quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

NOTÍCIA: PRESENÇA PORTUGUESA: DE COLONIZADORES A IMIGRANTES -IBGE - COM GABARITO

 Notícia: Presença portuguesa: de colonizadores a imigrantes

        Os registros da imigração portuguesa apareceram no século XVIII e se tornaram mais regulares a partir do século XIX. Devido aos inúmeros estudos sobre o tema, hoje já se pode contar com estimativas mais confiáveis sobre o número de imigrantes que vieram para o Brasil desde o século XVI.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfTkTdKrovr9tdIliWuaUWGKESneSZwJabhXMqu1IGwY9jUV6jBq1wFVa9vy4OG7y97XnfqjVJDTjofc8Abmj9mKZsViQejgJ2H2VOWvDydhTl5dASAopAuCLLExwvsEHc1YfTYHlUCNLAJB6iu2IuRG9ihG1ejoco7xPdwXcVRn6g7AtrJwy2aNZaPU0/s1600/Portugueses2.jpg


        Nos primeiros dois séculos de colonização, vieram para o Brasil cerca de 100 mil portugueses, uma média anual de 500 imigrantes. No século seguinte, esse número aumentou: foram registrados 600 mil e uma média anual de 10 mil imigrantes portugueses. O ápice do fluxo migratório ocorreu na primeira metade do século XX, entre 1901 e 1930: a média anual ultrapassou a barreira dos 25 mil.

        A origem socioeconômica do português imigrante é muito diversificada: de uma próspera elite nos primeiros séculos de colonização, passou-se a um fluxo crescente de imigrantes pobres a partir da segunda metade do século XIX. Estes últimos foram alvo de um anedotário pouco condizente com a rica herança cultural que nos deixou o português.

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSICA. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: 2000. Disponível em: https://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/pportugueses.html. Acesso em: 18 ago. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 135.

Entendendo a notícia:

01 – De acordo com o texto, quando começaram a aparecer os primeiros registros de imigração portuguesa e a partir de qual século se tornaram mais regulares?

      Os primeiros registros da imigração portuguesa apareceram no século XVIII e se tornaram mais regulares a partir do século XIX.

02 – Qual foi o número total de portugueses que vieram para o Brasil nos primeiros dois séculos de colonização (séculos XVI e XVII) e qual era a média anual de imigrantes nesse período?

      Nos primeiros dois séculos de colonização, vieram cerca de 100 mil portugueses, com uma média anual de 500 imigrantes.

03 – Em qual século houve um aumento significativo no fluxo migratório, registrando 600 mil imigrantes e uma média anual de 10 mil?

      Esse aumento ocorreu no século seguinte aos dois primeiros de colonização, ou seja, no século XVIII (segundo a cronologia implícita no texto, já que o século XIX é marcado por uma imigração mais regular, e o ápice ocorre no século XX). Nota: O texto indica "no século seguinte", que seria o XVIII, antes da regularização no XIX.

04 – Quando ocorreu o ápice do fluxo migratório português para o Brasil e qual foi a média anual de imigrantes registrada nesse período?

      O ápice do fluxo migratório ocorreu na primeira metade do século XX, entre 1901 e 1930, com uma média anual que ultrapassou a barreira dos 25 mil imigrantes.

05 – Como a origem socioeconômica dos imigrantes portugueses se transformou ao longo do tempo, desde os primeiros séculos de colonização até a segunda metade do século XIX?

      A origem socioeconômica se transformou de uma próspera elite nos primeiros séculos de colonização para um fluxo crescente de imigrantes pobres a partir da segunda metade do século XIX.

 

 

NOTÍCIA: OS 10 EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS MAIS IMPORTANTES DA HISTÓRIA - FRAGMENTO - FELIPE JUNQUEIRA - COM GABARITO

 Notícia: Os 10 experimentos científicos mais importantes da história – Fragmento

Por Felipe Junqueira

        [...]

        3. William Harvey e a pulsação sanguínea

        Até o século XVII, a ciência acreditava que os seres vivos possuíam dois fluxos sanguíneos distintos, sendo que uma possuiria “espíritos vitais”, trazidos pelo ar para os pulmões. E ainda o fígado produzia sangue novo, a partir do alimento que a gente ingere. A ideia foi proposta pelo filósofo grego Cláudio Galeno, no século II.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJYkXW4AvmpEjf2PWPYnHkm4txChzU3FCtaS-KCt0HPacTSHvAT-vwVf1WwgGx4luwdYHf432Ns-qpdRrwTIlvOrI6JBLnAUoheyIMei8NvzuueOZqwJTTCTJRSxjABDJPCtrp1xFhFMFSd0gzVTV-NOrCsDxCZDrWCfd5axicPHyLGdQ0dyrJWguoN1w/s320/Harvey.jpg


        William Harvey provou que essa teoria, apesar de ser considerada correta por cerca de 1.500 anos, estava errada. Em 1628, o médico inglês publicou seus estudos sobre a circulação sanguínea refutando basicamente tudo o que Galeno propôs. O que ele fez não foi simples, mas tem grande importância científica até hoje. Harvey abriu animais vivos e bloqueou com uma pinça o fluxo sanguíneo na veia cava, impedindo que o sangue retornasse ao coração, que perdia coloração, empalidecendo e diminuindo de tamanho. Quando ele liberava o fluxo novamente, o coração voltava ao normal.

        Ao fazer o mesmo procedimento na artéria aorta, Harvey mostrou que o coração se enchia de sangue, inflando como um balão. Assim, o médico demonstrou que era esse músculo o responsável por bombear o sangue e fazê-lo circular em nosso corpo, e não espíritos invisíveis. E mais: todo o sistema circulatório era um só, saindo do coração para passar por todo o corpo, retornando ao músculo que é o motor da vida.

        [...]

JUNQUEIRA, Felipe. Os 10 experimentos científicos mais importantes da história. Canaltech, 25 nov. 2019. Disponível em: https://canaltech.com.br/ciencia/os-10-experimentos-cientificos-mais-importantes-da-história-156069. Acesso em: 31 out. 2020.

Fonte: Coleção Rotas. Língua Portuguesa. Ensino fundamental. Anos finais. 8º ano/Sandra Moura Severino (org.) – Brasília: Caderno de atividades – Editora Edebê Brasil, 2020. p. 62.

Entendendo a notícia:

01 – Qual era a teoria científica aceita sobre o sistema sanguíneo antes dos estudos de William Harvey, e quem a propôs originalmente?

      A teoria, proposta pelo filósofo grego Cláudio Galeno no século II, acreditava em dois fluxos sanguíneos distintos. Além disso, defendia que um desses fluxos possuía "espíritos vitais" trazidos pelo ar para os pulmões, e que o fígado produzia sangue novo a partir dos alimentos ingeridos.

02 – Por quanto tempo a teoria de Galeno foi considerada correta antes de ser refutada por William Harvey?

      A teoria de Cláudio Galeno foi considerada correta por cerca de 1.500 anos (até o século XVII).

03 – Em que ano William Harvey publicou seus estudos revolucionários sobre a circulação sanguínea?

      William Harvey publicou seus estudos em 1628.

04 – Descreva brevemente o principal procedimento experimental que William Harvey realizou para refutar a teoria antiga e provar o papel do coração.

      Harvey abriu animais vivos e realizou dois procedimentos:

      Bloqueou o fluxo na veia cava (que retorna ao coração), observando que o coração empalidecia e diminuía de tamanho, provando que o sangue retornava por ali.

      Bloqueou o fluxo na artéria aorta (que sai do coração), observando que o coração se enchia de sangue e inflava, provando que o coração bombeava o sangue para fora.

05 – Qual foi a principal conclusão de William Harvey que substituiu a ideia dos "espíritos invisíveis" e dos fluxos separados?

      A principal conclusão foi que o coração é o músculo responsável por bombear o sangue e fazê-lo circular em nosso corpo, e que todo o sistema circulatório é um só, com o sangue saindo do coração, passando por todo o corpo e retornando ao coração.

 

 

NOTÍCIA: MANUAL DE ORIENTAÇÃO DA SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ERA DIGITAL - FRAGMENTO - SBP - COM GABARITO

 Notícia: Manual de orientação da saúde de crianças e adolescentes na era digital – Fragmento

        [...]

        Para Crianças & Adolescentes

        Nas telas do mundo digital tudo é produzido como fantasia e imaginação para distrair ou afastar do mundo real – portanto, não se deixe enganar no mundo virtual.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimK7eB2LvJgbDy0aHY_p8EQclhyphenhyphenp33TCE25qTFl0JJiC0rZgZZj3SvG9x0NzvA0ZQGA6bgNHyPSi-FtLbnTrwsGdh6NRo2n6cuENKpVBRbflp6ImvyQdSJhCfJds9IhLfptLb76A1fiKFrbW1_JQ8wflp8LrMH9-R4kSQnVnQT8eO6jRLHxnEG8fAKRnE/s1600/fundo-300x300.jpg


        Não marque bobeira à toa! Cuidado, desconfie de mensagens esquisitas ou confusas. Aprenda a bloquear mensagens ofensivas ou que zombem de você!

        A senha é só sua, não a compartilhe com ninguém, ninguém mesmo! Única exceção apenas para seus pais que são os responsáveis por você até completar os 18 anos, legalmente.

        Lembre-se que a Internet é um espaço público e as mensagens trocadas ficarão para sempre gravadas e accessíveis, como uma história de você ou como uma impressão digital.

        Preste atenção para não adicionar qualquer pessoa desconhecida e jamais marque encontros com pessoas estranhas ou conhecidas apenas pela Internet e que enviam mensagens solicitando encontros com você! Cuidado ao utilizar a webcam, evite a exposição, se você estiver sem roupas ou mesmo no seu quarto ou sozinho em qualquer lugar.

         Prêmios ou ofertas em dinheiro ou presentes de viagens podem ser ciladas. Surpresas e mágicas online são muitas vezes falsas para pegar otário, portanto, seja mais esperto!

        Seja quem você é mesmo, sem criar avatares, heróis ou inimigos que nem existem, ou só existem em sua imaginação. Pode ser engraçado, mas nem sempre é brincadeira! Você pode se machucar à toa, fi que sempre alerta aos desafios ou confrontos que podem terminar em problemas sérios, colocando sua vida em risco.

        Seja respeitoso online e trate os outros como gostaria de ser tratado, afinal você merece respeito de todos também. Evite repassar mensagens que possam humilhar, ofender, zombar ou prejudicar a pessoa que receber este seu recado.

        Crescer e construir o seu corpo precisa de horas de sono e alimentação balanceada e saudável. Se você estiver se sentindo cansado, sonolento, com fome ou sem apetite, ou com dor de cabeça, nas costas, nos olhos ou nos ouvidos, desligue o seu celular ou seu computador, converse com seus pais ou consulte seu médico pediatra. Conversando, a gente se entende e tudo ficará melhor! Sempre é bom ter mais cuidados de saúde e você é responsável por sua saúde física e mental, e lembre que para ser um adulto melhor e capaz, requer socialização, conversa e reflexão!

        [...]

Saúde de crianças e adolescentes na era digital. SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2016/11/19166d-MOrient-Saude-Crian-e-Adolesc.pdf. Acesso em: 3 out. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 151-152.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o principal alerta dado no manual sobre o modo como o conteúdo nas telas do mundo digital é produzido?

      O manual alerta que, nas telas do mundo digital, tudo é produzido como fantasia e imaginação para distrair ou afastar do mundo real, e por isso, o adolescente ou a criança não deve se deixar enganar no mundo virtual.

02 – Para quem, em termos de segurança e responsabilidade legal, o manual permite a única exceção para o compartilhamento da senha pessoal?

      A única exceção permitida para o compartilhamento da senha é apenas com os pais (ou responsáveis), pois eles são os responsáveis legais pelo menor até que este complete os 18 anos.

03 – O que o manual afirma sobre a durabilidade e acessibilidade das mensagens trocadas na Internet, e a que metáfora esse registro é comparado?

      O manual lembra que a Internet é um espaço público e que as mensagens trocadas ficarão para sempre gravadas e acessíveis. Esse registro é comparado a uma história de você ou a uma impressão digital.

04 – Quais são as duas principais recomendações de segurança relacionadas à adição de pessoas desconhecidas e ao uso da webcam?

      As duas principais recomendações são:

      Não adicionar qualquer pessoa desconhecida e jamais marcar encontros com pessoas estranhas ou conhecidas apenas pela Internet.

      Evitar a exposição ao utilizar a webcam, especialmente se estiver sem roupas, no quarto ou sozinho em qualquer lugar.

05 – Segundo o manual, por que se deve desconfiar de prêmios, ofertas em dinheiro ou presentes de viagens recebidos online?

      Essas ofertas e surpresas online podem ser ciladas e são, muitas vezes, falsas para enganar ("pegar otário"), sendo necessário que o jovem seja esperto e desconfiado.

06 – Qual é a regra fundamental de convivência e respeito que o manual orienta para a interação online e o que se deve evitar repassar?

      A regra fundamental é ser respeitoso online e tratar os outros como gostaria de ser tratado. Deve-se evitar repassar mensagens que possam humilhar, ofender, zombar ou prejudicar a pessoa que as receber.

07 – Quais são os sinais de alerta de saúde física citados que indicam a necessidade de desligar os dispositivos, e qual é o primeiro passo para buscar ajuda?

      Os sinais de alerta são: estar se sentindo cansado, sonolento, com fome ou sem apetite, ou com dor de cabeça, nas costas, nos olhos ou nos ouvidos. O primeiro passo para buscar ajuda é desligar o celular ou computador e conversar com os pais ou consultar um médico pediatra.

 

REPORTAGEM: POPULAÇÃO AFRO-BRASILEIRA REASSUME O PROTAGONISMO DE SUA HISTÓRIA - ALEX BESSAS - COM GABARITO

 Reportagem: População afro-brasileira reassume o protagonismo de sua história – Fragmento

        Povo negro busca registrar seu passado de uma perspectiva própria, sem ceder ao pensamento colonizador, e, assim, visa transformar a atualidade e projetar um amanhã a partir de sua própria ótica

Por Alex Bessas – 30/06/19 – 03h00

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGS08xbt-K7662sRizop04H_FBwxM-6A2-Rs3NvkJqECdMmYptJHfMx5B_8cn3GrRPlU1aFvzX-CjfmQWcTur_QnGQOxppH2Qvqave8-ZiT8wr1pS-fvIpEgM0jffyO5rb_jQ0xudylsjVw7YN5KdXvk85Yvyq1GOsE43JpLEnvMpQb3B7cQxf9HOnVcE/s1600/AFRO.jpg


        Quando Olorum ordenou que Oxalá criasse o ser humano, várias foram as tentativas do orixá. Com o ferro, ficou rígido demais. Usou a pedra, mas, ficou frio. A água não tomava forma. Tentou o fogo, e logo a criatura se consumiu em suas chamas. Foi quando Nanã Buruku veio em seu socorro: ofereceu-lhe a lama. Então, Oxalá moldou as formas humanas, e com um sopro, Olorum emprestou vida ao homem, que com a ajuda dos orixás, povoou o mundo. Mas o corpo precisa sempre voltar à terra. Nanã, afinal, deu a matéria no início, mas a quer de volta ao final.

        É assim, pela narrativa da origem do mundo, extraída do livro “Mitologia dos Orixás” (2001), do sociólogo Reginaldo Prandi, que Magna Oliveira inicia as aulas do projeto “Iranti: Ser África”, iniciativa que, desde 2015, busca formar professores em contação de histórias dos povos negros, promovendo literaturas e oralidades africanas e afro-brasileiras. Um reforço no sentido de fazer cumprir a Lei 10.639, de 2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas de níveis fundamental e médio do Brasil. 

        De um entendimento mais dilatado, o projeto encabeçado por Magna pode ser lido como parte de um movimento maior, que tem ganhado força. Nele, a população negra – que, por efeito da diáspora, hoje comunga de uma identidade transcontinental – passa a recontar seu próprio passado para, assim, transformar o presente e projetar um futuro a partir de uma perspectiva afrocentrada. “Quando estudei, me sentia constrangida com o que a história dizia sobre o meu povo. Era a parte que queria que passasse mais rápido! Mas essa não é a nossa história. Essa é a que os colonizadores escreveram por nós”, explica Magna, que é técnica administrativa.

        Valorizando as tradições oral e literária dos povos negros, ela busca furar as sucessivas camadas discursivas elaboradas em contexto colonial – o que faz surtir um efeito antirracista e representa um passo rumo à descolonização do pensamento. “Se, no processo de formação, todas as referências são brancas, o que acontece é que, para me referendar, vou buscar me embranquecer. É essa lógica que nós estamos quebrando”, diz. 

        “Ainda há resistência em abordar esses temas dentro da escola, porque não se reconhece a importância da história e da cultura negra na formação do país – que, embora racista, não se reconhece como tal”, observa a mestre em educação e professora do Departamento de Educação da Universidade Federal de Ouro Preto Luana Tolentino. Para ela, projetos como o “Iranti: Ser África” possibilitam que “jovens e crianças negras valorizem seu pertencimento racial, construam identidades positivas, se orgulhem de sua ancestralidade – algo que faz bem à autoestima e vai afetar diretamente o processo de aprendizagem”, examina ela, que é estudiosa da aplicação da referida lei federal e diz ser crescente o número de iniciativas do gênero.

        Outra perspectiva. Ao divulgar histórias carregadas de significados, Magna junta-se a um movimento pelo qual busca, mais que sentir-se representada, produzir uma completa mudança de perspectiva. Afinal, ao se conhecer outro modo de conceber o mundo, surgem formas novas de oferecer respostas aos seus problemas, por meio de alternativas próprias. É no que acredita a MC Tamara Franklin: “Tanto a ficção quanto a literatura e até as ciências são consumidas de um olhar eurocêntrico. Por isso, muitos de nós passam a reproduzir posturas que não têm nada a ver com a compreensão africana”, diz “Eu boto fé nesse movimento, em que estamos nos reapropriando do que é nosso”, completa a artista.

        A história que abre a reportagem é exemplo dessa mudança de eixo. “As religiões e a filosofia africana trazem, em si, outra relação com o meio. A natureza não é vista como outro, mas como parte”, analisa Tamara. Para ela, aliás, a questão vai muito além da representatividade.

        “É comum ouvir que precisamos ocupar espaços a qualquer custo. Mas a casa-grande tinha muito preto, nem por isso estava sendo empretecida”, reflete. “O que precisamos é quebrar essa estrutura – e pensar o futuro sob uma ótica preta é uma forma de começar esse processo”.

        E, para ela, para construir essa emergente perspectiva, é preciso avançar mais. “O povo negro devia receber condições para estudar a sua própria medicina, seus próprios avanços tecnológicos. Fala-se muito de África para falar de tradição. Precisamos olhar para a frente, para as possibilidades de avanço”, defende a MC. “Acredito que a educação afrocentrada poderia passar por caminhos mais amplos”.

        As proposições de Tamara fazem ecoar formulações do pensador senegalês Cheikh Anta Diop (1923-1986), que pôs em evidência as contribuições africanas para a humanidade. O autor reivindicava o vínculo entre o Egito e a África negra e demonstrava como o país egípcio influenciou a Grécia – considerada berço da civilização ocidental – e o mundo clássico como um todo. Em suas publicações, Diop indicava a capacidade de produzir conhecimento e ciência e de se organizarem politicamente, em escala nacional e continental, aspectos que costumam ser desprezados.

        [...]

BESSAS, Alex. População afro-brasileira reassume o protagonismo de sua história. O Tempo, 30 jun. 2019. Disponível em: https://www.otempo.com.br/interessa/populacao-afro-brasileira-reassume-o-protagonismo-de-sua-historia-1.2202305. Acesso em: 23 out. 2020.

Fonte: Coleção Rotas. Língua Portuguesa. Ensino fundamental. Anos finais. 8º ano/Sandra Moura Severino (org.) – Brasília: Caderno de atividades – Editora Edebê Brasil, 2020. p. 13-14.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual é o objetivo central do movimento atual da população negra, conforme o título e o primeiro parágrafo da reportagem?

      O objetivo central é reassumir o protagonismo da sua história, buscando registrar seu passado a partir de uma perspectiva própria (afrocentrada), sem ceder ao pensamento colonizador, para, assim, transformar a atualidade e projetar um futuro.

02 – De acordo com a narrativa de origem do mundo utilizada por Magna Oliveira, qual orixá socorreu Oxalá e ofereceu o material para a criação do ser humano? Que significado essa narrativa tem em relação à matéria e ao ciclo da vida?

      O orixá que socorreu Oxalá foi Nanã Buruku, que ofereceu a lama como matéria para moldar as formas humanas. O significado é que o corpo precisa voltar à terra, pois Nanã, que deu a matéria no início, a "quer de volta ao final", simbolizando o ciclo da vida e morte.

03 – Qual é o propósito da Lei 10.639, de 2003, e como o projeto "Iranti: Ser África" se relaciona com ela?

      A Lei 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas de níveis fundamental e médio do Brasil. O projeto "Iranti: Ser África" atua como um reforço no sentido de fazer essa lei ser cumprida, formando professores para promover literaturas e oralidades africanas.

04 – Segundo a MC Tamara Franklin, qual é a principal consequência de consumir ficção, literatura e até ciências a partir de um olhar eurocêntrico?

      A principal consequência é que muitos passam a reproduzir posturas que "não têm nada a ver com a compreensão africana", indicando a adoção de perspectivas culturais e ideológicas desalinhadas com sua ancestralidade.

05 – Qual efeito o trabalho de valorização das tradições oral e literária dos povos negros, como o de Magna Oliveira, produz em relação ao contexto colonial, e qual lógica se busca quebrar?

      O trabalho busca furar as camadas discursivas elaboradas em contexto colonial, o que gera um efeito antirracista e representa um passo para a descolonização do pensamento. A lógica que se busca quebrar é aquela em que, tendo apenas referências brancas, o indivíduo negro busca se "embranquecer" para se referendar.

06 – A MC Tamara Franklin argumenta que a questão vai além da representatividade. Qual é a reflexão que ela utiliza para ilustrar por que "ocupar espaços" não é o suficiente para a verdadeira mudança?

      Ela reflete que "a casa-grande tinha muito preto, nem por isso estava sendo empretecida". Com isso, ela ilustra que a simples presença ou ocupação de espaços não quebra a estrutura de poder; o que é preciso é quebrar essa estrutura e pensar o futuro sob uma ótica preta.

07 – Quais foram as contribuições do pensador senegalês Cheikh Anta Diop que são mencionadas na reportagem, e o que ele buscava evidenciar sobre a África?

      Diop pôs em evidência as contribuições africanas para a humanidade. Ele reivindicava o vínculo entre o Egito e a África negra e demonstrava como o Egito influenciou a Grécia (berço da civilização ocidental). Suas publicações indicavam a capacidade africana de produzir conhecimento, ciência e de organização política em escala continental, aspectos que costumam ser desprezados pelo olhar eurocêntrico.

NOTÍCIA(ARTIGO): MEC E INEP DIVULGAM RESULTADO DA ENQUETE SOBRE NOVAS DATAS DO ENEM; [...] - INEP - COM GABARITO

 Notícia (Artigo): MEC e Inep divulgam resultado da enquete sobre novas datas do Enem; data definitiva será escolhida após diálogos com entidades educacionais

        A maioria dos inscritos no Enem 2020, que respondeu à enquete promovida pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), optou pelo mês de maio, entre as três opções sugeridas para a realização do exame: Enem impresso: 2 e 9 de maio de 2021 / Enem Digital: 16 e 23 de maio de 2021. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira, 1º de julho, pelo secretário-executivo do MEC, Antônio Paulo Vogel, e pelo presidente do Inep, Alexandre Lopes.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbP-DvHN406Afg0J84vKqkMv8cYYu7dcLFCzZA9nH7Gyrc-SN1w-IWNKu5IklYBlQ4PPaKskidR2tGaSmsu8JXfsmQMmdGzlYVJFEZcl8sqpH7IyttonFt4QVnGdgeSqfw-EN3zR73ws3McqULlCb6fZ2-NjNGA_FN3117uHpcAJM2oXT943bm0_qAvBM/s320/eNEM.jpeg


        Ao todo, 1.113.350 participantes votaram de forma voluntária, entre os dias 20 e 30 de junho, na página do participante, o que corresponde a 19,3% do total de inscritos no Enem deste ano. As três opções disponíveis foram:

        = Enem impresso: 6 e 13 de dezembro de 2020 / Enem Digital: 10 e 17 de janeiro de 2021;

        = Enem impresso: 10 e 17 de janeiro de 2021 / Enem Digital: 24 e 31 de janeiro de 2021; e

        = Enem impresso: 2 e 9 de maio de 2021 / Enem Digital: 16 e 23 de maio de 2021.

        Entre os participantes que responderam à enquete, 553.033 optaram por realizar o Enem em maio, 49,7% do total de respostas; 35,3% optaram por janeiro, com 392.902 votos; e 15,0% escolheram dezembro, 167.415 inscritos.

        A contribuição será analisada pelo MEC e pelo Inep, em conjunto com as entidades representantes da educação, como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu), e Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup). “Nós ouvimos os estudantes, agora precisamos trabalhar em articulação com os demais atores envolvidos no processo. Vamos ouvir todos eles, conversar e tomar uma decisão que será em parceria com esses atores que são fundamentais para a educação superior brasileira”, afirmou Antônio Paulo Vogel.

        A expectativa, segundo o presidente do Inep, Alexandre Lopes, é que a data definitiva do Enem 2020 seja divulgada ainda em julho. “A data do Enem será resultante desse processo de construção coletiva. Espero que tenhamos uma definição em duas ou três semanas, mas se precisarem de mais prazo para diálogo, a gente estende um pouco mais a divulgação da decisão”, destacou.

        A iniciativa de ouvir os inscritos do Enem teve o intuito de dar oportunidade de participação aos interessados no processo de definição sobre o melhor período para a realização das provas, adiadas em função da pandemia de Covid-19, garantindo transparência na execução do exame. No total, 5,8 milhões de pessoas estão inscritas no Enem 2020.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. MEC e Inep divulgam resultado da enquete sobre novas datas do Enem; data definitiva será escolhida após diálogos com entidades educacionais. Brasília, DF: INEP,1 jul. 2020. Disponível em: http://inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/mec-e-inep-divulgam-resultado-da-enquete-sobre-novas-datas-do-Enem-data-definitiva-será-escolhida-após-diálogos-com-entidades-educacionais/21206. Acesso em: 5 nov. 2020. (Adaptado).

Fonte: Coleção Rotas. Língua Portuguesa. Ensino fundamental. Anos finais. 8º ano/Sandra Moura Severino (org.) – Brasília: Caderno de atividades – Editora Edebê Brasil, 2020. p. 30.

Entendendo a notícia:

01 – Qual foi a opção de data mais votada pelos participantes que responderam à enquete do MEC e Inep?

      A opção mais votada foi a realização do exame no mês de maio de 2021.

02 – Quais eram as datas específicas propostas para o Enem impresso e o Enem Digital na opção vencedora (maio de 2021)?

      Enem impresso: 2 e 9 de maio de 2021

      Enem Digital: 16 e 23 de maio de 2021

03 – Quantos participantes votaram na enquete e qual percentual do total de inscritos isso representa?

      Votaram 1.113.350 participantes, o que corresponde a 19,3% do total de inscritos no Enem 2020.

04 – Qual foi a porcentagem de votos para as três opções de datas apresentadas na enquete?

      Maio de 2021: 49,7% (553.033 votos)

      Janeiro de 2021: 35,3% (392.902 votos)

      Dezembro de 2020: 15,0% (167.415 votos)

05 – Além de ouvir os estudantes, com quais entidades o MEC e o Inep dialogarão para tomar a decisão final sobre a data do Enem?

      O MEC e o Inep dialogarão com entidades representantes da educação, como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu) e Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup).

06 – Segundo o presidente do Inep, Alexandre Lopes, qual era a expectativa para a divulgação da data definitiva do Enem 2020?

      A expectativa era de que a data definitiva do Enem 2020 fosse divulgada ainda em julho daquele ano.

07 – Qual é o número total de pessoas inscritas no Enem 2020, conforme mencionado no artigo?

      O total de inscritos no Enem 2020 era de 5,8 milhões de pessoas.

 

ENTREVISTA: O RAP NA CULTURA BRASILEIRA. ENTREVISTA ESPECIAL COM TITO CAVALCANTI - FRAGMENTO - REVISTA IHU ON-LINE- COM GABARITO

 Entrevista: O Rap na cultura brasileira. Entrevista especial com Tito Cavalcanti – Fragmento

        Apesar da febre que o Rap causou nos jovens brasileiros no final da década de 1990, esse movimento ainda vem se inserindo dentro da cultura brasileira, primeiramente como movimento em prol dos injustiçados e depois como entretenimento da periferia. “A paixão marginal – O RAP precisa de passagem” foi o tema da palestra que o psiquiatra Tito Cavalcanti apresentou no início deste mês na Livraria Cultura – Paulista, em São Paulo. No evento, Tito desvenda a origem e autores desse movimento e responde a questões como: O Rap pode ser considerado música brasileira? A partir desta discussão, Tito fala sobre a complexidade emocional das relações humanas nas grandes cidades.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOZog8YNDfx-ljcxExS6CMV3DPJ2gMMs48hqJYpAAUA04lWYNgxYJAzAcojvMRsIYyWQvlXbFZo-gNNo9BYa4DktNeIfm2RDTQ94m58Fq-QaZDcdTfq8WltOZ75TqFebJAxUo3BKxp2JISV4GG3-4Wg0-DG5oer8VMy2-xA-i8AbAJHTeq3AIem3_h1NQ/s320/hIP.jpg


        [...]

        Tito Cavalcanti é médico psiquiatra e analista junguiano pela Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica. [...]

        IHU On-Line – O Rap vem de uma cultura marginal que canta e reivindica os direitos e a cidadania de um grupo marginal. Como o senhor analisa o Rap dentro da cultura brasileira?

        Tito Cavalcanti – Considero-o como manifestação social e como música popular brasileira. O Rap, que junto com o grafite (1) e a dança break (2), compõe o movimento Hip-Hop (3), começou nos EUA e logo se tornou meio de reivindicações sociais, principalmente dos negros deste país. Quando migrou para o resto do mundo, tornou-se porta voz de reivindicações da população excluída de cada país. No Brasil, com a injustiça social enorme que temos, o Rap foi logicamente encampado pela população negra das periferias das grandes cidades. Assim, ele tornou-se porta-voz daquilo que acontece nessas periferias e da luta por uma vida mais justa. Como a música brasileira é muito boa e forte, o Rap feito no Brasil sofre grande influência dos ritmos brasileiros. Acredito que já temos o samba rap, o repente (4) rap, a embolada (5) rap.

        [...]

        IHU On-Line – O Rap, como outros movimentos semelhantes, pode ser visto como marginal?

        Tito Cavalcanti – Não sei se concordo em chamar o Rap de movimento marginal. Ele, como outros movimentos, não está localizado fora da cultura. Pelo contrário, os autores dos raps demonstram estar bem informados sobre as questões brasileiras. Acredito que é um movimento daqueles que são injustiçados.

        IHU On-Line – Quais são os caminhos que o Rap tem utilizado para se inserir na sociedade?

        Tito Cavalcanti – Para isso, vou te dar um exemplo: acredito que São Paulo possa ser dissociado em dois universos: o da periferia e o do centro. Esses dois universos são tão grandes que é preciso organizar um diálogo urgente. Nas letras de muitos raps, pode-se vivenciar e empatizar o sofrimento humano dos que vivem nas periferias pobres de grandes cidades. A poesia abre caminhos, pois desperta sentimentos que temos em comum, independente de qualquer situação social ou cor de pele.

        IHU On-Line – O Rap seria um movimento provindo daquilo que Freud chama de "mal-estar na civilização"?

        Tito Cavalcanti – O mal-estar na civilização ocorre pela necessidade que temos de reprimir nossos instintos e impulsos para podermos viver civilizadamente. Não tenho dúvidas de que o Rap é um movimento que traz a discussão sobre a justiça, a dignidade do homem, e, nesse sentido, procura conter impulsos primários do ser humano, tais como a ganância e a violência da lei do mais forte. O Rapper, portanto, sente o mal-estar daqueles que estão na civilização.

Notas:

(1) É a designação para a pinturas feitas em muros e paredes na rua. O grafite salta aos olhos nos grandes centros urbanos. É considerado por muitos como um ato de vandalismo. Está ligado a movimentos como o movimento Hip-Hop.

(2) Break Dance é um tipo de dança de originada na década de 1960, quando a onda de música negra assolou os Estados Unidos. A população das grandes cidades sentiu, a partir desse movimento, uma maior proximidade com os artistas produtores dessa cultura, principalmente por sua maneira verdadeira de demonstrar a alma em suas canções.

(3) O Hip-Hop emergiu no final da década de 1960 nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque. Estes subúrbios enfrentaram todo tipo de problemas: pobreza, violência racismo tráfico, carências de infraestrutura, de educação etc. Os jovens encontravam na rua o único espaço de lazer, e geralmente entravam num sistema de gangues, as quais se confrontavam de maneira violenta na luta pelo domínio territorial.

(4) É uma tradição folclórica brasileira, cuja origem remonta aos trovadores medievais. Especialmente forte no nordeste brasileiro, é uma mescla entre poesia e música na qual predomina o improviso – a criação de versos "de repente". O repente possui diversos modelos de métrica e rima, e seu canto costuma ser acompanhado de instrumento musical – normalmente o dedilhar de uma viola de sete ou dez cordas.

(5) Tipo de repente nordestino em que o cantador toca pandeiro ou ganzá.

        [...]

O Rap na cultura brasileira. Entrevista especial com Tito Cavalcanti. Revista IHU On-Line, 25 maio 2007. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/159-noticia/entrevista/7315-o-rap-na-cultura-brasileira-entrevista-especial-com-tito-cavalcanti. Acesso em: 21 set. 2020.

Fonte: Coleção Rotas. Língua Portuguesa. Ensino fundamental. Anos finais. 8º ano/Sandra Moura Severino (org.) – Brasília – Editora Edebê Brasil, 2020. p. 10-11.

Entendendo a entrevista:  

01 – Qual foi a trajetória do Rap no Brasil desde sua chegada até se firmar na cultura brasileira?

      Segundo o texto, o Rap inicialmente causou uma "febre" nos jovens brasileiros no final da década de 1990. Sua inserção na cultura brasileira se deu, primeiramente, como um movimento em prol dos injustiçados e, posteriormente, como entretenimento da periferia.

02 – O que o psiquiatra Tito Cavalcanti considera que o Rap representa dentro da cultura e música do Brasil?

      Tito Cavalcanti considera o Rap tanto uma manifestação social quanto uma forma de Música Popular Brasileira (MPB). Ele destaca que, devido à forte e boa música brasileira, o Rap feito no país sofre grande influência de ritmos locais, dando origem a subgêneros como o samba rap, o repente rap e a embolada rap.

03 – Quais são os três elementos, além do Rap, que compõem o movimento Hip-Hop?

      O Rap, junto com o grafite (1) e a dança break (2), compõe o movimento Hip-Hop (3).

04 – Como a migração do Rap dos EUA para o Brasil afetou seu papel social?

      Nos EUA, o Rap começou como meio de reivindicações sociais, principalmente dos negros. Quando migrou para o resto do mundo, tornou-se porta-voz das reivindicações da população excluída de cada país. No Brasil, dada a "injustiça social enorme", foi encampado pela população negra das periferias das grandes cidades para lutar por uma vida mais justa.

05 – Por que Tito Cavalcanti discorda da classificação do Rap como um movimento puramente "marginal"?

      Ele discorda porque o Rap e movimentos semelhantes não estão localizados fora da cultura. Pelo contrário, os autores dos raps demonstram estar bem informados sobre as questões brasileiras. Ele defende que é um movimento daqueles que são injustiçados, e não meramente marginal.

06 – Como as letras do Rap funcionam como uma ponte ou caminho para a inserção do movimento na sociedade, citando o exemplo de São Paulo?

      Tito Cavalcanti usa o exemplo da dissociação entre o centro e a periferia de São Paulo para ilustrar a necessidade de um "diálogo urgente". Ele afirma que, nas letras, pode-se vivenciar e empatizar o sofrimento humano dos que vivem nas periferias, e que a poesia do Rap abre caminhos ao despertar sentimentos que são comuns a todos, independentemente da situação social ou cor de pele.

07 – O Rap pode ser relacionado ao conceito freudiano de "mal-estar na civilização"? Se sim, de que forma?

      Sim, Tito Cavalcanti concorda com a relação. Ele explica que o Rap é um movimento que traz a discussão sobre a justiça e a dignidade do homem, e, nesse sentido, procura conter impulsos primários do ser humano (como a ganância e a violência da lei do mais forte). Assim, o Rapper "sente o mal-estar daqueles que estão na civilização".

 

CARTA DA EDITORA: OS DESAFIOS DA AMAZÔNIA - FRAGMENTO - ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA - COM GABARITO

 Carta da Editora: Os desafios da Amazônia – Fragmento  

          Alexandra Ozorio de Almeida | diretora de redação

        O debate sobre o futuro da Amazônia depende essencialmente de como se define desenvolvimento. Diversas iniciativas governamentais – e privadas, muitas vezes ilegais – desde os anos 1970 estão centradas na ideia de ocupação do território para atividades agropecuárias e de mineração, além do uso dos rios para geração de energia elétrica, mesmo que implique a derrubada descontrolada da floresta. A região Norte é a mais pobre do país e o desmatamento contínuo, que já consumiu 20% da área original da floresta no Brasil, afeta negativamente o clima regional, com impacto no continente e no restante do planeta.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTb9PN07QIUcPL_ZgjtVAoIo2jL4JzREbKSztXBaylrRBCZ7YVk77MhShl5S6-dw-ZjAEbl9CGxj_o60KSG9aczZmPjl3sMN4UrJ3OyNQWLvqFH7OZ6Sygm5xBQgUBrJIaEczVpLrD3SloF8xRzB-uoZiQsIIFAa5BEn-A_q2G3RUfPIw9uQg9t6XwP4k/s1600/AMAZONIA.jpg 


        A floresta amazônica exerce um papel fundamental na chamada química atmosférica: é uma gigantesca fonte de vapor-d’água. Leva chuva da região Norte até a bacia do rio da Prata, favorecendo, por exemplo, a atividade agropecuária da região Centro-Oeste. Um estudo mostra que o desmatamento total ou parcial das três grandes florestas tropicais do mundo – da bacia do Congo e do Sudeste Asiático, além da amazônica, a maior delas – causaria um aumento da temperatura do planeta de 0,7 °C, o que equivale a boa parte do aquecimento causado pela ação humana desde a Revolução Industrial.

        O ecossistema rico e delicado da Amazônia demanda um modelo de desenvolvimento próprio, que privilegie as particularidades da floresta, aproveitando sua imensa biodiversidade e respeitando a população local – indígenas, ribeirinhos e moradores das cidades. A discussão deve contemplar questões como manejo sustentável de recursos como pesca, madeira e frutos, a oferta de infraestrutura para seus habitantes (na região que concentra 20% de água doce de toda a Terra, 30% da população não tem acesso à água potável e 87% vive sem coleta de esgoto), o combate ao desmatamento ilegal, a grilagem de terras públicas, entre outros pontos. A ciência tem a contribuir: no estudo da biodiversidade; na domesticação de espécies nativas com relevância comercial; na recuperação de pastagens abandonadas para uso em uma agricultura mais tecnológica e uma pecuária mais intensiva, ou em floresta.

        Pesquisa FAPESP dedica 26 páginas desta edição ao tema. Elas mostram os mecanismos que fazem da Amazônia um elemento central do clima global (página 18) e como o desmatamento está levando a mudanças como o prolongamento da estação seca (página 24). O desenvolvimento sustentável da região é tema de reportagem à página 32, complementada por entrevistas (páginas 30 e 40) com o ecólogo Paulo Moutinho, do Ipam, e o químico Lauro Barata, professor visitante sênior da Ufopa.

        [...]

ALMEIDA, Alexandra Ozorio de. Os desafios da Amazônia. Carta da Editora. Pesquisa Fapesp, n. 285, nov. 2019, p. 7.

Fonte: Coleção Rotas. Língua Portuguesa. Ensino fundamental. Anos finais. 8º ano/Sandra Moura Severino (org.) – Brasília: Caderno de atividades – Editora Edebê Brasil, 2020. p. 69-70.

Entendendo a carta:

01 – De que maneira o debate sobre o futuro da Amazônia está intrinsecamente ligado à definição de "desenvolvimento"?

      O debate está ligado ao conceito de desenvolvimento porque as iniciativas governamentais e privadas (muitas vezes ilegais) desde os anos 1970 se basearam em uma ideia de desenvolvimento centrada na ocupação do território para atividades como agropecuária, mineração e geração de energia elétrica (hidrelétricas), o que implica, frequentemente, a derrubada descontrolada da floresta.

02 – Qual é a importância fundamental da Floresta Amazônica na chamada "química atmosférica" e qual é o impacto de seu papel em outras regiões do continente?

      A Amazônia é descrita como uma gigantesca fonte de vapor-d’água. Ela exerce um papel fundamental na química atmosférica ao levar chuva da região Norte até a bacia do rio da Prata, o que favorece, por exemplo, a atividade agropecuária da região Centro-Oeste.

03 – Qual é a extensão do desmatamento da floresta original no Brasil, e qual o impacto climático global que um desmatamento total ou parcial das grandes florestas tropicais poderia causar, segundo um estudo mencionado?

      O desmatamento contínuo já consumiu 20% da área original da floresta no Brasil. Um estudo mostra que o desmatamento total ou parcial das três maiores florestas tropicais do mundo (Amazônica, bacia do Congo e Sudeste Asiático) causaria um aumento da temperatura do planeta de 0,7°C, o que equivale a grande parte do aquecimento causado pela ação humana desde a Revolução Industrial.

04 – O que o modelo de desenvolvimento próprio e adequado à Amazônia deve privilegiar e quais problemas de infraestrutura devem ser contemplados na discussão?

      O modelo deve privilegiar as particularidades da floresta, aproveitando sua imensa biodiversidade e respeitando a população local (indígenas, ribeirinhos, etc.). Em relação à infraestrutura, a discussão deve contemplar o fato de que, embora a região concentre 20% da água doce da Terra, 30% da população não tem acesso à água potável e 87% vive sem coleta de esgoto.

05 – De que maneiras a ciência é citada como tendo potencial para contribuir para o desenvolvimento sustentável da Amazônia?

      A ciência pode contribuir em diversas áreas, como: No estudo da biodiversidade. Na domesticação de espécies nativas com relevância comercial. Na recuperação de pastagens abandonadas para uso em uma agricultura mais tecnológica e uma pecuária mais intensiva, ou em floresta.