Artigo de opinião: O primeiro beijo
Diego Aquino
O
quanto esse momento é importante para os adolescentes
Quando entramos na adolescência,
algumas coisas ganham extrema importância nas nossas vidas, umas delas é o
primeiro beijo. Idealizamos o jeito, o lugar e a pessoa com quem iremos
compartilhar esse momento. O nervosismo e a pressa tomam conta de nossas mentes
e imaginamos mil coisas a respeito desse ato que depois de algum tempo, pode
virar algo tão comum e superficial.
O primeiro beijo é uma experiência
marcante, seja pela descoberta ou pela demonstração de afeto. É nessa hora que
temos nosso primeiro contato íntimo com uma outra pessoa. Mas, acredito que
muitos desses pré-adolescentes não pensam em dar o primeiro beijo apenas por
vontade própria, e sim pela opinião dos colegas que na sua maioria já passaram
por isso.
Estar em um grupo de adolescentes e
dizer que nunca beijou ninguém pode significar um grande mico. Esses são os
famosos BV´s, os "bocas virgens". Ser BV é estar fora do padrão que
eles mesmos criaram. Lembro da minha época de escola, na qual o limite era até
a quinta série, passou dali já estava fora do "prazo". Tenho certeza
de que esse tempo diminuiu, afinal vivemos em uma sociedade cada vez mais
precoce.
O tempo passa e todos amadurecem. A
conta de quantos beijos um adolescente já deu, se perde. E a importância dada
esse ato termina. Por outro lado, a adolescência é uma fase de descobertas.
Outras experiências começam a aflorar tornando-se tão ou mais importantes
quanto o beijo na pré-adolescência.
Em uma balada, por exemplo, é muito
comum um indivíduo beijar várias pessoas. O momento é simples e rápido e o
nome, nessa história, é o que menos importa. Conheço jovens que já beijaram
mais de dez em uma noite! E os que vão embora sem beijar ninguém, mais uma vez
ficam fora do padrão. É nesse momento que fica claro o quanto o beijo se torna
algo superficial, afinal beijar várias pessoas em um período tão curto, não tem
o mínimo valor emocional. São apenas números para serem exibidos aos amigos.
Devemos encarar as descobertas da vida
da melhor maneira possível, para não nos arrependermos mais tarde. O primeiro
beijo, como tantos outros momentos, é importante. Coisas que não voltam mais.
Não sou um puritano que acha que todos devem beijar somente quando estiver
apaixonado. A adolescência é uma fase passageira e devemos aproveita-la. Mas,
respeitar nossos limites, preferências e tempos, sem se importar com o que os
outros pensam, só fará bem para nós mesmos.
AQUINO, Diego. O
primeiro beijo. Disponível em: http://www.guiadasemana.com.br/Sao_Paulo/Teen/Noticia/Primeiro_Beijo.aspx?id=49291.
Acesso em: 9 mar. 2015.
Fonte: Livro Língua
Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição.
São Paulo, 2015 – Moderna. p. 40-2.
Entendendo o artigo de
opinião:
01 – O texto que você acabou
de ler é um artigo de opinião, escrito por um estudante de jornalismo, e foi
retirado da revista eletrônica Teen, do portal Guia da Semana.
a) No primeiro parágrafo, o autor apresenta a sua opinião sobre o assunto tratado. Qual é esse assunto?
A importância do primeiro beijo para o adolescente.
b) Observe a frase final desse parágrafo:
“[...] O nervosismo e a pressa tomam
conta de nossas mentes e imaginamos mil coisas a respeito desse ato que depois de algum tempo, pode virar algo
tão comum e superficial.
I – A informação em destaque
se refere a quê? O que “pode virar algo tão comum e superficial”?
Refere-se ao
beijo, indicado no trecho como (d)esse
ato.
II – Escolha a frase correta em relação ao objetivo da oração que aparece em negrito.
a) Manter a mesma ideia sobre o beijo, apresentada no início do mesmo parágrafo.
· Acrescentar uma ideia sobre o beijo que contrasta com a apresentada no início do mesmo parágrafo.
b) Acrescentar uma ideia sobre o beijo comum, que é diferente da ideia do primeiro beijo apresentada no início do mesmo parágrafo.
c) Como poderia ser sintetizada a opinião do autor sobre o primeiro beijo na adolescência?
Ele considera que nessa fase o primeiro beijo é muito importante,
mas que, depois dele, beijar pode se tornar um ato comum e superficial.
d) Você concorda com ele? Explique a sua posição.
Resposta pessoal do aluno.
02 – A seguir, apresentamos
um trecho da mensagem que a leitora L. deixou no fórum de discussão da revista,
sobre esse artigo:
“Meu
primeiro beijo [...] foi numa festa [...]. Eu ñ ia mais minhas amigas me
empurraram e quando me dei conta já estava na frente do garoto, aí tive que ir
[...]”. O que L. contou tem relação com que trecho do artigo? Explique essa
relação.
Tem relação com o
trecho em que o autor diz que os adolescentes “não pensam em dar o primeiro
beijo apenas por vontade própria, e sim pela opinião dos colegas que na sua
maioria já passaram por isso”. O relato de L. fala justamente sobre a
influência de suas amigas, que forçaram a situação.
03 – Como o autor conclui o
texto?
Ele diz que
devemos aproveitar as descobertas da adolescência respeitando nossos limites,
sem nos preocuparmos com o que os outros pensam.
04 – Você acredita que a
pessoa que escreveu esse artigo tem autoridade para falar sobre o assunto? Por
quê?
Resposta pessoal
do aluno. Sugestão: Porque o autor fala como um futuro jornalista e como um
jovem que há pouco tempo passou por essa etapa de sua vida e conta com a sua
experiência pessoal para falar sobre o assunto.
05 – Agora, vamos observar o
que o autor do artigo usou para defender a sua opinião, como ele construiu a
sua argumentação.
a) O autor inicia seu texto afirmando que o primeiro beijo tem uma grande importância na adolescência. Como ele justifica essa afirmação?
Ele diz que é uma experiência marcante, porque é um momento de
descoberta, é o primeiro contato íntimo com outra pessoa.
b) Que argumentos o autor usa, ao longo do texto, para sustentar a sua opinião de que o primeiro beijo é importante, mas que depois de algum tempo beijar pode virar algo comum e artificial?
O autor argumenta que muitos adolescentes não pensam em dar o
primeiro beijo só por vontade própria, mas também por pressão da turma; os
adolescentes passam a beijar par fugir da classificação de BV; o ato de se
torna comum, rápido e impessoal – beijam-se muitas pessoas em uma mesma balada
sem nem saber o nome de quem se beija.
c) Qual dos tipos de argumentos apresentados a seguir foi usado pelo autor?
·
Argumentos
de autoridade: o autor usa falas de especialistas para
sustentar o seu ponto de vista sobre o assunto.
·
Argumentos de exemplificação: para sustentar a
sua opinião, o autor usa fatos da sua experiência como ex-adolescente e como
observador.
· Argumentos de princípio: o autor apresenta o que pensa parte da sociedade sobre o primeiro beijo.
06 – Observe algumas das
escolhas que o autor fez para apresentar sua opinião seus argumentos.
·
Na
apresentação da opinião:
“[...]
algumas coisas ganham extrema importância nas nossas vidas, uma delas é o
primeiro beijo.”
“[...]
imaginamos mil coisas a respeito desse ato [o beijo] que [...] pode virar algo tão comum
e superficial.”
·
Na
defesa da opinião (argumentação) e finalização do texto:
“Mas
acredito que muitos desses
adolescentes não pensam [...].”
“[...]
e dizer que nunca beijou ninguém pode
significar um grande mico.”
“Tenho certeza de que esse tempo
diminuiu [...]”
“Devemos encarar as
descobertas da vida [...]”
a)
Em seu caderno, copie e separe todos os
fragmentos de frases em dois grupos:
I – Os que expressam a certeza do autor em
relação ao que está dizendo.
1. [...] algumas coisas ganham extrema importância nas nossa vidas, uma
delas é o primeiro beijo; 2. Tenho certeza de que esse tempo
diminuiu [...]; 3. Devemos
encarar as descobertas da vida [...].
II – Os que sugerem certo grau de
incerteza (certeza relativa) ou de possibilidade.
1. [...] (o beijo) pode virar
algo tão comum e superficial; 2. Mas acredito
que muitos desses adolescentes não pensam [...]; 3. [...] e dizer que nunca
beijou ninguém pode
significar um grande mico.
b) O que você observou nas frases para separá-las nesses dois grupos?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: que deixam marcadas no texto a
relação do autor com a informação ou a ideia que está apresentado o leitor.