sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

POEMA: O MEDO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

   POEMA:   O MEDO
                       Carlos Drummond de Andrade


Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

 


E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

 

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

 

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

 

Fazia frio em São Paulo…
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

 

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

 

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

 

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas

 



 


Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

 

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

 

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

 

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

 

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes…

Fiéis herdeiros do medo,

 

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.

 




ENTENDENDO O POEMA

1 -     Releia os versos da primeira estrofe:
     Esses versos apresentam uma construção que, aparentemente, tem um erro de concordância: “Nascemos escuro”. A palavra “escuro” não está no plural e, portanto, não concorda com o sujeito desinencial “nós”. Podemos concluir, então, que não se trata de um adjetivo que pode ser atribuído ao sujeito.
a)      A que classe gramatical a palavra “escuro” passa a pertencer quando não é flexionada no plural?
Ela passa a ser um Advérbio de modo.

b)      Que sentido pode ser atribuído ao verso?
A ideia de que somos o próprio escuro, a escuridão, ao vivermos com tanto medo.

c)       Qual é a consequência de “nascermos escuro”, segundo o poema?
As experiências são poucas, isto é, as opções de vida, as preocupações são limitadas, e, portanto, nosso destino é incompleto.

d)      Nesse contexto, a que se restringem as escolhas do eu poético?
Carteiro, ditador e soldado.

2 -        Que relação podemos estabelecer entre o regime autoritário, a opressão da guerra e o verso “E fomos educados para o medo”?
     Em um regime autoritário, as pessoas são condicionadas a sentir medo, pois são ameaçadas e constrangidas pelas autoridades que estão no poder.

3 -        No poema, o eu poético afirma que os homens, ao se sentirem traídos pela natureza, buscam refúgio no amor. Essa busca é recompensada de alguma forma? Justifique com o trecho do poema.
     Não. “Refugiamo-nos no amor, / este célebre sentimento, / e o amor faltou [...]”.

4 -        Em um dos versos, o eu poético afirma que “[...] o amor faltou [...]”.
a)      Em sua opinião, por que o eu poético faz essa afirmação?
Em um ambiente de medo, o amor não tem lugar, não tem chance de acontecer.

b)      Indique qual seria a diferença de sentido se o eu poético tivesse usado o verbo “acabou” em vez de “faltou”.
“Acabou” indicaria que o amor teria sido extinto, não havia mais.  “Faltou” indicaria que o amor está ausente naquela situação, embora ainda exista.






CRÔNICA : TRÁGICO ACIDENTE DE LEITURA - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

    CRÔNICA: TRÁGICO ACIDENTE DE LEITURA
             
                          Mário Quintana

         Tão comodamente que eu estava lendo, como quem viaja num raio de lua, num tapete mágico, num trenó, num sonho.
Nem lia: deslizava. Quando de súbito a terrível palavra apareceu, apareceu e ficou, plantada ali diante de mim, focando-me: ABSCÔNDITO. Que momento passei! ... O momento de imobilidade e apreensão de quando o fotógrafo se posta atrás da máquina, envolvidos os dois no mesmo pano preto, como um duplo monstro misterioso e corcunda... O terrível silêncio do condenado ante o pelotão de fuzilamento, quando os soldados dormem na pontaria e o capitão vai gritar: Fogo!

                                    QUINTANA, Mário. Nova antologia poética. 5. ed. São Paulo: Globo, 1995.
Fonte: Livro - Tecendo Linguagens - Língua Portuguesa: 8º ano/Tania Amaral Oliveira, Lucy Aparecida Melo Araújo - 5.ed. - Barueri(SP): IBEP, 2018 - p.19.


Entendendo a crônica

1 -     O que o narrador considerou um acidente de leitura?
          O fato de alguém ter encontrado uma palavra desconhecida no meio do livro que ele estava lendo.

2 -     Releia o trecho a seguir:
          Tão comodamente que eu estava lendo, como quem viaja num raio de lua, num tapete mágico, num trenó, num sonho. Nem lia: deslizava.
a)       Que ideia é apresentada pelo narrador nesse trecho?
Que estava envolvido na leitura, distante da realidade.

b)       As palavras foram empregadas no sentido literal ou figurado? Justifique sua resposta.
Em sentido figurado: um exemplo é o emprego da expressão “Nem lia: deslizava”, que dá a ideia da suavidade e desenvoltura com que vivia aquele momento.

c)       Podemos afirmar que o ato de ler dá prazer ao narrador? Explique sua resposta.
Sim, ele declara que lê comodamente como quem viaja, quem vive um sonho.

3 -     No texto, o que está sendo comparado ao ato de ser fotografado?
          O fato de um leitor se ver diante de uma palavra desconhecida e parar estático diante dela, como se fosse ser fotografado por alguém.

4 -   Quem fala no texto relata o aparecimento da palavra “abscôndito” no meio de sua leitura. Para você, ela é desconhecida?
          Abscôndito: invisível, escondido, secreto.

5 -     Por que a palavra “abscôndito” aparece em letra maiúscula no texto?
         Porque escrito dessa maneira, ela se destaca, salta aos olhos do leitor, assim como saltou aos olhos do narrador da crônica.

6 -     Localize o emprego de reticências no texto e explique que efeito de sentido elas criam.
         Elas servem para marcar a pausa e indicar a perplexidade do leitor diante da palavra nova. Elas também são usadas para indicar a suspensão da narração, permitindo ao leitor imaginar os sentimentos do narrador.

7 -     É possível imaginar uma cena relacionada com o que está sendo relatado no texto?
          Sim. Ao descrever o momento de perplexidade diante da palavra, o autor usa recursos que nos permitem criar imagens com base no que está sendo relatado.
          



MÚSICA(ATIVIDADES): AMOR MAIOR - JOTA QUEST - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES):   AMOR MAIOR

                                                                                JOTA QUEST

Eu quero ficar só
Mas comigo só eu não consigo
Eu quero ficar junto
Mas sozinho só não é possível

É preciso amar direito
Um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora
Ser amor de corpo inteiro
Amor de dentro pra fora
Amor que eu desconheço

Quero um amor maior
Um amor maior que eu
Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu

Eu quero ficar só
Mas comigo só eu não consigo
Eu quero ficar junto
Mas sozinho assim não é possível

É preciso amar direito
Um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora
Ser amor de corpo inteiro
Um amor de dentro pra fora
Um amor que eu desconheço

Quero um amor maior
Um amor maior que eu (que eu)
Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu
Yeah! Yeah!

Então seguirei meu coração até o fim
Pra saber se é amor
Magoarei mesmo assim
Mesmo sem querer
Pra saber se é amor
Eu estarei mais feliz
Mesmo morrendo de dor, yeah!
Pra saber se é amor
Se é amor

Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu (que eu)
Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu
Um amor maior que eu, yeah!

Maior que eu
Um amor maior que eu
Maior que eu

Um amor maior que eu!
                                         FLAUSINO, Rogério. Jota Quest – MTV ao vivo. Sony/BMG, 2003.CD.
Entendendo a canção

01 – Quem é o eu lírico do poema: homem ou mulher?
      Pela análise do segundo e do nono versos constata-se que seja um homem, pois usa a expressão “sozinho” nesses versos.

02 – O eu lírico desse poema se refere a alguém? Quem?
      O eu lírico, nesse poema, faz uma reflexão sobre o amor, quer um amor maior, no entanto ainda desconhece tal sentimento. Sendo assim, ele fala para ele mesmo.

03 – Nos versos 1 e 2, é possível destacar uma figura de linguagem a partir das expressões “comigo só” e “sozinho só”? Qual a contribuição dela para a canção?
      A figura destacada é um pleonasmo. Ela contribui para intensificar a ideia de solidão por meio da repetição da palavra que transmite essa sensação.

04 – Qual o sentido do verso “Amor de dentro pra fora”?
      O verso representa que o amor seja verdadeiro, um sentimento que brota do seu interior, e não que seja apenas uma convenção, uma aparência.

05 – Qual o sentido dos 1° e 2° verso?
      Parece que o eu lírico, inicialmente, gostaria de ficar sozinho, mas não consegue, porque na verdade ele quer encontrar um amor, alguém com quem possa ficar junto, pois não consegue mais ficar só.

06 – “É preciso amar direito”. O que seria “amar direito”?
      Amar direito seria o sentimento de um amor verdadeiro, sem exigências ou sem restrições.

07 – Como poderia ser explicado o verso: “Ser amor a qualquer hora, ser amor de corpo inteiro”.
      Se entregar completamente ao amor, um amor pleno.

08 – A expressão “Se é amor” aparece várias vezes na penúltima estrofe da canção. Por quê?
      Com a intenção de reforçar a ideia, ou seja, para ter a certeza de que realmente é amor.

09 – Qual o significado do verso: “Eu estarei mais feliz mesmo morrendo de dor”?
      Mesmo que o amor lhe traga dor e sofrimento, valerá a pena se ele vivenciar esse sentimento.

10 – Que tipo de AMOR é retratado pelo autor?
      O amor verdadeiro, com entrega de corpo, de alma, algo maior que tudo.

11 – Qual sentido poderia ter a expressão “Amor Maior” na canção? Explique por meio de exemplos da canção.
      Um amor completo, pleno, absoluto. De entrega e abdicação a qualquer outra coisa por este amor, pois é maior, mais valioso que tudo.
      “Um amor de qualquer jeito
       Ser amor a qualquer hora
       Ser amor de corpo inteiro
       Um amor de dentro pra fora”

       [...]
12 -   O que quer dizer o seguinte verso na canção?
             “Quero um amor maior, um amor maior que eu”
       O eu poético deseja um amor que seja intenso, um amor que ele ainda não sentiu.

13 -   Algumas palavras e expressões da canção contrastam entre si, expressando ideias opostas. Transcreva-as em seu caderno e depois responda: O que essas oposições indicam a respeito do eu poético?
        “ficar só” X “ficar junto”; “amar direito” X “amar de qualquer jeito”; “amor de corpo inteiro” X “amor que eu desconheço”; “estarei mais feliz” X “morrendo de dor”. Indicam que o eu poético não consegue fiar só e possivelmente está disposto a amar intensamente, mesmo que isso lhe traga mágoas, dores ou outros conflitos.

14 -   Identifique as diferenças e as semelhanças entre “Órion” e “Amor maior” quanto aos seguintes aspectos:
a)      O tipo de linguagem empregada (popular, formal, coloquial)
Uma linguagem mais formal, e o emprego das normas urbanas de prestígio. A canção usa essas mesmas normas, mas de maneira coloquial.

b)      A estrutura do texto.
Ambos se apresentam em versos.

c)       O uso de linguagem figurada
Os dois apresentam linguagem figurada.

d)      A relação entre o que poético e a pessoa amada.
Em “Órion”, o eu poético é distante da pessoa amada, mas existe o par amoroso; já em “Amor maior”, não existe o par amoroso; o eu poético está à procura de um amor intenso.

  

CRÔNICA: ANTIGAMENTE - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

                     
CRÔNICA: ANTIGAMENTE
                 Carlos Drummond de Andrade

         Antigamente as moças se achavam mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pés de alferes, arrastando as asas, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E, se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar noutra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesses entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passasse a manta e azulava, dando às de vila-diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas, não admira que dessem com os burros n`´agua. [...]
                                                                                 ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa.
                                                                                                       Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988.
a)      Por que o título do texto é “Antigamente”?
Porque o texto refere-se a comportamento de outra época e para isso emprega palavras e expressões usadas antigamente.

b)      O texto apresenta uma série de expressões populares nascidas da tradição oral. Quais delas você pôde identificar no texto?
Possibilidades: “completar primaveras”, “arrastar asas”, “tirar o cavalo da chuva”, “pregar em outra freguesia”, “tirar o pai da forca”, etc.

c)       Há alguma palavra ou expressão antiga cujo significado você já conhecia?
Resposta pessoal.

d)      Que palavra você achou mais interessante conhecer? Qual lhe parece mais estranha ou mais engraçada?
Resposta pessoal.

e)      De que maneira a relação entre passado e presente é estabelecida no texto?
Por meio do título “Antigamente”, que indica ao leitor que o comportamento era diferente do atual, assim como a linguagem, as palavras e as expressões.

f)       Provavelmente, com que intenção o autor escreveu esse texto?
Informar o leitor de que muitas palavras e expressões ainda hoje empregadas têm origem muito antiga e, ao mesmo tempo, apresentar outras que possivelmente ele ainda não conhece. Além disso, busca provocar no texto efeitos de humor a fim de divertir o leitor.

g)      De que maneira o texto mostra os diferentes usos dos termos correspondentes à atual palavra “cinema”?
O texto apresenta ao leitor as palavras “animatógrafo” e “cinematógrafo”, nomes dados antigamente ao cinema, indicando a ordem de uso desses termos.

h)      O texto lhe ajudou a conhecer melhor a história de alguns costumes das pessoas? Por que?
Resposta pessoal.





segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): VENTO DO LITORAL - LEGIÃO URBANA - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): VENTO DO LITORAL
 LEGIÃO URBANA  

De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
Vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe
Ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudades
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção

Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo
O tempo todo

E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui!
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Eieieieiei !
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora

RUSSO, Renato. Vento no litoral. Intérprete: Legião Urbana.
      In: Legião Urbana. Legião Urbana V. Brasil: EMI Music, 1991. 1 CD. Faixa 7.


   Relendo a letra, responda:

1)   Na personificação do tempo em “Foi só o tempo que errou”, o eu lírico
a)   acredita não ter responsabilidade pelo que acontece e culpa o tempo.
b)   responsabiliza o mal tempo por levar tudo que possuía embora.
c)   demonstra ter perdido a hora em algum momento.
d)   sente a força dos ventos ao observar o horizonte.

2)   De acordo com a letra da música, o eu lírico
a)   procura o mar para contemplar seu amor.
b)   faz planos para reencontrar seu amor.
c)   fica feliz ao ter contato com a natureza.
d)   sente a falta de alguém que partiu.

          3)      Ao buscar um lugar tranquilo, o eu lírico encontra na praia o seu refúgio. De que, na verdade, ele deseja descansar?
      De seu desencontro amoroso, da desilusão de seus sonhos de amor.

           4)  Como o eu lírico tenta apagar as possíveis lembranças que o fazem sofrer?
Ele vai em busca da natureza, procura ouvir o vento que acalma, e brinca com as ondas do mar.

         5)   Que advérbio ou locuções adverbiais, na primeira estrofe, situam o lugar onde ele estava?
Até a praia e nas pedras.

        6)     Explique por que ele diz, na segunda estrofe, que: “...o vento vai levando tudo embora”.
Além de carregar o que encontra pela frente, o vento leva consigo as  recordações e tristezas do eu lírico.

7 -   Releia a primeira estrofe.
          a) Por que será que o eu lírico quer ir à praia?
Para esquecer o que faz sofrer, para se livrar do sofrimento e para espairecer.

   b) Que advérbio, na primeira estrofe, funciona como um pressuposto, isto é, sugere que o vento já estava mais forte antes? Esclareça sua resposta.
Porque nos faz pressupor que o vento esteve muito forte, mas poderia estar mais forte ou não à tarde.

       c) Na segunda estrofe, que palavra retoma todo o conteúdo da primeira estrofe, resumindo-a?
O pronome demonstrativo isso, que funciona como elemento de coesão referencial no texto.

8) -    Aos poucos o eu lírico vai falando de seu desencanto e revela o que o deixou meio perdido. Releia a terceira estrofe.
   a)   Interprete este verso: “Agora está tão longe [....]”. O que se distanciou?
A presença física da pessoa amada e o que eles viveram enquanto se amavam.

        b) Ainda na terceira estrofe, o que se pode concluir quanto ao motivo da separação?
     Eles passaram a ter sonhos diferentes, não se entendiam mais e acabaram se afastando um do outro.

      c)  Nessa estrofe, que advérbio altera o sentido de outro advérbio? O que ele expressa?
              O advérbio tão, que intensifica o sentido do advérbio de lugar longe.

     d) Que locução prepositiva une versos e advérbios de tempo e lugar, na terceira estrofe? Qual é o seu sentido?
      Além de: expressa a ideia de inclusão.

       e)  Releia este verso: “Dos nossos planos é que tenho mais saudade”. A locução destacada chama-se expletiva ou de realce, porque podemos tirá-la sem alterar o sentido do verso. Com que objetivo ela foi empregada?
Para realçar o termo “Dos nossos planos”, que representa a ideia mais Importante no verso.

  f)  Que outro recurso estilístico se empregou para realçar esse termo?
A anástrofe, ou seja, a inversão na ordem da frase. Na ordem direta teríamos: É que tenho mais saudade dos nossos planos.

      g)  A ideia de tempo é determinada por quais palavras na terceira estrofe?
    Pela repetição do advérbio agora e pela conjunção subordinativa quando.

 h)     No último verso da terceira estrofe, por que ocorre elipse?
     Não se repetiu o verbo estar, expresso no verso anterior.

9 -   De acordo com esse último verso, o eu lírico ainda não havia esquecido a pessoa amada, e esse fato se confirma na quarta estrofe.
  a) Explique por que ele prefere culpar o tempo pelo fracasso de seus planos.
Durante algum tempo, era fácil o entendimento entre ele a amada; mas o tempo fez com que isso acabasse, e o amor se desgastasse.

    b)  No verso “Agimos certo sem querer”, a palavra destacada é adjetivo ou advérbio? Por que?
Advérbio, pois modifica o verbo agir, expressando modo. Não caracteriza um substantivo.

 c) Releia estes versos: “vai ser difícil sem você”; “Era ficarmos bem...”.  Que sentido expressam as palavras destacadas?
A preposição sem expressa falta ou carência de algo ou alguém; e o advérbio bem indica o modo como os dois viveriam.

10 -    Apesar da saudade, o eu lírico reage e procura novos caminhos. Releia a quinta e sexta estrofes.
        a)   Interprete o sentido deste verso: “Quero ser feliz ao menos”.
O eu lírico deseja apenas viver com alegria, mesmo não tendo a  pessoa amada ao seu lado.

   b) Na quinta estrofe, a locução conjuntiva subordinativa já que, que constitui um elemento de coesão entre as estrofes, apresenta que sentido?
Exprime a causa ou o motivo de ele não se entregar.

 c) Observe o emprego das interjeições, na última estrofe. O que elas expressam?
Pode ser uma interjeição para chamar a atenção do outro, para o seu achado ou exprimir a alegria de encontrar os cavalos-marinhos, e a outra, “Humrun”, pode indicar que ele está pensativo ou feliz diante do fato.

     d)  Que relação teria o fato de ele ter achado cavalos-marinhos e a decisão tomada?
Talvez esse achado fosse para ele o prenúncio de uma vida mais feliz, renovada.

    e)   Observe o emprego das reticências no final de todas as estrofes, com exceção da primeira. Que sentido elas apresentam no contexto?
Há a suspensão de um pensamento que parece ainda continuar na mente do eu lírico.