terça-feira, 28 de setembro de 2021

CRÔNICA: AMIGOS - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Crônica: Amigos

            Luís Fernando Veríssimo

        Os dois eram grandes amigos. Amigos de infância. Amigos de adolescência. Amigos de primeiras aventuras. Amigos de se verem todos os dias. Até mais ou menos 25 anos. Aí, por uma destas coisas da vida – e como a vida tem coisas! – passaram muitos anos sem se ver. Até que um dia...

        Um dia se cruzam na rua. Um ia numa direção, o outro na outra. Os dois se olharam, caminharam mais alguns passos e se viraram ao mesmo tempo, como se fosse coreografado. Tinham-se reconhecido.

        – Eu não acredito!

        – Não pode ser!

        Caíram um nos braços do outro. Foi um abraço demorado e emocionado. Deram-se tantos tapas nas costas quantos tinham sido os anos da separação.

        – Deixa eu te ver!

        – Estamos aí.

        – Mas você está careca!

        – Pois é.

        – E aquele bom cabelo?

        – Se foi...

        – Aquela cabeleira.

        – Muito Gumex...

        – Fazia sucesso.

        – Pois é.

        – Era cabeleira pra derrubar suburbana.

        – Muitas sucumbiram...

        – Puxa. Deixa eu ver atrás.

        Ele se virou para mostrar a careca atrás. O outro exclamou:

        – Completamente careca!

        – E você?

        – Espera aí. O cabelo está todo aqui. Um pouco grisalho, mas firme.

        – E essa barriga?

        – O que é que a gente vai fazer?

        – Boa vida...

        – Mais ou menos...

        – Uma senhora barriga.

        – Nem tanto.

        – Aposto que futebol, com essa barriga...

        – Nunca mais.

        – E você era bom, hein? Um bolão.

        – O que é isso.

        – Agora tá com a bola na barriga.

        – Você também.

        – Barriga, eu?

        – Quase do tamanho da minha.

        – O que é isso?

        – Respeitável.

        – Quem te dera um corpo como o meu.

        – Mas eu estou com todo o cabelo.

        – Estou vendo umas entradas aí.

        – O seu só teve saída.

        Ele se dobra de rir com a própria piada. O outro muda de assunto.

        – Faz o quê? Vinte anos?

        – Vinte e cinco. No mínimo.

        – Você mudou um bocado.

        – Você também.

        – Você acha?

        – Careca...

        – De novo a careca? Mas é fixação.

        – Desculpe, eu...

        – Esquece a minha careca.

        – Não sabia que você tinha complexo.

        – Não tenho complexo. Mas não precisa ficar falando só na careca. Eu estou falando nessa barriga indecente? Nessas rugas?

        – Que rugas?

        – Ora, que rugas?

        – Meu Deus, sua cara está que é um cotovelo.

        – Espera um pouquinho...

        – E essa barriga? Você não se cuida não?

        – Me cuido mais que você.

        – Eu faço ginástica, meu caro. Corro todos os dias. Tenho uma saúde de cavalo.

        – É. Só falta a crina.

        – Pelo menos não tenho barriga de baiana.

        – E isso, o que é?

        – Não me cutuca.

        – Me diz. O que é? Enchimento?

        – Não me cutuca!

        – E esses óculos são para quê? Vista cansada? Eu não uso óculos.

        – É por isso que está vendo barriga onde não tem.

        – Claro, claro. Vai ver você tem cabelo e eu é que não estou enxergando.

        – Cabelo outra vez! Mas isso já é obsessão. Eu, se fosse você, procurava um médico.

        – Vá você, que está precisando. Se bem que velhice não tem cura.

        – Quem é que é velho?

        – Ora, faça-me o favor...

        – Velho é você.

        – Você.

        – Você.

        – Você!

        – Ruína humana.

        – Ruína não.

        – Ruína!

        – Múmia!

        – Ah, é? Ah, é?

        – Cacareco! Ou será cacareca?

        – Saia da minha frente!

        Separaram-se, furiosos. Inimigos para o resto da vida.

 Verissimo, Luís Fernando. O melhor das comédias da vida privada. São Paulo: Objetiva, 2004.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 131-3.

Entendendo a crônica:

01 – Em que período da vida esses dois homens conviveram?

      Da infância até mais ou menos 25 anos de idade.

02 – Que mudanças físicas os amigos percebem um no outro?

      Ficar careca, ganhar barriga, rugas e vista cansada.

03 – Até certo momento do texto, falar sobre as mudanças físicas ainda era amistoso. Em que ponto deixa de ser assim? Transcreva no caderno as frases que marcam essa passagem.

      As frases são: “– De novo a careca? Mas é fixação.”

04 – Em seu caderno, transcreva o trecho do texto que corresponde ao clímax do conflito.

        Tem início com a fala “– Velho é você.” até “– Cacareco! Ou será cacareca?”.

05 – O texto mostra como a relação de amizade se transforma progressivamente em inimizade. Em seu caderno, descreva como o texto desenvolve essa progressiva oposição.

      O texto começa usando uma linguagem quase poética, com expressões como “amigos de primeiras aventuras”, descreve o abraço emocionado do reencontro; com a entrada dos diálogos, o texto vai ficando mais dinâmico, os desentendimentos começam a aparecer. Com a continuidade da narrativa, os diálogos vão se tornando cada vez mais ásperos, as frases se tornam curtas e incisivas até chegar ao ponto alto do conflito.  

06 – O narrador, na introdução da crônica, apresenta ao leitor uma reflexão: “Aí, por uma destas coisas da vida – e como a vida tem coisas!”. O assunto da crônica justifica a reflexão do narrador? A vida realmente “tem coisas”? Justifique sua opinião com acontecimentos narrados no texto.

      Sim, pois os amigos se reencontram depois de tantos anos e de repente se envolvem em uma discussão e tornam-se inimigos para sempre.

07 – Para as personagens da crônica, a situação de desentendimento entre amigos é um momento tenso e desagradável ou leve e divertido?

      A discussão é tensa e provoca um desconforto nos dois conhecidos, tornando o encontro muito desagradável.

08 – Por que podemos dizer que se trata de um texto de humor?

      Porque o diálogo travado entre as personagens é engraçado, as observações que um faz a respeito da aparência física do outro e a não aceitação da mudança da aparência por parte dos dois amigos, que ainda se consideram jovens, como há 25 anos, dão o tom humorístico, irônico à obra. O próprio afastamento definitivo é irônico.

09 – As características que uma personagem repara na outra são predominantemente negativas. Cite algumas palavras ou frases que exemplifiquem essa afirmação.

      “– Agora tá com a bola na barriga.”, “– Meu Deus, sua cara está que é um cotovelo.”, “– Ruína humana.”, “– Múmia!”.

10 – Em que consiste o humor do texto?

      O humor é a ironia da situação, “as coisas que a vida tem”: os dois não se viam há muito tempo, mas quando se reencontram, identificam tantos defeitos na aparência um do outro que transformam esse reencontro, no início tão afetuoso, em guerra verbal e desentendimento definitivo.

11 – Com base nos conhecimentos que já possui sobre gêneros textuais, responda: Por que podemos considerar esse texto uma crônica de humor?

      Trata-se de um texto narrativo breve, que apresenta uma situação do cotidiano em linguagem coloquial. A reflexão é exemplificada com uma situação irônica, que surpreende o leitor.

12 – Você se lembra de algum reencontro desagradável, mas engraçado, vivido por você ou por alguém que conhece? Conte para a turma.

      Resposta pessoal do aluno.

ROMANCE: GABRIEL TERNURA(FRAGMENTO) - EDSON GABRIEL GARCIA - COM GABARITO

 Romance: Gabriel Ternura (fragmento)

                Edson Gabriel Garcia

Momento de ouvir

  Gabriel, Rafa e os filhos do homem que trabalhava no computador entraram para a escola.

 O prédio era feio, velho, sujo e malcuidado. Em nenhum lugar poder-se-ia encontrar maior desmazelo. As paredes haviam perdido a cor; o reboco, em algumas partes caído, deixava à vista os tijolos desanimados pelo peso das telhas. Os móveis jaziam sem vontade de receber as crianças. Mesmo a professora, ranzinza e doente dos pulmões, dava a impressão de total desarranjo e desinteresse pelo trabalho. Nenhum cartaz ou mural quebrava o pesado ar de decadência da escola.

        Apesar da aparência, eles quiseram frequentar essa escola.

        Logo nos primeiros instantes de participação na escola, Gabriel estranhou que a professora não conversava nem olhava para as crianças. Todas estavam quietas, mudas, sem interesse por tudo que rodeava o ambiente. Tampouco as crianças perguntavam alguma coisa para a professora. Ele quis saber o motivo e perguntou à mestra:

        – As crianças não fazem perguntas nem precisam saber os porquês?

        – Os adultos sabem por elas e seus manuais trazem tudo pronto e respondido. A elas cabe apenas a tarefa de conviver uma com a outra.

        – Conviver ?! A senhora chama isto de conviver?? Como?? Alguém aqui sabe quem é o colega do lado e o que ele faz aqui?

        A professora não respondeu ao comentário-pergunta de Gabriel. Não porque não queria, mas porque não sabia. Cansada pelo esforço que seu fraco pulmão fizera para responder à pergunta, nem levantou os olhos para Gabriel.

        Gabriel pegou a aquarela e com o pincel desenhou sobre a mesa um lindo ramalhete de margaridas que ofereceu à desconfiada professora.

        Ela o pegou e agradeceu. Olhou admirada e com desconfiança para aquelas flores brancas e simpaticamente bonitas.

        No instante seguinte, Gabriel deu vida amarela e azul ao velho prédio da escola. Pintou trepadeiras nas paredes e um abacateiro carregadinho de frutas na porta de entrada. As plantas davam novo alento ao ambiente. O ventinho leve do balanço das folhas trazia pequenas doses de satisfação à criançada ali presente. O verde da trepadeira esparramava-se nos buracos da parede cobrindo o desânimo dos tijolos. Mas faltava ainda alguma coisa.

        – Os risos, Rafa! – lembrou Gabriel.

        Rafa saiu um instante e voltou com os alegres companheiros do Depósito de Risos: ali estavam, para voltar aos lábios das crianças, os sorrisos, os risos, as risadas e as gargalhadas. A professora nada entendia, acostumada que era com o passar monótono e pacato dos dias. Menos ainda entendeu quando seus discípulos começaram a sorrir à boca aberta e a sala coloriu-se de um azul suave vindo do rosto de Rafa. Entusiasmada, esquecida dos pulmões doentes, gritou:

        – Oba! Como você fez isto?

        – Com amor, professora – respondeu Gabriel.

        – Ah! – fez ela, coçando o birote dos cabelos, continuando a não entender coisa alguma.

        E em meio a toda aquela algazarra de alegria e colorido, Gabriel abriu o gargalo da garrafa e deixou as bocas voltarem aos seus donos.

        – Por que você sorri azul? Quem é você?

        – Por que eu estou sentado aqui? Como vim parar aqui? Que livro é este? Por que esta cor?

        – Por que a professora não conversa?

        – Quem manda? Onde? Por quê? Como?

        E a escola voltou a sorrir e a responder às perguntas das crianças. “Isso é muito bom” – pensou Gabriel.  

        É a escola que começa a responder às primeiras inquietações espirituais dos futuros homens e criar outras perguntas que a própria vida responderá.

 GARCIA, Edson Gabriel. Gabriel Ternura. São Paulo: Loyola, 1982.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 86-8

Entendendo o romance:

01 – Como se comporta a professora?

      Ela não tem interesse nos problemas que aflingem as crianças e não dá sequer oportunidade para elas se relacionarem.

02 – Que linguagem predomina no texto? Como você chegou a essa conclusão?

      Está escrito em uma linguagem formal, sem o tom coloquial, sem gírias e apresenta um vocabulário bem-cuidado.

03 – Releia o seguinte parágrafo, em que se apresentam as descrições da escola e da professora:

        “O prédio era feio, velho, sujo e malcuidado. Em nenhum lugar poder-se-ia encontrar maior desmazelo. As paredes haviam perdido a cor; o reboco, em algumas partes caído, deixava à vista os tijolos desanimados pelo peso da s telhas. Os móveis jaziam sem vontade de receber as crianças.

        Mesmo a professora, ranzinza e doente dos pulmões, dava a impressão de total desarranjo e desinteresse pelo trabalho. Nenhum cartaz ou mural quebrava o pesado ar de decadência da escola.”

a)   No texto há, várias expressões usadas no sentido figurado. Identifique-as.

         “Tijolos desanimados”; “móveis sem vontade”; “pesado ar”.

b)   Por que podemos dizer que essas expressões estão em sentido figurado?

Porque as palavras “desanimados”, “vontade” e “pesado” foram usadas em sentido que vai além do usual, comum, direto.

c)   Que efeitos de sentido essas expressões figuradas provocaram no texto? 

Essas expressões humanizam a escola, pejorativamente. Os seres inanimados parecem participar da história e do cenário como se fossem pessoas tristes, sem vida, desanimadas.

d)   A que classe gramatical pertencem as palavras “feio”, “velho”, “sujo” e “malcuidado”, usadas na primeira frase desse parágrafo? Para que servem as palavras dessa classe gramatical?

São adjetivos. Os adjetivos conferem características aos substantivos.

04 – Esse parágrafo foi construído para que o leitor visualizasse a escola e a professora. Que tipos de palavras mais colaboraram para que esse objetivo fosse atingido? Dê exemplos.

      As palavras que caracterizam ou descrevem o ambiente e as pessoas: “feio”, “velho”, “sujo”, “malcuidado”, “desanimados”, “ranzinza”, “doente”, “pesado”.

05 – O trecho do texto em destaque é predominantemente descritivo ou narrativo? Justifique sua resposta. 

      Ele é descritivo, já que o objetivo é levar o leitor a imaginar o espaço e a personagem.

 

 

 

 

CAPA: REVISTA TODATEEN 227 - COM GABARITO

 Capa: Revista Todateen 227


 Fonte de imagem -  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWjXYs6pS8h0bXynBV6Q-Em1kazoeLOX_MDQ9JJTe3qPBuQp_zhOnwJCS-t_EC8vLLipB5AE5by14BGOQ_bBpf6RYCFmxyVW7Vj_U1194okR7p9ShPnpEcTaiasPQkFUyusVb0oHUvAbo/s258/todateen.jpg







Todateen, São Paulo, Alto Astral, ano 19, n° 227, out. 2014.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 147-8.

Entendendo a capa:

01 – Os assuntos tratados na capa da revista nos permitem reconhecer especificamente qual é seu público-alvo. Qual é esse público?

      O público feminino jovem (pré-adolescentes e adolescentes, principalmente).

02 – A linguagem usada nas frases dessa capa é formal ou informal? Justifique com palavras ou expressões retiradas do texto.

      Informal, o que pode ser percebido pelo uso de palavras e expressões como “mandar bem”, “BV”, “pra”, “sua”, “você”, “PFVR”.

03 – A partir da leitura da capa, é possível sabermos qual é o destaque da edição de uma revista. No caso dessa capa, qual é o destaque dessa edição? Como você chegou a essa conclusão?

      A matéria “Guia do beijo” é o destaque. A chamada para essa matéria recebe tipográfico e está disposta de modo a chamar mais a atenção do leitor que as outras. Além disso, a quantidade de subtópicos mostra que esse assunto será aprofundado na edição.

04 – A moça que aparece na capa é a cantora, atriz e compositora norte-americana Demi Lovato, muito conhecida pelo público infanto-juvenil.

a)   Demi é considerada uma pessoa famosa. Identifique e transcreva no caderno a manchete da capa que nos permite confirmar essa informação.

“Demi pra copiar: looks e makes para virar diva.”

b)   Um dos adjetivos que aparecem na manchete que você transcreveu nos mostra como a atriz e cantora é vista por seus fãs. Que adjetivo é esse? Qual é o significado dele?

O adjetivo é “diva”, que significa “deusa”, “ídolo”.

c)   Levante uma hipótese: Por que razão essa cantora e atriz foi escolhida para ilustrar a capa da revista?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É comum que fotos de artistas ou pessoas famosas sejam usadas para ilustrar capas de revistas de modo a atrair um possível leitor que se interesse por informações sobre aquela pessoa.

05 – Releia a manchete a seguir:

        “Menos timidez PFVR! Como ter mais atitude”

a)   O que significa “PFVR”?

Significa “por favor”.

b)   Em que situação de comunicação o uso desse tipo de linguagem é mais comum?

Geralmente em conversas informais na internet, sobretudo em redes sociais e mensagens de texto.

c)   Qual é a sua opinião sobre o uso desse tipo de linguagem?

Resposta pessoal do aluno.

d)   A que atitude a manchete está provavelmente se referindo?

Provavelmente, a manchete faz referência ao fato de as meninas tomarem a frente nas conquistas amorosas, não esperando pelos meninos.

e)   Você concorda com a sugestão feita na manchete? Justifique.

Resposta pessoal do aluno.

MÚSICA(ATIVIDADES): TRÊS CIRANDAS DE PERNAMBUCO - MESTRE VITALINO PEREIRA DOS SANTOS - COM GABARITO

 Música(Atividades): Três cirandas de Pernambuco

             Mestre Vitalino Pereira dos Santos

1

Mandei fazer uma casa de farinha

Bem maneirinha que o vento possa levar

Oi passa sol, oi passa chuva, oi passa vento

Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar.

2

Achei bom, bonito meu amor a brincar

Ciranda maneira

Vem cá, cirandeira,

Vem cá balançar.

3

Essa ciranda quem me deu foi Lia

Que mora na ilha

De Itamaracá. (BIS).

Domínio público. Ciranda (s.d.), de Mestre Vitalino Pereira dos Santos. Cerâmica policromada.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 236-7.

Entendendo a canção:

01 – Como as “Três cirandas de Pernambuco” foram organizadas?

      As canções foram organizadas em versos, assim como ocorre com os poemas. Além disso, apresentam trabalho com a sonoridade das palavras.

02 – Uma das três cirandas fala do amor a alguém. Identifique-a e exemplifique essa afirmação.

      A ciranda 2 fala da pessoa amada. “Achei bom, bonito meu amor a brincar”.

03 – Alguma das cirandas faz um convite? Em caso positivo, exemplifique sua resposta com versos da canção.

      Sim. Na letra da ciranda 2 é possível ler os versos: “Vem cá, cirandeira, / Vem cá balançar”.

04 – Releia estes versos da ciranda 1:

        “Oi passa sol, oi passa chuva, oi passa vento

         Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar.”

a)   Qual é o sentido desses versos?

Faça chuva ou faça sol, os cirandeiros não deixarão de dançar a ciranda.

b)   Eles foram construídos em linguagem figurada? Explique sua resposta.

Sim, os versos foram escritos em linguagem figurada, pois a expressão “Oi passa sol, oi passa chuva, oi passa vento” refere-se aos possíveis impedimentos e problemas que possam surgir na vida do cirandeiro. O eu poético, no entanto, diz que o cirandeiro não se rende às dificuldades: ele continuará a participar dessa dança, mesmo com as adversidades.

 

MÚSICA(ATIVIDADES): REISADO - PENA BRANCA E XAVANTINHO - COM GABARITO

 Música(Atividades): Reisado

 
  Pena Branca e Xavantinho

O galo cantou no Oriente

Ai, ai, ai, ai

Surgiu a estrela da guia ai, ai
Anunciando a humanidade

Ai, ai, ai, ai
Deus menino, Deus das filhas ai, ai, ai, ai
Em uma estrebaria ai, ai

Vinte e cinco de Dezembro ai, ai, ai, ai
Não se dorme no colchão ai, ai

Deus menino teve a cama ai, ai, ai, ai
De folha seca do chão ai, ai, ai, ai
Pra nossa salvação ai, ai

Senhora dona da casa

Ai, ai, ai, ai

Oia a chuva no telhado ai, ai
Venha ver o Deus Menino

Ai, ai, ai, ai

Como está todo molhado ai, ai, ai, ai
Com os três reis a seu lado, ai, ai

Deus lhe pague a bela oferta

Ai, ai, ai, ai
E vós deu com alegria, ai, ai
O Divino Santos Reis

Ai, ai, ai, ai

São José e Santa Maria ai, ai, ai, ai
Há de ser vossa guia ai, ai

Teddy Vieira. O melhor de Pena Branca e Xavantinho, Sony Music, 1997. CD.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 226-8.

Entendendo a canção:

01 – Você já conhecia alguma canção como essa?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Podemos dizer que a canção narra uma história. Qual?

      Sim. A canção conta a história do nascimento de Jesus.

03 – No meio da música, há a seguinte saudação: “Senhora dona da casa”. Considere o texto que você leu sobre Folia de Reis e responda: Essa saudação faz parte da história que está sendo contada? Por que ela foi usada?

      Não. Essa expressão representa os foliões saudando a dona de casa que recebeu a Folia de Reis.

04 – A natureza também anuncia o nascimento do menino. Copie do texto os versos que exemplificam essa afirmação.

      “O galo cantou no Oriente [...] / Surgiu a estrela da guia [...] / Anunciando à humanidade [...] / Deus menino, Deus das filha [...]”.

05 – Qual é a frase de agradecimento popular presente na letra da canção? Copie em seu caderno.

      “Deus lhe pague a bela oferta”.

·        Por que é feito esse agradecimento?

Nesse verso, os cantadores agradecem a oferta dos moradores visitados.

06 – Observe a expressão destacada no verso a seguir:

        Oia a chuva no telhado”.

a)   Com relação à variação linguística, o que o emprego da expressão “Oia” revela sobre a linguagem usada pelo eu poético?

O emprego da forma “oia” em vez de “olha”, no contexto em que foi empregada, constituiu uma variante linguística que pode ser encontrada, por exemplo, no falar caipira. No caso da canção, o seu uso busca representar o modo de se expressar do cantador.

b)   Releia o verso: “Deus menino, Deus das filha. Na expressão em destaque não houve concordância de número. Isso atrapalha o entendimento do texto?

Não, pois sabemos que essa é a maneira autêntica do falar que se buscou representar; além disso, a indicação do plural já está presente na palavra “das”.

07 – Elabore sua hipótese: Por que a expressão “ai, ai, ai, ai” aparece ao longo de toda a canção?

      Muitos cantores costumam usar esse tipo de recurso ao interpretarem suas músicas. Nessa canção, a repetição é um prolongamento dos versos, provocando um efeito sonoro típico das canções populares.

08 – Verifique na letra da canção “Reisado” as palavras e expressões que indicam tempo ou lugar e copie-as em seu caderno.

      Tempo: Vinte e cinco de dezembro; Lugar: No Oriente, em uma estrebaria, no colchão, no telhado.

·        Elas são importantes para o que a música quer transmitir? Por quê?

Sim, a música quer contar uma história. Essas palavras e expressões localizam quando e onde o nascimento do menino aconteceu e esse fato é o tema principal da canção e da manifestação popular Folia de Reis. Além disso, outros detalhes da história são melhor descritos por causa dessas expressões. Por exemplo: onde caía a chuva, onde a família se abrigou para o nascimento, que não se dorme no colchão em um dia como esse.

 

TIRA: HAGAR BAR - DIK BROWNE, O HORRÍVEL - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Tira: Hagar bar

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                             BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Folha de São Paulo, 25 jan. 2015. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#25/1/2015. Acesso em: 26 jan. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 232.

Entendendo a tira:

01 – Identifique e transcreva os dois pronomes demonstrativos usados na tirinha.

      “Neste” e “isso”.

02 – Por que, no primeiro quadrinho, foi empregado o pronome “(n)este” e não “(n)esse”?

      Porque a personagem se refere ao bar em que ambos estão.

03 – Imagine que as personagens estivessem a três quarteirões do bar a que se referem. Nesse caso, como ficariam as falas do frei no primeiro quadrinho? Por quê?

      As falas seriam “Irmão Hagar, você passa muito tempo naquele bar. Praticamente vive lá!”, porque ambas as personagens estariam longe do local apontado.

04 – A que se refere o pronome “isso”, empregado pela personagem Hagar no primeiro quadrinho?

      Refere-se ao fato de ele passar muito tempo no bar.

05 – A acusação feita pelo frei é confirmada ou negada no último quadrinho? Por quê?

      É confirmada, já que até as correspondências pessoais de Hagar estão sendo entregues no bar, sinalizando que ele realmente passa muito tempo lá.

TIRA: HAGAR ESPADA - DIK HAGAR - COM GABARITO

 Tira: Hagar espada

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                           BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Folha de São Paulo, 20 dez. 2014. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#20/12/2014. Acesso em: 25 jan. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 231.

Entendendo a tira:

01 – Qual é a importância do uso do pronome “esta” para a construção da fala da personagem?

      O pronome orienta o interlocutor a saber a qual pena o frei se refere. A palavra “esta” demonstra qual é a pena.

02 – A pena a que a fala faz referência está mais próxima do frei (pessoa que fala) ou de Hagar (pessoa que ouve)?

      Está mais próximo do frei, que é a pessoa que fala.

03 – Se a pena estivesse na mesa, logo à frente de Hagar, o correto seria usar a expressão “essa pena”, em vez de “esta pena”. A partir dessa informação e de sua resposta para o item anterior, responda: Quando se usa o pronome “este(a)” e quando se usa o pronome “esse(a)”?

      Usa-se o pronome “este(a)” quando ele se refere a algo que está próximo de quem fala. Usa-se o pronome “esse(a)” quando ele se refere a algo que está próximo de quem ouve.

TIRA: HAGAR SEGREDOS - DIK BROWNE - COM GABARITO

 Tira: Hagar segredos

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                                                BROWNE, Dik. Hagar, o Terrível. Folha de São Paulo, 8 fev. 2015. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#8/2/2015. Acesso em: 8 fev. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 51.

Entendendo a tira:

01 – No primeiro quadrinho, qual é o sentido das palavras “pacientemente” e “honestamente”, empregadas pela personagem Hagar?

      Significam, respectivamente, “com paciência” e “com honestidade”.

02 – A que classe gramatical elas pertencem?

      São advérbios de modo.

03 – Ao empregar a palavra “honestamente”, o que Hagar quis dizer a Spike?

      Ele quis dizer que era para Spike ser honesto ao responder à sua pergunta.

04 – Spike foi honesto ao responder à pergunta de Hagar? Por quê?

      Sim, porque lhe contou o motivo de ser paciente ao ouvir os fregueses.

05 – Qual é o motivo de Spike ser tão paciente com os fregueses?

      Ele recebe dinheiro das esposas dos clientes em troca de revelar a elas as informações que ouve dos fregueses.

06 – Transcreva um advérbio utilizado no segundo quadrinho e explique a importância dele na fala de Spike.

      O advérbio “bem” intensifica o verbo “pagar”, evidenciando que as mulheres pagam um valor considerável pelas informações dadas por Spike, ao contrário de seus maridos, que dão apenas gorjetas.

 

 

TEXTO: HOJE 'UM LEÃO MORRE E OUTRO VIVE" EM BUSCA DO CANECO DO BRASILEIRÃO - ÉDER LUIZ - COM GABARITO

 Texto: Hoje “um leão morre e outro vive” em busca do caneco do brasileirão

       [...] Apita o árbitro, bola rolando no “tapete verde” do Pacaembu.

        Bola na “meia-esquerda” com Silvinho, que rola com carinho pra Vampeta, que serve Edilson, o “capetinha” passa por um, passa por dois, “tá liso como quiabo” o garotinho, grande toque de Marcelinho, o “cracão da 36”, balançou prum lado, balançou pro outro, chutou pra fora do gol.

        Bola com Marcelinho, que domina pela “meia direita”, deu no “vazio” pra Rincón, vai levando o colombiano pela “peça ofensiva”, viu Índio entrar, tocou pra ele que cruzou na cabeça de Didi... defendeu Danrlei. “Bota” pra escanteio o goleiro “gremista”.

        Vai “cobrar” Marcelinho. Levantou na área, passou por todo mundo, entrou Edilson de cabeça, é gol, goooooooooooooooooooooooooool do Corinthians!

        Recomeça o jogo, lá vem o Grêmio, “mordido, ferido”, vai tentar dar o troco no “Timão”, bola nos pés de Robert vai “descendo, fugindo” pelo setor esquerdo com capricho, “rola macio” pra Fabinho, que bate por cima do gol de Nei.

        Vai terminar o jogo, o árbitro já olha pro seu relógio, vai apitar o final da partida, “desce a ladeira o Timão” com Gilmar que toca pra Marcelinho, vai tentar do “meio da avenida”, bate na trave, a bola “beija o poste” e vai pra fora. “Tiro de meta” pra Danrlei.

        Faz a festa a “galera do Timão” no Pacaembu, que venha o “Peixe”. Apita o árbitro, termina o jogo, Corinthians classificado pras quartas-de-final do brasileirão. Corinthians 1 x Grêmio 0.

Transcrição parcial do jogo Corinthians e Grêmio. Semifinal do Campeonato Brasileiro de Futebol, 1998. Rádio Band FM, Locutor: Éder Luiz. São Paulo, 25 nov. 1998.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 83-4.

Entendendo o texto:

01 – Ao ler o texto, você consegue imaginar qual é o ritmo e a entonação dessa narração?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Em uma narração de rádio, é possível compreender as ações que os jogadores estão realizando, mesmo sem ver as imagens? Por quê?

      Sim, porque o narrador conta com detalhes as sequências dos lances do jogo.

03 – O ritmo da narração de um jogo de futebol pela TV é diferente do ritmo da narração pelo rádio? Explique sua resposta.

      Sim, o do rádio é muito mais rápido do que o da TV. No rádio, os ouvintes não tem as imagens, e o locutor procura apresentar o máximo de informações em pouco tempo.

04 – Releia este trecho do texto:

        Bola na “meia-esquerda” com Silvinho, que rola com carinho pra Vampeta, que serve Edilson, o “capetinha” passa por um, passa por dois, “tá liso como quiabo” o garotinho, grande toque de Marcelinho, o “cracão da 36”, balançou prum lado, balançou pro outro, chutou pra fora do gol.”

a)   Identifique a quem se referem as seguintes expressões.

·        O “capetinha”. = Edilson.

·        O garotinho. = Edilson.

·        O “cracão da 36”. = Marcelinho.

b)              B) O trecho “[...] passa por um, passa por dois, “tá liso como quiabo” o garotinho [...]” se refere a uma ação de um jogador. Levando em conta o contexto de uma partida de futebol, explique o que o jogador realmente está fazendo.

Está driblando outro jogador.

c)   Que expressões ou frases desse trecho revelam a integração, o espírito de equipe entre os jogadores? Transcreva-os.

“[...] que rola com carinho pra Vampeta, que serve Edilson [...] grande toque pra Marcelinho [...]”.

05 – Transcreva do texto os trechos que indicam como o narrador anuncia o início e o término do jogo.

      Início: “Apita o árbitro, bola rolando no ‘tapete verde’ do Pacaembu”. Término: “Apita o árbitro, termina o jogo. Corinthians classificado pras quartas de final do Brasileirão. Corinthians 1 x Grêmio 0!”.

06 – Agora é a sua vez de entrar em campo! Reúna-se com seus colegas para participar da narração de um jogo de futebol. Veja como realiza-la seguindo as orientações. 

      Resposta pessoal do aluno.