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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

POESIA: VERDADE - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poesia: VERDADE

             Carlos D. de Andrade

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA8Wm10NKpZkUpZiAZ1nlCAnf-3eBkzU9OB8BBYce6dLUn1wTEQcz6hURz1ZjpatL0h7YS3tWryGuC_T9R2X4NFasTJLkR-ihr_LSbsBtb-HxlE-Z0FIICWFfDWPs0nAbW6eiDYl9vXueoY6ZwlNfqt_-lfK3DjvVPn1gbjbUt_PvUq0d3gfOL-fiBhc0/s320/PORTA.jpg



Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.

E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os dois meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram a um lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em duas metades,
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
As duas eram totalmente belas.
Mas carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

 ANDRADE, Carlos D. de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema principal da poesia "VERDADE" de Carlos D. de Andrade?

      O tema principal da poesia é a busca da verdade e a complexidade de alcançá-la.

02 – Por que a porta da verdade só permitia a passagem de "meia pessoa de cada vez"?

      A porta da verdade só permitia a passagem de "meia pessoa de cada vez" para enfatizar que a verdade é difícil de alcançar e que as pessoas só podem compreendê-la parcialmente.

03 – O que aconteceu quando a porta da verdade foi arrebentada?

      Quando a porta da verdade foi arrebentada, as pessoas chegaram a um lugar luminoso onde a verdade se dividia em duas metades diferentes.

04 – Como as duas metades da verdade eram descritas no poema?

      As duas metades da verdade eram descritas como igualmente belas, mas diferentes uma da outra.

05 – Por que as pessoas tiveram que optar entre as duas metades da verdade?

      As pessoas tiveram que optar entre as duas metades da verdade de acordo com seu capricho, ilusão ou miopia, pois não podiam compreender a verdade em sua totalidade.

06 – Qual é o significado simbólico da porta da verdade no poema?

      A porta da verdade simboliza a dificuldade de alcançar uma compreensão completa da verdade e a necessidade de enfrentar desafios e incertezas ao buscá-la.

07 – Qual é a mensagem principal que o poema transmite aos leitores?

      A mensagem principal do poema é que a verdade é complexa e subjetiva, e que a busca da verdade muitas vezes envolve escolhas pessoais e interpretações individuais.

08 – Qual é a sua opinião sobre as meias verdades?

      Resposta pessoal do aluno.

 

POESIA: A SESTA - ANTÔNIO GONÇALVES CRESPO - COM GABARITO

 Poesia: A Sesta

              Antônio Gonçalves Crespo

Na rêde, que um negro moroso balança,

Qual berço de espumas,

Formosa crioula repousa e dormita,

Enquanto a mucamba nos ares agita

Um leque de plumas.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKoRnhSiuDQF_r1skIGIVmcF9g4FPln7DeQLG9qYt0mZtjzUsVCDUCyzXlCx_Xe8xLJu-ogns1aZJs-aUrwzhkKRq3FoKojyaMyIue8h2hgoIECxkS3y0SLGEVcKjOJ0AVSvygj48mCdBCVDY2PjuGleFs_04mTolWG4kPIFTQuX_MealX7uopUWdgCt8/s1600/SESTA.jpg


 

Na rêde perpassam as trêmulas sombras,

Dos altos bambus;

E dorme a crioula de manso embalada,

Pendidos os braços da rede nevada

Mimosos e nus.

 

A rêde, que os ares em 'tôrno perfuma

De vivos aromas,

De súbito pára, que o negro indolente

Espreita lascivo da bela dormente

As túmidas pomas.

 

Na rêde suspensa dos ramos erguidos

Suspira e sorri

A lânguida môça cercada de flôres;

Aos guinchos dá saltos na esteira de cores

Felpudo sagüi.

 

Na rêde, por vêzes, agita-se a bela,

Talvez murmurando

Em sonhos as trovas cadentes, saudosas,

Que triste colono por noites formosas

Descanta chorando.

 

A rêde nos ares de nôvo flutua,

E a bela a sonhar!

Ao longe nos bosques escuros, cerrados,

De negros cativos os cantos magoados

Soluçam no ar.

 

Na rêde olorosa, silêncio! deixai-a

Dormir em descanso! ...

Escravo, balança-lhe a rêde serena;

Mestiça, teu leque de plumas acena

De manso, de manso ...

 

O vento que passe tranqüilo, de leve,

Nas fôlhas do ingá;

As aves que abafem seu canto sentido;

As rodas do engenho não façam ruído,

Que dorme a Sinhá!

    In: Crespo, Antônio Gonçalves. Obras completas. Pref. Afrânio Peixoto. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 194.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema principal da poesia "A Sesta" de Antônio Gonçalves Crespo?

      O tema principal da poesia é a cena de uma bela crioula descansando em uma rede, enquanto o ambiente ao seu redor é descrito de maneira tranquila e exótica.

02 – Como o poeta descreve a cena da crioula na rede?

      O poeta descreve a crioula repousando na rede como uma cena de beleza e tranquilidade, com a rede balançando suavemente e a crioula dormindo.

03 – O que simboliza a rede na poesia?

      A rede simboliza o descanso e a tranquilidade, criando um ambiente sereno em que a crioula repousa.

04 – Qual é o papel do negro que balança a rede na poesia?

      O negro que balança a rede desempenha o papel de manter a crioula em movimento suave e de assegurar seu conforto enquanto ela dorme.

05 – Quais elementos naturais são mencionados na poesia?

      A poesia menciona elementos naturais como os bambus, o vento nas folhas do ingá e os cantos das aves.

06 – Qual é a atmosfera geral da poesia?

      A atmosfera geral da poesia é de tranquilidade, sensualidade e exotismo, criando uma cena de descanso e sonhos.

07 – Qual é o papel da "Sinhá" na poesia?

      "Sinhá" é um termo que se refere à senhora ou à mulher de status superior. Na poesia, "Sinhá" parece ser uma referência à crioula que está descansando na rede, sendo cercada de cuidado e atenção pelos que a servem.

 

 

POESIA: SONETO - MÁRIO DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poesia: Soneto

              Mário de Andrade

Tanta lágrima hei já, senhora minha,
Derramado dos olhos sofredores,
Que se foram com elas meus ardores
E ânsia de amar que de teus dons me vinha.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiUDsnAwUpsr9gQkCVPbeksVg4TA3LaqMpyC5Ao6z3AgBYYqX7N1rqCvO_UD1tv3ZCOpcnT2k4zEw7dmeuy88bpLhYG2F6yUrWqsAlwItAbnfKAnpxEDBvhfd7VBf2XiXDubtMCc8IiHGPo5ajPAAH_YY5ST2i6ZTXW6tXd-tA0wohvEDSNXKQPoFwpdI/s1600/SENHORA.jpg



Todo o pranto chorei. Todo o que eu tinha,
caiu-me ao peito cheio de esplendores,
E em vez de aí formar terras melhores,
Tornou minha alma sáfara e maninha.

E foi tal o chorar por mim vertido,
E tais as dores, tantas as tristezas
Que me arrancou do peito vossa graça,

Que de muito perder, tudo hei perdido!
Não vejo mais surpresas nas surpresas
E nem chorar sei mais, por mor desgraça!

 ANDRADE, Mário de. Poesias completas: Volume 2, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema principal deste soneto de Mário de Andrade?

      O tema principal deste soneto é a perda de emoções e sentimentos devido a um sofrimento intenso.

02 – Como o eu lírico descreve a intensidade de seu sofrimento?

      O eu lírico descreve ter derramado muitas lágrimas, que levaram embora seus ardores e ânsia de amar, deixando-o com uma alma desgastada.

03 – O que aconteceu com as emoções e os dons que o eu lírico tinha antes de chorar?

      As emoções e dons que o eu lírico tinha antes de chorar caíram em seu peito cheio de esplendores e, em vez de criar terras melhores, deixaram sua alma desolada.

04 – Como o eu lírico caracteriza o impacto do sofrimento em sua vida?

      O eu lírico descreve o impacto do sofrimento como tendo arrancado sua graça, resultando em uma perda significativa em sua vida.

05 – Qual é a atitude do eu lírico em relação ao choro no final do soneto?

      No final do soneto, o eu lírico afirma que não consegue mais chorar, indicando que a tristeza e o sofrimento foram tão intensos que ele perdeu a capacidade de expressar suas emoções dessa maneira.

 

 

sexta-feira, 16 de junho de 2023

POESIA: MATER DOLOROSA - CASTRO ALVES - COM GABARITO

 POESIA: MATER DOLOROSA

               Castro Alves

Deixa-me murmurar à tua alma um adeus eterno.

em vez de lágrimas chorar sangue, chorar o sangue

de meu coração sobre meu. filho; porque tu deves

morrer, meu filho, tu deves morrer.

Nathaniel Lee


Meu Filho, dorme, dorme o sono eterno
No berço imenso, que se chama - o céu.
Pede às estrelas um olhar materno,
Um seio quente, como o seio meu.

Ai! borboleta, na gentil crisálida,
As asas de ouro vais além abrir.
Ai! rosa branca no matiz tão pálida,
Longe, tão longe vais de mim florir.

Meu filho, dorme Como ruge o norte
Nas folhas secas do sombrio chão!
Folha dest'alma como dar-te à sorte?
É tredo, horrível o feral tufão!

Não me maldigas... Num amor sem termo
Bebi a força de matar-te a mim
Viva eu cativa a soluçar num ermo
Filho, sê livre... Sou feliz assim...

- Ave - te espera da lufada o açoite,
- Estrela - guia-te uma luz falaz.
- Aurora minha - só te aguarda a noite,
- Pobre inocente - já maldito estás.


Perdão, meu filho... se matar-te é crime
Deus me perdoa... me perdoa já.
A fera enchente quebraria o vime...
Velem-te os anjos e te cuidem lá.


Meu filho dorme... dorme o sono eterno
No berço imenso, que se chama o céu.
Pede às estrelas um olhar materno,
Um seio quente, como o seio meu.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi95PDEtDlUYLmAsxrFq9GqApSS9jMZzTqj8vu0abJCFUeQRzHDxZ0GJgeTliXVv_aaKaCVH9CAVgOYDax6oZIjA9DOz1BW262zKOJknnV_JCA-oeS-WnIoHLlJHJ9LwBHWANtzswCJJEscvHoRmVv6VAJI_CQB10Y-I3QVB3DQt-K7mNJRTTUzRBim/s320/Dolores%20(2).jpg

(Castro Alves. O navio negreiro e outros poemas.

São Paulo: Saraiva, 2007. p. 31-2.)

Fonte: Livro-Conecte literatura brasileira: William Roberto Cereja/Thereza Cochar Magalhães- 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p.228-9.

 

Entendendo o texto

01. Justificar o título do poema "Mater dolorosa".

         O título do poema refere-se à dor materna de entregar o filho à morte para que, futuramente, ele não venha a ser escravo.

02. Com base em "Mater dolorosa", comentar o papel das metáforas na construção da linguagem poética de Castro Alves.

Metáforas como "borboleta", "rosa branca", "ave", "estrela", "aurora", entre outras, conferem à linguagem poética de Castro Alves expressividade, impacto, riqueza de imagens e de sentidos.

03.  Interpretar o poema "Mater dolorosa" e tomar uma posição favorável ou contrária à atitude da mãe e fundamentar seu ponto de vista com argumentos.

         Professor: Qualquer que seja a posição tomada pelo aluno (contrária ou favorável ao gesto da mãe), o importante é que ele fundamente seu ponto de vista com pelo menos um argumento consistente. Sugerimos pedir aos alunos que leiam suas respostas para a classe e, a seguir, abrir a discussão.

domingo, 12 de junho de 2022

POESIA: A MENINA E A ESTÁTUA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poesia: A MENINA E A ESTÁTUA

            Cecília Meireles


A menina que brincar com a estátua da fonte,

que é uma criança nua, em cuja cabeça os passarinhos

pousam, depois do banho,

antes de voarem para longe.

 

A menina, com muita precaução,

Toca o braço da estátua,

e fala com ela essas coisas com outro sentido

que as crianças dizem umas as outras,

ou aos objetos com que conversam,

ou a si mesmas, quando estão sozinhas.

 

A menina insiste com a estátua,

Convida-a a descer do plinto,

Passa o dedo pelos seus pés de bronze,

Examinando-os e persuadindo-a.

 

E diante de tal silêncio,

fica séria e preocupada,

mira a estátua de perto,

como a um pequeno deus misterioso,

caminha de costas, mirando-a,

e fica de longe a mirá-la,

por um momento prolongado e respeitoso.

 

Fonte: Língua portuguesa – Palavras – Hermínio Geraldo Sargentim – 5ª série – IBEP – 1ª edição, São Paulo, 2002. p. 147-9.

Entendendo a poesia:

01 – A menina quer brincar com a estátua.

a)   Onde se localiza a estátua?

Localiza-se numa fonte.

b)   Como era ela?

Era uma criança nua.

02 – Os passarinhos pousavam na cabeça de quem?

      Na cabeça da estátua.

03 – Ao aproximar-se da estátua, a menina revela cautela. Que frase do texto informa isso?

      “... com muita preocupação, / toca o braço da estátua.”

04 – De que matéria é feita a estátua?

      É feita de bronze.

05 – Ao falar com a estátua, a menina a trata de que maneira?

      Como se a estátua fosse uma pessoa.

06 – Em relação aos versos:

“E fala com ela essas coisas com outro sentido

que as crianças dizem umas às outras,”

Podemos fazer que afirmativa sobre as conversas das crianças?

      As conversas das crianças são orientadas pela imaginação.

07 – Embora a menina insista, a estátua não fala. Diante disso, qual foi a reação da menina?

      Ela ficou séria e preocupada.

08 – Em certo momento, a menina manteve em relação à estátua uma atitude de respeito. Transcreva os versos que comprovam isso.

      “Mira a estátua de perto, / como a um pequeno deus misterioso”.

09 – Se você fosse o autor do texto e quisesse reproduzir a conversa que a menina manteve com a estátua, como seria? Reproduza-a.

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

sexta-feira, 22 de abril de 2022

POESIA: PANORAMA - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poesia: Panorama  

                  Cecília Meireles

Em cima, é a lua,

no meio, é a nuvem,

embaixo, é o mar.

Sem asa nenhuma,

sem vela nenhuma,

para me salvar.

 

Ao longe, são noites,

de perto, são noites,

quem se há de chamar?

Já dormiram todos,

não acordam outros...

Água. Vento. Luar.

 

O trilho da terra

para onde é que leva,

luz do meu olhar?

Que abismos aéreos

de reinos aéreos

para visitar!

 

Na beira do mundo,

do sono do mundo

me quero livrar.

E em cima - é a lua.

no meio – é a nuvem.

e embaixo – é o mar.

Obra poética. Rio de Janeiro: José Olympio, 1987. p. 199-200.

Fonte: Livro – PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 5ª Série – 2ª edição - Atual Editora – 2002 – p. 248.

Entendendo a poesia:

01 – Na 1ª estrofe, é feita referência a três espaços diferentes, por meio de substantivos e expressões adverbiais. Que advérbio ou expressão adverbial corresponde ao substantivo:

a)   Lua?

Em cima.

b)   Nuvem?

No meio.

c)   Mar?

Embaixo.

02 – Na 2ª estrofe, há duas expressões adverbiais e dois advérbios. Identifique-os e classifique-os.

      Ao longe e de perto: locuções adverbiais de lugar; Já: advérbio de tempo; Não: advérbio de negação.

03 – A poesia fala de coisas vagas ou indefinidas, como noite, nuvem, vento. Faça um levantamento do tipo de pronome que há no texto e verifique por que eles contribuem para criar essa atmosfera.

      Há no texto três pronomes indefinidos (nenhuma, todos, outros) e um interrogativo (quem), que contribuem para criar uma atmosfera de coisas vagas e imprecisas.

04 – O último verso da 2ª estrofe, apresenta três elementos naturais (água, vento e luar) que mantêm relação com os espaços mencionados na questão 1. Qual desses elementos corresponde a:

a)   Em cima?

Luar.

b)   No meio?

Vento.

c)   Embaixo?

Água.

 

 

domingo, 27 de março de 2022

POESIA LÍRICA: NEL MEZZO DEL CAMIN... - OLAVO BILAC - COM GABARITO

  Poesia lírica: Nel mezzo del camin...

                    Olavo Bilac

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada

E triste, e triste e fatigado eu vinha.

Tinhas a alma de sonhos povoada,

E a alma de sonhos povoada eu tinha...

 

E paramos de súbito na estrada

Da vida: longos anos, presa à minha

A tua mão, a vista deslumbrada

Tive da luz que teu olhar continha. 

 

Hoje, segues de novo... Na partida 

Nem o pranto os teus olhos emudece,

Nem te comove a dor da despedida.

 

E eu, solitário, volto a face, e tremo,

Vendo o teu vulto que desaparece

Na extrema curva do caminho extremo. 

 

Olavo Bilac. In: Clássicos da poesia lírica brasileira: antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. O Estado de S. Paulo, p. 153-154.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 10-1.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a forma do texto?

      O texto é uma poesia.

02 – Quantos versos e quantas estrofes há na poesia?

      Possui 14 versos e 04 estrofes.

03 – Quantos versos há em cada estrofes?

      04 versos nas duas primeiras estrofes e 03 versos nas duas últimas.

04 – Há rima no texto? Justifique sua resposta com exemplos.

      Sim: Fatigada / povoada; estrada / deslumbrada; vinha / tinha; minha / continha; partida / despedida; umedece / desaparece; tremo / extremo.

05 – procure descobrir como se chama um poema composto pelo número de versos e de estrofes que você apontou nas questões anteriores.

      Um poema composto por 14 versos (dois quarteto – quatro versos – e dois tercetos – três versos). Chama-se soneto.

06 – De acordo com o texto, qual é a idade da personagem?

      Um adulto que já viveu outras experiências amorosas.

07 – De que ponto de vista é apresentado o amor no texto?

      O amor é apresentado do ponto de vista de quem já viveu e olha para o passado.

 

domingo, 4 de abril de 2021

POESIA POPULAR: A QUADRINHA - COM GABARITO

 Poesia popular: A quadrinha

1ª quadrinha

 Sou pequenina

 Criança mimosa

 Trago nas faces

        As cores da rosa.

CLÁUDIO, Afonso; NEVES, Luiz Guilherme Santos. Trovas e cantares capixabas. Brasília: Ministério de Educação e Cultura; Secretaria de Assuntos Culturais; Fundação Nacional de Arte; Instituto Nacional do Folclore, 1980.

2ª quadrinha

        Sou jardineiro imperfeito,

        Pois no jardim da Amizade,

        Quando planto amor-perfeito

        Nasce sempre uma saudade...

TAVARES, Adelmar. In: OTÁVIO, Luiz. Meus irmãos, os trovadores: coletânea de trovas de autores brasileiros. Rio de Janeiro: Casa Editora Vecchi, 1956.

Fonte da imagem:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DoM4j8wqSRBc&psig=AOvVaw1SGUtYX83KTOTodonxrEPf&ust=1617666770225000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCMjGzdLk5e8CFQAAAAAdAAAAABAE


3ª quadrinha

        Quero cantar, ser alegre,

        Que a tristeza não faz bem;

        Ainda não vi a tristeza

        Dar de comer a ninguém.

MOTA, Armor Pires. Oliveira do Bairro: chão de memórias, usos e costumes. Oliveira do Bairro: Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, 1995.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p. 51.

Entendendo a quadrinha:

01 – Em qual das quadrinhas lidas todos os versos apresentam rimas?

      Na segunda quadrinha.

02 – Em sua opinião, que sentimento o eu lírico da segunda quadrinha expressa ao se caracterizar como “jardineiro imperfeito”? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Copie da primeira quadrinha dois adjetivos e uma locução adjetiva.

      Adjetivos: pequenina e mimosa.

      Locução adjetiva: da rosa.

04 – Leia novamente a terceira quadrinha.

a)   Copie dessa quadrinha um adjetivo e um substantivo abstrato.

Adjetivo: alegre. Substantivo abstrato: tristeza.

b)   Qual adjetivo dá origem ao substantivo abstrato copiado no item anterior e também expressa oposição ao adjetivo presente na quadrinha?

O adjetivo triste.

terça-feira, 30 de março de 2021

POESIA: IDENTIDADE - PEDRO BANDEIRA - COM GABARITO

 Poesia: Identidade

             Pedro Bandeira

Às vezes nem eu mesmo
sei quem sou.
Às vezes sou.
"o meu queridinho",
às vezes sou
"moleque malcriado".
Para mim
tem vezes que eu sou rei,
herói voador,
caubói lutador,
jogador campeão.
Às vezes sou pulga,
sou mosca também,
que voa e se esconde
de medo e vergonha.
Às vezes eu sou Hércules,
Sansão vencedor,
peito de aço
goleador!

Mas o que importa
o que pensam de mim?
Eu sou quem sou,
eu sou eu,
sou assim,
sou menino.

BANDEIRA, Pedro. Cavalgando o arco-íris. 4. Ed. São Paulo: Moderna, 2009.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p. 45-7.


Entendendo a poesia:

01 – Quantas linhas há na poesia “Identidade”?

      Vinte e cinco linhas.

02 – Essas linhas encontram-se agrupadas ou separadas por espaços em branco?

      As linhas 1 a 19 estão separadas das linhas 20 a 25 por um espaço em branco.

03 – Quantos versos formam a poesia “Identidade”? E quantas estrofes?

      A poesia é formada por 25 versos e duas estrofes.

04 – Leia a fonte que indica o livro do qual essa poesia foi retirada e responda às questões a seguir.

a)   De que livro essa poesia foi retirada?

Do livro Cavalgando o arco-íris.

b)   Qual é o nome do autor da poesia?

Pedro Bandeira.

c)   Pedro Bandeira é um autor adulto. Mas a voz que fala na poesia não é a de um adulto. Considerando essa afirmação, responda: A quem podemos atribuir a fala do texto? Qual verso traz essa indicação?

A um menino. O último verso.

05 – Releia os versos a seguir.

        Às vezes sou.
        "o meu queridinho",
        às vezes sou
        "moleque malcriado".

        Os versos destacados acima aparecem entre aspas. Isso acontece porque o eu lírico:

a)   Quer dar destaque a duas maneiras de ser que ele atribui a si mesmo.

b)   Pretende mostrar duas maneiras de ser que ele atribui a si mesmo e que se opõem.

c)   Destaca duas maneiras de ele ser na voz de outras pessoas.

06 – Em que situação o eu lírico é considerado “o meu queridinho”?

      Provavelmente, quando faz coisas boas e as pessoas elogiam o comportamento dele.

07 – E em qual situação ele é considerado “moleque malcriado”?

      Provavelmente, quando responde mal às pessoas, principalmente aos adultos.

08 – Reproduza a poesia “Identidade” em uma folha à parte. Escreva os itens a seguir ao lado dos versos da poesia a que cada um deles corresponde.

·        Como os outros veem o menino – Corresponde ao trecho que vai do 3° ao 6° verso.

·        Como o menino se vê – Corresponde ao trecho que vai do 7° ao 19° verso.

·        O menino rejeita a opinião dos outros a seu respeito – Corresponde ao 20° e 21° verso.

·        O menino se aceita como é – Corresponde aos quatro últimos versos.

09 – Na poesia que você reproduziu, circule a expressão que indica que o menino vai falar sobre como ele se vê?

      Os alunos deverão circular a expressão “Para mim”.

10 – O menino fala que é “rei”, “herói”, “caubói” e “mosca”.

a)   Essas identidades fazem parte da imaginação ou da realidade do menino? Por quê?

Elas fazem parte da imaginação dele, pois são identidades irreais.

b)   Podemos dizer que essas palavras estão relacionadas à identidade dele? Por quê?

Sim, pois o eu lírico revela que se vê dessa maneira: como rei, herói, caubói e mosca.

 

 

 

terça-feira, 9 de março de 2021

POESIA: PAPAI NOEL ÀS AVESSAS - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poesia: Papai Noel às Avessas

Carlos Drummond de Andrade

Papai Noel entrou pela porta dos fundos
(no Brasil as chaminés não são praticáveis),
entrou cauteloso que nem marido depois da farra.
Tateando na escuridão torceu o comutador
e a eletricidade bateu nas coisas resignadas,
coisas que continuavam coisas no mistério do Natal.
Papai Noel explorou a cozinha com olhos espertos,
achou um queijo e comeu.

Depois tirou do bolso um cigarro que não quis acender.
Teve medo talvez de pegar fogo nas barbas postiças
(no Brasil os Papai Noéis são todos de cara raspada)
e avançou pelo corredor branco de luar.
Aquele quarto é o das crianças
Papai entrou compenetrado.

Os meninos dormiam sonhando outros natais muito mais lindos
mas os sapatos deles estavam cheinhos de brinquedos
soldados mulheres elefantes navios
e um presidente de república de celuloide.

Papai Noel agachou-se e recolheu aquilo tudo
no interminável lenço vermelho de alcobaça.
Fez a trouxa e deu o nó, mas apertou tanto
que lá dentro mulheres elefantes soldados presidente brigavam por causa do aperto.

Os pequenos continuavam dormindo.
Longe um galo comunicou o nascimento de Cristo.
Papai Noel voltou de manso para a cozinha,
apagou a luz, saiu pela porta dos fundos.

Na horta, o luar de Natal abençoava os legumes.

                             Carlos Drummond de Andrade. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973. P. 68-69.

                     Fonte: Português – Língua e Cultura. Carlos Alberto Faraco. Volume 1. 2. Ed. – Curitiba: Base Editorial, 2010. P. 62-3.

Entendendo a poesia:

01 – Observe, primeiro, que o narrador, embora quase imperceptível, se deixa ver ao inserir comentários em seu relato. Localize estes comentários.

      1ª estrofe – 2° e 3° versos.

      2ª estrofe – 3° verso.

02 – Note, em seguida, que a poesia é, aparentemente, singelo e banal (relato de um evento anônimo em linguagem do cotidiano). De onde vem, então, sua força expressiva?

      Da inversão da imagem tradicional de Papai Noel.

03 – Por último, que sentido podemos atribuir aos seguintes versos?

a)   “Coisas que continuavam coisas no mistério do Natal”.

O Natal não altera o cotidiano.

b)   “Na horta, o luar de Natal abençoava os legumes”.

Que fora da casa estava calmo e tranquilo.