Mostrando postagens com marcador POEMA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador POEMA. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 13 de maio de 2024

POEMA: PRECISA-SE - ISAAC LIBERMANN - COM GABARITO

 POEMA: Precisa-se

      Isaac Libermann    

            
De pessoas que tenham os pés na terra e a cabeça nas estrelas.
Capazes de sonhar, sem medo dos sonhos.
Tão idealistas que transformem seus sonhos em metas.
Pessoas tão práticas que sejam capazes de transformar suas metas em realidade.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHYWJ_qjZcPLX30abmnoy-4gVjQ88rwdx0x-7zDoYkhnGvUiu8wkBb1qsZbN4V1KrX6pZNdzg5V1X7caw52mvEo8-pjGa5bfm85QlXOQD1kE0Au4TeVcTd927s09e4mBlfmKABys8E77ANNvUtnCCu85h09a2H2g-6nKCvU3pi5Ofv7-mkeFz0v65nPck/s1600/PESSOAS.jpg

Pessoas determinadas que nunca abram mão de construir seus destinos e arquitetar suas vidas.
Que não temam mudanças e saibam tirar proveito delas.
Que tornem seu trabalho objeto de prazer e uma porção substancial de realização pessoal.
Que percebam, na visão e na missão de suas vidas profissionais, de suas dedicações humanistas em prol da humanidade, um forte impulso para sua própria motivação.
Pessoas com dignidade, que se conduzam com coerência em seus discursos, seus atos, suas crenças e seus valores.
Precisa-se de pessoas que questionem, não pela simples contestação, mas pela necessidade íntima de só aplicar as melhores ideias.
Pessoas que mostrem sua face de parceiros legais. Sem se mostrarem superiores nem inferiores. Mas... iguais.
Precisa-se de pessoas ávidas por aprender e que se orgulhem de absorver o novo.
Pessoas de coragem para abrir caminhos, enfrentar desafios, criar soluções, correr riscos calculados. Sem medo de errar.
Precisa-se de pessoas que construam suas equipes e se integrem nelas.
Que não tomem para si o poder, mas saibam compartilhá-lo.
Pessoas que não se empolguem com seu próprio brilho. Mas com o brilho do resultado alcançado em conjunto.
Precisa-se de pessoas que enxerguem as árvores. Mas também prestem atenção na magia das florestas.
Que tenham percepção do todo e da parte.
Seres humanos justos, que inspirem confiança e demonstrem confiança nos parceiros.
Estimulando-os, energizando-os, sem receio que lhe façam sombra, mas sim se orgulhando deles.
Precisa-se de pessoas que criem em torno de si um ambiente de entusiasmo
De liberdade, de responsabilidade, de determinação,
De respeito e de amizade.
Precisa-se de seres racionais. Tão racionais que compreendam que sua realização pessoal está atrelada à vazão de suas emoções.
É na emoção que encontramos a razão de viver.
Precisa-se de gente que saiba administrar COISAS e liderar PESSOAS.
Precisa-se urgentemente de um novo ser.

 

Entendendo o texto

01. Qual é o tema principal do poema "Precisa-se" de Isaac Libermann?

       a) A importância do trabalho em equipe.

       b) As qualidades desejáveis em indivíduos para construir um mundo melhor.

       c) A busca por realizações pessoais.

       d) A valorização da razão sobre a emoção.

02. O que o poema destaca como características desejáveis nas pessoas descritas?

       a) Praticidade e ausência de sonhos.

       b) Coragem para enfrentar desafios.

       c) Superioridade em relação aos outros.

       d) Resistência a mudanças.

03. Como as pessoas ideais descritas no poema lidam com suas metas?

       a) Transformam sonhos em obstáculos.

       b) Transformam metas em desistências.

       c) Transformam sonhos em metas e metas em realidade.

       d) Ignoram sonhos e metas.

04. Segundo o poema, qual é a importância da emoção na vida das pessoas ideais?

       a) A emoção é irrelevante para a realização pessoal.

       b) A realização pessoal está atrelada à expressão das emoções.

       c) As emoções devem ser ignoradas para o sucesso profissional.

       d) A razão é mais importante do que as emoções.

05. Como as pessoas descritas no poema devem se conduzir em relação aos outros?

         a) Demonstrando superioridade.

         b) Questionando constantemente as ideias dos outros.

         c) Conduzindo-se com dignidade e respeito.

         d) Ignorando as equipes.

 

06. O que o poema enfatiza sobre a importância do trabalho das pessoas ideais?

        a) Deve ser apenas uma obrigação.

        b) Deve ser um objeto de prazer e realização pessoal.

        c) Deve ser encarado com indiferença.

        d) Deve ser motivo de orgulho pessoal.

07. Qual é a principal mensagem transmitida pelo poema em relação às relações interpessoais?

       a) As pessoas ideais devem se isolar.

       b) As pessoas ideais devem liderar sem compartilhar o poder.

       c) As pessoas ideais devem criar um ambiente de entusiasmo e amizade.

       d) As pessoas ideais devem evitar a confiança nos parceiros.

08. Como as pessoas ideais devem lidar com suas emoções, segundo o poema?

      a) Ignorá-las completamente.

      b) Administrá-las de forma racional.

      c) Deixar que as emoções dominem suas ações.

      d) Manter distância das emoções.

09. O que o poema sugere sobre a relação entre a realização pessoal e a percepção do todo?

      a) A realização pessoal não está relacionada à percepção do todo.

     b) A percepção do todo é crucial para a realização pessoal.

     c) A realização pessoal depende apenas das coisas materiais.

     d) A percepção do todo é irrelevante para a realização pessoal.

10. Qual é o apelo final do poema em relação à busca por um "novo ser"?

      a) Um apelo por conformidade.

      b) Um apelo por mudança e melhoria pessoal.

      c) Um apelo por isolamento.

      d) Um apelo por resistência às transformações.

 

 

 

 

domingo, 12 de maio de 2024

POEMA: NUNCA NÃO SER NINGUÉM NEM NADA - PAULO HENRIQUES BRITTO - COM GABARITO

 Poema: Nunca não ser ninguém nem nada

             Paulo Henriques Britto

Nunca não ser ninguém nem nada,

porém deixar-se estar no tempo

como se a vida fosse água,

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuLcFNpRmUZAdXONfFIXKiQL3lNjSTdZ0WdyeilzFQ445nk2GRTEMr0xtVxe6F6lu3EUVhwBJLJGxzm0KnQ2UmWYytFeoT7dncnUsTGz58VYIoF7DHU7tlAb7HNZw1AdGBVVyy6x3rTUjJ0Bu4K3C-3MFxJZulD_RT2mX6-GS9h2UEjudDMoNlbCm6b-w/s320/NINGUEM.jpg

como quem boia à flor da água

sem rumo, sem remo, sem nada

além de sono, tédio e tempo,

 

senhor de todo o espaço e o tempo,

munido só de pão e água

e, sem precisar de mais nada,

 

beber sua água enquanto é tempo.

E, depois, nada.

BRITTO, Paulo Henriques. Macau. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 25.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 134.

Entendendo o poema:

01 – O primeiro verso do poema é construído a partir de uma negação. Transforme-o em um conselho ou recomendação ao leitor. Para isso, suprima o advérbio não e inicie sua frase com o antônimo de nunca.

      Sempre ser alguém e tudo.

02 – A conjunção adversativa porém (segundo verso) introduz uma nova ideia que modifica o que é dito pelo eu lírico no primeiro verso. Que ideia é essa?

      Embora o eu lírico defenda que é preciso sempre ser alguém e procurar ser tudo (na vida), isso deve ser feito de maneira natural e leve (sem prepotência ou arrogância).

03 – Como você já estudou, a rima não é o único recurso sonoro presente em um poema. Repetições de palavras, de frases e de versos – denominadas recorrências – também são recursos comuns nesse gênero textual.

a)   Anote no caderno as palavras que se repetem no poema de Britto.

No poema, há repetições das palavras “nada”, “tempo” e “água” no final dos versos (com exceção da última estrofe, em que aparece a palavra “água” no meio do penúltimo verso) e da palavra “sem”, no segundo verso da segunda estrofe e no último verso da terceira estrofe.

b)   Você observa alguma regularidade nessas recorrências?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: o poeta faz um jogo que consiste em variar a ordem em que as palavras aparecem no final dos versos.

c)   Que função têm essas recorrências para a construção dos sentidos do poema?

Há varias possibilidades de respostas. Sugestão: Mesmo repetidas, as palavras “nada”, “tempo” e “água” surgem e ressurgem ganhando novos sentidos em cada estrofes.

 

POEMA: A UMA SENHORA NATURAL DO RIO DE JANEIRO, ONDE SE ACHAVA ENTÃO O AUTOR - BASÍLIO DA GAMA - COM GABARITO

 Poema: A uma senhora natural do Rio de Janeiro, onde se achava então o autor

               Basílio da Gama

Já, Marfiza cruel, me não maltrata
Saber que usas comigo de cautelas,
Qu'inda te espero ver, por causa delas,
Arrependida de ter sido ingrata.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje-__tkzEaBV-IReOOeHkp68HGqOGrKzctAWZSeCAYX4FH8UfmsLzXOT7L_GdthMBb-RelVYeTlLK-XLWvn9cKsLUYC4Ehk4H5hVRvbSapQX0pDGYiFi4ZodMkO42NbBt4I3Uuu3JKP2lpzP1R7gS2uqjpjriqKzL2I5Z3oYSX1O2LLQVRm9JtMjk32nY/s1600/olhos.jpg



Com o tempo, que tudo desbarata,
Teus olhos deixarão de ser estrelas;
Verás murchar no rosto as faces belas,
E as tranças d'oiro converte-se em prata.

Pois se sabes que a tua formosura
Por força há de sofrer da idade os danos,
Por que me negas hoje esta ventura?

Guarda para seu tempo os desenganos,
Gozemo-nos agora, enquanto dura,
Já que dura tão pouco, a flor dos anos.

GAMA, Basílio da. In: CASTELLO, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira: das origens ao Romantismo. 13. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008. p. 119.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 133-4.

Entendendo o poema:

01 – Os dois quartetos do poema são estruturados a partir de uma figura de linguagem, o eufemismo. Transcreva dois exemplos de eufemismo, explicando o efeito de sentido produzido no soneto.

      Possibilidades de respostas: “usas comigo de cautelas”: utilizando esse eufemismo, o eu lírico afirma de maneira mais sutil que Marfiza tem recusado seus convites amorosos, mas que um dia se arrependerá de sua ingratidão. “Teus olhos deixarão de ser estrelas”: Os olhos de Marfiza perderão o brilho (sonhos, perspectivas, desejos, etc.) que, em geral, caracteriza a juventude.

02 – Depois de ler os dois quartetos, é possível compreender a pergunta que o eu lírico faz para Marfiza no primeiro terceto. Explique essa afirmação.

      A pergunta do eu lírico é uma demonstração de sua indignação diante das negativas de Marfiza e diante daquilo que ele considera óbvio: a passagem do tempo e o consequente e inexorável envelhecimento humano.

03 – Que preceito tipicamente árcade está presente de maneira direta no último terceto do poema?

      O carpe diem. A supervalorização de cada minuto da existência. Pelo fato de o dia de amanhã ser incerto, o poeta deveria gozar o momento presente.

04 – Qual é o sentimento predominante do autor em relação à senhora mencionada no poema?

      O autor demonstra esperança e um desejo de reconciliação com a senhora, apesar da sua aparente indiferença.

05 – Como o autor descreve a inevitabilidade do envelhecimento da senhora?

      O autor descreve que os olhos que hoje são estrelas um dia deixarão de brilhar, as faces belas murcharão e as tranças douradas se transformarão em prata devido ao passar do tempo.

06 – Qual é a principal crítica do autor em relação ao comportamento da senhora?

      O autor critica a senhora por negar-lhe uma relação no presente, quando ambos sabem que a juventude e a beleza são passageiras e estão destinadas a serem afetadas pelo tempo.

07 – Como o autor justifica sua solicitação à senhora?

      O autor justifica sua solicitação à senhora ao apontar que, dado o inevitável declínio da beleza com a idade, é sensato desfrutar do presente enquanto ainda são jovens e belos.

08 – Qual é a ênfase principal do autor no último verso do poema?

      No último verso, o autor enfatiza a transitoriedade da juventude e da beleza ("a flor dos anos") e a importância de aproveitar esse tempo efêmero enquanto ainda é possível.

 

POEMA: NÃO ERA SÓ UM CAVALO... - OSMAR RANSOLIN - COM GABARITO

 Poema: Não era só um cavalo...

             Osmar Ransolin

Era um monumento vivo

Dos andarengos da Ibéria

Que nesclou em cada artéria

Do rubro sangue nativo

O ancestral primitivo,

-- Cara limpa, lombo nu –

Que carregou o xirú

Pelas terras missioneiras

E que tombou nas fileiras

Das tropas de Tiarajú.

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwv25wz3miihJiL4xvRGz6xLcLqaDvBf-ZF7Q-X1AdGPoIyJ88VDUB0tAcZ6mJBXWk2peJvonPQj7S0cd4kQNofPFEuIO26gxxdybpSjUz-64yecpgiFGaUsMJp2IPL2xFpqf_MzIQN8tIcPDFO4uA3WLBrmMW_F3DDzkbOJeSL6MiuyMoY3JGCR0DsUE/s320/CAVALO.jpg

Não era só um cavalo...

 

Era a própria imagem

Do Rio Grande açoriano,

Que alargou meridianos

Pelas rotas de passagem,

Era o cavalo selvagem

Rasgando campo e fronteira

Perdido na polvadeira

Ou entre a chuva e o vento,

E que invadiu sacramento

Com Dom Cristóvão Pereira.

 

Não era só um cavalo...

 

Era o esteio da lida,

Que a cada marcha tropeira

Se fez alma aventureira

Pra ofertar a própria vida,

E nesta saga sofrida

De desbravar o sertão,

Percorreu cada rincão

Desse Brasil continente,

Sustentando nossa gente

Pra erguer uma Nação.

 

Não era só um cavalo...

 

Era um herói da terra

Que a história não menciona,

E que o covarde abandona

No entrevero da guerra!

Que vendo a morte, não berra,

Porque engole o sofrimento

-- Soldado sem regimento

Da velha estirpe proscrita –

Que foi garupa pra Anita

E montaria de Bento.

 

Não era só um cavalo...

 

Era o Rio Grande em pelo!

E no horizonte da incerteza

Enfrentou a natureza

Neste último atropelo,

Tostado sem marca e selo

Pelo-duro, que se amansa,

Que na rédea é uma balança

E na vida é um regalo

Cavalo que é bom cavalo

Pro trabalho, e pras crianças.

 

E não era só um cavalo...

 

Era também um amigo,

E um amigo não fica pra trás...

 

Tu és símbolo do nosso amado

Rio Grande do Sul.

Osmar Ransolin

Entendendo o poema:

01 – O poema "Não era só um cavalo..." de Osmar Ransolin celebra qual aspecto da cultura e história do Rio Grande do Sul?

a)   A influência ibérica na região.

b)   A resistência dos povos missioneiros.

c)   A importância dos animais na formação da identidade gaúcha.

d)   O papel dos tropeiros na colonização.

02 – Segundo o poema, qual é a metáfora utilizada para descrever o cavalo?

a)   Monumento vivo.

b)   Imagem do Rio Grande açoriano.

c)   Herói da terra.

d)   Símbolo da lida tropeira.

03 – Qual personagem histórico é mencionado como tendo montado esse cavalo?

a)   Tiarajú.

b)   Dom Cristóvão Pereira.

c)   Anita Garibaldi.

d)   Bento Gonçalves.

04 – O poema destaca o papel do cavalo na formação do Brasil como:

a)   Um guia para exploradores europeus.

b)   Um meio de transporte vital para a colonização.

c)   Um símbolo de resistência indígena.

d)   Uma ferramenta de guerra durante os conflitos regionais.

05 – Como o cavalo é descrito em relação à sua resistência e papel na história?

a)   Um animal adaptado aos desafios da natureza.

b)   Um símbolo da fragilidade humana diante das adversidades.

c)   Uma figura lendária do folclore gaúcho.

d)   Um ser histórico esquecido pelas narrativas convencionais.

06 – Qual era a relação do cavalo com os tropeiros, de acordo com o poema?

a)   Era uma forma de sustento para os tropeiros.

b)   Representava a liberdade e a aventura nas longas jornadas.

c)   Simbolizava a resistência dos habitantes locais contra invasores.

d)   Foi uma arma utilizada nas batalhas pela independência.

07 – O poeta destaca o cavalo como um símbolo do:

a)   Trabalho árduo e da infância.

b)   Amor pela natureza e pela liberdade.

c)   Orgulho e identidade do Rio Grande do Sul.

d)   Sacrifício dos soldados na luta por independência.

08 – Como o poema descreve o papel do cavalo na formação da identidade gaúcha?

a)   Como um mero animal de carga.

b)   Como um símbolo de coragem e resistência.

c)   Como um elemento estrangeiro no contexto local.

d)   Como uma figura de autoridade na cultura regional.

09 – Quais são as características que o poema atribui ao cavalo que o diferenciam como um símbolo cultural?

a)   Lealdade e inteligência.

b)   Coragem e resistência.

c)   Agilidade e velocidade.

d)   Força e robustez.

10 – O poeta exalta o cavalo como um elemento fundamental para:

a)   O desenvolvimento econômico do Brasil.

b)   A integração entre os povos da América do Sul.

c)   A preservação das tradições gaúchas.

d)   O equilíbrio ambiental na região.

11 – Nos versos: “Que foi garupa pra Anita / E montaria de Bento”. A que personagens históricos do Rio Grande do Sul refere-se esses versos?

      Refere-se a Anita Garibaldi e Bento Gonçalves da Silva.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

POEMA: MEU ANJO - ÁLVARES AZEVEDO - COM GABARITO

 Poema: Meu anjo

              Álvares Azevedo

 Meu anjo tem o encanto, a maravilha     

Da espontânea canção dos passarinhos;         

Tem os seios tão alvos, tão macios

Como o pelo sedoso dos arminhos.

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmcuL2u-fcxCVXJ7mY4ZR5szzmvKU4FXHyoUcsX_wLcO7FfhdHraAhYVWf7OdEGKJR5Bkhx9mBoxvm7MUHQgSPJRR_KKL-175pSaYUW8ZOzu3rjWmD1FqXHwmdfAxdX335ye4nNyupgFbl6-tOYIECdxxcBkkKWNYHCXculnKtRCwuKywTF0LJZEKf6rM/s1600/ANJO.jpg 

         

Triste de noite na janela a vejo

E de seus lábios o gemido escuto.          

É leve a criatura vaporosa     

Como a frouxa fumaça de um charuto.

 

Parece até que sobre a fronte angélica  

Um anjo lhe depôs coroa e nimbo...

Formosa a vejo assim entre meus sonhos

Mais bela no vapor do meu cachimbo

 

Como o vinho espanhol, um beijo dela

Entorna ao sangue a luz do paraíso.

Dá morte n’um desdém, n’um beijo vida,

E celestes desmaios num sorriso!

 

 Mas quis a minha sina que seu peito

 Não batesse por mim nem um minuto,

 E que ela fosse leviana e bela

 Como a leve fumaça de um charuto!

 (Alvares de Azevedo)

Texto e questões extraídas da obra: Cereja, William Roberto. Português contemporâneo: diálogo, reflexão e uso, vol. 2. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. (p. 51-52)

 

Entendendo o texto

01. O poema apresenta em sua composição vários elementos antitéticos. Observe o retrato da figura feminina apresentado na primeira estrofe do poema.

a.   Que elementos, nessa estrofe, sugerem a pureza e a inocência da mulher amada?  

         Os elementos que sugerem a pureza e a inocência da mulher amada na primeira estrofe são "encanto" e "maravilha", comparando-a à canção espontânea dos passarinhos e descrevendo seus seios como "alvos" e "macios", como o pelo sedoso dos arminhos.

      b. Que elementos são indicativos da corporeidade e da sensualidade da mulher amada?  

          Os elementos indicativos da corporeidade e da sensualidade da mulher amada na primeira estrofe são a descrição de seus seios como alvos e macios, sugerindo uma imagem física e sensual.

02. A partir da segunda estrofe, o eu lírico passa a associar a figura feminina a elementos mais prosaicos.

       a. Quais são esses elementos?  

           Os elementos mais prosaicos associados à figura feminina na segunda estrofe são a tristeza noturna, o gemido dos lábios dela que o eu lírico escuta, e a comparação da criatura com a frouxa fumaça de um charuto.

      b. O que esses elementos prosaicos têm em comum?  

          Esses elementos prosaicos têm em comum a natureza efêmera e leveza, como a fumaça de um charuto.

      c. Considerando as respostas dos itens anteriores, levante hipóteses:  O que essas associações feitas pelo eu lírico sugerem quanto à figura feminina?  

           As associações feitas pelo eu lírico sugerem que a figura feminina, apesar de sua aparente pureza e encanto na primeira estrofe, é vista como algo fugaz e insubstancial, como a fumaça do charuto, denotando uma visão mais terrena e menos idealizada.

03. A imagem da mulher se modifica conforme o eu lírico esteja situado no mundo dos sonhos ou no mundo da realidade. Em que consiste essa mudança? Justifique sua resposta com elementos do texto.

A mudança na imagem da mulher ocorre conforme o eu lírico oscila entre o mundo dos sonhos e da realidade. Nos sonhos, ele a vê formosa e bela entre seus sonhos, mais sublime e idealizada. Na realidade, percebe sua leveza e fugacidade, comparando-a à fumaça do charuto, o que sugere uma visão mais terrena e desiludida.

04. No poema:

a. A mulher amada retribui o amor do eu lírico? Justifique sua resposta com trechos do texto.

       Não, a mulher amada não parece retribuir o amor do eu lírico. O trecho "Mas quis a minha sina que seu peito / Não batesse por mim nem um minuto" indica que o eu lírico lamenta que o sentimento não seja recíproco.

b. Que sentimentos o eu lírico expressa diante da postura de sua amada?

     O eu lírico expressa sentimentos de tristeza e desilusão diante da postura da amada, lamentando a falta de reciprocidade e a superficialidade da relação, representada pela comparação dela com a leve fumaça de um charuto.