domingo, 10 de junho de 2018

FILME(ATIVIDADES): CENTRAL DO BRASIL - WALTER SALLES - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Filme: CENTRAL DO BRASIL

Fonte da imagem:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.acritica.net%2Feditorias%2Fcultura%2Fcentral-do-brasil-e-um-filme-que-nao-envelhece%2F465711%2F&psig=AOvVaw2FHyzYp2vZ8o_R1z3wEIBC&ust=1617570076925000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCJiF06z84u8CFQAAAAAdAAAAABAD

Data de lançamento 3 de abril de 1998 (1h 45min)
Direção: Walter Salles
Gênero Drama
Nacionalidades FrançaBrasil

SINOPSE E DETALHES
        Dora (Fernanda Montenegro) trabalha escrevendo cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Ainda que a escrivã não envie todas as cartas que escreve - as cartas que considera inúteis ou fantasiosas demais -, ela decide ajudar um menino (Vinícius de Oliveira), após sua mãe ser atropelada, a tentar encontrar o pai que nunca conheceu, no interior do Nordeste.

Entendendo o filme:

01 – O filme retrata a sociedade de que época?
      Sim, o filme é um retrato da maioria da população brasileira, destacando as dificuldades enfrentadas e seus principais problemas sociais como: a exclusão social e o analfabetismo formal e digital.

02 – Quais papéis desenvolveram os atores principais?
      Dora – (Fernanda Montenegro).
      Irene – (Marília Pera).
      Josué – (Vinícius de Oliveira).

03 – Quais os pontos principais do filme?
      O ponto principal do filme é quando Dora conhece Josué, e então resolve ajuda-lo em sua busca de seus parentes.

04 – Qual a relação entre o filme e a realidade?
      O filme imprime bem a questão dos retirantes nordestinos, a questão da família brasileira que muitas vezes é composta por pais separados e também aborda a questão do alcoolismo que ainda aflige muitas famílias.

05 – Que ensinamentos que podemos tirar do filme?
      Que devemos atacar a questão social de várias frentes, em especial na educação de todos os brasileiros, jovens e velhos; lutar por políticas públicas de qualidade que direcionem os investimentos para promover uma desconcentração regional e pessoal de renda no país, propugnando por um novo modelo econômico e social.

06 – Qual é a importância do letramento digital?
      É importante por considerar a necessidade dos indivíduos em dominarem um conjunto de informações e habilidades mentais que devem ser trabalhadas pelas escolas e demais instituições de ensino, a fim de capacitar os alunos a viverem como verdadeiros cidadãos neste novo milênio cercado cada vez mais por máquinas eletrônicas e digitais.

07 – Explique por que o título do filme possui um alcance metafórico?
      É como se o Brasil inteiro passasse por ali. São pessoas anônimas, mas que podem representa o centro e a essência do nosso país.

08 – Explique a materialização do discurso em Central do Brasil, levando em conta a oralidade.
      São relatos de pessoas que se separaram dos entes queridos e não possuíam telefone para manter o contato, ou talvez fosse difícil se comunicar através desse meio de comunicação. E-mail, não existia, rede social, muito menos. Nesse contexto desesperador, a comunicação entre as pessoas era feita através das cartas, mas, como eram pessoas analfabetas, procuravam Dora que era uma escrevente de cartas para analfabetos. Dora era a única esperança de verbalizarem a comunicação com as pessoas que viviam longe.

09 – Como acontece a relação dialógica entre a escrevente e as pessoas que a procuravam?
      Quando a mãe de Josué pediu para Dora escrever uma carta endereçada ao pai do menino, ela não conseguia se expressar direito, pois quem não lê e não escreve, também não consegue se expressar por causa da dificuldade com a língua, então Dora tinha que se intrometer na fala da mulher e dava opinião em seus pensamentos e sentimentos. E assim fazia com todos os clientes.

10 – Os relatos das pessoas são considerados fiéis? Justifique.
      Até poderiam ser fiéis se a escrevente colocasse no papel exatamente o que era ditado pelos analfabetos, porém ela escrevia as cartas sugerindo os seus próprios relatos, fazendo uso de suas próprias ideias.

11 – Qual é a mensagem do filme “Central do Brasil”?
      Esse filme traz a desigualdade, como pano de fundo, mostrando a distância discrepante da classe dominadora e os dominados, ricos explorando pobres. Mostra o descaso das nossas autoridades com relação a exclusão de tantos brasileiros, que depois vivem uma vida medíocre em uma parte qualquer do país buscando a sobrevivência diária, quase sem perspectiva de melhoria na qualidade de vida mostra com finalidade sobre como viver num país tão rico, tão grande, mas tão alheio aos problemas sociais.




CONTO: PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE - MARINA COLASANTI - COM GABARITO

Conto: Para que ninguém a quisesse
                                                   Marina Colasanti

        Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.
        Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair.
        Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.
        Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.
        Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar lhe o que restava dos cabelos.
        Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.

COLASANTI, Marina. “Para que ninguém a quisesse”.
In: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. P. 111-2.

Entendendo o conto:

01 – Relacione os parágrafos na coluna correta, de acordo com o conto:
(1)   Primeiro parágrafo.
(2)   Segundo parágrafo.
(3)   Terceiro parágrafo.
(4)   Quarto parágrafo.
(5)   Quinto parágrafo.
(6)   Sexto parágrafo.

(6) Já não adiantava mais muda-la, pois se adaptava à vida sem luxo, sem prazeres, enfim, sem vaidade.
(3) O marido não a percebia mais. Ela tornou-se, para ele, parte dos móveis da casa.
(1) O marido, temendo que sua mulher fosse desejada por outros homens, retirou dela tudo o que a tornava bonita e desejada.
(4) O marido passou a ter saudade da mulher de outrora: bonita e desejada.
(2) A mulher já não saía a rua e assim, o marido ficava satisfeito.
(5) Ele quis recuperar a relação anterior, devolvendo a ela o que lhe havia tirado.

02 – Em relação às tipologias textuais, podemos classificar o texto: Para que ninguém a quisesse, como:
A. Narração         
B. descrição  
C. dissertação       
D. receita.

03 – De acordo com o texto acima, responda:
A.   O que levou o homem a tomar algumas atitudes em relação à mulher?
O homem foi motivado por ciúmes, já que se incomodava com o olhar de outros homens à sua mulher.

B.   Que atitudes ele tomou em relação à mulher?
Ele fez de tudo para torna-la menos atraente: Jogou fora suas roupas, cortou lhe os cabelos e impediu-a de se maquiar.

C.  Como a mulher reagiu às atitudes do homem?
Infelizmente, a mulher acatou todas as obrigações impostas pelo marido.

D.  Por que os personagens do texto são tratados por mulher e homem?
Podemos sugerir que eles são referidos como homem e mulher, porque esse tipo de situação pode acontecer com qualquer casal.

E.   Você considera as atitudes do marido “uma forma de violência”? Como agir diante de um fato dessa natureza?
Sim. As atitudes do marido configuram uma violência contra a mulher. A situação é muito complicada, mas a mulher deve buscar algum tipo de ajuda, seja da polícia, de familiares ou de amigos.

04 – O sentido de MIMETIZAR no texto, é:
A. adaptar-se aos móveis, objetos e coisas da casa.
B. expressar-se através de mímicas.
C. exprimir-se através de gestos.
D. empenhar-se em dissimular doenças.

05 – De acordo com o texto, podemos inferir que:
A. todas as atitudes do homem em relação à mulher foram de respeito e carinho.
B. apesar de todas as investidas do homem em modificar a mulher, ele continuou a seduzir os homens.
C. a mulher reagiu às atitudes do homem e tornou-se dona de seu próprio destino.
D. as ações do homem demonstram a insegurança dele em relação à mulher.

06 – Imagine que você é a/o autora/autor desse texto e crie outro final para ele.
Sugestão de final: seria a mulher sair de sua casa, que mais se assemelha a uma prisão, e conseguir retornar sua vida normal, vestindo-se como gosta e vivendo uma liberdade plena.

07 – Na frase: “pegou a tesoura e tosquiou lhe os longos cabelos.” A palavra em negrito tem como referente:
A. mulher                 
B. tesoura 
C. roupas                  
D. passagem.

08 – Na frase: “...Esquiva como um gato”, temos uma relação de:
A. causa                   
B. explicação  
C. comparação         
D. conformidade.

09 – O título do texto “Para que ninguém a quisesse” traz uma ideia de:
A. finalidade                 
B. causa 
C. condição                
D. Adição.

10. O texto é narrado em:
A.  1ª pessoa    do singular        
B. 3ª pessoa do singular  
C. 1ª pessoa do plural                
D. 3ª pessoa do plural.

11 – Assinale a alternativa CORRETA de acordo com o conto:
a)   O texto defende a ideia de que a posição da mulher no lar e na sociedade deve ser definida em igualdade com a posição do homem.
b)   O texto reflete sobre a condição humana, sobre a opressão que toda mulher sofre dentro do próprio lar.
c)   O fato de o homem e a mulher não terem sido nomeados revela o tratamento universal dado ao tema.
d)   O texto satiriza as relações afetivas em que predominam a compreensão, a amizade, o amor.
e)   O texto confirma o discurso que representa a mulher está calçado em uma atitude segregativa e discriminatória.

12 – O que você pensa sobre as atitudes tomadas pelo marido?
      Resposta pessoal do aluno.

13 – Por que a mulher deixou de gostar de batom e de corte de seda?
      Ela se anulou como pessoa, tudo para agradar o marido oou evitar qualquer discussão.



TEXTO: CARTA PARA A VOVÓ - RONALD CLAVER - COM GABARITO

Texto: Carta para a vovó

        Querida vovó Elza:

     Estou carregadinha de novidades. Nem sei como começar. Ah, já sei. A Pedrita ganhou mais filhotes: quatro machos e duas fêmeas. Todos se parecem com ela. Pelo pretinho e patinhas brancas, uma graça. A nossa Pedrita está toda orgulhosa e ciumenta. Se alguém se aproxima dos filhotes, ela vira uma fera. Até papai, que conversa com Pedrita igual gente, fica com medo do rosnado dela. Quem sofreu mesmo com essa história toda foi um passarinho desavisado que foi saltitando beber água na vasilha de Pedrita. Se ele não bate asa e voa, adeus passarinho.
        Mas a novidade maior que eu quero contar vem lá da escola. Eu nunca imaginei que palavra falasse. A senhora já? Pois é. A professora começou a aula dizendo que “as palavras são desenhos que falam, querem ver?”. “Essa não, professora”, falou o Geraldinho.
        “E quem falou que a palavra é um desenho?”, falou com firmeza a Terezinha. “Ah! Vocês estão duvidando de mim, não estão? Pois provo para vocês que a palavra é um desenho que voa, que canta, anda... Querem ver?”
        Aí, vovó, a professora foi ao quadro e escreveu a palavra asa como todo mundo escreve. Depois caprichou na letra e a palavra adquiriu asas e voou assim: ASAS.
        Depois nos contou que um poeta gaúcho, o Mário Quintana, disse que a palavra monstro é monstruosa porque é uma palavra fechada e quando a gente a pronuncia ela sai pelo nariz, aí a palavra fica pesada e mete medo. Se monstro fosse cheia de as como janela, ninguém ia ter medo e os fazedores de desenhos animados iam ficar pobres.
        Depois foi a vez da palavra escorregador. Lembrei-me do brinquedo e descobri que essa palavra é mesmo escorregadia. Vejamos: ESCORREGADOR.
        E que a palavra avião voa em todas as direções, assim: AVIÃO
        (...)
        Agora não posso ver uma palavra que logo quero descobrir o seu mistério.
        Oh, vó, só tem mais uma novidade: não é nem novidade, é uma coisa que aconteceu com a minha outra vó, a vó Olga. Ela ficou doente e foi parar no hospital. A gente nunca imagina que a vó da gente fica doente e um dia desses peguei falando sozinho: mãe e flor não deveriam ficar doentes nunca de nunca.
        Fico por aqui, depois lhe mando as palavras que eu inventei.
        Um beijo da neta que a adora.

            Ronald Claver. Dona Palavra, págs. 14 a 17/20.
São Paulo, FTD, 2002.             
Entendendo o texto:

01 – O texto lido é:
a. uma carta pessoal.
b. uma carta comercial.
c. um bilhete.
d. um cartão postal.

02 – O texto foi produzido com o objetivo de:
a. conscientizar os estudantes.
b. contar as novidades para alguém.
c. conhecer novas palavras.
d. mostrar palavras desenhadas.

03 – (...) “as palavras são desenhos que falam, querem ver?” O trecho acima é a fala:
a. da Mariana.
b. do Geraldinho.
c. da vovó.
d. da professora.

04 – Quem escreve o texto para a vovó é:
a. Ronald Claver.
b. Mariana.
c. a professora.
d. os estudantes.

05 – “Agora não posso ver uma palavra que logo quero descobrir o seu mistério.” As palavras sublinhadas podem ser substituídas, sem alterar o sentido da frase, por:
a. o seu segredo.
b. a sua escrita.
c. o seu desenho.
d. a sua pronuncia.

06 – “(...) ela pediu no Para Casa que desenhássemos outras palavras.” A expressão sublinhada refere-se:
a. a avaliação realizada em sala.
b. as palavras desenhadas pela professora.
c. a tarefa de casa.
d. a palavra serpente que o irmão fez.

07 – “(...) mãe e flor não deveriam ficar doente nunca de nunca.” A repetição da palavra nunca:
a. reforça a ideia que o pai de Mariana quer transmitir.
b. deixa a frase mais elegante.
c. rima com a frase anterior.
d. reforça a ideia que Mariana quer transmitir.

08 – As imagens complementam o texto, ou seja, fazem com que fique mais clara a mensagem que a Mariana quer passar. Podemos comprovar isto quando ela mostra as palavras que foram desenhadas pela professora no quadro durante a aula. As vogais da palavra asa foram desenhadas a partir de que elemento? E o S, foi formado com o quê?
      Da própria asa da ave, e o s com o corpo da ave.

09 – Quem é Pedrita? Como você conseguiu descobrir?
      Uma gata, descobre-se pelo desenho que Mariana faz ao lado do parágrafo que fala sobre Pedrita.

10 – “Se ele não bate asa e voa, adeus passarinho.” Este trecho indica que
a. o passarinho sabe voar.
b. o passarinho não gostou da água.
c. Pedrita teria atacado o passarinho se ele não saísse de perto dos filhotes.
d. se o passarinho não voasse, Pedrita teria o deixado ele ficar próximo dos filhotes.

11 – “Se ele não bate asa e voa, adeus passarinho.” As palavras destacadas sugerem:
a. que o passarinho teria morrido.
b. que Pedrita se despediu do passarinho.
c. que o passarinho se despediu dos filhotes.
d. que o passarinho teria se machucado.

12 – “Ah! Vocês estão duvidando de mim, não estão? Pois provo para vocês que a palavra é um desenho que voa, que canta, anda. Querem ver?” Este trecho é a fala da professora. Identificamos isto:
a. pelo travessão.
b. pelo sinal de aspas.
c. pelo ponto de interrogação.
d. pelo ponto de exclamação.

13 – “Ah! Vocês estão duvidando de mim, não estão? Pois provo para vocês que a palavra é um desenho que voa, que canta, anda. Querem ver?” Porque foi usado aspas no trecho acima?
a. para indicar a fala de algum personagem.
b. para indicar fala do narrador.
c. para enfatizar o que a professora quer mostrar.
d. para esclarecer uma dúvida

TEXTO: SOU CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL - RENATO ROSENO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: Sou contra a redução da maioridade penal
         
                                                                      Renato Roseno

    A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu uma fogueira: a redução da idade penal. Algumas pessoas defendem a ideia de que a partir dos dezesseis anos os jovens que cometem crimes devem cumprir pena em prisão. Acreditam que a violência pode estar aumentando porque as penas que estão previstas em lei, ou a aplicação delas, são muito suaves para os menores de idade. Mas é necessário pensar nos porquês da violência, já que não há um único tipo de crime.
        Vivemos em um sistema socioeconômico historicamente desigual e violento, que só pode gerar mais violência. Então, medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temos que fazer as opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos.
        Defendo uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do mundo houve experiência positiva de adolescentes e adultos juntos no mesmo sistema penal. Fazer isso não diminuirá a violência. Nosso sistema penal como está não melhora as pessoas.
        O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la. 
     Sou contra porque a possibilidade de sobrevivência e transformação destes adolescentes está na correta aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de adolescentes que violaram a lei. Para fazer bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade. 
        Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idade penal é ineficiente para atacar o problema. Problemas complexos não serão superados de modo simplório e imediatista. Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, de um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas. Nossos jovens não precisam ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva até lá. A decisão agora é nossa: se queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas.

        Renato Roseno é advogado, coordenador do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca – Ceará) e da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced).

Entendendo o texto:

01 – Quais são as atividades profissionais exercidas pelo autor do artigo? Com qual objetivo, elas foram citadas?
      Renato Roseno é advogado e coordenador do “Cedeca” e do “Anced”. As referidas informações, relativas à formação e experiência, conferem autoridade e confiabilidade a quem escreve o artigo.

02 – De acordo com o artigo, qual é o argumento daqueles que defendem a redução da maioridade penal?
      De acordo com o autor, aqueles que defendem a redução da maioridade penal pensam que a violência pode estar aumentando, pelo fato de as punições ou a aplicação delas serem brandas, quando se trata de menores de idade.

03 – Releia:
        “Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de adolescentes que violaram a lei.”.
        Identifique três palavras que poderiam ser colocadas no lugar de “violaram”, sem interferência no sentido da frase:
      Feriram, desrespeitaram, infringiram.

04 – São opiniões defendidas por Renato Roseno em seu artigo, EXCETO:
a) A aplicação de medidas mais repressivas, no combate aos crimes, ao contrário do que muitos pensam, acaba por gerar mais violência.
b) Ele se mostra contra a redução da maioridade penal, porque defende a ideia de que os menores de idade não devem ser responsabilizados pelos seus atos infracionais.
c) Manter, juntos, adolescentes e adultos no mesmo sistema penal, não diminuirá a violência, já que o sistema penal brasileiro, na forma como se encontra, não melhora os indivíduos.
d) É fundamental, principalmente, que se valorize a vida em todas as suas formas, por meio de um projeto ético e político de sociedade.

05 – São características assumidas pelo gênero de texto artigo de opinião, EXCETO:
a) O tema, nele abordado, geralmente é polêmico.
b) O autor apresenta, nesse gênero, opiniões contrárias em relação ao tema debatido.
c) O autor expõe o seu ponto de vista sobre o tema, argumentando, de modo a convencer o leitor da opinião que ele defende.
d) O autor informa, nesse gênero, a respeito de um fato ocorrido, de interesse público. (Este é o objetivo do gênero “notícia”).      



FÁBULA: O CONSELHEIRO - MANSOUR CHALITA - COM GABARITO

Fábula: O CONSELHEIRO
             Mansour Chalita


       Contam que um certo lavrador possuía um burro que o repouso engordara e um boi que o trabalho abatera.
       Um dia, o boi queixou-se ao burro e perguntou-lhe: “Não terás, ó irmão, algum conselho que me salve desta dura labuta?” O burro respondeu: “Finge-te de doente e não comas tua ração. Vendo-te assim, nosso amo não te levará para lavrar o campo e tu descansará”.
     Dizem que o lavrador entendia a linguagem dos animais, e compreendeu o diálogo entre o burro e o boi.
      Na manhã seguinte, viu que o boi não comera a sua ração: deixou-o e levou o burro em seu lugar. O burro foi obrigado a puxar o arado o dia todo, e quase morreu de cansaço. E lamentou o conselho que dera ao boi.
       Quando voltou à noite perguntou-lhe o boi: “Como vais, querido irmão?”. Vou muito bem, respondeu o burro. Mas ouvi algo que me fez estremecer por tua causa. Ouvi nosso amo dizer: “Se o boi continuar doente, deveremos matá-lo para não perdermos sua carne. Minha opinião é que tu comas tua ração e voltes para tua tarefa a fim de evitar tamanho infortúnio”.
       O boi concordou, e devorou imediatamente toda a sua ração.
       O lavrador estava ouvindo, e riu.

       Moral da história: Nem sempre a esperteza é a melhor opção.

Do livro, As mil e umas noites, apud Mansour Chalita,
As mais Belas Páginas da Literatura Árabe,
 Rio de Janeiro. Ed. Civilização Brasileira, 1967, p. 281.
Entendendo a fábula:

01 – Quem é o conselheiro?
(X) O burro.                             ( ) O lavrador.
( ) O boi.                                  ( ) O pássaro.

02 – Quem foi que pediu o conselho? O que motivou esse pedido?
      O boi, motivado pelo cansaço do trabalho.

03 – O conselho surtiu o efeito desejado? Justifique sua resposta?
      Sim, pois no dia seguinte o boi não foi levado ao trabalho.

04 – Foi bom para o burro ter dado o conselho ao boi? Por quê?
      Não, pois teve que trabalhar no lugar do boi.

05 – Por que o burro mudou seu conselho? Justifique.
      Para convencer o boi a voltar a trabalhar.

06 – Qual é a principal características do burro, neste texto:
(  ) A maldade.                       (X) A esperteza.
(  ) A bondade.                       (  ) A preguiça.

07 – Qual a característica do lavrador que mais chama a atenção? Justifique sua resposta:
(X) A compreensão.      (  ) A paciência.       (  ) A esperteza;
      Pois podia compreender a conversa dos animais.

08 – Qual das alternativas abaixo mais condiz com o texto?
(  ) O lavrador conversava com os animais.
(  ) O boi é um animal guloso.
(  ) O burro é um animal bem burro mesmo.
(  ) O boi é um animal preguiçoso.
(X) O burro é um animal esperto.

09 – Qual é o título do texto?
      O conselheiro.

10 – Qual é o tema?
      A esperteza do burro.

11 – Quem é o autor?
      Mansour Chalita.

12 – Quantos parágrafos contém?
      Possui 07 parágrafos.

13 – Quantos e quais são os personagens?
      São três personagens. O Lavrador, o Burro e o Boi.

14 – Qual é o gênero deste texto? Justifique sua resposta.
      Fábula. Pois é um conto curto que apresenta animais com características humanas, que neste caso é o raciocínio.