O DESEJO
“A velhinha tinha uma pequena loja,
numa rua de Florença. Exteriormente, sua loja não era nem rica, nem elegante,
nem artística. Isso acontece em muitas lojas, na Europa. Mas a velhinha vendia
umas blusas tão lindas e originais que mulher nenhuma poderia ficar insensível
a seus encantos. E eis que, de repente, me torno possuidora de uma delas.
Começava a escurecer. A formosa Florença tornava-se uma cidade de prata. Eu
desejava mais uma blusa: quem viaja está sempre pensando em alegrias que, de
volta, pode dar aos amigos. Mas a loja ia fechar, a velhinha não negociava com
dólares (e pensar que um dia eu tive dólares!): então, separei a segunda blusa,
e prometi que na manhã seguinte apareceria com as minhas liras.”
(Cecília Meireles. Seleta em
prosa e verso. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973)
Assinale a única alternativa correta nas questões abaixo:
1 - Conclui-se o seguinte com respeito à loja:
a. ( ) era uma loja de roupas.
b. ( ) não havia empregados.
c. ( ) a loja era humilde
d.
(X) todas as alternativas anteriores
e. ( ) nenhuma das alternativas dadas.
2. Conclui-se o seguinte em relação ao lugar:
a. ( ) Florença fica na Itália.
b. ( ) Florença fica na Europa.
c. ( ) Florença é uma cidade bem iluminada.
d.
(X) todas as alternativas anteriores
e. ( ) nenhuma das alternativas dadas.
3. Conclui-se o seguinte com respeito à compra:
a. ( ) a primeira blusa seria um presente
b. ( ) a segunda blusa serviria para uso próprio
c.
(X) a compra deveu-se ao desejo da compradora
d. ( ) todas as alternativas anteriores
e. ( ) nenhuma das alternativas dadas.
4. Conclui-se o seguinte com respeito à moeda:
a. ( ) ninguém comerciava com dólares em Florença
b. ( ) a narradora andava com liras e dólares
c. ( ) o dólar era moeda corrente em Florença
d. ( ) todas as alternativas anteriores
e.
(X) nenhuma das alternativas dadas.
5. Conclui-se o seguinte com respeito à data da viagem:
a. ( ) a viagem aconteceu há poucos dias atrás do registro
feito pela narradora
b. ( ) a viagem aconteceu há poucas semanas atrás do
registro feito pela narradora
c. ( ) a viagem aconteceu há muito tempo atrás do registro
feito pela narradora
d.
(X) qualquer uma das alternativas anteriores
e. ( ) nenhuma das alternativas dadas.
TEXTO I
A Bauducco, maior fabricante de
panetones do país, está negociando a compra de sua maior concorrente, a
Visconti, subsidiária brasileira da italiana Visagis. O negócio vem sendo
mantido sob sigilo pelas duas empresas em razão da proximidade do Natal. Seus
controladores temem que o anúncio dessa união - resultando numa espécie de
AmBev dos panetones - melindre os varejistas.
(Cláudia Vassallo, na
Exame, dez./99)
1) As duas empresas de que fala o texto são:
a) Bauducco e Visagis
b) Visconti e Visagis
c) AmBev e Bauducco
d) Bauducco e Visconti
e) Visagis e AmBev
a) Bauducco e Visagis
b) Visconti e Visagis
c) AmBev e Bauducco
d) Bauducco e Visconti
e) Visagis e AmBev
2) A aproximação do Natal é a causa:
a) da compra da Visconti
b) do sigilo do negócio
c) do negócio da Bauducco
d) do melindre dos varejistas
e) do anúncio da união
3) Uma outra causa para esse fato seria:
a) a primeira colocação da Bauducco na fabricação de panetones
b) o fato de a Visconti ser uma multinacional
c) o fato de a AmBev entrar no mercado de panetones
d) o possível melindre dos varejistas
e) o fato de a Visconti ser concorrente da Bauducco
4) Por “aquisição à vista” entende-se, no texto:
a) que a negociação é provável.
b) que a negociação está distante, mas vai acontecer.
c) que o pagamento da negociação será feito em uma única parcela.
d) que a negociação dificilmente ocorrerá.
e) que a negociação está próxima.
TEXTO II
Um
anjo dorme aqui; na aurora apenas,
disse adeus ao brilhar das açucenas
em ter da vida alevantado o véu.
disse adeus ao brilhar das açucenas
em ter da vida alevantado o véu.
- Rosa tocada do cruel granizo Cedo
finou-se e no infantil sorriso passou do
berço pra brincar no céu!
berço pra brincar no céu!
(Casimiro de Abreu, in Primaveras)
5) O tema do texto é:
a) a inocência de uma criança
b) o nascimento de uma criança
c) o sofrimento pela morte de uma criança
d) o apego do autor por uma certa criança
e) a morte de uma criança.
a) a inocência de uma criança
b) o nascimento de uma criança
c) o sofrimento pela morte de uma criança
d) o apego do autor por uma certa criança
e) a morte de uma criança.
6) O tema se desenvolve com base em uma figura de linguagem conhecida como:
a) prosopopeia
b) hipérbole
c) pleonasmo
d) metonímia
e) eufemismo.
7) No âmbito do poema, podemos dizer que pertencem ao mesmo campo semântico as palavras:
a) aurora e véu
b) anjo e rosa
c) granizo e sorriso
d) berço e céu
e) cruel e infantil
8) As palavras que respondem ao item anterior são:
a) uma antítese em relação à vida
b) hipérboles referentes ao destino
c) personificações alusivas à morte
d) metáforas relativas à criança
e) pleonasmos com relação à dor.
9) Por “sem ter da vida alevantado o véu” entende-se:
a) sem ter nascido
b) sem ter morrido cedo
c) sem ter conhecido bem a vida
d) sem viver misteriosamente
e) sem poder relacionar-se com as outras pessoas
10) “Na aurora apenas” é o mesmo que:
a) somente pela manhã
b) no limiar somente
c) apenas na alegria
d) só na tristeza
e) só no final
TEXTO III
Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo.
Obviamente não têm a sensibilidade de
muitos outros países ou diplomatas que conheço
(José
Ramos-Horta, na Folha de São Paulo, 21/10/96)
11) Só não caracteriza os homens do Itamaraty:
a) o pragmatismo
b) a falta de sensibilidade
c) a luta contra a ditadura
d) a tranquilidade da vida
e) as raízes na elite do Brasil
a) o pragmatismo
b) a falta de sensibilidade
c) a luta contra a ditadura
d) a tranquilidade da vida
e) as raízes na elite do Brasil
12) A palavra que não se liga semanticamente aos homens do Itamaraty é:
a) o segundo que.
b) tiveram.
c) vêm.
d) eles.
e) o terceiro que.
13) Pelo visto, o autor gostaria de que os homens do Itamaraty tivessem mais:
a) inteligência
b patriotismo
c) vivência
d) coerência
e) grandeza
14) A oração iniciada por “obviamente” tem um claro valor de:
a) consequência.
b) causa.
c) comparação.
d) condição.
e) tempo.
15) A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, a palavra “obviamente”, é:
a) necessariamente.
b) realmente.
c) justificadamente.
d) evidentemente.
e) comprovadamente.
16) Só não pode ser inferido do texto:
a) nem todo diplomata é excessivamente pragmático.
b) ter lutado contra o colonialismo é importante para a carreira de diplomata.
c) Nem todo diplomata vem da elite brasileira.
d) ter vida fácil é característica comum a todo tipo de diplomata.
e) há diplomatas mais sensíveis que outros.
TEXTO IV
Se
essa ainda é a situação de Portugal e era, até bem pouco, a do Brasil, havemos
de convir em que no Brasil-colônia, essencialmente rural, com a ojeriza que lhe
notaram os nossos historiadores pela vida das cidades - simples pontos de
comércio ou de festividades religiosas -, estas não podiam exercer maior
influência sobre a evolução da língua falada, que, sem nenhum controle
normativo, por séculos “voou com as suas próprias asas”.
(Celso Cunha, in A
Língua Portuguesa e a Realidade Brasileira)
17) Segundo o texto, os historiadores:
a) tinham ojeriza pelo Brasil-colônia.
b) consideram as cidades do Brasil-colônia como simples pontos de comércio ou de festividades religiosas.
c) consideram o Brasil-colônia essencialmente rural.
d) observaram a ojeriza que a vida nas cidades causava.
e) consideram o campo mais importante que as cidades.
a) tinham ojeriza pelo Brasil-colônia.
b) consideram as cidades do Brasil-colônia como simples pontos de comércio ou de festividades religiosas.
c) consideram o Brasil-colônia essencialmente rural.
d) observaram a ojeriza que a vida nas cidades causava.
e) consideram o campo mais importante que as cidades.
18) Para o autor:
a) as festas religiosas têm importância para a evolução da língua falada.
b) No Brasil-colônia, havia a prevalência da vida do campo sobre a das cidades.
c) a evolução da língua falada dependia em parte dos pontos de comércio.
d) a evolução da língua falada independe da condição de Brasil colônia.
e) a situação do Brasil na época impedia a evolução da língua falada.
a) as festas religiosas têm importância para a evolução da língua falada.
b) No Brasil-colônia, havia a prevalência da vida do campo sobre a das cidades.
c) a evolução da língua falada dependia em parte dos pontos de comércio.
d) a evolução da língua falada independe da condição de Brasil colônia.
e) a situação do Brasil na época impedia a evolução da língua falada.
19) A palavra “ojeriza” significa, no texto:
a) medo.
b) admiração.
c) aversão.
d) dificuldade.
e) angústia.
20) A língua falada “voou com as suas próprias asas” porque:
a) as cidades eram pontos de festividades religiosas.
b) o Brasil se distanciava linguisticamente de Portugal.
c) faltavam universidades nos centros urbanos.
d) não se seguiam normas linguísticas.
e) durante séculos, o controle normativo foi relaxado, por ser o Brasil uma colônia portuguesa.
21) Segundo o texto, a população do Brasil-colônia:
a) à vida do campo preferia a da cidade.
b) à vida da cidade preferia a do campo.
c) não tinha preferência quanto à vida do campo ou à da cidade.
d) preferia a vida em Portugal, mas procurava adaptar-se à situação.
e) preferia a vida no Brasil, fosse na cidade ou no campo.
TEXTO V
Ainda falta um bom tempo para a
aposentadoria da maior parte deles, mas a Andrade Gutierrez já tem pronto um
estudo sobre a sucessão de 20 de seus principais executivos, quase todos na
faixa entre 58 e 62 anos. Seus substitutos serão escolhidos entre 200
integrantes de um time de aspirantes. Eduardo Andrade, o atual superintendente,
que já integra o conselho de administração da empreiteira mineira, deverá ir se
afastando aos poucos do dia-a-dia dos negócios. Para os outros executivos, que
deverão ser aproveitados como consultores, a aposentadoria chegará a médio
prazo.
(José Maria Furtado, na Exame, dez./99)
22) Se começarmos o primeiro período do texto por “A
Andrade Gutierrez já tem pronto...”, teremos, como sequência coesa e
coerente:
a) visto que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
b) por ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
c) se ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
d) embora ainda falte um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
e) à medida que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
a) visto que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
b) por ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
c) se ainda faltar um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
d) embora ainda falte um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
e) à medida que ainda falta um bom tempo para a aposentadoria da maior parte deles.
23) Segundo o texto:
a) 20 grandes executivos da empresa se aposentarão a médio prazo.
b) 20 grandes executivos da empresa acham-se na faixa entre 58 e 62 anos.
c) nenhum dos 20 grandes executivos se aposentará a curto prazo.
d) Eduardo Andrade é um executivo na faixa dos 58 a 62 anos.
e) a empresa vai substituir seus vinte principais executivos a curto e médio prazos.
24) A empresa, no que toca à aposentadoria de seus executivos, mostra-se:
a) precipitada
b) cautelosa
c) previdente
d) rígida
e) inflexível
25) Sobre o executivo Eduardo Andrade, não se pode afirmar:
a) ocupa, no momento, a superintendência.
b) é um dos conselheiros.
c) será substituído por um dos 200 aspirantes.
d) está se afastando dos negócios da empresa.
e) será o primeiro dos 20 grandes executivos a se aposentar.
26) Sobre a Andrade Gutierrez, não é correto afirmar:
a) é empresa de obras.
b) é do estado de Minas Gerais.
c) preocupa-se com seus funcionários.
d) mantém-se alheia a qualquer tipo de renovação.
e) procura manter vínculo com executivos aposentados.
TEXTO VI
(Gilberto
Gil)
27) Por “presença da ausência” pode-se entender:
a) ausência difícil
b) ausência amarga
c) ausência sentida
d) ausência indiferente
e) ausência enriquecedora
a) ausência difícil
b) ausência amarga
c) ausência sentida
d) ausência indiferente
e) ausência enriquecedora
28) Para o autor, a saudade é algo:
a) que leva ao desespero.
b) que só se suporta com fé.
c) que ninguém deseja.
d) que transmite coisas boas.
e) que ilude as pessoas.
29) O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade antitética é:
a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão
30) Segundo o texto:
a) sente-se saudade de pessoas, e não de coisas.
b) as coisas ruins podem transformar-se em coisas boas.
c) as coisas boas podem transformar-se em coisas ruins.
d) a saudade, como um capuz, não nos permite ver com clareza a situação que vivemos.
e) a saudade, como um capuz, não nos deixa perceber coisas que ficaram em nosso passado.
31) O que se guarda no coração é:
a) a saudade
b) o clarão
c) o que se deixou para traz
d) a visão
e) o que não se pode ver.