quarta-feira, 20 de novembro de 2024

LENDA: A LENDA DOS ÍNDIOS CHEROKEES - COM GABARITO

 Lenda: A lenda dos índios Cherokees

Você conhece a lenda do rito de passagem da juventude dos índios Cherokees? O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzo9f915Yed98YsD4OgsprLjhgVAW8uDOWBcRR7QwSA0XxdscXra6WKszHWYfn_gTE9Iy_UHAGARJoaHEg6JSZhwsiNbm3zwDU2KNelTHw93WW4z1hyutuF2BYjbhm1o2kxAuJyj0cTEft5jcnAuGoBhHHfuCMntwnGQ0FAZTiLHTIUTNUXL8CRlCSTOg/s1600/O-POVO-CHEROKEE-E-A-TRILHA-DE-L%C3%81GRIMAS-Imagem-3.jpg


O filho se senta sozinho no topo de uma montanha durante toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.

Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.

Ele não pode contar a experiência aos outros meninos, porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.

O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede.

O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele não remove a venda.

Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.

Finalmente...

Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava à noite inteira protegendo seu filho do perigo.

Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos, Deus está olhando para nós, ‘sentado ao nosso lado’.

Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.

Moral da história: Apenas porque você não vê Deus, não significa que ELE não esteja conosco. Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.

Entendendo o texto

01-O texto baseia-se em uma lenda indígena para transmitir uma visão religiosa. Qual a visão religiosa ensinada? Você concorda com a visão religiosa ensinada?

A visão religiosa ensinada é a de que Deus está sempre presente em nossas vidas, mesmo quando não o vemos. Ele nos protege e nos guia, especialmente em momentos de dificuldade. A lenda sugere que a fé em Deus é fundamental para superar os desafios e encontrar força interior.

02-Olhando apenas para a lenda indígena, qual o ensinamento eles queriam passar para os jovens que pretendiam se tornar homens?

A lenda busca transmitir a importância da coragem, da autoconfiança e da capacidade de enfrentar a solidão e o medo. Ao passar pela provação da noite solitária, o jovem aprende a confiar em si mesmo e a encontrar sua força interior.

03-Qual o sentido da palavra “venda” no trecho “venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho”?

A venda simboliza a ignorância, a incerteza e o medo do desconhecido. Ao ter os olhos vendados, o jovem é forçado a confiar em seus sentidos e em sua intuição.

04-No trecho “venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho”, o pronome possui o sentido de?

a-   olhos para o filho;

b-   olhos com o filho;

c-   olhos do filho;

d-   olhos pelo filho

05-No trecho “não pode remover a venda”, a palavra sublinhada pode ser substituída por?

A palavra "remover" pode ser substituída por "tirar", "retirar" ou "afastar".

06-A expressão “Finalmente...” indica:

a- adversidade;

b- conclusão;

c- explicação;

d- lugar

07- No trecho “Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.”, o adjetivo “horrível” caracteriza negativamente qual palavra?

O adjetivo "horrível" caracteriza negativamente a noite.

08-No trecho “Ele não pode contar a experiência aos outros meninos, porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo”, a palavra porque foi escrita de forma unida por se tratar:

a-   de uma explicação no meio do argumento;

b-   de um questionamento no início do argumento;

c-   de um questionamento no fim do argumento;

d-   de uma conclusão

9-Retire do texto argumentos que indicam PERIGO para o indígena.

   Animais selvagens, humanos mal-intencionados, insetos, cobras, frio, fome, sede.

10-Retire do texto argumentos que indicam PROTEÇÃO.

      O pai que vigia o filho durante a noite, a presença de Deus.

11-Retire do texto argumentos que indique CORAGEM do indígena.

     O jovem enfrenta a noite sozinho, com medo e incerteza, mas não remove a venda.

   12-Qual o segredo da lenda revelado no trecho “Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele.”?

       O segredo revelado é que, mesmo quando estamos sozinhos e com medo, não estamos realmente sozinhos. Alguém nos ama e nos protege, como o pai que vigia o filho.

13-No trecho “Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo”, a passagem sublinhada expressa:

     a-   lugar;

     b- tempo;

    c - causa;

    d- explicação

14- A que ou a quem se referem as palavras sublinhadas?

        Referem-se a Deus.

15-No trecho “Talvez alguns humanos possam feri-lo.”, a palavra sublinhada expressa:

a-   adversidade;

b-   adição;

c-   possibilidade;

d-   incerteza

16-Assinale o único efeito de sentido não pertinente ao texto-discurso em análise:

a-   expressa uma concepção paternalista;

b-   expressa uma visão teocrática da vida;

c-   expressa uma crença no desamparo do ser;

d-   expressa a valorização de rituais

 

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

SONETO: TANTO DE MEU ESTADO ME ACHO INCERTO - LUÍS DE CAMÕES - COM GABARITO

 Soneto: Tanto de meu estado me acho incerto

             Luís de Camões

Tanto de meu estado me acho incerto,
que em vivo ardor tremendo estou de frio;
sem causa, juntamente choro e rio,
o mundo todo abarco e nada aperto.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMlKfoGbA8ZjxZWRs3vYTTel7ENqG_Y-FwsjI5Kvx1uTD6Pel7JWfR1lia9JUzMZWMSRVRsSSpee5EsQjRn2UFK_plNT1veaj6LU9F86Ev-RyomRW_eAM2xXEg1TLzbRJ72vQheCy6_UJ-wuOKzKkafBaFdOm8AUVGrWulaippuXp1hhcOteED1rL6_uU/s1600/CAMOES.png 



É tudo quanto sinto, um desconcerto;
da alma um fogo me sai, da vista um rio;
agora espero, agora desconfio,
agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando,
numa hora acho mil anos, e é de jeito
que em mil anos não posso achar um' hora.

Se me pergunta alguém porque assim ando,
respondo que não sei; porém suspeito
que só porque vos vi, minha Senhora.

Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo (seleção, apresentação e notas). Sonetos de Camões. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998, p. 42.

Fonte: Linguagem em Movimento – língua Portuguesa Ensino Médio – vol. 1 – 1ª edição – FTD. São Paulo – 2010. Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo. p. 132.

Entendendo o soneto:

01 – Qual a principal emoção transmitida pelo eu lírico nesse soneto?

      A principal emoção transmitida pelo eu lírico é a incerteza e a confusão decorrentes de um amor intenso e apaixonado. Ele se sente dividido entre extremos, como calor e frio, choro e riso, esperança e desconfiança. Essa instabilidade emocional é característica da paixão amorosa, que perturba a alma do poeta e o faz questionar seus próprios sentimentos.

02 – Que figuras de linguagem são mais evidentes no soneto e qual o efeito que causam?

      O soneto é rico em figuras de linguagem, como antíteses (opostos), paradoxos (ideias contraditórias) e hipérboles (exagero). Essas figuras intensificam a expressão dos sentimentos contraditórios do eu lírico, como em "em vivo ardor tremendo estou de frio" e "o mundo todo abarco e nada aperto". O efeito é criar uma imagem vívida e intensa do turbilhão emocional do poeta.

03 – Qual a importância da mulher amada para o eu lírico?

      A mulher amada é a causa de todo o sofrimento e confusão do eu lírico. Ela é a fonte de sua inspiração e paixão, mas também o motivo de sua angústia e incerteza. A presença dela é tão intensa que o poeta se sente transportado para outros planos, como o céu, e experimenta uma distorção do tempo. A mulher amada é, portanto, o centro de todo o seu universo emocional.

04 – Como o soneto expressa a natureza contraditória do amor?

      O soneto expressa a natureza contraditória do amor através da oposição de sentimentos e sensações. O amor é representado como uma força que ao mesmo tempo une e separa, que traz alegria e tristeza, esperança e desespero. Essa dualidade é característica da experiência amorosa e é explorada por Camões de forma intensa e poética.

05 – Qual a relação entre o título e o conteúdo do soneto?

      O título "Tanto de meu estado me acho incerto" resume perfeitamente o conteúdo do soneto. A incerteza é o estado de espírito dominante do eu lírico, que se encontra perdido em um labirinto de emoções contraditórias. A palavra "estado" enfatiza a condição emocional do poeta, enquanto "incerto" destaca a instabilidade e a dúvida que o caracterizam.

 

 

POESIA: OS LUSÍADAS - CONTO I - FRAGMENTO - LUÍS DE CAMÕES - COM GABARITO

 Poesia: OS LUSÍADAS – Canto I – Fragmento

             Luís de Camões

As armas e os Barões assinalados

Que da Ocidental praia Lusitana

Por mares nunca de antes navegados

Passaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram;

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpxNKFun5gbIeaD4Vx2oFkxZxZAjUnTs7Hx4ZI3JTqoqvHVdgyXGwkxkUN5PaEvmo2I1_GvyxByZWveJ44SmSb3eOLovBpf0Vu4YYNDchi51LiVPdFXrxm0xt2w568mKPMZ9_8das96CfSxd7A5AEF2KmyymHyJyuI8hp7Fb_qjzMfIZ68pX4Jww9aAZA/s320/PRAIA.jpg

E também as memórias gloriosas

Daqueles Reis que foram dilatando

A Fé, o Império, e as terras viciosas

De África e de Ásia andaram devastando,

E aqueles que por obras valerosas

Se vão da lei da Morte libertando,

Cantando espalharei por toda parte,

Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

 

Cessem do sábio Grego e do Troiano

As navegações grandes que fizeram;

Cale-se de Alexandro e de Trajano

A fama das vitórias que tiveram;

Que eu canto o peito ilustre Lusitano,

A quem Neptuno e Marte obedeceram.

Cesse tudo o que a Musa antiga canta,

Que outro valor mais alto se alevanta.

E vós, Tágides minhas, pois criado.

[...]

Rosemeire da Silva e Carlos Cortez (introdução e comentário). A poesia épica de Camões. São Paulo: Policarpo, p. 22.

Fonte: Linguagem em Movimento – língua Portuguesa Ensino Médio – vol. 1 – 1ª edição – FTD. São Paulo – 2010. Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo. p. 119.

Entendendo a poesia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Taprobana: atual Sri Lanka.

·        Esforçados: equivalente a barões dedicados, empenhados, lutadores.

·        Edificaram: fundaram.

·        Sublimaram: elevaram.

·        Terras viciosas: terras não cristãs.

·        Engenho: inspiração, talento.

·        Arte: ter capacidade de escrever de acordo com as regras da poesia épica.

02 – Qual é o tema central do fragmento e qual a sua importância para a obra como um todo?

      O tema central do fragmento é a exaltação dos feitos dos portugueses, em especial suas grandes navegações e conquistas. Essa introdução estabelece o tom épico de toda a obra, posicionando Portugal como uma nação heroica e destinada à grandeza.

03 – A quem o poeta se dirige no início do poema e qual a intenção dessa invocação?

      O poeta se dirige às Tágides, ninfas do rio Tejo, solicitando sua inspiração para a composição do poema. Essa invocação é uma tradição da poesia épica, servindo para conectar o poeta à musa inspiradora e conferir maior autoridade à sua narrativa.

04 – Quais são os feitos dos portugueses que o poeta destaca no fragmento?

      O poeta destaca as grandes navegações portuguesas, que ultrapassaram os limites conhecidos até então, e as conquistas em terras distantes como a África e a Ásia. Além disso, celebra a expansão da fé cristã e a criação de um novo reino.

05 – Qual a relação entre o passado glorioso de Portugal e o presente do poeta?

      O poeta busca conectar o passado glorioso de Portugal, marcado pelas grandes navegações e conquistas, com o presente, celebrando a identidade nacional e buscando inspiração nos feitos de seus antepassados para compor sua obra.

06 – Como o poeta se posiciona em relação aos feitos de outros heróis da antiguidade?

      O poeta coloca os feitos dos portugueses em um patamar superior aos feitos de heróis da antiguidade como Alexandre, o Grande, e os troianos, afirmando que a história de Portugal merece ser cantada de forma mais grandiosa e sublime.

 

 

POEMA: SONETO DA LOUCURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Soneto da loucura

             Carlos Drummond de Andrade

A minha casa pobre é rica de quimera

e se vou sem destino a trovejar espantos,

meu nome há de romper as mais nevoentas eras

tal qual Pentapolim, o rei dos Garamantas.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMHmoRQvlHrRad5WRvCF7soC4vyHJ-RvYJmTEfG0gE6IqfNONT4o6tVBs5Gu7B8_SoaS7Znkzis0uwbVfNF-PffEAXj9x7FiqKzrt4LicZo5voGRMtM6bwMuiIs9rAFHh1Hvu8VwjAPe8d9_7YMOSEi9ezEjQE0I3iTNb5s1f6bMjAuY-S5O2lceI8xK8/s1600/CARLOS.jpg

Rola em minha cabeça o tropel de batalhas

jamais vistas no chão ou no mar ou no inferno.

Se da escura cozinha escapa o cheiro de alho,

o que nele recolho é o olor da glória eterna.

 

Donzelas a salvar, há milhares na Terra

e eu parto e meu rocim, corisco, espada, grito,

torto endireitando, herói de seda e ferro,

 

E não durmo, abrasado, e janto apenas nuvens,

na férvida obsessão de que enfim a bendita

Idade de Ouro e Sol baixe lá nas alturas.

Carlos Drummond de Andrade. In: As impurezas do branco. www.carlosdrummond.com.br/ Rio de Janeiro: Record.

Fonte: Linguagem em Movimento – língua Portuguesa Ensino Médio – vol. 1 – 1ª edição – FTD. São Paulo – 2010. Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo. p. 85.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal característica da casa do eu lírico?

      A casa do eu lírico, apesar de ser "pobre", é rica em "quimera", ou seja, em sonhos, fantasias e idealizações. Essa riqueza interior contrasta com a pobreza material, mostrando a força da imaginação e do espírito aventureiro do poeta.

02 – Qual a ambição do eu lírico em relação ao seu nome?

      O eu lírico almeja que seu nome transcende o tempo, "rompendo as mais nevoentas eras". Ele se compara a Pentapolim, um rei lendário, buscando deixar uma marca duradoura na história, mesmo que através de suas loucuras e aventuras.

03 – Que tipo de batalhas o eu lírico travava em sua mente?

      As batalhas travadas na mente do eu lírico são épicas e grandiosas, "jamais vistas no chão ou no mar ou no inferno". Elas representam os conflitos internos, os sonhos e as aspirações que o atormentam e motivam.

04 – Qual o significado do cheiro de alho na cozinha e como ele é interpretado pelo eu lírico?

      O cheiro de alho, um aroma simples e cotidiano, é transformado pelo eu lírico em um símbolo da "glória eterna". Essa transmutação revela sua capacidade de encontrar significado e beleza em coisas comuns, elevando-as a um plano superior.

05 – Qual a obsessão que domina o eu lírico e qual o seu objetivo final?

      O eu lírico é dominado pela obsessão de encontrar a "Idade de Ouro", um período mítico de perfeição e felicidade. Ele busca incessantemente por esse ideal, alimentando-se de sonhos e aventuras, mesmo que isso o leve a uma existência solitária e insone.

 

 

 

 

TEXTO: VOCÊ JÁ OUVIU A HISTÓRIA DE ADÃO E EVA - ANDRÉ CARVALHO - COM GABARITO

 Texto: Você já ouviu a história de Adão e Eva

             André Carvalho

        Se não leu, certamente ouviu alguém contar, e deve se lembrar do que aconteceu com os dois. Com os dois e com a serpente, é claro.

        Conta a Bíblia que Adão e Eva viviam muito felizes no Paraíso, onde só havia uma proibição: eles não podiam experimentar o gosto da maçã. 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYNEEruQQ9bwl8ifVCsmGd1mlnwqvkvv_w0SGJKN7rh5B_XJ5AH4xBxvEeJIe3sEGPzpt5Q56TRXWgBBK9-iLVS_Rin6Rxvkjp2ygCywSPqRZyTrYeu1x7mi_yqDrTlSQKFwedGJn5fXxr53ekhFjpG1aN3y0Jx3k5sjUkdJRekiGvJCQAlPUleqmy2ys/s320/ADAO.jpg


        Adão, mais obediente, bem que não queria comer a tal da maçã. Mas Eva falou tão bem dela, fez com que parecesse tão gostosa, que o pobre coitado não resistiu.

        Foi dar a primeira mordida e perder o lugar no Paraíso...

        Se Eva vivesse hoje, seria uma ótima publicitária, uma profissional de propaganda. Afinal, ela soube convencer Adão de que valia a pena pagar um preço tão alto por uma simples maçã.

        Mas, se a gente pensar bem, Eva não foi a primeira publicitária.

        Antes dela, houve uma outra, a serpente. Simbolizando o demônio, foi a serpente que criou, na mulher, o desejo de experimentar o fruto proibido.

        E, assim, nasceu a propaganda.

André Carvalho & Sebastião Martins. Propaganda.

Fonte: Linguagem em Movimento – língua Portuguesa Ensino Médio – vol. 1 – 1ª edição – FTD. São Paulo – 2010. Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo. p. 51.

Entendendo o texto:

01 – Qual é a principal comparação feita pelo autor entre a história de Adão e Eva e o mundo publicitário atual?

      O autor compara Eva a uma publicitária habilidosa por sua capacidade de persuadir Adão a comer a maçã proibida. Ele sugere que a serpente, que incitou Eva, foi a primeira publicitária, utilizando a persuasão para levar alguém a tomar uma decisão, mesmo que fosse contra as regras.

02 – Qual a consequência da decisão de Adão e Eva de comer a maçã, segundo o texto?

      A decisão de Adão e Eva de desobedecer a Deus e comer a maçã resultou em sua expulsão do Paraíso. Essa ação simboliza a perda da inocência e o início do sofrimento e da morte no mundo.

03 – Qual o papel da serpente na história, de acordo com o texto?

      A serpente é retratada como a primeira criatura a utilizar a persuasão para influenciar uma decisão. Ela simboliza o mal ou o demônio, que tenta levar as pessoas a fazer o que é errado.

04 – Qual a crítica implícita do autor ao mundo publicitário?

      O autor critica a capacidade da publicidade de manipular as pessoas e fazer com que elas desejem coisas que não precisam ou que podem ser prejudiciais. Ele sugere que a publicidade, assim como a serpente, pode levar as pessoas a tomar decisões impulsivas e irracionais.

05 – Qual a principal lição que podemos tirar da história de Adão e Eva, segundo a interpretação do autor?

      A principal lição é a importância de sermos críticos e questionarmos as informações que recebemos, especialmente quando são usadas para nos persuadir a comprar ou fazer algo. A história serve como um alerta sobre os perigos da manipulação e da influência externa sobre nossas decisões.

 

 

HISTÓRIA: O PRÍNCIPE MAQUIAVEL - CAP.XXV - FRAGMENTO - NICOLAU MAQUIAVEL - COM GABARITO

 História: O Príncipe Maquiavel – cap. XXV – Fragmento

        DE QUANTO PODE A FORTUNA NAS COISAS HUMANAS E DE QUE MODO SE LHE DEVA RESISTIR

        Não ignoro que muitos têm tido e têm a opinião de que as coisas do mundo sejam governadas pela fortuna e por Deus, de forma que os homens, com sua prudência, não podem modificar nem evitar de forma alguma; por isso poder-se-ia pensar não convir insistir muito nas coisas, mas deixar-se governar pela sorte. Esta opinião tornou-se mais aceita nos nossos tempos pela grande modificação das coisas que foi vista e que se observa todos os dias, independente de qualquer conjetura humana. Pensando nisso algumas vezes, em parte inclinei-me em favor dessa opinião.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA8dWaD5HMSOSLc903rxVG8PQms0TuHdXW65UGkeqD5Tl_6AYqvC8PBTWJOzw0cI5P98Ynmm1cL9Xk3XYj7Qr06P3AiPLSft8Dl1kN1UAqn7DiiXgMZHVuQ1xNkAB5DNUgg7LZJXM4GPr_QG2VafU1nFhlEHLin9Z4lOyWKJFsPLAQgYynmYfyMPcaExI/s320/o-principe.jpg


        Contudo, para que o nosso livre arbítrio não seja extinto, julgo poder ser verdade que a sorte seja o árbitro da metade das nossas ações, mas que ainda nos deixe governar a outra metade, ou quase. Comparo-a a um desses rios torrenciais que, quando se encolerizam, alagam as planícies, destroem as árvores e os edifícios, carregam terra de um lugar para outro; todos fogem diante dele, tudo cede ao seu ímpeto, sem poder opor-se em qualquer parte. E, se bem assim ocorra, isso não impedia que os homens, quando a época era de calma, tomassem providências com anteparos e diques, de modo que, crescendo depois, ou as águas corressem por um canal, ou o seu ímpeto não fosse tão desenfreado nem tão danoso.

        [...].

Nicolau Maquiavel. O príncipe (tradução Márcio Plugliese). Curitiba: Hemus, 2002, p. 169.

Fonte: Linguagem em Movimento – língua Portuguesa Ensino Médio – vol. 1 – 1ª edição – FTD. São Paulo – 2010. Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo. p. 110-111.

Entendendo a história:

01 – Qual a principal tese defendida por Maquiavel nesse fragmento?

      A principal tese é que a fortuna, ou seja, o acaso e as circunstâncias externas, exercem um papel significativo nas vidas dos homens e nos acontecimentos históricos. No entanto, Maquiavel argumenta que a ação humana, representada pela virtude, também desempenha um papel fundamental, permitindo que os indivíduos influenciem os eventos e minimizem os impactos da fortuna.

02 – Qual a comparação utilizada por Maquiavel para ilustrar a relação entre a fortuna e a ação humana?

      Maquiavel compara a fortuna a um rio torrencial. Assim como um rio inunda as planícies e destrói tudo em seu caminho, a fortuna pode causar grandes mudanças e transtornos. No entanto, os homens podem construir diques e canais para controlar o fluxo das águas, assim como podem tomar medidas para mitigar os efeitos da fortuna.

03 – Qual a importância da virtude na visão de Maquiavel?

      A virtude, para Maquiavel, representa a capacidade do indivíduo de agir com prudência, coragem e sagacidade. É através da virtude que o príncipe pode tomar decisões acertadas, antecipar os acontecimentos e aproveitar as oportunidades que a fortuna lhe oferece. A virtude permite que o indivíduo não seja apenas um mero espectador dos eventos, mas um agente ativo na construção de seu próprio destino.

04 – Como a ideia de livre arbítrio se relaciona com a influência da fortuna?

      Maquiavel reconhece a influência da fortuna, mas não a considera determinante. Ele acredita que os seres humanos possuem livre arbítrio, ou seja, a capacidade de escolher suas ações. A virtude permite que os indivíduos exerçam esse livre arbítrio de forma a moldar os acontecimentos e superar os obstáculos impostos pela fortuna.

05 – Qual a implicação prática das ideias de Maquiavel para os governantes?

      Para Maquiavel, os governantes devem ser virtuosos, ou seja, capazes de tomar decisões estratégicas e adaptar-se às circunstâncias. Ao mesmo tempo, eles devem estar preparados para lidar com os imprevistos e as mudanças que a fortuna pode trazer. A combinação de virtude e adaptabilidade é essencial para que um governante possa manter o poder e garantir a estabilidade do Estado.

 

MÚSICA(ATIVIDADES): CANTIGAS DE AMOR MEDIEVAL - D.DINIS. IN SPINA - COM GABARITO

 Música(Atividades): Cantigas de amor Medieval

             D. Dinis. In Spina.

Amiga, há muito tempo.
Foi-se daqui com el-rei
Meu amigo; mas já senti.
Mil vezes no meu coração
Que algures morreu, com pesar,
Pois não tornou comigo a falar.


Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFJQMql8jDLpzkPYaE1jZ8U7GdcDfqLdxP_KxYuG-cX7msp641Fj76w0YZz6DXBRYD9FhevPolL7XuJmKlj6w3QGQHtR1RnTKXpeW_zFTTWRcbdCVfplU12zyPnnmiK51EvQhvy1gqoBYkEEmNPLLzz_QQ6MuyW9P8tWtlb4_uuK6tdGIz9QtSy1c1I00/s320/amor-cortesano-copia.jpg

Por que demora tanto por lá,
E nunca me tornou a ver,
Amiga, se veja prazer
Mais de mil vezes cuidei já
Que algures morreu, com pesar,
Pois não tornou comigo a falar.

Amiga, o seu coração.
Era de voltar logo aqui
Quando visse os meus olhos em mim;
E por isso mil vezes pensei
Que algures morreu, com pesar,
Pois não tornou comigo a falar.

D. Dinis. In: Spina.

Fonte: Linguagem em Movimento – língua Portuguesa Ensino Médio – vol. 1 – 1ª edição – FTD. São Paulo – 2010. Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo. p. 106.

Entendendo a música:

01 – Qual é o tema central da cantiga?

      O tema central da cantiga é a saudade e a angústia amorosa do eu lírico (D. Dinis) pela ausência de um amigo que partiu com o rei. O poeta expressa a intensidade de seu sofrimento e a incerteza sobre o destino do amigo.

02 – Quais são os sentimentos expressos pelo eu lírico na cantiga?

      O eu lírico expressa uma profunda saudade, angústia, desespero e incerteza sobre o destino do amigo. Ele se questiona sobre o motivo da demora e teme que algo de ruim tenha acontecido.

03 – Qual é a figura central da cantiga, além do eu lírico?

      A figura central, além do eu lírico, é o amigo ausente. O poeta idealiza o amigo e expressa um grande afeto por ele, enfatizando a importância da amizade em sua vida.

04 – Que elementos da poesia trovadoresca estão presentes na cantiga?

      A cantiga apresenta elementos característicos da poesia trovadoresca, como:

·        Idealização da mulher amada: Embora a cantiga seja dirigida a um amigo, a idealização e o sofrimento amoroso são elementos comuns nas cantigas de amor.

·        Coita: A coita, ou sofrimento amoroso, é um dos sentimentos mais explorados na poesia trovadoresca, e está presente de forma intensa na cantiga de D. Dinis.

·        Linguagem rebuscada: A linguagem utilizada é rica em figuras de linguagem e expressões típicas da poesia medieval.

·        Tema da ausência: A ausência do amado é um tema recorrente na poesia trovadoresca, e "In Spina" é um exemplo claro disso.

05 – Qual a importância histórica e literária da cantiga "In Spina"?

      A cantiga "In Spina" possui grande importância histórica e literária, pois:

·        Demonstra a sensibilidade e a capacidade poética de um rei: D. Dinis era conhecido por seu amor à poesia e à música, e esta cantiga é uma prova de seu talento literário.

·        Reflete a cultura cortesã medieval: A cantiga retrata os valores e costumes da sociedade medieval, como a importância da amizade, o amor cortês e o sofrimento pela ausência.

·        É um documento histórico: A cantiga nos permite compreender melhor a vida e os sentimentos de um rei medieval, além de fornecer informações sobre o contexto histórico da época.