quinta-feira, 22 de março de 2018

TEXTO: IMPACTO MÍNIMO - MARIA FERNANDA VOMENO - COM GABARITO

        TEXTO : IMPACTO MÍNIMO

        O turismo descontrolado leva à destruição do meio ambiente e altera o ecossistema. Mas como fazer para desfrutar da natureza sem degradá-la?
 O texto que você lerá a seguir fala de um local em que medidas de conservação foram adotadas e resultaram em grandes vitórias.

  
      Quem disse que o turismo traz necessariamente devastação! O Parque Ecológico Baía Bonita aposta no turismo sustentável, aliando pesquisa científica com conservação ambiental.
        É até lugar-comum chamar a nascente do rio Baía Bonita, também conhecida como Aquário Natural de Bonito de “pedaço do paraíso”. Mas não consigo encontrar descrição mais adequada. As águas transparentes escancaram a riqueza de espécies aquáticas. Enquanto os visitantes flutuam e se divertem com a dança dos peixes, é comum ouvir piados de diversas aves e descobrir um macaco-prego mais atrevido bisbilhotando os forasteiros. Quando o biólogo José Sabino visitou o aquário, como turista, encantou-se com o local. E mais: percebeu que ali era um ambiente propício para pesquisas que contribuiriam para a conservação da biodiversidade.
           Sabino começou assessorando os proprietários do Parque Ecológico Baía Bonita, onde se encontra a nascente e acabou contratado como gerente ambiental. Desde o início das pesquisas, em 1995, várias mudanças foram incorporadas na infraestrutura do parque e no passeio oferecido aos visitantes para diminuir o impacto do turismo. “Agregamos pesquisa e conservação à visitação, diz ele.
            Todas as trilhas passaram a ter calçamento de madeira reciclada para evitar o alargamento e a compactação do solo. Os turistas agora usam roupa de neoprene e coletes salva-vidas, que ajudam a flutuar e evitam que a areia e a vegetação do fundo sejam tocadas. E o hábito típico de visitante de dar milho aos peixes foi proibido para não alterar a cadeia alimentar. Regularmente, Sabino analisa os indicadores ambientais para medir o impacto do turismo.
            As pesquisas são realizadas graças ao convênio com a Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (Uniderp). “Com o conhecimento da biodiversidade local, valorizamos a região e geramos sustentabilidade”, diz o reitor da Uniderp, Pedro Chaves dos Santos Filho.
            Apesar dos 20 000 turistas que passaram pelo Aquário Natural em 2001, o impacto na natureza foi mínimo. As pesquisas realizadas levaram à descoberta de uma espécie de peixe e oito estudos estão em andamento. Só há um problema: o passeio pela nascente do Baía Bonita vicia. Impossível se contentar com uma visita só àquele pedaço do paraíso – palavra de repórter.

Maria Fernanda Vomeno. In: Superinteressante, ano 16, n.177.
São Paulo: Abril/junho/2002.


 Vocabulário:
 • neoprene → tipo de borracha sintética utilizado nas roupas de mergulho.

 Faça as questões propostas sobre o Texto .

01 -  A classe gramatical da palavra grifada é diferente das demais na opção:

  A – ( ) “As águas transparentes escancaram a riqueza de espécies aquáticas.”
       B – (X) “…um macaco-prego mais atrevido bisbilhotando os forasteiros.
       C – ( ) “…e acabou contratado como gerente ambiental.”
       D – ( ) “E o hábito típico de visitante de dar milho…”
       E – ( ) “Com o conhecimento da biodiversidade local…”

02 - A ideia de finalidade só não é encontrada na opção:
       A – (X) Quem viaja para o Parque Ecológico Baía Bonita não se contenta com apenas uma visita.
     B – ( ) O Aquário Natural de Bonito é um ambiente propício para pesquisas de conservação da biodiversidade.
     C – ( ) Várias mudanças foram feitas na infraestrutura do Parque Ecológico para diminuir o impacto do turismo.
   D – ( ) As trilhas passaram a ter calçamento de madeira para evitar a compactação do solo.
    E – ( ) Os turistas usam coletes e roupas especiais para flutuarem e não tocarem na vegetação do fundo do rio.

ANEDOTA: SEMPRE O JUQUINHA - SÉRIES INICIAIS - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


SEMPRE O JUQUINHA

    No primeiro dia de aula, a professora explica que vai testar a capacidade de raciocínio das crianças, fazendo-as ligar determinadas características ao animal certo. Chama o Juquinha e começa:
       --- Quem pia é...
       --- Pião --- diz o garoto terrível.

       Com paciência, a professora diz que é o pintinho da galinha que pia.
       --- Vou lhe dar outra chance: quem ladra é...
       --- Ladrão!
       A professora, irritada, explica que é o cachorro.
       --- Seu Juquinha, vou lhe dar a última chance: quem muda de cor é...
       E o Juquinha:
       --- Semáforo!
                                                        
                                                         Almanaque Brasil de Cultura Popular.
                                                              São Paulo, ano 2, n. 15. jun. 2000, p. 30.

     a) Nessa piada, que recurso foi utilizado para introduzir as falas das personagens?
      Travessões.

     b) Em seu caderno, reescreva as partes sublinhadas dando a palavra à professora.
      Sugestão: ... a professora explica: - Vou testar a capacidade de raciocínio de vocês. Vocês vão ligar determinadas características ao animal certo. / ... a professora diz: - É o pintinho da galinha que pia.
...explica: - É o cachorro.




TEXTO: DIA DO TRABALHO - 1º DE MAIO - SÉRIES INICIAIS - COM GABARITO


DIA DO TRABALHO – 1º DE MAIO.


    Desde 1889, na maioria dos países, o 1º de maio é a data escolhida para comemorar as conquistas dos trabalhadores!
        Essa data teve origem em uma greve operária que aconteceu em 1886, em Chicago nos EUA, por melhores condições e redução na jornada de trabalho!
        Nessa época, as pessoas chegavam a trabalhar até 18 horas por dia!
        O 1º de maio só se tornou feriado oficial no início do século XX!
                                 
                             CURIOSIDADES

01 – Há quantos anos comemora-se o Dia do Trabalho no mundo?
       Há 128 anos.

02 – Em que país teve origem está comemoração?
       No Estados Unidos.

03 – Quais eram as reivindicações trabalhistas de interesse na época?
       Por melhores condições e redução na jornada de trabalho.

04 – Nos dias de hoje, o que você acha que deveria melhorar para o trabalhador?
       Resposta pessoal.

ORTOGRAFIA   R   e   RR.
01 – Complete as palavras usando R ou RR.
- MACARRÃO.               – CHIMARRÃO.         – PERUCA.
- EMBURRADO.            – CARNEIRO.              – ARROZ.
- GARRAFA.                   – RÁPIDO.                   – PARAISO.
- TESOURA.                   – RELÓGIO.                 – BARRO.
- BARRIGA.                    – CARECA.                 – REDE.

02 – Leia as palavras e complete abaixo:

Borracha; barraca; carroça; beterraba; burro; jarro; carro; carrinho;
Bezerro; arroz; marrom; barriga; marreco; macarrão; carreta.

    a)     Brinquedos: carrinho.
    b)    Animais: burro; bezerro; marreco.
    c)     Alimentos: beterraba; arroz; macarrão.
    d)    Objetos: borracha; barraca; jarro.
    e)     Transportes: carroça; carro; carreta.
     f)      Parte do corpo: barriga.
    g)     É uma cor: marrom.

03 – Ordene as sílabas e escreva as palavras:
     a)     no-re-ter – terreno.
     b)    mo-ter-to-re – terremoto.
     c)     gu-bar-do-ri – barrigudo.
     d)    gar-car-re – carregar.
     e)     a-car-gem-ru – carruagem.
      f)      mar-a-do-ra – amarrado.

04 – Separação de sílabas:
     a)     Cachorro – ca-chor-ro.
     b)    Carro – car-ro.
     c)     Corrida – cor-ri-da.
     d)    Guitarra – gui-tar-ra.
     e)     Ferradura – fer-ra-du-ra.
      f)      Garrafa – gar-ra-fa.
     g)     Carrapato – car-ra-pa-to.
     h)    Correio – cor-re-io.
      i)       Ferro – fer-ro.
      j)       Serra – ser-ra.
      k)     Corrente – cor-ren-te.



quarta-feira, 21 de março de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): CLARISSE - RENATO RUSSO/LEGIÃO URBANA - COM GABARITO

Música(Atividades): Clarisse

                                               Legião Urbana/Renato Russo

Estou cansado de ser vilipendiado
Incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber

Aquele menino foi internado numa clínica
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe
Não se move, não trabalha

E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada num canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força

Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
Uma de suas amigas já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém me entende, não me olhe assim
Com este semblante de bom samaritano
Cumprindo o seu dever como se eu fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente ou inexistente

Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende

E quando os antidepressivos
E os calmantes não fazem mais efeito
Clarisse sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem

De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola
A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto

A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço

Clarisse está trancada no seu quarto
Com seus discos e seus livros, seu cansaço
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
Mas um dia eu consigo resistir
E vou voar pelo caminho mais bonito
Clarisse só tem 14 anos.

Entendendo a canção:

01 – Na primeira e na segunda estrofe podemos perceber que é uma autobiografia do autor. Cite uns versos que confirme o assunto.
      “Aquele menino foi internado numa clínica
       Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças”.

02 – Nos versos: “Viver em dor, o que ninguém entende / Tentar ser forte a todo e cada amanhecer”. O que o eu lírico nos mostra nestes versos?
      Mostra como ela se sente e como ela faz. Ela vive em dor, ninguém entende sua vida, e ela mesmo assim, tem que tentar ser forte no outro dia para assim, poder viver tudo novamente.

03 – A canção Clarisse e a representação de quê?
      É a maior representação da melancolia e de outros estados psíquicos.

04 – Clarisse mutila a si mesma e, assim mesmo, não sente dor. Por quê?
      Não sente dor, pois a dor psíquica que sente já é bem maior do que toda dor física do mundo que ela experimenta sentir.

05 – Em que versos o eu lírico conta sobre o modo de vida de Clarisse?
      “E quando os antidepressivos
       E os calmantes não fazem mais efeito
       Clarisse sabe que a loucura está presente.”

06 – Segundo o autor porque Clarisse tem medo de voltar à noite para casa?
      Ela tem medo dos homens, que se “esfregam” nela (estrupo e abusos), nos caminhos da escola.

07 – Cite os versos em que o autor passa uma mensagem final de protesto em defesa das meninas e mulheres.
      “A violência e a injustiça que existe / Contra todas as meninas e mulheres.”

08 – O autor finaliza dizendo o sentimento dele e de Clarisse perante à todos. Ele se compara a quê?
      A um pássaro, que é trancado na gaiola e vê que todos estão ao seu redor esperando que ele cante como antes (de quando era livre), novamente diz que é um pássaro, e que o trancam na gaiola, e diz a mensagem de esperança pra ele e para Clarisse. Um dia conseguirei existir e voarei pelo caminho mais bonito.

09 – Que figura de linguagem encontramos nos versos: “Eu sou um pássaro / Me trancam na gaiola”.
      A figura de linguagem é metáfora.

10 – A canção é finalizada com a frase mais tensa e incompleta: “Clarisse só tem 14 anos...”. O que o autor mostrou neste verso?
      Mostrou que Clarisse já passou por coisas que muitos de maior de idade jamais sonharam passar. Clarisse tem muita experiência pra pouca idade.

     


TEXTO: TIRADENTES - LUCAS FIGUEIREDO - COM GABARITO


Texto: Tiradentes

Tiradentes recebeu como sentença a pena de morte.

Quem foi Tiradentes?

       “Tiradentes” era o apelido atribuído a Joaquim José da Silva Xavier, que ficou famoso por ser um dos líderes da Inconfidência Mineira e por ter sido o único, entre os inconfidentes, a receber a pena capital, isto é, a pena de morte, pela forca.
        Nascido em 12 de novembro de 1746, na então Capitania de Minas Gerais, durante o Brasil Colonial, Joaquim José desempenhou várias profissões. Entre elas, estava a de dentista amador, por isso foi apelidado como Tiradentes. Além de dentista, Tiradentes também tentou a sorte como tropeiro (condutor de tropas de animais, transportadoras de mercadorias), minerador e mascate (mercador ambulante), mas fracassou em todas. A única profissão que lhe rendeu estabilidade foi o posto de alferes – patente abaixo da de tenente – da cavalaria de Dragões Reais de Minas, a força militar atuante na Capitania de Minas Geras e subordinada à Coroa Portuguesa.

        O quinto, a derrama

        Tiradentes, apesar de não ser um intelectual, interessava-se por escritos políticos, como as leis constitucionais dos Estados Unidos, país que havia conquistado a sua independência em 1776, quando o alferes tinha 30 anos de idade. Os interesses políticos de Joaquim José da Silva Xavier aos poucos fora se divergindo dos interesses de outros habitantes de Vila Rica, que era o centro da atividade mineradora do Brasil na época. Intelectuais como Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, ambos poetas e conhecedores das ideias filosóficas do Iluminismo Francês, foram algumas das personalidades importantes com as quais Tiradentes se juntou com o objetivo de retirar do poder o então Governador da Capitania de Minas Gerais, nomeado pela Coroa Portuguesa, Visconde de Barbacena. Mas qual era o motivo para tal revolta?
        O motivo principal que animava Tiradentes e os outros envolvidos na Inconfidência a se levantarem contra o governo de Visconde de Barbacena e o Império Português era a constante retirada das riquezas da região por meio de impostos excessivos.
        Do ouro produzido na Capitania de Minas de Gerais, a Coroa Portuguesa cobrava o chamado quinto, isto é, o equivalente a cerca de 20% do total extraído. Ocorreu que, a partir da década de 1760, a extração de ouro regrediu consideravelmente, mas não o valor do imposto. A taxa do quinto continuou a ser exigida dos mineradores locais, e o governador Barbacena, para fazer valer a lei, chegava até a impor agressões físicas.
        Cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica, onde transcorreu a trama da Inconfidência Mineira
        O problema agravou-se mais ainda quando, para reverter a margem defasada dos quintos recolhidos, a Coroa Portuguesa autorizou a implementação da chamada derrama. A derrama obrigava os mineradores a cobrirem com suas posses, isto é, tudo aquilo que lhes pertencia como objeto de valor, o que faltava na quantia do quinto. Isso significava que o rombo provocado no pagamento do imposto à Coroa, resultante do declínio da mineração, acabou tendo que ser pago com outras formas de obtenção de dinheiro, como pedágios cobrados sobre o uso das estradas, escravos etc. Todos eram forçados a pagar a derrama.

        A Inconfidência

        A conspiração dos inconfidentes começou a ser preparada em 1788 para que as ações passassem a se realizar no ano seguinte. Tiradentes, por sua personalidade agitada, ficou conhecido como o mais radical dos inconfidentes, como diz o pesquisador Lucas Figueiredo, em seu livro Boa Ventura! A corrida do ouro no Brasil (1697-1810):
        “Um radical entre moderados, um franco entre dissimulados, ele defendia – publicamente e em qualquer lugar (de bordéis a residências de ricos mercadores) – uma revolução que tornasse Minas Gerais independente de Portugal. ''Era pena'', dizia o alferes, ''que uns países tão ricos como estes [as Minas Gerais] estivessem reduzidos à maior miséria, só porque a Europa, como esponja, lhe estivesse chupando toda a substância''”. 
        Tiradentes chegou a tramar a morte de Visconde de Barbacena, e isso só não foi concretizado porque Barbacena, por meio da confissão de um dos inconfidentes, José Silvério dos Reis, desmantelou a trama e prendeu todos os envolvidos.

        Prisão, morte e heroificação

        Presos, muitos dos inconfidentes, temendo severas punições, não confessaram seus crimes. O único a fazê-lo foi Tiradentes, que, por isso mesmo, recebeu a pena mais dura, em um processo transcorrido na cidade do Rio de Janeiro, que só teve fim em 21 de abril de 1792. Tiradentes foi “enforcado, decapitado e esquartejado. Para que os súditos da Coroa nunca se esquecessem da lição, a cabeça de Tiradentes foi encravada num estaca e exposta em praça pública em Vila Rica, e seus membros, espalhados pela estrada que levava ao Rio de Janeiro.” 
        Vale notar que, tanto no período imperial quanto no período republicano, a imagem de Tiradentes passou a ser tomada como um ícone da liberdade e da independência do Brasil, como um herói da nação. Essa imagem foi constantemente reforçada por pinturas (como a imagem no início deste texto, de autoria de Pedro Américo) e monumentos (como a instalação do primeiro monumento dedicado a ele na cidade de Ouro Preto, em 1867). No ano de 1965, já na primeira fase do Regime Militar no Brasil, o marechal Castelo Branco, então presidente da República, contribuiu para o reforço dessa imagem de Tiradentes, sancionando a Lei Nº 4. 897, de 9 de dezembro, que instituía o dia 21 de abril como feriado nacional e Tiradentes como, oficialmente, Patrono da Nação Brasileira.

        FIGUEIREDO, Lucas. Boa Ventura! A corrida do ouro no Brasil
(1697-1810). Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 295. Idem. p. 297.

Entendendo o texto:
01 – Qual o nome completo de Tiradentes?
      Joaquim José da Silva Xavier.

02 – Em que dia, mês e ano Tiradentes nasceu?
      Nascido em 12 de novembro de 1746.

03 – Em que estado brasileiro nasceu Tiradentes?
      Capitania de Minas Gerais.

04 – No tempo em que Tiradentes viveu o nosso país era colônia de Portugal.

05 – O que quer dizer a palavra súdito?
      Individuo submetido à autoridade de um soberano.

06 – Qual o nome do movimento importante da História brasileira, ao qual fez parte Tiradentes?
      Inconfidência Mineira.

07 – O que os inconfidentes queriam com esse movimento?
      Uma revolução que tornasse Minas Gerais independente de Portugal.

08 – Para quando estava marcado o movimento de libertação?
      Começou a ser preparada em 1788 para que as ações passassem a se realizar no ano seguinte.

09 – O que os portugueses fizeram com Tiradentes?
      Tiradentes foi “enforcado, decapitado e esquartejado.

10 – Por que os portugueses mataram Tiradentes?
      Para que os súditos da Coroa nunca se esquecessem da lição.

11 – De acordo com o texto; tanto no período Imperial quanto no período Republicano, qual era a imagem que se tinha de Tiradentes?
      A imagem de Tiradentes passou a ser tomada como um ícone da liberdade e da independência do Brasil, como um herói da nação.

12 – Quando foi instalado o primeiro monumento de Tiradentes e em que cidade?
      Foi instalado o primeiro monumento dedicado a ele na cidade de Ouro Preto, em 1867.

13 – No Regime Militar do Brasil, o marechal Castelo Branco, então presidente da República, contribuiu para o reforço dessa imagem de Tiradentes, Qual foi essa contribuição?
      Sancionando a Lei Nº 4. 897, de 9 de dezembro, que instituía o dia 21 de abril como feriado nacional e Tiradentes como, oficialmente, Patrono da Nação Brasileira.

     


CRÔNICA: FALA, AMENDOEIRA - OUTONEAR(21 DE MARÇO)- CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE- COM GABARITO

CRÔNICA: FALA, AMENDOEIRA
                      Carlos Drummond de Andrade
   
        Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista deparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre céu e chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar, talvez porque haja outras destruições mais urgentes.  Estavam todas verdes, menos uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.
        Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante nela encosta sua barraca, e, ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe pelo tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra, que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.
        Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho, numa gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom – cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas atestavam seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe algum moleque apreciador de seu azedinho. É como se o cronista, lhe perguntasse – Fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:
        --- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não respeitem as estações.
        --- E vais outoneando sozinha?
        --- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de inverno.
        --- Somos todos assim.
        --- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.
        --- Não me entristeças.
        --- Não, querido, sou tua árvore-de-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonize com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-se com dignidade, meu velho.

(Carlos Drummond de Andrade)

Entendendo o texto:
01 – As palavras remoto (primeiro parágrafo), afetar (segundo parágrafo) e ostentar (terceiro parágrafo) significam, no texto, respectivamente:
A) (  ) longínquo, afeiçoar, alardear;
B) (  ) distante, distrair, mostrar;
C) (X) antigo, incomodar, exibir;
D) (  ) distraído, aparentar, ornamentar;

02 – Equinócio (quarto parágrafo) significa:
A) (  ) equívoco;
B) (X) ponto de órbita da terra onde se registra igual duração do dia e da noite;
C) (  ) mancha escura que aparece de vez em quando no céu;
D) (  ) que tem poder igual;

03 – Em “precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes” (passagem situada no segundo parágrafo), o autor refere-se:
A) (  ) à fome dos cães que comem as amêndoas da amendoeira;
B) (X) ao hábito que os cães têm de urinar em postes ou troncos de árvore;
C) (  ) aos cães vira-latas que, famintos, comem as folhas de amendoeira;
D) (  ) à precisão com que os humildes cãezinhos demonstram ao andar;

04 – Destaque o item que melhor caracteriza o “ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo”, situado no primeiro parágrafo:
A) (  ) desenhista que só se inspira na natureza;
B) (  ) escritor que só escreve sobre a natureza;
C) ( ) pintor de paisagens;
D) (X) autor que escreve sobre temas da época em que vive;

05 – Quando o cronista, referindo-se à árvore escreveu “fala, amendoeira”, no terceiro parágrafo:
A) (  ) cometeu um erro porque árvore não fala;
B) (  ) estava delirando;
C) (X) usou um recurso de estilo atribuindo à amendoeira qualidades humanas;
D) (  ) foi imperativo porque a árvore era sua;

06 – O trecho “frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva”, localizado no oitavo parágrafo, refere-se:
A) (X) aos escritos do autor;
B) (  ) aos frutos da amendoeira;
C) (  ) aos frutos colhidos na árvore à noitinha;
D) (  ) ao trabalho dos agricultores;

07 – Ao usar a passagem “Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais”, quis o autor demonstrar:
A) (  ) que a árvore plantada à sua porta é um bem pessoal;
B) (X) carinho pela árvore que está plantada em frente à sua porta e que a considera como sua;
C) (  ) que ia iniciar uma descrição da árvore que está plantada em frente à sua porta;
D) (  ) que não permitirá nunca que a árvore seja retirada da frente de sua porta;

08 – As expressões anjo vegetal (primeiro parágrafo) e árvore-da-guarda (décimo parágrafo):
A) (  ) são arcaicas;
B) (  ) atestam os erros comuns no autor;
C) (  ) revelam o descuido do autor no uso da Língua Portuguesa;
D) (X) são criadas pelo autor pela associação com a expressão anjo-da-guarda;

09 – Destaque o item que NÃO corresponde à crônica lida:
A) (  ) o autor espiritualizou a amendoeira atribuindo-lhe sentimentos humanos;
B) (  ) o autor compara, na crônica, seu envelhecer com o da amendoeira;
C) (X) a ideia central da crônica é a descrição dos efeitos do outono sobre as amendoeiras;
D) (  ) a amendoeira com que o autor “conversa” demonstrou sabedoria e bom senso;

10 – Destaque o item que encerra a ideia central, a mensagem, enviada pelo cronista:
A) ( ) descuido das autoridades que permitiam a permanência da amendoeira naquele local;
B) (  ) reverencia a amendoeira que considerava sua;
C) (X) aceitação do envelhecimento com serenidade;
D) (  ) engrandecimento do outono;