domingo, 7 de agosto de 2022

CRÔNICA: O CAMALEÃO DALTÔNICO - ANTÔNIO PRATA - COM GABARITO

Crônica: O camaleão daltônico

              Antônio Prata

         Era uma vez um camaleão daltônico. Quando a folha era verde, ele ficava vermelho, na terra vermelha, se pintava de verde, comendo bananas, se besuntava de azul, e, entrando na água, se amarelava todo. Um dia, os outros camaleões o chamaram para uma conversa. “Aí, parceiro, a gente não tem garra, não tem veneno, não tem juba, a nossa parada é disfarce. Com você na área, geral tá correndo perigo. Vaza.”

        O camaleão daltônico pegou sua trouxinha e, azul de raiva, foi morar do outro lado da floresta. Acontece que, justamente naquele dia, nos confins da mata, havia um fotógrafo da “National Geographic” clicando umas borboletas. O fotógrafo da “National Geographic” pirou no camaleão daltônico, que, cor de abóbora, sobre uma vitória-régia, estampou as capas da revista nos quatro cantos do globo. Pouco tempo depois, todos os camaleões da floresta entraram numas de contraste, pra imitar o camaleão daltônico.

        Quem gostou muito da novidade, além dos fotógrafos da “National Geographic”, foram os gaviões, as cobras e os quatis: numa única tarde, boa parte dos camaleões foi extinta. Entre os que sobraram, os mais à direita culpam o camaleão daltônico, os à esquerda culpam a mídia – e seitas apocalípticas pregam que a semiextinção dos camaleões é prova irrefutável do fim dos tempos e da chegada iminente do Grande Camaleão.

PRATA, Antônio. Publicada em: 23 mar. 2015. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2015/03/1606438-o-camaleao-daltonico.shtml.  Acesso em: 9 nov. 2015.

       Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 256-7.

Entendendo a crônica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado da palavra daltônico?

      Que não distingue as cores adequadamente.

02 – Explique o efeito que o cronista produziu com a expressão era uma vez.

      Era uma vez é uma expressão típica dos contos de fadas ou fábulas e institui um universo imaginário.

03 – O tipo de artigo usado na expressão é relevante para a construção desse sentido? Justifique.

      Por empregar um artigo indefinido, a expressão sugere uma época indeterminada, favorecendo a instituição do mundo imaginário.

04 – Segundo o texto, o que é um “camaleão daltônico”?

      Um camaleão cuja cor não acompanha a dos ambientes em que está.

05 – Que termos foram empregados, no segundo e no terceiro períodos, para retomar camaleão daltônico? Eles também retomam a noção de indeterminação expressa pelo artigo um, que acompanhava essa expressão? Justifique.

      São empregados os pronomes ele e o. Eles não retomam a noção de indeterminação, pois o referente já está definido (o “camaleão daltônico” já foi apresentado ao leitor).

06 – O que justifica o uso do artigo definido em da floresta?

      Trata-se de uma floresta específica: aquela habitada pelos camaleões de que fala o texto.

07 – O que é “National Geographic”? Por que foi escolhida essa caracterização para o fotógrafo?

      É o nome de uma publicação voltada a assuntos relativos ao planeta, principalmente ao meio ambiente e a determinadas culturas.

08 – Compare estas três referências e comente as diferenças de sentido promovidas pelo uso de diferentes artigos.

• “Um fotógrafo da National Geographic”.

• “O fotógrafo da National Geographic”.

• “Os fotógrafos da National Geographic”.

      O artigo indefinido um indetermina o substantivo: trata-se de um fotógrafo qualquer. O artigo definido o particulariza: indica um fotógrafo específico, já conhecido pelo interlocutor. O artigo definido os generaliza o substantivo ao indicar totalidade.

09 – Como é formada a palavra numas (“entraram numas de contraste”)?

      É formada pela combinação da preposição em com o artigo indefinido umas.

10 – No sentido usado no texto, a expressão entrar numas é uma gíria. O que ela significa?

      O termo significa “seguir certa moda”, “comportar-se de certo jeito”.

11 – O emprego da gíria numas destoa do conjunto do texto? Justifique.

      Não. O texto emprega várias gírias, como parceiro, na área, vaza.

12 – Explique o uso do artigo definido antecedendo gaviões, cobras e quatis.

      O artigo definido, nesse caso, serve para indicar a espécie, o grupo desses animais, sem particularizar o indivíduo.

13 – Em “Entre os que sobraram, os mais à direita culpam o camaleão daltônico, os à esquerda culpam a mídia”, os não é um artigo, é um pronome demonstrativo, com sentido de aqueles. Com base na função sintática do artigo, explique que característica típica dele não existe nesse uso.

      O termo não é determinante do substantivo.

14 – O produtor do texto escreveu “a semiextinção dos camaleões é prova irrefutável do fim dos tempos” sem o emprego de artigo antes do substantivo prova. Que tipo de artigo poderia ser colocado para manter o sentido original? Por quê?

      O artigo indefinido manteria o sentido (uma das provas); já o artigo definido expressaria a ideia de que existe uma única prova, um sentido diferente do que está no texto.

15 – Nesse contexto, o que seria o “Grande Camaleão”? Por que o artigo definido antecede a expressão?

      O “Grande Camaleão” seria uma divindade que apareceria no final dos tempos, imitando previsões de muitas religiões e seitas humanas. O artigo indica a especificação.

16 – Com essa fábula sobre os camaleões, a crônica satiriza o comportamento humano. Na sua opinião, o que o cronista quer evidenciar?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A crônica mostra algumas características humanas, como o desejo de exposição na mídia, a isenção de alguns na indicação dos culpados por certas situações, a divergência ideológica entre grupos e a crença em algumas lendas.

 


ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: PESSIMISMO - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Pessimismo

       Para começar, precisamos de pessimistas por perto. Como diz o psicólogo americano Martin Seligman: “Os visionários, os planejadores, os desenvolvedores, todos eles precisam sonhar com coisas que ainda não existem, explorar fronteiras. Mas, se todas as pessoas forem otimistas, será um desastre”, afirma. Qualquer empresa precisa de figuras que joguem a dura realidade sobre os otimistas: tesoureiros, vice-presidentes financeiros, engenheiros de segurança...

        Esse realismo é coisa pequena se comparado com o pessimismo do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860). Para ele, o otimismo é a causa de todo sofrimento existencial. Somos movidos pela vontade – um sentimento que nos leva a agir, assumir riscos e conquistar objetivos. Mas essa vontade é apenas uma parte de um ciclo inescapável de desilusões: dela vamos ao sucesso, então à frustração – e a uma nova vontade.

        Mas qual é o remédio, então? Se livrar das vontades e passar o resto da vida na cama sem produzir mais nada? Claro que não. A filosofia do alemão não foi produzida para ser levada ao pé da letra. Mas essa visão seca joga luz no outro lado da moeda do pessimismo: o excesso de otimismo – propagandeado nas últimas décadas por toneladas de livros de autoajuda. O segredo por trás do otimismo exacerbado, do pensamento positivo desvairado, não tem nada de glorioso: ele é uma fonte de ansiedade. É o que concluíram os psicólogos John Lee e Joane Wood, da Universidade de Waterloo, no Canadá. Um estudo deles mostrou que pacientes com autoestima baixa tendem a piorar mais ainda quando são obrigados a pensar positivamente.

        Na prática: é como se, ao repetir para si mesmo que você vai conseguir uma promoção no trabalho, por exemplo, isso só servisse para lembrar o quanto você está distante disso. A conclusão dos pesquisadores é que o melhor caminho é entender as razões do seu pessimismo e aí sim tomar providências. E que o pior é enterrar os pensamentos negativos sob uma camada de otimismo artificial. O filósofo britânico Roger Scruton vai além disso. Para ele, há algo pior do que o otimismo puro e simples: o “otimismo inescrupuloso”. Aquelas utopias que levam populações inteiras a aceitar falácias e resistir à razão. O maior exemplo disso foi a ascensão do nazismo – um regime terrível, mas essencialmente otimista, tanto que deu origem à Segunda Guerra com a certeza inabalável da vitória. E qual a resposta de Scruton para esse otimismo inescrupuloso? O pessimismo, que, segundo ele, cria leis preparadas para os piores cenários. O melhor jeito de evitar o pior, enfim, é antever o pior.

Extraído de M. Horta. “O lado bom das coisas ruins”, Superinteressante, São Paulo, n. 302, março 2012. Disponível em: http://super.abril.com.br/cotidiano/lado-bom-coisass-ruins-680705.shtml.

             Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 340-1.

Entendendo o artigo de divulgação científica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Visionário: idealista; que tem ideias excêntricas, extravagantes.

·        Utopia: projeto de natureza irrealizável; quimera; fantasia.

·        Falácia: raciocínio verossímil, porém falso; engano; trapaça.

02 – Você é pessimista ou otimista? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Há vantagens em ser otimista? E em ser pessimista?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O texto “Pessimismo” é trecho de um artigo publicado em uma revista de divulgação científica.

a)   Qual é o título e quem é o autor do artigo do qual o trecho foi extraído?

O artigo de divulgação científica intitula-se “O lado bom da coisas ruins” e foi escrito por M. Horta.

b)   Como você descobriu essas informações?

Pela fonte que aparece logo após o texto.

05 – Qual é o objetivo do texto “Pessimismo”?

      Comparar atitudes pessimistas e otimistas e destacar o papel positivo do pessimismo nos planos individual, social e político.

06 – No texto “Pessimismo” foram usadas diferentes estratégias argumentativas:

• Confronto entre pessimismo e otimismo;

• Uso da primeira pessoa do plural, fazendo com que o autor se inclua entre aqueles que refletem a respeito do assunto;

• Citação de autoridades;

• Exemplificação com fatos da vida cotidiana e eventos históricos.

        Explique a estratégia argumentativa empregada pelo autor:

a)   No primeiro parágrafo.

O autor cita como argumento a opinião do psicólogo Martin Seligman para legitimar sua tese: a importância da presença de pessoas pessimistas em empresas (grupos de planejadores, desenvolvedores, empreendedores e altos funcionários), otimistas, para manter o senso da dura realidade e a eficiência da empresa.

b)   No segundo parágrafo.

O autor cita o ponto de vista do filósofo (pessimista) alemão Arthur Schopenhauer, que atribui ao otimismo todos os sofrimentos existenciais do mundo.

c)   No terceiro parágrafo.

O autor faz uma ressalva à posição extremada de Arthur Schopenhauer, mas retoma a tese de que o otimismo exacerbado, na vida pessoal, provoca ansiedade. O autor confirma esse posicionamento citando um estudo de dois psicólogos canadenses da Universidade de Waterloo: John Lee e Joane Wood. Segundo esse estudo, pacientes que têm baixa autoestima podem piorar seu estado psíquico quando são obrigados a pensar de modo otimista.

d)   No quarto parágrafo.

O autor faz um alerta contra o otimismo artificiais e cita o filósofo britânico Roger Scruton, que aponta o “otimismo inescrupuloso” no plano político: o que leva um povo a acreditar em projetos irrealizáveis e mentiras. Esse especialista exemplifica tal tese com dois eventos históricos: a ascensão do nazismo e a eclosão da Segunda Guerra Mundial.

07 – Qual é a conclusão do texto?

      No final, o redator conclui sua tese citando a resposta que Scruton encontrou para o “otimismo inescrupuloso”: o pessimismo, que acaba por criar maneiras de evitarmos o pior, antevendo-o. Ou seja: é melhor esperar pelo pior, para evitar surpresas desagradáveis.

08 – Você concorda com esse ponto de vista? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

09 – No caderno, dê exemplos de seu cotidiano para:

a)   Ilustrar a tese defendida no texto.

Resposta pessoal do aluno.

b)   Contestar a tese defendida no texto.

Resposta pessoal do aluno.

10 – A revista de divulgação científica em que o texto foi publicado é dirigida ao público interessado no assunto, especialmente os jovens. Registre no caderno os recursos que o redator usou para atingir esse público.

a)   Empregou linguagem clara e objetiva.

b)   Buscou interação com o leitor.

c)   Usou expressões da linguagem coloquial.

d)   Remeteu o leitor a situações cotidianas.

      Todas as alternativas estão corretas.

11 – Explique o uso dos termos destacados nos trechos a seguir na articulação das ideias do texto “Pessimismo”:

a)   Para começar, precisamos dos pessimistas [...].

Expressão coloquial, empregada para se aproximar do leitor e introduzir o assunto.

b)   Esse realismo é coisa pequena [...].

Retoma a ideia de realismo exposta anteriormente, e que, segundo o texto, é “coisa pequena” se comparada ao pessimismo de Arthur Schopenhauer.

c)   E que o pior é enterrar os pensamentos negativos sob uma camada de otimismo artificial.

Acrescenta outro argumento contrário ao otimismo artificial, na vida pessoal.

 

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO: AFINAL, PARA QUE SERVEM OS ARTIGOS? ANTÔNIO SUÁREZ ABREU - COM GABARITO

 Artigo de divulgação: Afinal, para que servem os artigos?

                                Antônio Suárez Abreu

        Como eles gerenciam o compartilhamento ou não das referências em um texto falado ou escrito.

        O ser humano é a única espécie do planeta que, por possuir uma linguagem articulada, é capaz de referenciar em ausência, ou seja, comunicar-se com seus semelhantes sobre o que não está presente nem no espaço nem no tempo da sua fala. Imagine que alguém diga a um amigo algo como: No mês passado, eu comprei um relógio em Miami. Ao dizer isso, ele faz referência a um tempo anterior, o mês passado, e a dois elementos que não tão no cenário da enunciação: um relógio e a cidade de Miami.

        Há algumas pequenas lavras que ajudam a gerenciar essas referências de maneira mais específica: os artigos. Quando o falante diz comprei um relógio, apesar de ter certeza de que seu interlocutor sabe o que é um relógio, manifesta, por meio do artigo indefinido um, que o conhecimento prévio sobre ele não está sendo compartilhado. Mas quando diz: No mês passado, eu comprei o relógio em Miami, o artigo definido o sinaliza que seu interlocutor compartilha previamente com ele essa referência, provavelmente por lhe ter falado antes sobre o relógio. Os artigos (definido e indefinido) têm, portanto, a missão de gerenciar o compartilhamento prévio ou não das referências em um texto falado ou escrito.

        O artigo definido (o, a, os, as) indica que a referência de um substantivo é compartilhada previamente. Isso pode acontecer de três maneiras:

        O substantivo nomeia alguma coisa que está presente no próprio ambiente da fala. É o caso em que alguém aponta um relógio na parede e diz: O relógio está atrasado. [...]

        O substantivo nomeia alguma coisa que, embora não esteja presente no ambiente da fala, tem sua referência compartilhada previamente por ambos, como no caso do relógio comprado em Miami, mencionado antes. Mas pode contemplar, também, situações em que uma referência é compartilhada apenas pelo conhecimento de mundo comum aos interlocutores. Quando alguém diz: O sol vai aparecer amanhã, põe o artigo definido antes de sol, porque sabe que seu interlocutor tem conhecimento prévio sobre o que seja o sol.

        O substantivo nomeia alguma coisa cuja referência acaba de ser posta em uma frase anterior, como em: Comprei ontem um computador. O computador tem tela de LCD.

        [...]

        O artigo indefinido (um, uma, uns, umas) indica que o substantivo marcado por ele vai ser retomado mais à frente, como acontece, por exemplo, no início dos contos de fada: Era uma vez uma princesa num reino distante... Isso cria a expectativa de que os substantivos marcados pelos indefinidos serão retomados a seguir, como em: A princesa ia fazer 18 anos e o reino estava em festa. [...].

Antônio Suárez Abreu é linguista, professor livre-docente da USP e titular da Unesp, autor de O design da escrita e de Gramática mínima para o domínio da língua padrão (Ateliê Editorial).

             ABREU, Antônio Suárez. Carta na escola. São Paulo: Editora Confiança, maio 2011, ed. 56, p. 55.

               Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 258-260.

Entendendo o artigo de divulgação:

01 – Você conhece a classe gramatical composta pelos artigos?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Que função os artigos exercem em um texto?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Registre no caderno as afirmações corretas em relação ao artigo de divulgação científica “Afinal, para que servem os artigos?”.

a)    Expõe conceitos, apresenta explicações e as ilustra com exemplos.

b)    Remete a atividades de ensino e de aprendizagem.

c)     Emprega linguagem técnica, objetiva, impessoal.

d)    Emprega diferentes estratégias de persuasão do leitor.

e)    Usa uma frase interrogativa no título para atrair o leitor.

04 – Os artigos de divulgação científica, como o que você leu, têm o objetivo de expor e de explicar conceitos de determinadas áreas do conhecimento. Para isso, o autor costuma recorrer ao recurso da paráfrase, que consiste em explicar de outra forma, com outras palavras, um conceito apresentado anteriormente. Essa estratégia tem o objetivo de esclarecer melhor as ideias do texto. De que outra forma o autor explica a afirmação a seguir?

        “O ser humano [...] é capaz de referenciar em ausência [...].”

      “[...] ou seja, [o ser humano é capaz de] comunicar-se com seus semelhantes sobre o que não está presente nem no espaço nem no tempo da sua fala”.

05 – A repetição de determinadas palavras é outro recurso empregado em textos que têm o objetivo de expor ou divulgar conhecimentos. Explique a repetição das palavras substantivo, artigo, definido, indefinido no artigo de divulgação científica lido.

      Essas palavras referem-se aos conceitos expostos no artigo de divulgação científica. Sua repetição indica que foram retomadas várias vezes pelo autor e mostra a importância delas na construção do texto, já que é fundamental que o leitor as compreenda.

06 – A que se refere a palavra eles, destacada no subtítulo do texto: “Como eles gerenciam o compartilhamento ou não das referências em um texto falado ou escrito”.

      Refere-se à classe gramatical “artigos” (eles: os artigos), citada no título.

07 – Com base no que você aprendeu com a leitura do texto, explique o uso do artigo definido no título “Afinal, para que servem os artigos?”.

      O autor considera que o público-alvo da revista, composto de professores, estudantes e interessados no assunto – a Língua Portuguesa –, compartilha com ele o conceito de artigo, pelo conhecimento de mundo que têm.

08 – Explique o uso dos artigos definido e indefinido no trecho a seguir:

        “O ser humano é a única espécie do planeta que, por possuir uma linguagem articulada, é capaz de referenciar em ausência [...]”.

      Em “O ser humano é a única espécie do planeta”, usa-se o artigo definido por se tratar de conceitos conhecidos por todos. Em “uma linguagem articulada”, usa-se o artigo indefinido para se referir a um dos tipos de linguagem.

      

 

 

ANÚNCIO: PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Anúncio: Pinacoteca do Estado de São Paulo

            

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        A Pinacoteca do Estado de São Paulo tem um dos mais importantes acervos de obras plásticas brasileiras dos séculos XIX e XX, além de promover eventos culturais diversos e integrar o circuito internacional de exposições. Foto de 2015.

PETER LEONE/FUTURA PRESS

      Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 302.

Entendendo o anúncio:

01 – Que relação a Pinacoteca espera construir entre seu acervo e o público? Justifique.

      Ela deseja que o público tenha contato frequente com o acervo, como sugere o convite a uma nova visita.

02 – Suponha esta nova versão para o texto do anúncio: “Quando você à Pinacoteca e nossas obras, desejará uma nova visita”. Como deveriam ser flexionados os verbos vir e ver, respectivamente?

      Vier; vir.

03 – Inclua os mesmos verbos nesta nova reescrita: “Se você à Pinacoteca e nossas obras, desejaria uma nova visita”. Como seriam flexionados?

      Viesse; visse.

04 – Que diferença de sentido existe entre as duas reescritas propostas?

      Na primeira reescrita, a ida à Pinacoteca é mostrada como algo que acontecerá futuramente; na segunda, é vista como uma possibilidade, uma hipótese.

05 – O anúncio empregou dois verbos com sons semelhantes: ver e vir. Como eles se classificam quanto à flexão?

      São verbos irregulares.

06 – Em que tempos verbais foram colocados os verbos da primeira reescrita? E os da segunda?

      Primeira: futuro do subjuntivo; segunda: pretérito imperfeito do subjuntivo.

07 – Retome as informações sobre a origem desses tempos verbais e explique a maneira como eles são formados.

      Os dois tempos verbais são formados a partir do tema do pretérito perfeito do indicativo: no caso de ver, toma-se vi, de viste; no caso de vir, a base é vie, de vieste. Para o futuro do subjuntivo, acrescenta-se a terminação -r; para o pretérito imperfeito do subjuntivo, inclui-se a desinência -sse.

 

ANÚNCIO: NOSSA MÚSICA NOSSA CULTURA - COM GABARITO

 Anúncio: Nossa música Nossa cultura

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Reprodução/DDB Mozambique Music Awards.

          A vida sem música seria menos barulhenta, menos desordenada e menos interessante

Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 242.

Entendendo o anúncio:

01 – Relacione o trecho em letras menores, “Nossa música. Nossa cultura”, à ilustração produzida para o cartaz.

      O pronome possessivo (nossa) é empregado para associar o evento à música e à cultura regionais, valorizados no cartaz pela imagem repleta de detalhes relativos ao povo moçambicano, sua feição e seus costumes.

02 – No texto principal do anúncio aparecem três adjetivos. Quais são eles?

      Barulhenta, desordenada, interessante.

03 – Em outros contextos, esses adjetivos possivelmente não apareceriam associados. Por quê?

      Porque, ao contrário de interessante, os termos barulhenta e desordenada assumem normalmente conotação negativa.

04 – O que justifica, no contexto do anúncio, a associação deles?

      Eles estão associados à experiência com a música, em que a liberdade (desordenada) e a intensidade (barulhenta) são aspectos positivos.

 

ANÚNCIO: MEIO AMBIENTE - COM GABARITO

 Anúncio: Meio Ambiente

 

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Reprodução/JWT. O homem usa apenas 10% da sua capacidade cerebral. Ainda bem.

        O anúncio publicitário se vale de uma informação de quantidade para sugerir que as ações humanas prejudicam o meio ambiente. Em lugar de valorizar a capacidade cerebral do homem, que supostamente ainda pode ser muito ampliada, revela alívio com esse subaproveitamento, mostrado como fator de proteção da natureza.

      Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 252.

Entendendo o anúncio:

01 – Qual é o objetivo do anúncio?

      Conscientizar o interlocutor para que atue de modo a evitar danos ambientais.

02 – Como você explicaria a quantidade de “10%”?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: 10% significa uma parte de um conjunto de cem unidades dividido em dez.

03 – De que maneira essa quantidade foi representada na linguagem não verbal do anúncio?

      Sobre a representação de uma cabeça humana, cujo topo foi retirado, aparece uma floresta com uma parte, supostamente equivalente a 10%, desmatada.

04 – Que sentido inusitado é criado pela relação entre essa quantidade e a expressão ainda bem? Como ele se justifica?

      A indicação de que o homem aproveitaria pouco de sua capacidade cerebral contrasta com a felicitação sugerida por ainda bem, mas encontra coerência no contexto, que aponta os danos severos causados pelo homem apesar dessa limitação.

ANÚNCIO: GREENPEACE - COM GABARITO

 Anúncio: Greenpeace

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWfMTjoPO3fRNRbCwCivJaoFe01rGhwawjxjvO763BW9o9m8BGMcg31JtS4OZ-aXU6BW40D-RNMK_3Vyc4w5bqlfsH-B-kj5tyKPs8mDQlQLwslZ8x8FDVRV2JIkD2VOnppG7j07vsoZ2WnhZR-MFK_eQvUBW_WnTmo_GQ_RSw183XTmZdnLwqqlab/w387-h248/greepace.jpg

Reprodução/Daniel Caballero (Ilustração) / Y&R. www.greenpeace.org.br

Você não quer contar esta história para seus filhos, quer?

       Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 259.

Entendendo o anúncio:

01 – A presença da personagem Chapeuzinho Vermelho contribui para que o leitor estabeleça um contraste, necessário à compreensão da mensagem. Que contraste é esse?

      O contraste é a diferença entre o cenário da história original, em que existe uma densa floresta, e a imagem da floresta devastada que aparece no anúncio.

02 – A que história o produtor se refere com a expressão esta história?

      À história do desmatamento.

03 – Explique por que a maneira como a pergunta foi formulada tem efeito persuasivo.

      A pergunta contém uma afirmação negativa, que sugere a recusa do interlocutor em aceitar o desmatamento, e uma contraposição apenas retórica no final, a repetição de quer.

04 – Relacione esse anúncio publicitário ao anunciante, o Greenpeace, ONG voltada à defesa da natureza.

      O anúncio deseja chamar a atenção do interlocutor para a necessidade de preservar as florestas, uma das causas defendidas pela ONG.

ANÚNCIO: DESPORTIVA PARA DEFICIENTES - COM GABARITO

 Anúncio: DESPORTIVA PARA DEFICIENTES

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REPRODUÇÃO/ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA PARA DEFICIENTES. www.add.org.br

      Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 272.

Entendendo o anúncio:

01 – A que se referiria o trecho “fazer muito mais” se o texto verbal fosse constituído apenas pelo primeiro período?

      “Fazer muito mais” seria uma referência à prática de basquete por um cadeirante, sugerindo que atividades físicas podem ser praticadas mesmo por pessoas com deficiências.

02 – O que muda com a leitura do texto completo?

      O texto passa a se referir também à possibilidade de um cego tirar fotografias, mencionada no segundo período.

03 – Considerando as respostas anteriores, conclua: que recurso foi empregado para a composição do anúncio?

      A apresentação gradativa da informação, com a quebra de expectativa do leitor.

04 – Qual é o referente do pronome demonstrativo disso? Ele foi empregado segundo o uso indicado na norma-padrão? Justifique.

      Disso refere-se à ideia expressa por toda a frase anterior e está de acordo com a norma-padrão, porque retoma uma informação já apresentada.

05 – Por que se usou o pronome esta para acompanhar o substantivo foto?

      Esta localiza a foto no espaço, colocando-a perto do produtor do texto.

06 – A seguir, apresenta-se uma das possíveis análises do anúncio. Copie o trecho, substituindo o símbolo estrela por pronomes demonstrativos necessários à retomada dos referentes.

      Embora sejam portadores de deficiências físicas, cegos e cadeirantes podem surpreender por suas habilidades: estes podem participar de atividades físicas exigentes, como jogos coletivos; aqueles podem se tornar bons fotógrafos.

 

 

ANÚNCIO: CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE SOCIAL - COM GABARITO

 Anúncio: Campanha de Solidariedade Social

 

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       Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 265.

Entendendo o anúncio:

01 – Qual é o objetivo da campanha?

      Convencer o leitor a doar brinquedos para as crianças carentes.

02 – Explique a escolha dos elementos que compõem a parte visual do cartaz.

      O brinquedo na estante sugere algo que não é novo, que já está em uso, mas que pode perfeitamente se transformar em um presente, como mostram os traços que envolvem a cabeça do bicho de pelúcia, simulando o laço de um embrulho.

03 – Reescreva a frase principal do anúncio duas vezes, substituindo um brinquedo (na primeira) e uma criança (na segunda) por pronomes pessoais adequados.

      Ajude-o a encontrar uma criança. Ajude o brinquedo a encontrá-la.

04 – Justifique a escolha do tipo de pronome usado.

      As reescritas empregaram pronomes oblíquos átonos para substituir complementos de verbos não regidos por preposição.

05 – Qual das reescritas poderia ser usada no cartaz mantendo sua coerência? Por quê?

      A primeira reescrita poderia ser mantida, porque o referente do pronome continuaria claro: trata-se do brinquedo mostrado na imagem.

06 – A substituição da frase original pela reescrita traria mudanças de sentido? Justifique.

      A frase original indetermina o substantivo pelo uso do artigo indefinido um; sugere, portanto, um brinquedo e uma criança quaisquer. A reescrita associa o pronome ao brinquedo da ilustração, particularizando-o. No entanto, a particularização é entendida como um exemplo, e seu sentido geral é facilmente recuperado pelo interlocutor.

ANÚNCIO: CAMPANHA DE RECICLAGEM DE ÓLEO DE COZINHA PORTO SEGURO - COM GABARITO

 Anúncio: Campanha de Reciclagem de Óleo de Cozinha Porto Seguro

 

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Reprodução / caso comunicação.

        Quem joga óleo na pia, trata assim a natureza.

        Um pequeno gesto que faz muito pela natureza.

        O óleo de cozinha usado descartado na pia é o mesmo que entope redes de esgoto e aumenta os custos do tratamento de água, além de poluir rios e represas. Um único litro de óleo pode contaminar até 1 milhão de litros de água. Ajude a mudar esse quadro. Junte o óleo usado e leve até uma sucursal Porto Seguro. A partir de sua reciclagem serão fabricados diversos produtos, entre eles o biodiesel. Participe.

Fonte: Língua Portuguesa – Se liga na língua – Literatura, Produção de texto, Linguagem – 2 Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2016 – Moderna – p. 249.

Entendendo o anúncio:

01 – Segundo o anúncio, que hábito precisa ser modificado? Por quê?

      O hábito de descartar óleo de cozinha na pia deve ser modificado para evitar a contaminação das águas de rios e de represas.

02 – Analise a composição da imagem, sobretudo as cores empregadas, para explicar como o anúncio alcança um efeito persuasivo.

      O efeito do óleo na natureza é sugerido pelo contraste entre o preto e o conjunto mais claro, formado pelo azul da água e da superfície, pelo branco e laranja dos peixes e pelo amarelo do óleo (cor familiar aos interlocutores do anúncio). Esse contraste sugere a aparência do produto quando considerado seu uso indevido.

03 – Qual é a relação de proporção indicada no texto do anúncio? Por que sua função também é persuasiva? Explique.

      O texto do anúncio revela que um litro de óleo pode contaminar até 1 milhão de litros de água e, com essa proporção, procura evidenciar para o interlocutor as graves consequências de seu descarte inadequado.

04 – Segundo o texto, o óleo a ser reciclado deve ser levado a um único endereço? Justifique.

      Não. O artigo uma antes de sucursal tem o sentido de “alguma das” e sugere que há vários endereços.