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terça-feira, 15 de maio de 2018

POEMA DE CORDEL: SATANÁS TRABALHANDO NO ROÇADO DE SÃO PEDRO-JOSÉ COSTA LEITE - COM GABARITO


Poema: SATANÁS TRABALHANDO NO ROÇADO DE SÃO PEDRO

O homem que é poeta
Dorme tarde, acorda cedo
Embora não rime bem
Eu vou trançar o enredo
Do Satanás trabalhando
No roçado de São Pedro.

É uma pequena história
Há muito tempo passada
Que não me lembro da era
E nem se foi inventada
No tempo de Satanás
Trabalhava na enxada.

Dizem que o Satanás
Botou um grande roçado
E danou-se a trabalhar
Que ficou todo suado
Quase morria de fome
E não tirou resultado.

Naquele tempo São Pedro
Levava uma vida dura
Trabalhando na enxada
Cultivando agricultura
E tudo quanto plantava
Chegava em grande fartura.

Satanás era disposto
E na enxada era macho
Trabalhava com vontade
De ver São Pedro por baixo
Mas todo seu sacrifício
Via descer d`água abaixo.

                         José Costa Leite, TP3 – Gêneros e Tipos Textuais – Parte 1.

Entendendo o poema:
     01 – De quantos versos se compõe cada estrofe? Quantas sílabas há em cada verso? (Não se esqueça de que, para a métrica, contamos até a última silaba tônica e desprezamos as demais.
      As estrofes se compõem de seis versos de sete sílabas cada um.

    02 – Escreva, com suas palavras, o tema de que trata o poema.
      Satanás e São Pedro trabalhavam no roçado. Por mais que Satanás se esforçasse, sua roça não ia para frente, enquanto a de São Pedro prosperava.

    03 – Os personagens desse poema são conhecidos em outro campo do conhecimento. Qual?
      Satanás e São Pedro são conhecidos no discurso religioso, na Bíblia.

    04 – Como o poeta se apresenta no texto do cordel? O que ele se dispõe a fazer?
Apresenta-se humildemente, dizendo que vai cantar um enredo que não sabe se inventado ou não.


sexta-feira, 23 de março de 2018

CORDEL: A MORTE DE CHICO MENDES - JOSÉ APARECIDO LIMA(XANDÚ) - COM GABARITO

CORDEL: A MORTE DE CHICO MENDES
                    Defensor da ecologia



  Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, foi um grande defensor da Natureza. Ele morava no Acre, estado em que nasceu e trabalhava como seringueiro. Por causa de sua luta pela questão ambiental, acabou sendo assassinado em 22 de dezembro de 1988, aos 44 anos. 


Peço proteção infinita
para Apolo ser meu guia
pra eu narrar uma história 
com muita melancolia: 
A Morte de Chico Mendes 
defensor da ecologia. 

Chico Mendes morava
na cidade de Xapuri 
Estado do Acre 
onde lutava ali 
defendendo os seringueiros 
as matas, os rios e bem-te-vis. 

Foi vereador, lutador 
defendendo o pessoal 
ingressou na ONU 
tendo fama mundial 
lutou pelo verde 
até no dia de seu final. 

Chico além de corajoso 
dedicou todo amor 
à natureza amazônica 
no qual foi defensor 
e o mundo inteiro perdeu 
um herói de grande valor. 

Foi assassinado 
usado de covardia 
por gente de alta classe 
empilhada na burguesia 
alguns são aqueles 
que falam em democracia. 

Usam palanques, 
palestras e algo mais 
falam em fraternidade 
e fingem ter muitas paz 
mas quem conhece bem 
sabe o que são capazes. 

Chico já havia antes 
sofrido dois atentados 
e por um milagre 
havia escapado 
mas na terceira vez 
acabou no chão, deitado. 

Antes de sua morte 
havia feito uma reunião 
com muitos seringueiros 
de Xapuri e região 
para discutir melhores preços 
e ampla comercialização. 

Dizia Chico aos colegas 
caros amigos companheiros 
temos que protestar, 
a nossa classe de seringueiros 
para melhor comércio 
e ganhar mais dinheiro. 

Temos que preservar 
também a natureza 
porque a Amazônia 
é a maior riqueza 
e o verde que alucina 
transborda tanta beleza. 

Defender o que é nosso 
é a única saída 
assim vamos de mãos dadas 
manter a classe unida 
lutaremos até o fim 
mesmo que custe a vida.
                            José Aparecido Lima (Xandú) Literatura de cordel.

        Após a leitura do poema, faça o que se propõe.

01 - Tendo em vista as informações sobre o ativista Chico Mendes que aparecem na poesia, marque o que for falso:
        A – ( ) Lutava para defender os seringueiros do seu Estado.
        B – ( ) Desempenhou um cargo político.
        C – (X) Não foi conhecido internacionalmente.
        D – ( ) Considerava a Amazônia uma grande riqueza.
        E – ( ) Foi vítima de três atentados.

02 -  Marque o verso em que o eu-lírico expressa o desejo de que os brasileiros mantenham-se unidos:
       A – ( ) “um herói de grande valor.”
       B – ( ) “falam em fraternidade.”
       C – ( ) “e ganhar mais dinheiro.”
       D – (X) “assim vamos de mãos dadas.”
       E – ( ) “mesmo que custe a vida.”



PROJETO: O MEIO AMBIENTE E OS CORDÉIS - COM ATIVIDADES/GABARITO

PROJETO: O MEIO AMBIENTE E OS CORDÉIS


Literatura de Cordel

    É um tipo de poema popular, oral e impressa em folhetos, geralmente expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. O nome de Cordel é original de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes.

Público alvo:  Ensino Fundamental.

Dados da aula:
     O que o aluno poderá aprender com esta aula:
·        Identificar nas leituras de cordéis palavras que tratam da natureza e relacioná-las com os elementos do ambiente natural.
·        Caracterizar, nos versos, a relação do homem com a natureza.
·        Analisar o jogo de palavras para anunciar uma situação da natureza.

Duração das atividades:
     2 a 3 aulas.
     Conhecimentos prévios trabalhados pela professora com os alunos.
     Não há pré-requisito.
     Estratégias e recursos da aula.

     Atividade 1 – Ouvir e ler cordéis que tragam animais e sua relação com meio ambiente.

     1° Momento – professora escolhe um cordel que trate da temática do meio ambiente e estabeleça um diálogo com os alunos. Ex.: Leia o primeiro verso do cordel e descubra o sentido que os alunos atribuem as palavras em negrito, registre para acompanhar o processo de aprendizagem de cada um.

1° verso:

OS ANIMAIS TÊM RAZÃO
Quem já passou no sertão
E viu o solo rachado
A caatinga cor de cinza,
Duvido não ter parado
Pra ficar olhando o verde
Do juazeiro copado.
2° verso:
E sair dali pensando
Como pode a natureza
Num clima tão quente e seco,
Numa terra indefesa
Com tanta adversidade
Criar tamanha beleza.
3° verso:
O juazeiro, seu moço,
É pra nós a resistência,
A força, a garra e a saga,
O grito da independência,
Do sertanejo que luta.

·        Escolha fotos que retratem as palavras em negrito para ir construindo o sentido das palavras.
Solo rachado.
Caatinga.
Juazeiro.

·        A partir da análise das fotos, leve os alunos a estabelecer relações entre os alunos a estabelecer relações entre os elementos da natureza como: solo – água – luz – calor e seres vivos; a verificar características da vegetação do sertão do nordeste.

     2° momento – Após a leitura do texto com a entonação de cordel, destaque o 4° e 5° versos, para construir o sentido das palavras em negrito. Solicite que os alunos façam uma pesquisa de imagens dos animais com seus nomes encontrados nos versos e tragam para a escola.

4° verso:
Nos seus galhos se agasalham
Do periquito ao canção
É hotel do retirante
Que anda de pé no chão,
O general da caatinga.
E o vigia do sertão.

5° Verso:
E foi debaixo de um deles
Que eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra
E um burro reclamando,
Um rato e um morcego
E uma vaca escutando.

·        Estabeleça um diálogo com os alunos iniciando com as questões norteadoras.
Quem já viu um periquito? Um morcego? Um burro? Um pássaro chamado canção? Um cobra cascavel? Diante das respostas, caso tenham dúvidas, fazer uma pesquisa no dicionário.

Atividade 2 – Construção do painel com o cordel e seus personagens.
     Cada aluno escolhe um personagem para ilustrar e reescrever as falas dos mesmos. É importante fazer a mediação para que todos os personagens do cordel sejam desenhados e a história do cordel seja composta por inteiro. Posteriormente, organizar um painel e fazer uma exposição – o texto lido com as ilustrações dos alunos.

     Atividade 3 – Refletir sobre a relação entre os animais e os homens.
     O professor e os alunos refletem sobre o tema do cordel e a postura dos homens em relação aos animais e discutem sobre a importância dos homens e de outros seres para a preservação do meio ambiente.
     FRANCISCO, ANTÔNIO, OS ANIMAIS TÊM RAZÃO

     Avaliação
     Ao final das atividades, perceber:
1 – O envolvimento durante a contação de histórias;
2 – As relações que tratam sobre a interação animal e homem.
3 – Se o aluno se sensibilizou com as questões abordadas.
4 – Se identifica palavras destacadas no texto.

          CORDEL
        Preserve o meio ambiente e salve o nosso Planeta
O animal bicho homem
Desde a sua criação
A cada passo que dá
Na sua evolução.
Maltrata o seu planeta
Agindo como um cometa
Provoca destruição.

Não age com a razão
Destrói a sua morada
Desmata, arrasa, polui
De forma desordenada
Despreza a ecologia
No campo da economia
Só visa o lucro e mais nada.

E não é muito pedir
Para cada brasileiro
Plantar uma arvorezinha
No quintal ou no terreiro
Essas pequenas ações
Transformarão em milhões
De árvores no mundo inteiro.

Entendendo o texto:
01 – Desde quando o homem é animal bicho?
      Desde sua criação.

02 – O homem evoluiu e fez o que com o planeta?
      Maltrata.

03 – Ele não age com a razão e destrói o quê?
      Sua morada.

04 – De que forma destrói sua morada?
      Desmata, arrasa, polui.

05 – No campo da economia ele visa o quê?
      O lucro e nada mais.

06 – O que cada brasileiro deve fazer? Onde?
      Plantar uma arvorezinha. No quintal ou no terreiro.

07 – Qual o resultado destas pequenas ações?
      Transformação em milhões de árvores no mundo inteiro.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

CORDEL - MESTRE BIMBA - COM GABARITO

MESTRE BIMBA - CORDEL


        Cordel – é a arte do sertanejo. Pertence à tradição oral e pode ser recitado ou cantado. Chama-se assim porque os livretos e versos produzidos pelos cordelistas ficam pendurados em cordéis nas feiras livres.


Manoel dos Reis Machado
É nossa árvore do bem
Nosso grande mestre Bimba
Nome que até hoje vem
Famoso na capoeira
Por não perder pra ninguém.

Engenho velho de Brotas
Local do seu nascimento
Salvador sua cidade
Onde alegria e tormento
Lhe deram vivacidade
Força , coragem e talento.
(...)
Nasceu com ele esse nome
Bimba nasceu pra vencer
Cresceu lutou ganhou fama
Os pais gostavam de ver
O futuro batuqueiro
Lá na rede a se mexer.
(...)
Bimba tinha o tipo físico
De uma rocha escarpada
Muito alto, andar dançante
Seguro em cada passada
Olhos grandes, ombros largos
E sempre dando risada.
Apertava sempre os olhos
Estudando o inimigo
Gostou muito de charuto
Se zangasse era um perigo
Ninguém levava a melhor
Desafiando consigo.
(...)
Nunca levou desaforo
Mas era camaradeiro
Preservador de amizade
Desconfiado e ligeiro
Não dobrava em uma esquina
Nem para ganhar dinheiro.
(...)
Ganhou a vida, com tudo
Fez carvão, cortou madeira
Foi trapicheiro e carpina
Estivador de primeira
Mas o que fez com mais classe
Só foi jogar capoeira.
(...)
Bimba enfrentou com seus golpes
Duas guerras mundiais
Resto da escravidão
Repressões policiais
Mas botou a capoeira
Nos mais altos pedestais.
Praticou bem a angola
Aprendeu com quem sabia
Depois criou outra luta
Com mais garra e valentia
Pôs o nome regional
Representando a Bahia.
(...)
No ano de 74
A 5 de fevereiro
Bimba fechou seu arquivo
Deu adeus ao mundo inteiro
Entrou de férias na terra
Foi ver Deus, Pai verdadeiro.
Os berimbaus soluçaram
Alunos botaram luto
O dia e relembrado
Como uma data de culto
Hoje os livros e os filmes
Representam o seu produto.
(...)
Luiz Gonzaga foi rei
Cantando Mulher Rendeira
Pelé foi o rei da bola
Com meião e com chuteira
E Mestre Bimba sem dúvida
Foi o rei da capoeira.
Bule-Bule

(Antônio Ribeiro da Conceição). Coleção Cordel é coisa da gente.
Umburana – BA, 1992.

GLOSSÁRIO

Escarpada – difícil de subir
Trapicheiro – trabalhador de trapiche – armazém-geral ou pequeno engenho de açúcar.

01 – Que parte da história do mestre Bimba você achou mais interessante?
      Resposta pessoal do aluno.

02 – Mestre Bimba tornou-se capoeirista famoso e hoje é respeitado em todo o mundo. Que versos indicam as ações que o tornaram conhecido e famoso?
      “Manoel dos Reis Machado
      É nossa árvore do bem
      Nosso grande mestre Bimba
      Nome que até hoje vem
      Famoso na capoeira
      Por não perder pra ninguém.”

03 – Alguns versos revelam a importância de mestre Bimba para a nossa cultura. Comente a importância cultural do mestre Bimba, utilizando elementos do texto.
      O Mestre Bimba enfrentou com seus golpes duas guerras mundiais, resto da escravidão, repressões policiais, mas botou a capoeira no mais altos pedestais.
      Ele conseguiu que ficasse evidente, através de sua própria vida, o desrespeito e o descaso das autoridades pela nossa cultura.

04 – Releia a última estrofe e responda:
a)   No texto é estabelecida uma relação entre mestre Bimba, Luís Gonzaga e Pelé. Que semelhança há entre eles?
Todos foram reis.

b)   Qual dos três você menos conhece? Que explicação você daria para isso?
Resposta pessoal do aluno.

05 – Em uma das estrofes acima trata da morte de mestre Bimba. Que expressões são empregadas pelo narrador para se referir a este momento?

      “Bimba fechou seu arquivo
       Deu adeus ao mundo inteiro
       Entrou de férias na terra
       Foi ver Deus, Pai verdadeiro.”