sexta-feira, 28 de março de 2025

CONTO: CONTO DE TODAS S CORES - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

 Conto: Conto de todas as cores

           Mário Quintana

        Eu já escrevi um conto azul, vários até. Mas este é um conto de todas as cores. Porque era uma vez um menino azul, uma menina verde, um negrinho dourado e um cachorro com todos os tons e entretons do arco-íris.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjOGpvNWGoqb-wWTBEQ05-D0E4uKzi658beSNewtXc3Mtipg2EicopHWttBO4y0uJWRAdlU3TM7kgdsKXNFgvBf7xZXWNEI1VjbMc3w7diQOi6XrLPnmEchxBr-Q1E-cvr6hM473Ql_01O5h4gzQ8MC1VN-34s3t1PHUrgVFvBK2hdxpNesY-NA5XvXO8/s1600/1469963_661473227238343_1256354448_n.jpg


        Até que apareceu uma Comissão de Doutores, os quais, por mais que esfregassem os nossos quatro amigos, viram que não adiantava... E perguntaram se aquilo era de nascença ou se... 

        -- Mas nós não nascemos – interrompeu o cachorro. – Nós fomos inventados!

QUINTANA, Mário. A Vaca e o Hipogrifo. 3. ed. Porto Alegre, L&PM, 1979. p. 34.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 33.

Entendendo o conto:

01 – Qual a característica peculiar dos personagens no conto de Mário Quintana?

      Os personagens possuem cores incomuns: um menino azul, uma menina verde, um negrinho dourado e um cachorro com todas as cores do arco-íris.

02 – Quem aparece para interagir com os personagens e qual a reação deles?

      Uma Comissão de Doutores aparece e tenta, sem sucesso, mudar as cores dos personagens.

03 – Qual a resposta inusitada do cachorro quando questionado sobre a origem das cores?

      O cachorro afirma que eles não nasceram, mas foram inventados.

04 – Qual a possível interpretação da presença da "Comissão de Doutores" na história?

      A Comissão de Doutores pode representar a sociedade e suas normas, que tentam padronizar e homogeneizar os indivíduos, desconsiderando a diversidade.

05 – Qual a principal mensagem que Mário Quintana transmite com este conto?

      A mensagem central do conto é uma celebração da diversidade e da individualidade, além de uma crítica à tentativa de padronização imposta pela sociedade.

NOTÍCIA: BRASIL É 1º EM DESMATAMENTO, DIZ ESTUDO - (FRAGMENTO) - FOLHA DE S.PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Brasil é 1º em desmatamento, diz estudo – Fragmento

        Relatório divulgado ontem pela WWF (Fundo Mundial para a Natureza), em Londres, apontou o Brasil como o campeão mundial do desmatamento de florestas tropicais nos últimos anos.
Segundo a Folha informou no último domingo, a taxa anual de desmatamento na floresta amazônica é de 14,9 mil km2.
Se a taxa de desmatamento for mantida, a Amazônia terá, até o final deste ano, uma área devastada de 514,7 mil km2.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOaQqGSBJWJyUmXyK3bbyV_CXKFT6x40_HpRJo7qx9z0ySSYM3EzdCG9v6T7DNqHak_cM7on_xVBFgOwH0lEcV_9Bgr0L8aWFhxiF6EVHQoesw8zKWtvYYOlxi2FNmPLMOXPCCxGB48kIu9cUC1NxZ9xbH0z2v-8dobGWLpkPKkyKLGG26lRVzbWaRcyo/s320/bbfdaf87-d5c9-40f2-bb21-8ebaff580583.jpeg


        Segundo o diretor da área de florestas do WWF, Francis Sullivan, o desmatamento na Amazônia é causado por dois fatores: as queimadas e a abertura de estradas.

        Apesar de o Brasil ser apontando hoje como o campeão do desmatamento, historicamente, de acordo com o trabalho do WWF, a América Latina é apenas o quarto continente que mais destruiu florestas nativas no mundo.  Segundo o WWF, a América Latina já desmatou 41% de suas matas – atrás da Ásia (88%), Europa (62%) e África (45%). Numa posição melhor do que a da América Latina, aparecem a América do Norte, que desmatou 39% de suas florestas nativas, e Rússia (35%).

        O estudo do WWF afirma que dois terços das florestas tropicais do mundo já foram destruídas.

        [...]

Folha de São Paulo, 9 out. 1997.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 29.

Entendendo a notícia:

01 – Qual organização divulgou o relatório que coloca o Brasil como campeão mundial de desmatamento de florestas tropicais?

      A organização que divulgou o relatório foi a WWF (Fundo Mundial para a Natureza), sediada em Londres.

02 – Quais são os principais fatores que contribuem para o desmatamento na Amazônia, segundo o diretor da área de florestas do WWF?

      Segundo Francis Sullivan, os principais fatores são as queimadas e a abertura de estradas.

03 – Qual a taxa anual de desmatamento na floresta amazônica, de acordo com as informações da Folha de São Paulo?

      A taxa anual de desmatamento na floresta amazônica é de 14,9 mil km².

04 – Historicamente, qual continente lidera a destruição de florestas nativas no mundo, de acordo com o estudo do WWF?

      Historicamente, a Ásia é o continente que mais destruiu florestas nativas, com 88% de suas matas desmatadas.

05 – Qual a porcentagem de florestas tropicais do mundo que já foram destruídas, segundo o estudo do WWF?

      O estudo do WWF afirma que dois terços das florestas tropicais do mundo já foram destruídas.

 

CONTO: CAVALOS SELVAGENS - LYGIA FAGUNDES TELLES - COM GABARITO

 Conto: Cavalos selvagens

           Lygia Fagundes Telles

        O homem de grandes negócios fecha a pasta de zíper e tom o avião da tarde. O homem de negócios miúdos enche o bolso de miudezas e toma o ônibus da madrugada. A mulher elegante faz Cooper e sauna na quinta-feira. A mulher não elegante faz feira no sábado. A freira faz orações diariamente em horas certas. A prostituta faz o trottoir todos os dias em certas horas. O patriarca joga bridge e faz amor segundo o calendário. O operário joga bilhar e faz amor nos feriados. Homens, mulheres e crianças – todos com seus dias previstos e organizados: amanhã tem missa de sétimo dia, depois de amanhã tem casamento. Batizado na terça e, na quarta, macarronada, que a feijoada fica para sábado, comemoração prévia do futebol de domingo, vitória certa, ora sei!... As obedientes engrenagens da máquina funcionando com suas rodinhas ensinadas, umas de ouro, outras de aço, estas mais simples, mais complexas aquelas lá adiante, azeitadas para o movimento que é uma fatalidade, taque-taque taque-taque… Apáticos e não apáticos, convulsos e apaziguados, atentos e delirantes em pleno funcionamento num ritmo implacável.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqW4pMBKTX_shbx8e65ecrB8dwWW8SDAD12NmiAdnOFjEUo0DQ38V_QAMsHVYGuE439d1PP6Y62weCNqyxDDrkFx7xzqk4xdB4Kcsq2uj_e6dCcY6A4e6Vqg6kSEGKGEqQexKGphdOO8Lg5W0KGdzYKdXT0J8faXBPiqvYR8P7RoKOtXGC5PYS7TWWwgE/s320/cavalosselvagens-240411195611-d94f9e7e-thumbnail.jpg


        Às vezes, por motivos obscuros ou claros, uma rodinha da engrenagem salta fora e fica desvairada além do tempo, do espaço – onde? A máquina prossegue no seu funcionamento que é uma condenação, apenas aquela rodinha já não faz parte dessa ordem. “É um desajustado” – diz o médico, o amigo íntimo, o primo, a mulher, a amante, o chefe. Há que readaptá-lo depressa à engrenagem familiar e social, apertar esses parafusos docemente frouxos. Se o desajustado é um adolescente, mais fácil reconduzi-lo com a ajuda psicólogos, analistas, padres, orientadores, educadores – mas por que ele ainda não está nos eixos? Por que tem que haver certas peças resistindo assim inconformadas? Não interessa curá-lo, mas neutralizá-lo, taque-taque taque-taque.

        Pronto, passou a crise? Todos concordam, ele está ótimo ou quase. Mas às vezes o olhar tem aquela expressão que ninguém alcança e volta o fervor antigo, cólera e gozo nos descompromissamentos e rupturas – aguda a lembrança violenta do cheiro de mato que recusa o asfalto, o elevador, a disciplina, ah! vontade de fugir sem olhar para trás, desatino e alegria de um cavalo selvagem, os fogosos cavalos de crina e narinas frementes, escapando do laço do caçador. Na história de Arthur Miller, eram os pobres cavalos selvagens destinados a uma fábrica que os transformaria num precioso produto enlatado. O instinto, só o instinto os advertia das armadilhas nas madrugadas. E fugiam galopando por montes, rios, vales – até quando?

        Inexperiência ou cansaço? Cavalos e homens acabam por voltar à engrenagem. Muitos esquecem mas alguns ainda se lembram e o olhar toma aquela expressão que ninguém entende, ânsia de liberdade. De paixão. Em fragmentos de tempo voltam a ser inabordáveis mas a máquina vigilante descobre os rebeldes e aciona o alarme, mais poderoso o apelo, taque-taque TAQUE-TAQUE! Inútil. Ei-los de novo desembestados: “Laçá-los é o mesmo que laçar um sonho”.

Lygia Fagundes Telles, A disciplina do amor. 2 ed. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980. p. 131-2.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 13-14.

Entendendo o conto:

01 – Qual é a metáfora central utilizada no conto "Cavalos Selvagens" para descrever a sociedade?

      A sociedade é comparada a uma máquina com engrenagens, representando a rotina e a padronização da vida cotidiana.

02 – O que representam os "cavalos selvagens" no contexto do conto?

      Os cavalos selvagens simbolizam a liberdade, o desejo de romper com a rotina e a resistência à conformidade social.

03 – Qual é a atitude da sociedade em relação àqueles que se desviam da norma?

      A sociedade busca "readaptar" os "desajustados", neutralizando sua individualidade e reconduzindo-os à engrenagem social.

04 – Como o conto aborda a questão da liberdade individual versus a conformidade social?

      O conto explora a tensão entre o desejo de liberdade e a pressão para se conformar às normas sociais, mostrando a luta entre a individualidade e a padronização.

05 – Qual é o significado da frase "Laçá-los é o mesmo que laçar um sonho"?

      Essa frase destaca a dificuldade de aprisionar o desejo de liberdade e a natureza intangível dos sonhos e aspirações individuais.

06 – De que forma Lygia Fagundes Telles usa a linguagem para transmitir a sensação de opressão e desejo de liberdade?

      A autora utiliza uma linguagem concisa e direta para descrever a rotina opressiva, intercalando com passagens poéticas que evocam a beleza e a intensidade da liberdade.

07 – Qual é a mensagem principal que Lygia Fagundes Telles busca transmitir com o conto "Cavalos Selvagens"?

      A mensagem principal é uma reflexão sobre a natureza da liberdade individual e a luta contra as forças da conformidade social, além de instigar o leitor a questionar a própria relação com a rotina e os desejos de liberdade.

 

 

CONTO: SOLANGE, A NAMORADA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Conto: Solange, a namorada

           Carlos Drummond de Andrade

        Todas as moças perdiam para Solange. Nenhuma podia competir com ela em matéria de namoro. Os rapazes da cidade só alimentavam uma aspiração: que Solange olhasse para eles. Desdenhavam todas as outras, ainda que fossem lindas, cheias de graça e boas de namorar. Namorar Solange, merecer o favor de seus olhos: que mais desejar na vida?

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_MPWTAEj7PO3rySWg5UDh8CpTgWo-ZJkGz8wAjSDojuAD8tviO8qXdSYtiroFiOZkhq2HqfC9d-zzLaDT_o1QZBEy-RRivAIjVovvEbv8466vzQiImCAZBclFqQ4Ft60_33UlMLbd2XxMoPGjeUB8dRWVJfNxBzplf_jmBeJ_dneOAktjfjDysFsz-_k/s320/2756068-bela-jovem-mulher-com-sorvete-colorido-desenho-realistaial-ilustracao-de-pinturas-vetor.jpg


        A nenhum deles Solange namorava. Era uma torre, um silêncio, um abismo, uma nuvem. Sua família inquietava-se com isto e pedia-lhe que pelo amor de Deus escolhesse um rapaz e namorasse. O vigário exortou-a nesse sentido. O prefeito apelou para os seus bons sentimentos. Ninguém mais casava, a legião de tias era assustadora. Temia-se pela ordem social.

        O desaparecimento de Solange até hoje não foi explicado, mas dizem que em carta endereçada à família ela declarou que, para ser a namorada em potencial de todos, não podia ser namorada de um só, mesmo que sucessivamente trocasse de namorado. Estava certa de que exercia uma função de sonho, que a todos beneficiava. Mas se não era assim, e ninguém compreendia sua doação ideal a todos os moços, ela decidira sumir para sempre, e adeus.

        Adeus? Ignora-se para onde foi Solange, mas aí é que se converteu em mito supremo, e nunca mais ninguém namorou na cidade. As moças envelheceram e morreram, a igreja fechou as portas, o comércio definhou e acabou, as casas tombaram em ruínas, tudo lá ficou uma tapera.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro, José Olympio, 191. p. 151.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 36.

Entendendo o conto:

01 – Qual a característica principal de Solange que a diferenciava das outras moças da cidade?

      Solange era incomparável em matéria de namoro, sendo o objeto de desejo de todos os rapazes da cidade.

02 – Como a família e a comunidade reagiram à recusa de Solange em namorar alguém?

      A família, o vigário e o prefeito pressionaram Solange para que ela escolhesse um rapaz, temendo as consequências sociais de sua recusa.

03 – Qual a explicação dada por Solange em sua carta para justificar seu desaparecimento?

      Solange explicou que, para ser a namorada em potencial de todos, não poderia se comprometer com um único rapaz, e que sua função era a de um sonho coletivo.

04 – Qual o impacto do desaparecimento de Solange na cidade?

      Após o desaparecimento de Solange, a cidade entrou em declínio, com o fim dos namoros, o envelhecimento das moças e a ruína do comércio e das casas.

05 – Qual o significado da transformação de Solange em "mito supremo"?

      A transformação de Solange em mito representa a idealização da figura feminina e a perda do ideal de namoro e romance na cidade.

06 – Como Carlos Drummond de Andrade utiliza a figura de Solange para criticar a idealização do amor romântico?

      Drummond utiliza a figura de Solange para satirizar a idealização do amor romântico, mostrando como a obsessão por um ideal inatingível pode levar à ruína e ao declínio social.

07 – Qual a mensagem principal do conto "Solange, a namorada"?

      A mensagem principal do conto é uma crítica à idealização excessiva do amor e do romance, mostrando como a obsessão por um ideal inatingível pode levar à frustração e ao declínio social.

 

 

 

POEMA: LEMBRANÇA DE MORRER - FRAGMENTO - ÁLVARES DE AZEVEDO - COM GABARITO

 Poema: Lembrança de Morrer – Fragmento

             Álvares de Azevedo

Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb-nhaL8hpdcMitAmNG2rOT8P-Pn4yZh0rgi8eJ9W3CZOYUdRQkcnmI1qPn-VXJVYBFGVmyEMu7-6F3vjFTIYBozUvy2q4cpGpyqi7gQ3AC6M5KGJqT23jOVvWVYnijvI2pGjdwCNyydzy6Ht0UXs8PTze2f_2ft6Jawq9fffO6p9gq0m_VRblZ5Fv6tU/s1600/mqdefault.jpg



E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
— Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh'alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade — é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

[...]

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
— Foi poeta — sonhou — e amou na vida. —

[...]

AZEVEDO, Álvares de. Lembrança de morrer. In: Antologia dos poetas brasileiros; poesia da fase romântica. Org. Manuel Bandeira; ver. Crítica Aurélio Buarque de Holanda. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1996. p. 175-177.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 176.

Entendendo o poema:

01 – Qual o pedido do poeta em relação às suas lágrimas e flores após a morte?

      O poeta pede para que não derramem lágrimas por ele e nem desfolhem flores em seu túmulo.

02 – Como o poeta descreve sua partida da vida?

      O poeta compara sua partida da vida ao tédio de um viajante no deserto, ao fim de um longo pesadelo e ao fim de um exílio de sua alma atormentada.

03 – Qual a única saudade que o poeta leva da vida?

      A única saudade que o poeta leva da vida são os tempos embelezados pela ilusão amorosa.

04 – Onde o poeta deseja que seu leito solitário descanse após a morte?

      O poeta deseja que seu leito solitário descanse na floresta dos homens esquecida, à sombra de uma cruz.

05 – Qual a inscrição que o poeta pede para colocarem em sua cruz?

      O poeta pede para que escrevam em sua cruz: "Foi poeta — sonhou — e amou na vida."

 

 

 

POEMA: SE SE MORRE DE AMOR! - FRAGMENTO - GONÇALVES DIAS - COM GABARITO

 Poema: Se se morre de amor! – Fragmento

             Gonçalves Dias

Se se morre de amor! — Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n’alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve, e no que vê prazer alcança!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWRwUIPa_ibYBfPShcj65mTJyK4opryyk2flO7hqIDpdcOFuu7tW44JW4nOwHyJfl2p6BpwYxGAVXw6zyWPR8oApr4kpjVvqp0lEkWSj11N-Mh33xEGmceb_wrkRXDewZOb1kXN2U4h0kHaTgpaOeFn0I9NjG1NSHFx1AVC_hs3LPb8GT8gzj5o6fIWDI/s320/maxresdefault.jpg



Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
N’um engano d’amor arrebatar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio,
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro
Clarão, que as luzes no morrer despedem!
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D’amor igual ninguém sucumbe à perda.

Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração — abertos,
Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos,
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Compreender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;

E á branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes:
Isso é amor, e desse amor se morre!

[...]

DIAS, Gonçalves. Se se morre de amor!. In: Poesia brasileira, p. 27.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 174-175.

Entendendo o poema:

01 – Qual a visão inicial do poeta sobre a morte por amor?

      O poeta inicialmente nega a possibilidade de morrer por amor, descrevendo o que ele considera ser uma mera "fascinação" passageira.

02 – Como o poeta descreve a "fascinação" que pode ser confundida com o amor?

      O poeta descreve a "fascinação" como algo que surge em ambientes festivos, sob a influência de luzes, música e beleza superficial, um engano que se desfaz com o fim da festa.

03 – Qual a diferença entre "fascinação" e o verdadeiro amor, segundo o poeta?

      A "fascinação" é vista como um delírio passageiro, enquanto o verdadeiro amor é descrito como uma experiência profunda e intensa, que abrange tanto a alegria quanto a dor.

04 – Quais as características do verdadeiro amor, de acordo com o poema?

      O verdadeiro amor é descrito como vida, capaz de extremos, conectado à natureza e a Deus, e que pode levar tanto à felicidade quanto à tristeza profunda.

05 – Como o poeta descreve a intensidade do verdadeiro amor?

      O poeta descreve o verdadeiro amor como uma experiência que pode levar à morte, tamanha a sua intensidade e profundidade.

06 – Qual a mensagem principal do poema em relação ao amor?

      A mensagem principal do poema é que o amor verdadeiro é uma experiência complexa e intensa, que vai além da paixão superficial e pode levar a extremos emocionais.

07 – De que forma Gonçalves Dias utiliza a linguagem para expressar a diferença entre "fascinação" e amor?

      Gonçalves Dias utiliza uma linguagem rica em contrastes e paradoxos, contrapondo a superficialidade da "fascinação" à profundidade e intensidade do verdadeiro amor, através de descrições detalhadas e emotivas.

 

 

CARTA: DYLAN THOMAS ESCREVE A CAITLIN, SUA MULHER - TRAD. JOSÉ MARCOS MACEDO - FOLHA DE S.PAULO - COM GABARITO

 Carta: Dylan Thomas escreve a Caitlin, sua mulher

Nova York, 7 de maio de 1953

        Oh Caitlin Caitlin Caitlin meu amor meu amor, onde está você & onde estou eu e por que você não escreveu e eu te amo todo segundo de toda hora de todo dia & noite. Eu te amo, Caitlin. Em todos os quartos de hotéis em que eu estive nessas duas semanas, esperei por você o tempo todo. Ela não há de demorar, digo a mim mesmo, infeliz e suarento, a qualquer instante ela entrará no quarto: a mulher mais bela na face da Terra, e ela é minha & eu sou dela, até o fim dos tempos e muito muito depois. Caitlin, eu te amo. Você me esqueceu? Você me odeia? Por que não me escreve? Duas semanas podem parecer pouco tempo, mas para mim tem a idade das montanhas & a profundidade de minha devoção por você. Duas semanas aqui, nesse inferno abrasador e eu não sei de mais nada exceto que eu aguardo você e que você nunca vem. Querida Cat, minha mulher, minha linda Cat. 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY3_mz1VbITpczf4ktSKIM59sc59RsTUkXuk2A03XuhpW2xjWuAeVlPWyZ9lm5nnCZ5pghbnzKZHpIEAXYlH6009aoIH9n78lnUmYQdHruGna-Py7Hgiw8MAoBY-M88yNszhtMGyqAxs7OSXzMQZQ8IH2CHyoEgWLqZaE7XJ8TgKtvM8lSbRXrlF10V0Q/s1600/download.jpg


E em duas semanas eu viajei por toda essa calamidade, até para o extremo sul: em 14 dias eu fiz 14 preleções & estou gastando o menos possível para poder levar algum dinheiro para casa e para que a gente possa ir para o sol. John Brinnin tem todo um livro sobre uns bons lugares ensolarados & exatamente como chegar lá & exatamente quanto se gasta para morar lá; & o melhor e mais barato me parece Mallorca, onde eu posso, espero, alugar uma casa & ter criados por muito muito pouco. Vou ver se descubro mais sobre o assunto antes de partir. Voltarei no dia 26 de maio, de avião, & lhe direi mais tarde a hora exata da chegada do voo. Você me encontra em Londres? Envio em anexo um cheque de US$ 250 para as contas e o resto. David Higham escreveu & disse que estava lhe mandando algum dinheiro. Será que chegou? Você recebeu minha carta do terrível navio? E a cartinha com o cheque de US$ 100 do Oscar? Eu não sei o que está acontecendo, por que você não escreve. Eu te amo, eu te quero, é um inferno sem você, eu não quero ver nem falar com ninguém, estou perdido sem você. Eu amo seu corpo & sua alma & seus olhos & seu cabelo & sua voz & o jeito que você anda & fala. E é só isso que eu consigo ver agora: você em movimento, numa luz. Eu te amo, Caitlin. Estive na hedionda Washington, estive em Virginia & Carolina do Norte e Pensilvânia & Syracuse & Bennington & Williamstown & Charlottesville; e agora estou de volta a Nova York, por dois dias, no mesmo quarto que dividimos. Isso foi o cúmulo do amor & do terror, porque eu sei que você entrará no quarto & eu escondo minhas pilhas de doces & espero por você como se esperasse pela luz. E então me dou conta de que você não está aqui; você está em Laughame, com o solitário Colm; & então a luz se apaga e eu tenho de vê-la no escuro. Eu te amo. Por favor, se você me ama, escreva-me. Conte-me, querida querida Cat. Não há nada para contar-lhe que você já não saiba: eu estou profundamente apaixonado por você, a única profundidade que eu conheço. Toda dia é uma tortura atroz & toda noite eu me consumo por você. Por favor por favor escreva. Estou suportando esse suplício com você por trás de meus olhos. Você me diz o quanto isso é terrível & eu vejo. Mas eu terei o dinheiro para Mallorca. Procure Mallorca na enciclopédia no Pelican. Você acha que eu não compreendo a mágoa & a solidão; compreendo sim, compreendo a sua & a minha quando não estamos juntos. Em breve estaremos juntos. E, se você quiser, nunca mais não estaremos juntos outra vez. Eu disse que te venerava. E venero; mas também te quero. Deus, as noites são longas & solitárias.

        EU TE AMO. Oh, doce Cat.

Trad. De José Marcos Macedo. Folha de São Paulo, 15 nov. 1998. Mais, p. 5.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 151-152.

Entendendo a carta:

01 – Qual a principal emoção expressa por Dylan Thomas em sua carta para Caitlin?

      A principal emoção expressa é a saudade intensa e o amor profundo que sente por Caitlin.

02 – Por que Dylan Thomas está frustrado e ansioso na carta?

      Ele está frustrado e ansioso porque não recebeu nenhuma carta de Caitlin e sente muita falta dela.

03 – Quais os planos de Dylan Thomas para o futuro do casal?

      Ele planeja levar Caitlin para morar em Mallorca, onde espera alugar uma casa e ter uma vida mais tranquila e ensolarada.

04 – Como Dylan Thomas descreve sua viagem e o trabalho que está realizando?

      Ele descreve sua viagem como um "inferno abrasador" e menciona que fez 14 preleções em 14 dias, trabalhando arduamente para ganhar dinheiro.

05 – Qual a importância do dinheiro mencionado na carta?

      O dinheiro é importante para que Dylan possa pagar as contas e realizar o plano de morar em Mallorca com Caitlin.

06 – Como Dylan Thomas lida com a ausência de Caitlin nos quartos de hotel onde fica?

      Ele imagina que ela entrará a qualquer momento, mas logo se lembra que ela não está lá, o que o deixa ainda mais triste.

07 – Qual a intensidade do amor de Dylan Thomas por Caitlin, segundo suas próprias palavras?

      Ele afirma que a ama "todo segundo de toda hora de todo dia & noite" e que a ama profundamente, com uma profundidade que ele mesmo reconhece ser a única que conhece.

 

NOTÍCIA: DANÇA DO POVO POLINÉSIO - GEORGE THOMSON - COM GABARITO

 Notícia: Dança do povo polinésio

             George Thomson

        Entre os Maoris, um povo polinésio, existe uma dança destinada a proteger as sementeiras de batatas, que quando novas são muito vulneráveis aos ventos do leste: as mulheres executam a dança, entre os batatais, simulando com os movimentos do corpo o vento, a chuva, o desenvolvimento e o florescimento do batatal, sendo essa dança acompanhada de uma canção que é um apelo para que o batatal siga o exemplo do bailado. As mulheres interpretam em fantasia a realização prática de um desejo. É nisso que consiste a magia: uma técnica ilusória destinada a suplementar a técnica real. 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijZScyMyg2m7Igc26fbbJcLFmHjUV_ifEek3EsuKKbTP0P8JRkC-xetnm-Olnwkhcc5S56TgqEsDewRjf-aHD0OzHlYgAlj-0q-kbcUcH04-QJFBwC77SthePEZubjCpM0P1EzJUg_UKNQsoM1cd5fF7IFQwxaxwEQ3OFpfqutEFH3GqSJ2EzOyU4gP-c/s320/istockphoto-666856768-612x612.jpg

        Mas essa técnica ilusória não é vã. A dança não pode exercer qualquer efeito sobre as batatas, mas pode ter, como de fato tem, um efeito apreciável sobre as mulheres. Inspiradas pela convicção de que a dança protege a colheita, entregam-se ao trabalho com mais confiança e energia. E, deste modo, a dança acaba, afinal, por ter um efeito sobre a colheita.  

George Thompson.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 188.

Entendendo a notícia: 

01 – Qual o objetivo da dança realizada pelas mulheres Maoris?

      A dança tem como objetivo proteger as sementeiras de batatas, que são vulneráveis aos ventos do leste.

02 – Como as mulheres Maoris realizam a dança?

      As mulheres simulam, com os movimentos do corpo, o vento, a chuva, o desenvolvimento e o florescimento do batatal, acompanhando a dança com uma canção.

03 – Qual o papel da magia na dança Maori?

      A magia é vista como uma técnica ilusória que complementa a técnica real, representando a realização prática de um desejo.

04 – Qual o efeito da dança sobre as mulheres, segundo o texto?

      A dança inspira as mulheres, aumentando sua confiança e energia no trabalho, o que acaba influenciando positivamente a colheita.

05 – Qual a relação entre a dança e a colheita de batatas na cultura Maori?

      Embora a dança não afete diretamente as batatas, ela influencia o trabalho das mulheres, que, com mais confiança e energia, contribuem para uma melhor colheita.

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): FRUTA BOA - MILTON NASCIMENTO - COM GABARITO

 Música (Atividades): Fruta Boa

             Milton Nascimento

É maduro o nosso amor, não moderno
Fruto de alegria e dor, céu e inferno
Tão vivido o nosso amor, convivência
De felicidade e paciência
É tão bom

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOtg-tAWdSs4jqrzxEXAN8iqrs18858p1ngFokc9R4cLlxcsS6nj4N5RA5I5QomP03FcA8oIawvy8NmJd6-cZJUAmJng70KyGUMOqMImYGf5vS8v_sZeRk37uO632j4pBQXwlahCnAJub5dRyQjMIgUkMPpMM8SejbaeYBaC4SjG2QKDpPRz8-JUW_fig/s320/sddefault.jpg

O nosso amor comum é diverso
Divertido mesmo até, paraíso
Para quem conhece bem
Os caminhos
Do amor seu vai e vem
Quem conhece

Saboroso é o amor, fruta boa
Coração é o quintal da pessoa
É gostoso o nosso amor
Renovado é o nosso amor
Saboroso é o amor madurado de carinho

É pequeno o nosso amor, tão diário
É imenso o nosso amor, não eterno
É brinquedo o nosso amor, é mistério
Coisa séria mais feliz dessa vida
Vida.

Saboroso é o amor, fruta boa
Coração é o quintal da pessoa
É gostoso o nosso amor
Renovado é o nosso amor
Saboroso é o amor madurado de carinho

É pequeno o nosso amor, tão diário
É imenso o nosso amor, não eterno
É brinquedo o nosso amor, é mistério
Coisa séria mais feliz dessa vida
Vida.

Composição: Fernando Brant / Milton Nascimento. In: NASCIMENTO, Milton. Voz e suor. Emi-Odeon, 1983. CD, faixa 7. (Pontuação proposta pelos autores do livro).

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 111.

Entendendo a música:

01 – Qual a metáfora central utilizada na música para descrever o amor?

      A metáfora central é a do amor como uma "fruta boa", que amadurece com o tempo e é saborosa.

02 – Quais as características do amor descritas na música?

      O amor é descrito como maduro, fruto de alegria e dor, convivência, felicidade e paciência, comum e diverso, divertido, paraíso, saboroso, renovado, pequeno e diário, imenso e mistério.

03 – O que significa a expressão "coração é o quintal da pessoa"?

      Essa expressão sugere que o coração é o lugar onde o amor cresce e se desenvolve, um espaço pessoal e íntimo onde se cultivam sentimentos.

04 – Como a música aborda a dualidade do amor?

      A música mostra que o amor é uma mistura de sentimentos opostos, como alegria e dor, pequeno e imenso, brinquedo e coisa séria, destacando a complexidade desse sentimento.

05 – Qual a importância do tempo na visão do amor apresentada na música?

      O tempo é fundamental para o amadurecimento do amor, que se torna mais saboroso e profundo com a convivência e as experiências compartilhadas.

06 – Qual a mensagem principal da música em relação ao amor?

      A mensagem principal é que o amor é um sentimento complexo e multifacetado, que se constrói e se renova ao longo do tempo, sendo uma das coisas mais felizes da vida.

07 – De que forma Milton Nascimento utiliza a linguagem para transmitir a sensação do amor?

      Milton Nascimento utiliza uma linguagem poética e sensorial, com metáforas e adjetivos que evocam a doçura e a profundidade do amor, além de destacar a dualidade e a complexidade desse sentimento.

 

HISTÓRIA: EVA TUPINAMBÁ - RONALD RAMINELLI - COM GABARITO

 História: EVA TUPINAMBÁ – Fragmento

              Ronald Raminelli

        A FAMÍLIA INDÍGENA

        Para os europeus, as relações de parentesco nas comunidades indígenas eram pouco rígidas, já que o tio poderia desposar a sobrinha. Entretanto, os casamentos entre filho e mãe, filho e irmã e pai e filha eram proibidos. Os enlaces matrimoniais seguiam uma regra muito simples, segundo Léry. Desejando se unir, os varões se dirigiam a uma mulher, viúva ou donzela, e perguntavam sobre sua vontade de casar. Se o interesse fosse recíproco, pediam a permissão do pai ou do parente mais próximo. Depois de obtida a permissão dos parentes, os noivos consideravam-se casados. Não havia cerimônias, nem promessa recíproca de indissolubilidade ou perpetuidade da relação. O marido poderia expulsar a mulher e vice-versa. Se ficassem fartos do convívio, a união estaria desfeita. Ambos poderiam, então, procurar outros parceiros, sem maiores constrangimentos. Entre os selvagens era costume, quando o esposo se enfadava da companheira, presentear outro homem com sua mulher. A maioria dos índios tinha somente uma mulher. A poligamia, porém, era amplamente difundida entre os grandes guerreiros e caciques. Os chefes podiam viver com catorze mulheres sem causar estranhamento. [...]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDX474BRHBeMQ8vnyU2bN8M2Q999wuiXVZ71Jy553NTnx2j1RLjM0ytQ62zQAUcONoQG8eSip3ST0usFSgfTSupFFJb_-8ordjqlDOmXZRQah1hFEpBHwY5DwOAtWLcj7EVA-E1GIIYMGJFyR7Au4-09yLSDi1K_aPyxAWUhHphw3xYR0VIKR3P1MlTNc/s320/Entre-a-terra-e-a-eternidade-1-322x280.png


        A poligamia, entre os bravos guerreiros, era símbolo de prestígio. Enumerar as esposas era uma forma de homenagear a sua virtude. Quanto maior o número de mulheres, mais valentes eram considerados os homens. Muitas vezes, os pais prometiam suas filhas, ainda meninas, aos chefes da tribo ou aos homens que com eles tivessem amizade. A união realizava-se somente depois que a menina atingisse a idade de casar. O enlace, contudo, persistia até o momento em que se repudiassem mutuamente. O casamento do chefe seguia os mesmos pressupostos de qualquer outra união entre casais da tribo.

        [...]

RAMINELLI, Ronald. Eva Tupinambá. In: História das mulheres no Brasil. São Paulo, Contexto/Unesp, 1997. p. 18-19.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 107-108.

Entendendo a história:

01 – Como os europeus percebiam as relações de parentesco nas comunidades indígenas?

      Os europeus achavam as relações de parentesco indígenas pouco rígidas, estranhando costumes como o casamento entre tio e sobrinha.

02 – Quais tipos de casamento eram proibidos nas comunidades indígenas?

      Casamentos entre filho e mãe, filho e irmã, e pai e filha eram proibidos.

03 – Como funcionava o processo de casamento entre os indígenas, segundo Léry?

      O homem manifestava seu interesse à mulher, e se fosse recíproco, pedia permissão aos pais dela. Após a permissão, eram considerados casados, sem cerimônias ou promessas de união eterna.

04 – Qual a visão dos indígenas sobre a dissolução do casamento?

      O casamento poderia ser desfeito por vontade de ambas as partes, sem constrangimentos, e ambos poderiam buscar novos parceiros.

05 – Como a poligamia era vista nas comunidades indígenas?

      A poligamia era comum entre guerreiros e caciques, sendo um símbolo de prestígio e virilidade.

06 – Qual o papel do número de esposas na sociedade indígena?

      Quanto maior o número de esposas, mais valente e prestigiado o homem era considerado.

07 – Como funcionava o costume de prometer filhas em casamento?

      Pais prometiam suas filhas, ainda meninas, a chefes ou amigos, mas a união só se concretizava quando a menina atingia a idade de casar, podendo ser desfeita por mútuo repúdio.

 

 

NOTÍCIA: COMPUTADOR: CUPIDO ELETRÔNICO - O ESTADO DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Computador: cupido eletrônico

        Com o advento da Internet, o computador ganhou um aspecto de “cupido eletrônico” e um aliado para encurtar as distâncias entre namorados. Os programas de e-mail e chat permitem que pessoas se conheçam e se comuniquem com mais rapidez do que pelo correio e com menos gastos do que com os telefonemas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr0NdTgWNpSeGlCTjfi8Xr3xsT9D7gO9qnZN0VJwp9tT2jFliL9r1eXiENS_NQeSmuEQfnR5jW0_jtTJgwXDxF6sjLY5Ei6ahnNG47UlPowDYARBY4dEsFIm9tGzCBYjAGp67SSKkX2Bk5HTqY4tKEki8wOL_HDtdInd_OT20v6gHnwXtRTh4X3w6ze0E/s1600/MV5BYzFmZTUwN2EtYmM1Mi00MjVjLTk2NjMtODdmZjJhMmQ0OGVmXkEyXkFqcGc@._V1_QL75_UY281_CR84,0,190,281_.jpg


        A tela do micro, porém, não livra ninguém de desilusões amorosas nem é garantia de um happ end. O namoro virtual pode pregar peças e a dor da separação pode ser bem “real”. Foi o que aconteceu com a cearense L. R., de 29 anos.

        Com seu micro plugado no mundo, a partir de Fortaleza, ela conheceu um rapaz de Brasília, cujo pseudônimo era Saturno.

        O romance durou cerca de quatro meses. No começo, eles apenas se comunicavam via e-mail. Depois passaram a usar cartas e telefonemas. Trocaram fotos, confidências, juras de amor. Até chegaram a marcar um encontro. Mas, antes da data estipulada, ela ficou sabendo que o “namorado” estava interessado na melhor amiga dela. “É uma incoerência”, admite L. “Eu o perdi antes mesmo de tê-lo encontrado”.

        Para o psicólogo Fernando Da Mata, o computador é muito generoso. Nele e na imaginação, se pode moldar qualquer imagem. Ele explica que a idealização que acontece em qualquer romance fica mais forte quando não existe o contato físico, mesmo que esporádico. “A distância não atrapalha tanto quanto a falta de contato real”, comenta. “Só o cotidiano é capaz de nos mostrar os conflitos e as idiossincrasias de cada um”.

        Sueli e Ivan tentaram usar a Internet para se falar enquanto moravam nos extremos do continente americano. Porém, eles não se adaptaram ao novo meio. Apesar das vantagens tecnológicas, o casal não tinha paciência para esperar a conexão, escrever e aguardar a resposta. “A velha e boa intenção de Graham Bell é insubstituível”, afirma Sueli. “Além disso, o que se fala necessariamente não se escreve e vice-versa”.

O Estado de São Paulo, 10 mar. 97. O Estado de São Paulo – Todos os direitos reservados. Edição on-line.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 51-52.

Entendendo a notícia:

01 – Como a internet é vista no contexto da notícia em relação aos relacionamentos?

      A internet é vista como um "cupido eletrônico", um meio que facilita o encontro e a comunicação entre pessoas interessadas em relacionamentos amorosos, encurtando distâncias e reduzindo custos.

02 – Apesar das facilidades proporcionadas pela internet, quais os riscos e desvantagens apontados na notícia?

      A notícia destaca que o namoro virtual não garante um final feliz e pode levar a desilusões amorosas, assim como nos relacionamentos tradicionais.

03 – Qual a experiência de L.R. com o namoro virtual e qual a sua conclusão sobre o relacionamento?

      L.R. teve um romance virtual de quatro meses com um rapaz de Brasília, mas descobriu que ele estava interessado em sua melhor amiga antes de se encontrarem pessoalmente. Ela concluiu que o perdeu antes mesmo de tê-lo encontrado.

04 – Qual a explicação do psicólogo Fernando Da Mata sobre a idealização nos relacionamentos virtuais?

      Fernando Da Mata explica que a idealização, comum em qualquer romance, é intensificada no namoro virtual devido à falta de contato físico, o que impede a percepção dos conflitos e idiossincrasias do outro.

05 – Qual a experiência de Sueli e Ivan com a comunicação à distância e qual a conclusão deles?

      Sueli e Ivan tentaram se comunicar pela internet enquanto moravam em diferentes partes do continente americano, mas não se adaptaram ao meio, preferindo o contato telefônico. Eles concluíram que a comunicação escrita não substitui a fala.

06 – Qual a principal diferença apontada na notícia entre a comunicação virtual e a comunicação tradicional?

      A principal diferença apontada é a falta de contato físico e a idealização excessiva que podem ocorrer no namoro virtual, em comparação com os relacionamentos tradicionais, onde o contato pessoal permite conhecer melhor o outro.

07 – Qual a mensagem principal que a notícia transmite sobre os relacionamentos na era digital?

      A notícia alerta para os riscos e desafios do namoro virtual, destacando a importância do contato físico e da comunicação direta para a construção de relacionamentos saudáveis e duradouros.