sexta-feira, 8 de julho de 2022

REPORTAGEM: FIOS SOLTOS E CAÍDOS DE POSTES SÃO RISCO PARA MORADORES DO RECIFE - LUNA MARKMAN - G1 PE - COM GABARITO

 Reportagem: Fios soltos e caídos de postes são risco para moradores do Recife

        G1 flagrou fios presos em árvores e suspensos por falhas em postes. Na última quinta-feira (9), menino morreu após tocar em um fio no chão.

Luna Markman Do G1 PE

 Jorge da Costa mostra altura do fio e o perigo que fiação tão baixa pode representar (Foto: Luna Markman/G1)

        O registro de mais uma morte por descarga elétrica no Grande Recife alerta para falhas na gestão e manutenção de fios e postes da região. Na última quinta (9), o menino Ênio Marcondes Ferreira de Brito, 11 anos, morreu após tocar em um fio caído no chão, no bairro de Pau Amarelo, em Paulista. Entre 2008 e 2014, a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) registrou 113 acidentes fatais na rede da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). O G1 percorreu todas as zonas da capital, na sexta-feira (10), e constatou que uma simples caminhada pode se tornar um risco. A reportagem encontrou fios caídos no chão, presos em árvore e orelhão e suspensos entre postes, o que ameaça pedestres e motoristas.

        No Recife, os postes são compartilhados pelas redes elétrica e de telefonia - e é bem aí que está o problema. De acordo com o engenheiro elétrico Clidenor Moura, no topo dos postes vai a rede de alta tensão, que distribui energia das subestações da Celpe, com tensão a partir de 13.800 Volts. Mais abaixo ficam os cabos da rede de baixa tensão, com 380 V. Por fim, os cabos de telefonia, com 1 Volt.

        O engenheiro diz que o nível de tensão dos cabos de telefonia é pequeno e não causaria choque, mas o risco de acidente não é nulo. "Se um cabo de telefonia, que é um condutor de metal, tocar em um cabo da rede elétrica energizado e desencapado, poderá ocasionar sim um choque elétrico e a vítima pode até morrer", explicou.

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgluWXdTrtDjY0JchtI3ycLil9K44MhCMKyjxuVy50jDa3wc5skaw10nHLjqtZ51Epd5ynFVGWRw0Rd5oJl0_xoFR2xoDF3pl8_KcMHUvEwDIyftVQXA6PE3znImvczWLE8n52U9CDDzUt02E9shL2p8LWcj5QWNuJOpG4GboSCbhldJxviTiOx5Bgw/s320/mapa.jpg

        Fotos capturadas pelo G1 foram enviadas à Celpe. Em nota, a companhia informou que os casos retratados se tratavam de fios de telecomunicações. Por ser responsável pelos postes, a empresa afirmou que vai notificar as operadoras para que realizem a regularização dos cabos.

        Em relação ao compartilhamento dos postes, a Celpe informou que criou um grupo de trabalho com a finalidade de cobrar das operadoras de telecomunicações a identificação e regularização dos casos de fiação em desacordo com as normas setoriais. As distribuidoras de energia elétrica de todo o País, por força da Resolução Conjunta nº 001/1999, da Aneel/Anatel/ANP, são obrigadas a compartilhar seus postes com as operadoras de telefonia, TV a cabo e transmissão de dados, entre outras.

        Ainda segundo a Celpe, embora a legislação vigente preconize que cada uma das operadoras zele por suas redes, na prática, verifica-se o descumprimento das normas legais pela maioria das empresas de telecomunicações. Por fim, a concessionária esclareceu que o valor arrecadado com aluguel dos postes é revertido para a modicidade tarifária, não se constituindo em receita adicional para a concessionária.

        O G1 procurou a Arpe, responsável por regular os serviços públicos delegados pelo Estado, para questionar sobre a fiscalização em relação à Celpe, mas a reportagem foi informada que o retorno não poderia ser dado na sexta.

        Clima de insegurança

        Durante a reportagem, pedestres expressaram sentimento de medo e insegurança em relação aos fios, principalmente, pela dúvida: dá ou não choque? Identificar apenas com a visão o que é rede elétrica e o que é telefônica não é tão simples para leigos e o desempregado Jorge Luiz da Costa prefere não fazer o teste com as mãos.

        Ele passava pela Praça Flemming, no bairro da Jaqueira, na Zona Norte do Recife, quando se deparou com uma fiação solta. Bastou levantar o braço para ver que era possível tocá-la. "Acho que isso aqui tem algum risco. Se chover, por exemplo. Pode ser também que caia no chão e cause um acidente a um idoso ou a uma criança", disse.

        A mesma "surpresa" teve o zelador Edmário Silva, que varria uma calçada na Avenida 17 de Agosto, em Casa Forte, também na região Norte, quando foi alertado para a existência de um grosso fio amarrado em uma árvore. "A pessoa fica olhando para baixo e nem percebe. Eu chega tomei um susto. Acho que dá choque se tocar", comentou.

        Sonho ainda distante

        Em dezembro passado, a Câmara de Vereadores do Recife aprovou projeto de lei que obriga empresas energéticas e de telecomunicações a embutir no subsolo todo o cabeamento, até 2015. A lei diz que essas empresas devem adaptar ou substituir a fiação de toda a cidade. No entanto, não prevê nenhuma obrigação ou despesa para a Prefeitura do Recife. Em entrevista ao G1, no dia 31 de dezembro, o prefeito Geraldo Júlio reiterou que o embutimento faz parte do seu programa de governo, mas não deu prazo para início das obras, explicando que o governo precisa de recursos da iniciativa privada. Só para o Bairro do Recife, seria necessário o investimento de R$ 60 milhões.

        Olhar atento

        Há seis meses, o designer e ilustrador Eduardo Souza, 22 anos, passou a fotografar postes e fios do Recife. Não por acaso, a data coincide com a morte do advogado e músico Davi Santiago, 37 anos, eletrocutado depois de se enroscar com um fio de um poste na Avenida Visconde de Jequitinhonha, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

        Na época, Eduardo morava longe do trabalho e, no caminho, começou a reparar em várias "bizarrices". "Tirava fotos porque achava absurda essa situação", explicou. As imagens são postadas no Instagram e num tumblr criado por ele, chamado "Recife, cidade dos fios e dos postes”.

        A ideia é que a página seja colaborativa. "Foi uma atitude meio crítica, mas nada planejado em relação aos resultados. Pensei que as pessoas iam despertar também para isso, mandando foto para que a gente possa mostrar quais são as áreas mais perigosas. Por ter esse olhar de designer, acredito também que esses fios e postes influenciam a paisagem da cidade", disse.

        No momento em que Eduardo tirava fotos, na manhã da sexta, do poste que fica em frente à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em Casa Forte, o aposentado Fernando Aquino reclamou que a situação já está assim há mais de um mês.

        "É um absurdo isso. Venho almoçar aqui perto e sempre vejo isso. Há poucos meses, meu filho estava correndo em Boa Viagem quando se deparou com um fio no chão. Ele teve que sair driblando, com medo de levar choque e morrer", contou.

Disponível em: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/01/fios-soltos-e-caidos-de-postes-sao-risco-para-moradores-do-recife.html. Acesso em: 28 jan. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 123-7.

Entendendo a reportagem:

01 – Resuma o problema que a reportagem relata.

      Segundo o texto, há problemas com fios das redes elétricas e de telefonia do Grande Recife, colocando em risco a vida das pessoas.

02 – Que órgãos o jornal procurou para relatar o problema? Qual seria a responsabilidade de cada um feles?

      A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), responsável pelos postes que sustentam a rede elétrica, e as de telefonia; a Agência de Regulação de Pernambuco, responsável por regular os serviços públicos delegados pelo Estado.

03 – Houve resposta satisfatória desses órgãos?

      A Celpe se posicionou, afirmando que os fios com problemas seriam das operadoras de telefonia e que iria notifica-las para que realizassem a regulação dos cabos. Já a Arpe não conseguiu dar uma resposta em tempo para a reportagem.

04 – Há em seu bairro, especialmente em sua rua, problemas assim? Retome a lista de problemas ambientais que você fez e, se necessário, faça acréscimos, já indicando quem poderia ou deveria ajudar a resolvê-los.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Releia: “O registro de mais uma morte por descarga elétrica no Grande Recife alerta para falhas na gestão e manutenção de fios e postes da região”. Com que possível intencionalidade foram usadas as palavras em destaque? O que se pretende causar no leitor?

      A expressão banaliza a morte, como se já tivesse se tornado comum morrer por descarga elétrica no Grande Recife. Seu uso, possivelmente, visa chamar a atenção do leitor par isso.

06 – Quem a reportagem entrevistou para saber sobre os riscos de haver em um mesmo poste fios das redes elétrica e de telefonia? Por que provavelmente essa pessoa foi escolhida como fonte e sua fala, citada?

      Clidenor Moura. Por ser engenheiro esse entrevistado tem uma opinião técnica, com conhecimentos específicos sobre o tema, que o qualificam para falar do assunto. Assim, a citação de uma fala fortalece a posição da reportagem de que há problemas na fiação do Recife, funcionando como um argumento de autoridade.

07 – O que são os pontos em vermelho no infográfico que integra a reportagem?

      São locais em que há emaranhados de fios, colocando em risco as pessoas que passam perto.

·        Como as informações trazidas pelo infográfico ampliam o que está sendo relatado na reportagem?

Na reportagem são relatados problemas de fiação em algumas localidades, como praça Flemming e Cada Forte. Já o infográfico apresenta, de forma objetiva e econômica, várias ruas, de diferentes bairros, com o mesmo problema, dando, assim, ao leitor uma dimensão bem maior do problema com fiação na cidade do Recife.

08 – Por que Eduardo Souza também foi entrevistado e citado na reportagem?

      Ele se valeu das redes sociais para criar o canal “Recife, cidade dos fios e dos postes”, em que publica fotografias de postes e fiação em situações de risco.

09 – Releia:

        “Há seis meses, o designer e ilustrador Eduardo Souza, 22 anos, passou a fotografar postes e fios do Recife. Não por acaso, a data coincide com a morte do advogado e músico Davi Santiago [...]”.

a)   Que ideia está implícita no trecho destacado?

A de que a morte de Davi Santiago mobilizou a iniciativa de Eduardo Souza.

b)   Compare a iniciativa de Eduardo Souza com a de José Carlos Pereira. O que há em comum? Qual exige a solução de forma mais direta? Por quê?

A iniciativa do jovem Eduardo Souza contribuiu para a conscientização das pessoas e funciona como uma espécie de denúncia coletiva e pública do problema, pressionando os responsáveis por sua solução, mas de forma indireta, uma vez que seus canais na internet podem ser acessados por qualquer pessoa, sem ter um interlocutor específico.

 

REPORTAGEM: A QUÍMICA DO AMOR - ARETHA YARAK/GUILHERME ROSA - COM GABARITO

 Reportagem: A química do amor 


Embora seja agradável pensar que seguimos o coração, a verdade é que a ciência tem explicações menos poéticas para as demandas românticas. Saiba como ela explica as questões amorosas, resultado de mecanismos puramente fisiológicos, que envolvem hormônios e receptores cerebrais. E por que nada disso vai importar quando você estiver apaixonado.

             Por Aretha Yarak e Guilherme Rosa Atualizado em 6 Maio 2016, 16h19 - Publicado em 12 jun. 2013, 07h34

                          Amor: respiração e batimentos cardíacos acelerados são causados pelo excesso de dopamina no organismo; níveis mais elevados de norepinefrina causam alegria excessiva e falta de sono.

        “Os homens devem saber que do cérebro, e só do cérebro, derivam prazer, alegria, riso e divertimento, assim como tristeza, pena, dor e medo”. A frase foi dita por Hipócrates (460-377 a.C.) há milhares de anos, mas continua certeira. Significa que aquele amor envolto em corações flutuantes, que foi incessantemente idealizado por escritores, poetas e cineastas não é bem do jeito que eles pintam. Esqueça o cupido, a sorte ou mesmo a união sublime e inexplicável de almas. “Nada é tão ao acaso, nem tão romântico”, diz Carmita Abdo, psiquiatra coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. O amor nada mais é do que o resultado de uma complexa cadeia de reações químicas do cérebro, e existe com o intuito único de propagar a nossa espécie. Em outras palavras, amamos porque somos o resultado de um processo evolutivo bem sucedido: ao entrarmos em uma relação estável, as chances de criarmos com sucesso nossos descendentes são muito maiores.

        De acordo com a biologia evolutiva, o vínculo criado por casais apaixonados garante a segurança da espécie. Focado na sua família, o homem gasta energia em mantê-la bem provida, oferecendo todas as oportunidades para que seus filhos cresçam e perpetuem sua carga genética. Para unir o casal, o cérebro se inunda de amor – no caso, há um aumento na liberação dos hormônios dopamina e norepinefrina. São eles que causam todas as sensações típicas da paixão, como insônia, frio na barriga e pensamento obsessivo na pessoa amada.

        Passado o rompante da paixão, outro hormônio entra em ação: a oxitocina. É ela que faz com que os casais criem vínculos, evoluam para o sentimento de amor romântico, e continuem juntos por anos a fio. De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. Best Seller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. “O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro”, diz. E é nosso organismo ainda quem ajuda a escolher por quem nos apaixonamos: enquanto os homens tendem a procurar mulheres com o quadril largo (característica vinculada à progesterona, que sinaliza uma boa fertilidade), as mulheres procuram um homem que transpire sucesso e segurança. Os dois caçam ainda alguém com um sistema imunológico diferente do seu – a variabilidade garante o sucesso da espécie e evita anomalias do cruzamento entre parentes.

        Ah, o amor – Embora a ciência consiga ainda explicar por que, afinal, os homens levam a fama de ser mulherengos (eles são fábricas de espermatozoides que precisam ser espalhados), ela ainda não nos tirou o gosto pelas incertezas do amor. Por mais que você saiba que o hormônio que corre no seu corpo e te faz sentir frio na barriga é a dopamina, você ainda vai, sim, curtir o primeiro beijo, o primeiro amor e sua primeira paixão. E vai se emocionar com os filmes românticos de Hollywood, com as poesias de Vinícius de Moraes e as músicas melosas de Adele. “A paixão pode ser desconfortável, uma situação de extremo êxtase. Mas quanto mais descomunal, melhor. O ser humano vive buscando situações de risco, de perigo, que saiam do cotidiano e da mesmice”, diz Carmita Abdo.

YARAK, Aretha; ROSA, Guilherme. Veja, São Paulo, seção Ciência, 12 jun. 2013. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/a-quimica-do-amor/. Acesso em: 11 fev. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 23-7.

Entendendo a reportagem:

01 – Segundo o texto, o amor é um encontro de almas ou é apenas consequência de reações químicas do cérebro? Que trechos do texto comprovam isso?

      De acordo com o texto, o amor é resultado de reações químicas do cérebro. Trechos: “O amor nada mais é do que o resultado de uma complexa cadeia de reações químicas do cérebro, e existe com o intuito único de propagar a nossa espécie.”; “De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. Best Seller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. ‘O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro’, diz.”

02 – Quais são os hormônios que ajudam na primeira aproximação dos casais e causam as sensações da paixão?

      Os hormônios dopamina e norepinefrina.

03 – Como é o hormônio que faz a paixão evoluir para o amor? Como ele age?

      A oxitocina. De acordo com o trecho, “Passado o rompante da paixão, outro hormônio entra em ação: a oxitocina. É ela que faz com que os casais criem vínculos, evoluam para o sentimento de amor romântico, e continuem juntos por anos a fio.”

04 – Que tipo de informação encontramos no texto?

      Informações científicas sobre como os hormônios e outras substâncias químicas em nosso cérebro influenciam nossos sentimentos de paixão e amor.

05 – Observe a linguagem usada pelo autor. Você diria que ela é mais formal ou informal, mais literária, cotidiana ou científica? Explique sua resposta recorrendo a exemplos do texto.

      Formal, pois não apresenta gírias ou expressões mais coloquiais e pelo fato de o autor fazer uso de muitos termos científicos próprios das áreas de Biologia evolutiva, da Neurociência ou da Psiquiatria.

06 – Observe que o autor cita várias outras pessoas ao longo do texto, fazendo, inclusive, referência a um livro.

a)   Por que você acha que ele fez isso?

O autor recorre aos estudos de outras pessoas e a suas obras para apresentar informações/resultados de pesquisa sobre o assunto de que está tratando.

b)   Essas pessoas podem ser consideradas especialistas em suas áreas de estudo?

Sim, pois se trata de estudiosos de psiquiatria.

c)   O fato de o autor citar essas pessoas e seus trabalhos torna as informações apresentadas no texto mais ou menos confiáveis? Explique sua resposta.

Mais confiáveis, porque ajudam a dar credibilidade a textos desta natureza, é fruto de estudo de várias pessoas e não apenas de suas próprias ideias.

07 – Em várias passagens do texto, o autor usou aspas. Leia novamente algumas dessas passagens e explique a função das aspas em cada uma delas.

a)   “Os homens devem saber que do cérebro, e só do cérebro, derivam prazer, alegria, riso e divertimento, assim como tristeza, pena, dor e medo”. A frase foi dita por Hipócrates (460-377 a.C.) há milhares de anos, mas continua certeira.

b)   “Nada é tão ao acaso, nem tão romântico”, diz Carmita Abdo [...].

c)   De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. Best Seller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. “O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro”, diz.

d)   “A paixão pode ser desconfortável, uma situação de extremo êxtase. Mas quanto mais descomunal, melhor. O ser humano vive buscando situações de risco, de perigo, que saiam do cotidiano e da mesmice”, diz Carmita Abdo.

      Em todos os trechos, as aspas foram usadas com a mesma função: reproduzir e marcar a fala de outras vozes diferentes da voz do autor do texto.

08 – O que mudaria se esses trechos não estivessem entre aspas?

      Provavelmente o leitor teria mais dificuldade em discernir quem é o responsável por cada uma das afirmações: o autor do texto ou outras pessoas. Ou seja, ficaria difícil diferenciar, por exemplo, o que o autor desse texto diz do que os outros autores que ele consultou dizem.

09 – Também aparece algumas vezes outro sinal de pontuação: os parênteses. Explique para que esse sinal foi usado, observando os tipos de informação que estão neles.

      Para acrescentar uma explicação em relação ao que acabou de ser dito ou acrescentar detalhes sobre a informação dada.

10 – Em algumas passagens, foi usado um travessão (--). Observe.

        “[...] Para unir o casal, o cérebro se inunda de amor – no caso, há um aumento na liberação dos hormônios dopamina e norepinefrina. São eles que causam todas as sensações típicas da paixão, como insônia, frio na barriga e pensamento obsessivo na pessoa amada.”

        “[...] Os dois caçam ainda alguém com um sistema imunológico diferente do seu – a variabilidade garante o sucesso da espécie e evita anomalias do cruzamento entre parentes.”

a)   As informações introduzidas por essa pontuação ajudam a entender melhor o que está sendo dito ou não fariam nenhuma falta no texto? Explique sua resposta.

Esses esclarecimentos são importantes para compreender melhor o texto.

b)   A função do travessão é mais semelhante à função das aspas ou dos parênteses? Por quê?

É mais semelhantes à função dos parênteses, pois ambos servem para acrescentar explicações ou informações adicionais relevantes para a compreensão do que foi dito.

11 – Observe, logo abaixo do texto lido, as referências bibliográficas que indicam onde ele foi publicado.

a)   De que tipo de publicação se trata?

Trata-se de uma revista semanal que traz assuntos diversos: notícias sobre política, esporte, arte, ciência, artigos de opinião, etc.

b)   Em que seção da publicação o texto foi publicado?

Na seção de Ciência.

c)   Para que tipo de leitor é destinada essa publicação e sua respectiva seção?

Para o público adulto em geral, principalmente os interessados nas novidades da Ciência.

d)   Qual é a intencionalidade discursiva do autor desse texto? Explique recorrendo ao boxe ao lado.

Divulgar novos conhecimentos científicos sobre a natureza química do amor.

e)   Se você tivesse que dar um nome a textos escritos com essa finalidade, que nome daria?

Resposta pessoal do aluno.

 

 

 

quinta-feira, 7 de julho de 2022

CONTO: O VERDE - IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO - COM GABARITO

 CONTO:O VERDE

                Ignácio de Loyola Brandão


 Estranha é a cabeça das pessoas.

Uma vez, em São Paulo, morei numa rua que era dominada por uma árvore incrível. Na época de floração, ela enchia a calçada de cores. Para usar um lugar-comum, ficava sobre o passeio um verdadeiro tapete de flores; esquecíamos o cinza que nos envolvia e vinha do asfalto, do concreto, do cimento, os elementos característicos desta cidade. 

Percebi, certo dia, que a árvore começava a morrer. Secava lentamente, até que amanheceu inerte, em folha. "É um ciclo, ela renascerá", comentávamos no bar ou na padaria. Não voltou. Pedi ao Instituto Botânico que analisasse a árvore, e o técnico concluiu: fora envenenada. 

Surpresos, nós, os moradores da rua, que tínhamos a árvore como verdadeiro símbolo, começamos a nos lembrar de uma vizinha de meia-idade que todas as manhãs estava ao pé da árvore com um regador. Cheios de suspeitas, fomos até ela, indagamos, e ela respondeu com calma, os olhos brilhando, agressivos e irritados:

-- Matei mesmo aquela maldita árvore.

-- Por quê?

-- Porque na época da flor ela sujava minha calçada, eu vivia varrendo essas flores desgraçadas.

www.santos.sp.gov.br

Entendendo o texto

1)Por que, no começo do texto, o narrador afirma que "Estranha é a cabeça das pessoas.".

Porque o narrador já conhecia a história sobre a árvore.


2) Observe a frase: "Na época da floração, ela enchia a calçada de cores." (2º parágrafo).
a) Qual é a época da floração?

     A época de floração é a designação dada ao período do ano, ou à estação do ano, que é geralmente a primavera, em que desabrocham as flores de determinada espécie ou grupo de espécies de plantas, estando então a planta em flor.


b) O que significa a expressão "enchia a calçada de flores"?

     As flores caiam na calçada, sujando-a.

3) Observe a frase: [...] esquecíamos o cinza que nos envolvia [...]" (2º parágrafo). Que cinza era esse ao qual o autor se referia?

O cinza que vinha do asfalto, do concreto, do cimento, os elementos característicos da cidade grande. 


4) Por que a árvore parou de florescer?

    Porque a vizinha estava envenenando a árvore aos poucos.

5) Releia atentamente a seguinte frase e responda às questões:
"Surpresos, nós, os moradores da rua, que tínhamos na árvore um verdadeiro símbolo, começamos a nos lembrar de uma vizinha de meia-idade que todas as manhãs estava ao pé da árvore com um regador." (2º parágrafo).
a) Qual é a primeira impressão que temos ao ler que a vizinha regava a árvore todos os dias?

Que ela cuidava da árvore, molhando-a diariamente.

b) Essa impressão se confirma no final do texto? Por quê?

Não. No final o leitor se choca com a resposta que a senhora dá, quando diz que matei mesmo aquela maldita árvore.

6) Por qual motivo a árvore foi morta?

Porque durante o período de floração, sujava a calçada.

7) Identifique, no texto, os elementos da narrativa abaixo:
a) Narrador:
Narrador-personagem.
b) Espaço: Numa rua na cidade de São Paulo.
c) Enredo: Uma árvore que enchia a rua de vida, mas que, de repente, parou de florescer.
d) Clímax: Os vizinhos foram atrás de uma senhora suspeita de envenenar a árvore.
e) Desfecho: A senhora matou a árvore por motivo fútil.

 

 

terça-feira, 28 de junho de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): ENCONTROS E DESPEDIDAS - MILTON NASCIMENTO E FERNANDO BRANT - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): ENCONTROS E DESPEDIDAS

                  Milton Nascimento e Fernando Brant

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando

Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero

Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida

Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida
É a vida desse meu lugar
É a vida

Fonte: Musixmatch

Compositores: Nascimento Milton Silva Campos / Brant Fernando Rocha

Letra de Encontros e despedidas © Nascimento Edicoes Musicais Ltda, Tres Pontas Edicoes Musicais Ltda, Nascimento Edicoes Musicais

http://pessoal.educacional.com.br/up/59870001/7216605/POR_P8_U2_Tipo1.pdf

https://cenfopgeografia.files.wordpress.com/2009/11/projeto-4-encontros-e-despedidas-poema.pdf

Entendendo o texto

01. A repetição da expressão "Tem gente", na segunda estrofe, ressalta

a) a multiplicidade de pessoas com diferentes objetivos.

b) a preocupação do poeta com a vida das pessoas.

c) a quantidade de pessoas nas idas e vindas da vida.

d) a vida monótona das pessoas que viajam muito

02. Qual o nível de linguagem empregada no texto: linguagem coloquial (informal) ou linguagem culta (formal)?

Dê um exemplo que comprove sua resposta.

Informal.

“Me dê um abraço,”; “Tô chegando”.

03. O título do poema sugere ideia de contraste, oposição. Essa ideia é mantida no decorrer do texto. Cite dois pares que confirmem essa afirmação.

Possibilidades: “Chega/Vai; Vem/Voltar; Vai/Ficar; Sorrir/Chorar; Chegar/Partir; O Trem que chega/É o mesmo trem da partida; Encontro/Despedida”.

04. Explique o sentido dos versos a seguir:

 “Todos os dias é um vai-e-vem, / A vida se repete na estação.”

Diariamente, as pessoas transitam pela estação de trem. Essa cena é corriqueira, repetitiva.

05. Na última estrofe do poema, os autores estabelecem uma relação entre dois elementos. Quais são?

Plataforma e Vida.

06. Que temáticas são abordadas na canção?

      • a questão das migrações internas;

      • as melhores condições de trabalho e de vida que fazem com que algumas regiões se tornem áreas de atração populacional e outras, de repulsão;

      • as desigualdades regionais no que se refere ao desenvolvimento econômico e social.

07. Segundo o eu lírico quais são os lugares “cuja vida” é de encontro e quais são de despedida?

“...a hora do encontro é também despedida/a plataforma dessa estação/é a vida desse meu lugar...”.

 

  

segunda-feira, 27 de junho de 2022

POEMA: O MEDO DO MENINO - ELIAS JOSÉ - COM GABARITO

 POEMA: O MEDO DO MENINO

                  Elias José

Que barulho estranho,
vem lá de fora,
vem lá de dentro?!

Que barulho medonho
no forro,
no porão,
na cozinha,
ou na despensa!…

Será fantasma
ou alma penada?
Será bicho furioso
ou barulhinho de nada?

E o menino olha
na escura escada
e não vê nada.
Travesseiro
E olha na vidraça
e uma sombra o ameaça.

Quem se esconde?
Esconde onde?

Se vem alguém passo a passo
Na rua deserta
O medo aumenta.
Passos de gente de casa
Encolhe o medo.
Se somem vozes e passos
De gente de casa,
No ato, no quarto,
Vem o arrepio

E o menino encolhe,
Fica todo enroladinho.
E se embrulha nas cobertas,
Enfia a cabeça no travesseiro
E devagar, devagarinho,
Sem segredo,
Vem o sono
E some o medo.

https://eliasjose.com.br/o-medo-do-menino/ 

http://drifi10.blogspot.com/2011/06/o-medo-do-menino-jose-elias-que-barulho.html

Entendendo o texto

01. Ao compararmos os dois textos, notamos que ambos falam de

a) assalto.

b) cozinha.

c) medo.

d) dentista.

 

02. Retire do texto as palavras que tenham o som nh:

     “... estranho, medonho, cozinha, barulhinho, enroladinho, devagarinho.”

03. Agora escreve as palavras que tenham o som lh.
     “...barulho, olha, encolhe, embrulha.”
04. E você, tem medo de quê?

      Resposta pessoal.

 05. Como foi que o medo do menino sumiu? 

       Ele enfia a cabeça no travesseiro, devagarinho vem o sono e some o medo.
06. Escreva frases com as palavras:

       Fantasma –

       Porão -

    


domingo, 26 de junho de 2022

TEXTOS: O UNIVERSOS - COM GABARITO

 Textos: O Universos

Texto 1

        A pulsação era suave, contínua, incessante. Não havia nada além dela. Tudo- o calor, o alimento, até as ondas confusas de pensamentos e sua mente – embalava-se ao ritmo daquela pulsação eterna, compassada, confortável.

        Conforto. O Universo inteiro era um lugar morno e macio. Existir era flutuar naquele líquido desde sempre, sentindo-se crescer aos poucos. Sem interrupções. Sem peso. Sem esforço. O alimento chegando em intervalos pausados, a força e o prazer de mover os membros vagarosamente, chutar as membranas em volta. Flexíveis, macias ... Dormir e acordar tranquilamente, como se os sonhos fossem apenas o outro lado dos pensamentos. Tão parecidos! Era bom existir.

        O movimento começara imperceptivelmente, pequena variação no pulsar costumeiro. Nada de mais, apenas um novo balanço a embalar seu sono. Porém com o passar dos minutos foi se intensificando, sobrepondo-se ao outro pulsar, sacolejando as membranas macias que de repente pareciam enrijecer.

        Desconforto. Urgência. O universo todo de repente empurrando seu corpo como se o quisesse expelir. E o movimento ficando mais forte, anulando a pulsação conhecida, causando dor, impedindo o prazer de flutuar. Pela primeira vez sentiu medo.

        Subitamente todo o líquido pareceu escoar-se, e absurda sensação de frio envolveu-o. Um empurrão mais forte e o frio se tornou insuportável: o universo como que explodia em dolorosa luz, ofuscando-lhe os olhos, penetrando-lhe à força. Uma lufada gelada ardeu-lhe, das narinas até as profundezas do corpo.

        Quis voltar ao calor e à maciez da existência de antes, mas seu universo não mais existia. E ao frio intenso, ao desconforto e à agressão respondeu tentando expulsar o ar gelado pela boca. Gritou.

Texto 2

        Os pensamentos confusos, que durante um bom tempo se haviam misturado a sonhos em sua mente, finalmente se concentraram em um só. Estou acordado.

        Precisou de todas as forças de que dispunha para controlar o medo e não gritar. Repassou mentalmente o treinamento, os exercícios, as noções teóricas que agora testaria na prática.

        Desenvolvendo equações mentais, conseguiu evitar a lembrança do desconforto que lhe causava a roupa, os aparelhos gelados pressionando seu corpo, tubos invadindo-lhe a pele para a introdução de alimentos e a retirada de resíduos.

        Nada além de dor e frio, luzes incomodando-lhe os olhos, ardores e arrepios maltratando-lhe o corpo. Tentou ajustar-se ao assento da nave. Anatômico, asseguravam os técnicos. Mas desconfortável para quem ali permanecesse por muito tempo.

        Finalmente tomou coragem e abriu os olhos. A cápsula continuava com o mesmo aspecto de que se lembrava, antes de ser induzido ao sono. Os aparelhos indicavam exatamente o que deveriam indicar. Checou os números e mapas, aproveitando a concentração da atenção nos detalhes técnicos para amenizar o desconforto físico. Sim, estava acordado e em boas condições. Sobrevivera aos testes, ao lançamento, ao longo período em estado de hibernação. E localizava-se agora na região desconhecida.

        Foi então que teve coragem de olhar pela primeira vez o visor. Invadiu-o sensação estranha, inesperada. Aquela região não lhe era desconhecida.

        Soltou as travas que o retinham no assento. Deixou o corpo flutuar com a falta de gravidade, como se tivesse feito aquilo a vida toda, e aproximou-se do visor agarrando os corrimões instalados para essa finalidade. Junto ao posto de observação teve melhor visão.

        Sim, nacionalmente sabia que as estrelas que via através do visor da nave não eram as que poderia ver no céu de seu planeta. Eram outras, as que seus mapas e cálculos indicavam como posicionadas nos confins da galáxia. E mesmo assim, ele conhecia o lugar. Embora aquela missão fosse uma das primeiras e ele um dos poucos a explorar a região, sentia-se em casa. A vista diante de seus olhos era magnífica. À frente, o universo.

        Conforto. O Universo inteiro era um lugar morno e macio. Existir era flutuar ali desde sempre. Sem interrupções. Sem peso. Sem esforço. O alimento chegando em intervalos pausados, a força e o prazer de mover os membros vagarosamente, acompanhando a pulsação do universo... Dormir e acordar, como se os sonhos fossem apenas o outro lado dos pensamentos. Era bom existir.

        Sorriu dentro da roupa que já não parecia desconfortável e preparou-se para enviar as primeiras mensagens à Terra.

Estes textos foram produzidos especialmente para você ler e responder.

Fonte: Português em outras palavras – 8ª série – Maria Sílvia Gonçalves – ed. Scipione – São Paulo, 2002. 4ª edição. p. 30-4.

Entendendo os textos:

01 – Os textos narrativos podem ser divididos em quatro partes:

Parte I: Situação inicial (normalidade na vida da personagem).

Parte II: Apresentação do conflito (algo que vem desequilibrar a situação inicial).

Parte III: Exploração do conflito (coloca-se a personagem em situação de grande tensão; é a parte mais importante porque as reações da personagem provocam o suspense e possibilitam questionamentos da situação).

Parte IV: Desfecho (deve surpreender pelo inesperado; é curto).

a)   Os textos que você leu são narrativos. Escreva em seu caderno onde começam e onde terminam essas partes em cada um deles.

I: de “A pulsação era...” até “Era bom existir.” II: de “O movimento começara...” até “de repente pareciam enrijecer”. III: de “Desconforto. Urgência.” Até “... até as profundezas do corpo”. IV: de “Quis voltar ao calor...” até “... gritou”. Texto 2. I: de “Os pensamentos confusos...” até “... permanecesse por muito tempo”. II: de “Finalmente tomou coragem...” até “... agora na região desconhecida.” III: de “Foi então que teve coragem...” até “... era bom existir.” IV: de “Sorriu dentro da roupa...” até “primeiras mensagens à Terra.”

b)   Dê um título a cada parte.

I: Conforto. II: Movimento. III: Desconforto. IV: Grito. Texto 2. I: Dor e frio ou Acordar. II: Sobrevivência aos testes ou Localizar-se. III: O Universo é o Lar ou Flutuar. IV: Primeiras mensagens ou Enviar mensagens.

02 – Reescreva a frase correta em seu caderno. Do ponto de vista das sensações das personagens, seria possível afirmar que:

a)   No texto I, a sensação de conforto permanece do princípio ao fim.

b)   No texto II, a sensação de desconforto permanece do princípio ao fim.

c)   No texto I, a sensação inicial de conforto transforma-se em desconforto, enquanto no texto II ocorre o oposto.

d)   No texto I, a sensação inicial de desconforto transforma-se em conforto, enquanto no texto II ocorre o oposto.

03 – Nos dois parágrafos iniciais do primeiro texto, parece qe a personagem é colocada num berço. Como se consegue, pela linguagem, transmitir a ideia de embalo ao leitor?

      A ideia do embalo é criada com a utilização de um grande número de frases nominais curtas, que acabam imprimindo um ritmo lento ao texto. Nas orações, os verbos são usados nas formas nominais, o que acaba intensificando essa ideia.

04 – Nesta passagem: “Nada de mais, apenas um novo balanço a embalar seu sono. Porém com o passar dos minutos foi se intensificando”, observe a palavra que anuncia uma mudança na situação. A que classe ela pertence?

      A palavra que anuncia uma mudança na situação (introduzindo o conflito na narrativa) é a conjunção coordenativa adversativa porém.

05 – Releia o trecho:

        “Subitamente todo o líquido pareceu escoar-se, e absurda sensação de frio envolveu-o”.

a)   O líquido realmente escoa. Por que então o verbo em destaque foi usado?

A personagem está confusa, perdeu o controle da situação.

b)   A sensação de frio é absurda. O que esse adjetivo reafirma?

Até aquele momento, tudo era morno, quente; a mudança de temperatura parece-lhe, portanto, absurda.

06 – Observe: “O universo como que explodia em dolorosa luz”. Essa frase revela o momento exato de que fato?

      Revela o momento exato do nascimento da personagem.

07 – No texto I, o que representou para a personagem sair de seu universo e entrar no universo dos outros seres?

      A saída representou dor, sofrimento.

08 – Os textos são narrados em terceira pessoa. Em sua opinião, por que esse foco narrativo foi utilizado?

      Pretendeu-se um certo distanciamento dos fatos, ao narrar. Além disso, no texto I, seria inverossímil um recém-nascido narrar seu próprio nascimento.

09 – Retire do último parágrafo do texto I, a expressão que revela uma situação irreversível para a personagem.

      “... seu universo não mais existia.”

10 – Comente a última palavra do texto I.

      O grito é a primeira manifestação da personagem em sua nova vida, e é de dor e sofrimento.

11 – No texto II, na frase “Estou acordado”, usa-se um tipo de letra diferente. Por quê?

      É uma fala da personagem, sem nenhuma pontuação que pudesse distingui-la da fala do narrador. Daí usar-se tipo diferente.

12 – Em nenhum momento se revela que a personagem é um astronauta, mas isso está claro no texto II. Explique como.

      Pela descrição da nave (aparelhos, máquinas) e do céu. Além disso, a personagem acorda de testes, de um sono induzido, e sobrevive ao lançamento.

13 – A que você atribuiria a familiaridade da personagem do texto II com uma região que lhe era totalmente desconhecida?

      A personagem tem paixão pela vida, pela aventura que está vivendo e pelo universo como um todo. Sabe que é parte desse universo maior e, por isso, sente-se à vontade, em casa, em qualquer lugar, até nos confins da galáxia.

14 – Faça uma comparação entre os dois textos, mostrando as semelhanças e diferenças entre eles, com relação a:

a)   Pensamentos das personagens.

Texto I: confusos, misturados a sonhos. Texto II: confusos, misturados a sonhos.

b)   Alimentação.

Texto I: O alimento chega pausadamente, naturalmente. Texto II: O alimento vem por tubos, de forma artificial.

c)   Sono.

Texto I: Tranquilo, natural. Texto II: Induzido, artificial.

d)   Sensações iniciais.

Texto I: De conforto. Texto II: De conforto.

e)   Evolução das sensações.

Texto I: Começa a sentir dor, perde o controle. Texto II: Começa a conscientizar-se da situação, readquire o controle.

f)    Pulsação.

Texto I: Suaves e ritmadas no início; desconhecidas no final. Texto II: Vão adquirindo a regularidade do universo.

g)   Relação com a luz.

Texto I: É dolorosa quando ocorre, no final. Texto II: É incômoda quando ocorre, no início.

h)   Relação com o calor e frio.

Texto I: O calor dá lugar ao frio. Texto II: O frio dá lugar ao calor.

i)     Relação com o desconhecido.

Texto I: Causa medo. Texto II: Causa prazer.

15 – Compare o segundo parágrafo do texto I com o penúltimo parágrafo do texto II. O que você nota?

      Nota-se uma semelhança muito grande. Essas semelhanças adquirem sentidos diferentes em razão do momento em que aparecem nos dois textos. No texto I: é a situação de partida; no texto II: a situação de chegada.

16 – Após ler os dois textos, dê a sua versão do que seja Universo.

      Resposta pessoal do aluno.

17 – Ambos os textos constroem-se sobre pares de antônimos. Quais?

      Conforto/desconforto; calor/frio; dor/prazer.

18 – Qual o resultado desse jogo de antônimos?

      O resultado desse jogo de antônimos é mostrar ao leitor que a existência humana oscila entre dois sentimento contraditórios.

19 – Comente o emprego de frases nominais nos textos.

      As frases nominais são empregadas com o objetivo de recriar na escrita as sensações vividas pelas personagens: conforto, bem-estar, segurança, embalo, flutuação, mistura de realidade e sonho. As sensações, no caso, se sobrepõem às ações; daí a forte presença de frases nominais.

20 – Comente o emprego das formas nominais dos verbos nos textos.

      Já que as sensações se sobrepõem às ações, predominam verbos de estado e frases sem verbo. Os verbos de ação, quando aparecem, vêm conjugados em suas formas nominais, no gerúndio principalmente, uma vez que essa forma verbal descreve o lento desenrolar de uma ação.