de quê?

        — Não sei, de tudo.

        — Eu não penso senão na canoa que temos que encontrar. Coragem...

        Continuaram a caminhar ao acaso, um segurando a mão do outro, tal a escuridão. A noite caíra completamente.

        [...]

        Cochilaram de madrugada, Henrique recostado no ombro de Eduardo. Eduardo não queria dormir, mas não suportou; de repente estendeu-se nas moitas, enrolou-se no paletó e, sentindo a cabeça do irmão encostada em seu ombro, dormiu profundamente; não pensou mais em sapos nem em bicho algum.

        Quando acordaram, viram o rio ali bem perto e o sol que já ia surgindo; levantaram-se e olharam à volta. Eduardo admirou-se:

        — Olhe quanta coisa o rio vem trazendo. O que será isso?

        Ambos olharam espantados; o rio havia crescido durante a noite de uma maneira assustadora. Estava volumoso e as águas não eram mansas como no dia anterior; eram vagalhões pesados que passavam levando galhos enormes e outras coisas. Henrique empalideceu:

        — É a enchente, Eduardo! Decerto choveu muito na cabeceira do rio. Que horror!

        [...]

Maria José Dupré. A ilha perdida. 39. ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 7-8,12,16,20,29-31,33 e 35.

        Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 155-7.

Entendendo o conto:

01 – Os irmãos Eduardo e Henrique estavam de férias.

a)   Para onde eles foram?

Para a fazenda do padrinho, perto de Taubaté. (Taubaté fica no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo).

b)   Pelo lugar passa o Rio Paraíba. Quais adjetivos o caracterizam na narrativa?

Imenso, silencioso, barrento, volumoso (as águas são barrentas e volumosas).

c)   Qual deles indica que a água do rio não é transparente?

Barrento indica que a água não é cristalina, mas turva, lamacenta.

d)   Que importância tem o rio na narrativa?

É remando nesse rio que os meninos chegarão à ilha. Também é do rio que virá a enchente que os assustará.

02 – Na narrativa, fala-se de uma ilha.

a)   Como os moradores da fazenda a chamam? Por que a chamam assim?

Eles a chamam de Ilha Perdida, porque a ilha é solitária e parece perdida entre as águas do rio.

b)   Oscar e Quico ficavam curiosos sobre a ilha. Como é possível saber disso?

Eles ficavam horas imaginando como seria a ilha, se ela era habitada, se havia bichos.

c)   Como a ilha é apresentada no texto? O que o leitor imagina sobre ela?

Como um lugar desabitado, onde ninguém havia estado, o que cria um clima de mistério para o leitor.

d)   Por que você acha que os meninos decidiram ir à ilha?

Porque eram aventureiros, queriam descobrir o que havia lá.

03 – Como os meninos foram até a ilha? Como estava o rio?

      Os meninos foram de canoa e o rio estava tranquilo.

04 – Os meninos contaram ao pessoal da fazenda que iam para a ilha? Por que permaneceram na ilha à noite? Justifique as respostas com trechos do texto.

      Eles não contaram que iam para a ilha; “não deviam arrepender-se da mentira pregada aos padrinhos”. Permaneceram na ilha porque não achavam a canoa; “Eu não penso senão na canoa que temos que encontrar”.

05 – Anoiteceu na ilha.

a)   À noite o ar misterioso da ilha aumentou? Por quê?

Sim. Com a escuridão os meninos não conseguiam ver nitidamente o que estava a sua volta.

b)   Como os meninos souberam que havia animais na ilha?

Pelo barulho dos animais: coaxar dos sapos, pio das aves, cri-cri dos grilos.

c)   Que tipo de barulho assustou os meninos? Eles conseguiram identificar o que era?

Além do som dos animais, eles ouviram um barulho diferente ao lado deles, que parecia o ruído de algo ou alguém rastejando. Eduardo achou que fosse um sapo; Henrique, uma pessoa, mas não conseguiram identificar a causa do barulho.

d)   A progressão dos acontecimentos, o encadeamento deles, ocorre de que modo? Eles aumentam ou diminuem de intensidade?

Os acontecimentos vão se tornando cada vez mais assustadores. A progressão da narrativa vai criando maior intensidade.

e)   Que efeito de sentido essa progressão cria na narrativa?

O suspense aumenta com a progressão, deixando as personagens mais assustadas e o leitor mais curioso para saber como será o desdobramento dos fatos.

06 – Releia estes fragmentos.

        “Ficaram uns instantes em silêncio ouvindo os rumores da mata. Ouviram pios de aves, coaxar de sapos, cricri de grilos; de repente Henrique aproximou-se mais do irmão e segurou-lhe o braço:

        [...]

        Houve silêncio outra vez. De súbito os rumores foram aumentando; galhos quebravam-se não muito longe deles. [...]”.

        O que as expressões “de repente” (repetida várias vezes no texto) e “de súbito” indicam sobre as ações e o andamento da narrativa? Que efeito de sentido o uso delas cria na narrativa?

      As expressões indicam que algo inesperado aconteceu. Elas aumentam o mistério da narrativa, reforçando o clima de aventura.

07 – “Continuaram a caminhar” ao acaso, “um segurando a mão do outro, tal a escuridão”.

a)   De acordo com o contexto de uso da expressão destacada, como os meninos caminharam?

Eles caminharam sem saber para onde iam.

b)   O que a expressão “ao acaso” reforça na narrativa?

Reforça o fato de que os meninos estavam perdidos, sem rumo.

08 – Amanheceu e os meninos ouviram o barulho do rio.

a)   Ao chegar à margem do rio, o que eles viram? Como se sentiram?

Eles viram que o rio havia trazido muitas coisas. No primeiro momento, Eduardo ficou admirado com as coisas que passavam pelo rio; depois, os dois se espantaram com o volume das águas e, finalmente, ficaram horrorizados ao perceber que era uma enchente.

b)   Os meninos poderiam percorrer o rio assim? O que você acha que aconteceu?

Não. Com o volume de água e a correnteza forte, eles não poderiam entrar no rio, pois seria muito perigoso. A resposta da segunda é pessoal.

09 – Analise o narrador da aventura.

a)   Ele narra a história em 1ª ou em 3ª pessoa? Ele observa ou participa da narrativa?

Escreve em 3ª pessoa, narrando o que observa.

b)   Ele vai revelando as complicações da história de que maneira? Que efeito essa estratégia cria no texto?

Ele narra aos poucos, criando um efeito de suspense.