terça-feira, 20 de junho de 2023

CORDEL: A HORA DA MORTE - CHICO SALLES - COM GABARITO

 CORDEL: A HORA DA MORTE

                 Chico Salles

Esta primeira história

Me contou Jota Canalha

Afirmando ser verídica

Se deu em Maracangalha

O conto do Carochinho

Foi com Nelson Cavaquinho

Que se passou a batalha.

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnEIHb0Laj3HptRJEfGc8zIVj92ShOhMpXNaX0yThdOhOSDJ7YX40JR5kbgVhW6nKd0-YcsUSI33gaFkUaXvrhH-IXp8b8U2azhkm5ZGLZXqkWMyEJBpAMMniqpom787xzO9XnAW_AUAjagiml77txc0tRymdmknB-EH15N4AivskPZ--i-otx7iTEfMw/s320/CORDEL.jpg


O sujeito teve um sonho
Do dia em que morreria
Seria na terça-feira
Vinte oito era o dia
Do primeiro fevereiro
Já estava em janeiro
Começou sua agonia.

No dia seguinte do sonho
Procurou a cartomante
Que confirmou a história
Ele mudou de semblante
Dizendo-lhe até o horário
Marcando no calendário
Ali naquele instante.

Seria às vinte e três horas
Reafirmou com certeza
O cara saiu dali
Carregado de tristeza
Murmurando repetia
Meu Deus mas que agonia
Mostre-me sua grandeza.

E com o passar dos dias
Aumentava a aflição
Ele cheio de saúde
E naquela situação
Meu Deus o que faço agora
Passava outra aurora
E nada de solução.

Quando chegou fevereiro
Seu peito alto batia
Procurou um hospital
E na cardiologia
Naquela dúvida infame
Fez tudo o que é exame
Até radiografia.

[...]

A saúde era perfeita
Não tinha nem dor de dente
Ficou um pouco animado
Mais ou menos sorridente
Outra semana passou
O calendário voou
Deixando-lhe impaciente.

Até que chegou o dia
Daquela interrogação
Foi então dormir mais cedo
Mas sua imaginação
Resolveu naquele instante
Tomar um duplo calmante
Haja, haja coração.

O relógio despertador
Em cima de uma banqueta
Ele embaixo do lençol
Aquela triste faceta
Um minuto era um mês
Olha o relógio outra vez
Batendo feito o capeta.

Depois, se passar das onze
Ele estaria salvo
Daquela situação
Não seria mais o alvo
Mas o tempo é assim
Quando quer fazer patim
Não dá nem um intervalo.

Passava das dez e meia
Quando chegou o destino
Bateu na sua cabeça
Feito badalo de sino
Ali naquele momento
Veio no seu pensamento
Sair daquele pepino.

Pegou o despertador
Atrasou em quatro horas
Em seguida adormeceu
Feito anjos na aurora
Isto já faz vinte anos
Vivinho e cheio de planos
Nem pensa em ir embora.

SALLES, Chico. A hora da morte. In: ______. 3 em 1. p. 2-6. Disponível em:<http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=cordel&pagfis=82741>. Acesso em: 12 jun. 2018.

 

 

Fonte: Livro – Português – Conexão e Uso -7º Ano – Dileta Delmanto/Laiz B. de Carvalho, Editora Saraiva, 1ª ed., São Paulo, 2018.p.136-9.

Vocabulário

verídico: verdadeiro.

agonia: sofrimento intenso.

cartomante: pessoa que, supostamente, faz adivinhações e previsões com base na leitura de cartas.

semblante: fisionomia, rosto.

cardiologia: no contexto do poema, setor do hospital que se ocupa das doenças do coração e dos vasos sanguíneos.

fazer pantim: dar notícias alarmantes; espalhar boatos.

Entendendo o texto

01. No início do cordel, a “voz” no poema fica mais evidente.

a)   Leve em conta essa voz e explique a diferença entre a primeira estrofe e o restante do trecho.

Na primeira estrofe, há a apresentação da história que será contada, indicando com quem ela ocorreu e quem contou o causo. No restante do cordel, temos a história em si sendo narrada.

b)   Considerando essas duas “partes” do cordel, responda: Qual é o assunto do poema?

O poema retrata um homem que, por meio de um sonho e da previsão de uma cartomante, fica sabendo o dia e a hora de sua morte, mas, pouco antes do momento final, encontra um jeito de se salvar.

02. No cordel “A hora da morte” é possível identificar alguns momentos-chave. Localize-os no trecho conforme pedido nos itens a seguir.

a)   Situação inicial da história.

O personagem teve um sonho sobre o dia em que morreria.

b)   Momento de complicação, de conflito.

Ele vai consultar uma cartomante, que confirma a data de sua morte, indicando também a hora exata em que aconteceria.

c)   Desenvolvimento dos acontecimentos.

O homem, cada vez mais aflito, vai ao médico, faz exames, implora a ajuda de Deus, toma calmantes, tudo para tentar escapar do problema.

03. Analise agora o final dessa história.

a)   O cordel termina como pareceu indicar o início da história?

Não. A profecia não se cumpriu, e o homem viveu tranquilo pelo resto da vida.

b)   O que o texto sugere sobre a relação entre as ações do personagem e o desfecho que você mencionou?

Segundo a história, a profecia não se cumpriu porque o homem atrasou o relógio, de modo que, quando o marcador mostrou as 23 horas do dia 28 de fevereiro, na realidade já era o dia 29.

c)   Você acredita que as ações do personagem foram a causa do desfecho? Explique.

Resposta pessoal. Possibilidade: Pode-se também pensar que o homem não morreu porque não havia perigo algum, pois a profecia não era real.

04. Analise agora outro componente essencial da narrativa: o foco narrativo.

a)   Nesse cordel, que foco narrativo foi usado? Que efeito de sentido essa escolha provoca?

O cordel é narrado em 3a pessoa. Possibilidade: O foco narrativo escolhido, juntamente com a introdução da história, indica certo distanciamento, deixando claro que é uma história que aconteceu com outra pessoa e que pode ou não ser verdadeira.

b)   A hora da morte” é um poema narrativo organizado na ordem cronológica? Justifique sua resposta.

Sim, a narrativa vai do fato mais antigo (a previsão da morte) para o mais recente (a vida do personagem depois do momento de “libertação”).

c)   O cordel apresenta alguma crítica direta em relação à maneira como o personagem enfrenta seu problema? Justifique sua resposta.

Não, em nenhum momento há crítica ao personagem. Os fatos são apenas apresentados ao leitor.

05. No cordel, pode-se dar voz aos personagens para que o leitor saiba o que pensam, o que sentem. No cordel lido, isso é feito em alguns momentos utilizando dois recursos diferentes.

a)   Identifique esses momentos.

Ao expressar as informações apresentadas pela cartomante e os pensamentos do personagem principal.

        b) Explique que recursos foram utilizados e dê um exemplo de cada caso.

Por meio de discurso direto ou indireto. Possibilidades: Discurso indireto: “Procurou a cartomante / Que confirmou a história [...] / Dizendo-lhe até o horário /Marcando no calendário.”. Discurso direto: “Meu Deus mas que agonia / Mostre-me sua grandeza.” e ”Meu Deus o que faço agora”.

06. Pense na caracterização do personagem central da história. Quais são os principais traços que o caracterizam? Explique.

Possibilidade: O personagem é supersticioso, pois acreditou que um sonho e uma cartomante pudessem prever o futuro. É também apresentado como esperto, pois conseguiu encontrar um jeito de enganar a morte.

 

BIOGRAFIA: JOANA D'ARC E SUAS BATALHAS - ROBINS, PHIL - COM GABARITO

 Texto: Joana d’Arc e suas batalhas

           Bebê Joana

      Ninguém sabe exatamente a data, mas Joana provavelmente nasceu em uma noite fria de janeiro de 1412, em uma pequena aldeia chamada Domrémy, no leste da França. Domrémy fica no centro da bela região conhecida como Lorena, de onde vem a famosa quiche.

      Os orgulhosos pais de Joana eram um casal trabalhador e se chamavam Jacques e Isabel Darc.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtDuvn4a1mF2KmgXoHFE9_oWtsQnE9Qx3hpLsGgBk8fiYYer3xJ2uPOtzXLwyXCLAfimLvu7irxi1gryOX5lA3wtUv0VqGrAEmoYknnJrYm_44eYde1k3WavUfj1-BxAF2SJr-zhdwMBIxEHpZuPupIKzu1OWoDVPOcMl3tB_VuH4EQXrBtax_zFoCfMs/s320/Joana.jpg


 Fatos de capa e espada

           O nome de Joana

 Joana (ou Jeanne, em francês) ficou conhecida como Joana “d’Arc” por engano. O seu sobrenome era Darc, o que algumas pessoas erroneamente pensaram ser “d’Arc”, abreviação de “de Arc”, que significa “originária de Arc”. Então, a pessoa que nós conhecemos como “Joana d’Arc” era, na verdade, Jeanne Darc de Domrémy!

Jacques Darc possuía uma fazenda de médio porte em Domrémy, e Isabel o ajudava cuidando da casa e das crianças, assim como fiando e costurando para ganhar um dinheirinho extra. Jacques Darc era um homem muito importante em Domrémy: depois do prefeito e do xerife, era quem estava no comando. (Lembre-se, estamos falando de uma aldeia muito pequena.)

Por causa da importante posição do seu pai, Joana cresceu em uma das cabanas mais aconchegantes de Domrémy, com paredes feitas de tijolo (e não de lama, como era mais comum). Joana tinha até seu próprio quarto. Porém, de toda maneira, se pensarmos nos padrões de hoje, a cabana era bastante simples.1

A vida no lar dos Darc devia ser muito agitada. Joana tinha três irmãos e uma irmã e, claro, montes de animais para cuidar.

1. Essa cabana está de pé até hoje e é parte de um grande museu dedicado a Joana, visitado por pessoas do mundo todo.

 Tempos difíceis

         Domrémy era uma bonita aldeiazinha, e poderia ter sido um bom lugar para se crescer caso os tempos tivessem sido melhores.

Mas, para famílias como os Darc, havia sempre uma grande nuvem negra no horizonte. Por muitos anos, a França esteve envolvida em uma guerra terrível, e grandes partes do país, incluindo a Lorena, foram ocupadas por soldados inimigos.

Felizmente, Lorena não era uma região particularmente importante, e não havia tantas lutas se comparada com outras áreas. No geral, aldeões de lugares como Domrémy eram deixados em paz.

Mesmo assim, soldados vira e mexe passavam por lá a caminho de batalhas em outro lugar e, embora em geral não causassem problemas, nem sempre eram bem-comportados – em alguns episódios, ficaram longe disso. Diversas aldeias francesas como Domrémy foram atacadas por soldados de passagem; às vezes, até queimadas por completo.

 A vida na fazenda

          Assim como ter que se preocupar com a guerra, sobreviver da terra significava trabalho pesado para os aldeões de Domrémy. A vida não era fácil naquela época e, como o resto da família, a pequena Joana tinha que suar na fazenda.

          Por ser uma garota, Joana também tinha que ajudar a mãe a fiar e costurar, e, durante suas aventuras posteriores, ela lembraria carinhosamente das muitas horas que as duas passaram sentadas conversando enquanto trabalhavam. (Mesmo depois de ter se tornado famosa e de estar associada à realeza, Joana gostava de contar às pessoas como era uma especialista com agulhas e linhas.) Foi durante essa época que a mãe a ensinou a rezar e a advertiu seguidamente para manter-se afastada dos soldados.

 Nada de escola

          Com tanto a fazer, Joana não teria tempo para frequentar a escola, mesmo se houvesse uma em Domrémy. Mas, naqueles dias, apenas os nobres ricos tinham a chance de ser educados. Os pobres aldeões tinham que se virar. Por isso, Joana nunca aprendeu a ler ou escrever.

Sem escola, Joana aprenderia tudo o que precisava saber com sua família e amigos da aldeia.

ROBINS, Phil. Joana d’Arc e suas batalhas. Ilustrações de Philip Reeve. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 9-13. (Mortos de fama.)

 

 Uma garota com os pés no chão

           Joana d’Arc costuma ser descrita como dona de uma beleza pálida, elegante – parecida com uma princesa de conto de fadas –, mas, quase certamente, ela não era nada parecida

com isso. Era pequena, provavelmente de aparência comum, com um rosto avermelhado e as mãos ásperas por trabalhar ao ar livre em todas as estações. O que se mostrou bastante útil – ela não estaria à altura de liderar exércitos se fosse do tipo que se preocupa com unhas quebradas e cabelos com pontas duplas.

ROBINS, Phil. Joana d’Arc e suas batalhas. Ilustrações de Philip Reeve. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 32. (Mortos de fama.)

 

Até que, um belo dia, aconteceu algo que iria mudar a vida de Joana para sempre.

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXKeIsbxiFz0-BrL1VJBhgy8W20kOE1Pc9necSpkpc1nVI7iwctJVVjp6uMHMpYxPXga0zOY5Ywh4RNftx6jPpidWkIATCvH9d6FEMWC4vdyQh5Q2uHPgGHj8FUirQCiiLvIEePJBnImhThgG7-kC1Xr5xrBDMV_5okgRiJqLtxiz6Y2s_v9CTwbvGdkc/s320/joana-d-arc-escapulario-escapulario-joana-darc.jpg


 Diário secreto da Joana (13/½ anos)

Domrémy, agosto de 1425

Hoje algo incrível aconteceu. Eu acho que Deus realmente falou comigo.

Eu estava correndo no campo com as outras crianças. Não comera o dia inteiro, e estava quente pra caramba, e depois da corrida eu pensei que ia desmaiar, então me sentei na grama para respirar um pouco e fechei meus olhos.

Então ouvi uma voz – pensei que era um dos garotos – dizendo que minha mãe precisava de mim. Corri para casa. Mas, quando eu cheguei lá, Mamãe disse que não tinha me chamado.

Daí eu corri pelo jardim do Papai até o pasto. Era por volta de meio-dia, e no meu caminho em direção à igreja havia uma mancha de luz brilhosa. Eu parei, esfreguei meus olhos e comecei a ficar muito assustada. E então ouvi uma voz, a voz de um homem, vinda da mancha de luz.

Foi a voz mais bonita que eu já escutei, e eu nunca vou esquecê-la enquanto viver. Ela disse: “Joana, seja boazinha: vá sempre à igreja”.

Eu estava surpresa demais para dizer qualquer coisa, e em pouco tempo a luz sumiu me deixando sozinha de novo. Mais tarde eu pensei sobre a coisa toda e decidi que aquela deve ter sido a voz de Deus.

Será que Deus realmente falou com Joana através de um anjo? Ou ela apenas imaginou aquilo tudo? Será que aconteceu porque ela não havia comido durante o dia e estava muito quente e ela ficou tonta depois de correr? Teria sido o que hoje chamamos de “alucinação”, algo que ela pensou ter visto e ouvido, mas que realmente não existe a não ser na sua própria cabeça?

ROBINS, Phil. Joana d’Arc e suas batalhas. Ilustrações de Philip Reeve. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 42-43. (Mortos de fama.)

 O grande segredo de Joana

 Não demorou para que Joana ouvisse a voz de novo. E o que a voz disse para ela desta vez foi realmente incrível. Ele disse que ela deveria ajudar o rei da França a lutar contra os seus inimigos.

Joana teria mais muitos, muitos dias como esse. A voz continuava voltando para lhe dizer a mesma coisa. E, toda vez, Joana argumentava que esta era uma tarefa impossível para uma garota de treze anos realizar. Mas ela ouvia a voz com mais e mais frequência, ao menos três vezes por semana e, às vezes, diversas vezes em um dia. Ela a escutava no jardim do seu pai ao meio-dia, na floresta pela tarde e muitas vezes nos campos ao anoitecer, quando os sinos da igreja badalavam a distância.

ROBINS, Phil. Joana d’Arc e suas batalhas. Ilustrações de Philip Reeve. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 44. (Mortos de fama.)

 

Você gostaria de saber o que aconteceu com Joana depois disso? Então, vamos lá.

 Joana, motivada pelas vozes, vai em busca do delfim (era assim que se chamavam as pessoas que pretendiam se tornar reis). Depois de muitas peripécias e superando muitas dificuldades, a garota consegue se aproximar dele, que se dispôs a ouvi-la e confiar-lhe um exército. Joana cortou os cabelos, vestiu-se de homem e juntou-se ao exército que lhe fora confiado, conseguindo muitas vitórias contra o inimigo, os ingleses.

Porém, em 1430, foi ferida e capturada pelos borgonheses (franceses que viviam na região de Borgonha), que a venderam para a Inglaterra, onde foi acusada de bruxaria, principalmente por causa de suas visões. Depois de muitos julgamentos forjados, foi condenada a morrer na fogueira em 1431.

 Contexto histórico

1337 a 1453: Guerra dos Cem Anos, um conjunto de conflitos entre França e Inglaterra para conseguir domínio do território francês.

• A coroa da França era disputada entre o delfim Carlos (filho do rei francês Carlos VI) e o rei Henrique VI, da Inglaterra.

• Nasce Joana d’Arc em 1412.

• O delfim Carlos tornou-se rei em 17 de julho de 1429.

• Antes que o delfim assumisse o poder, os ingleses já ocupavam muitas regiões da França, e a nobreza se dividia entre os que apoiavam a França e os que apoiavam a Inglaterra.

• Em 1453, termina a Guerra dos Cem Anos com a assinatura de um tratado de paz entre os dois países.

 Explorando o texto

 

01. Pelo título, por que é possível saber que é parte de uma biografia e não de um texto de memórias ou autobiografia? Justifique sua resposta.

Espera-se que os alunos respondam que o título indica uma biografia, pois tanto a autobiografia como as memórias literárias são escritas na 1ª pessoa, e o título com o verbo na 3ª pessoa se refere à pessoa cuja vida será contada.

02. Releia estes fragmentos.

·        [...] Joana provavelmente nasceu em uma noite fria de janeiro de 1492, em uma pequena aldeia chamada Domrémy, no leste da França.

·        [...] naqueles dias, apenas os nobres ricos tinham a chance de ser educados.

·        Assim como ter que se preocupar com a guerra, sobreviver da terra significava trabalho pesado para os aldeões de Domrémy. A vida não era fácil naquela época [...].

·        Joana d'Arc costuma ser descrita como dona de uma beleza pálida, elegante [...].

Por que informações como essas são importantes em uma biografia? Anote no caderno as afirmações mais adequadas para responder.

a) Porque permitem conhecer mais sobre o biografado, satisfazendo a curiosidade do leitor.

b) Porque permitem conhecer e compreender a época em que nasceu o biografado e o modo de vida que se levava nesses tempos.

c) Porque ajudam o autor da biografia a selecionar os pontos a serem trabalhados no texto.

03. Em um texto biográfico, além de informações básicas – como nome, local de nascimento e morte – o autor conta fatos que marcaram a vida do biografado.

a) Quais são os principais fatos da vida da biografada apresentados no trecho?

Ela ajudava os pais na fazenda, nunca aprendeu a ler nem escrever e ouvia vozes.

b) O biógrafo poderia ter selecionado outras informações em vez de algumas que você mencionou na atividade anterior. Em sua opinião, qual é a intenção dele ao selecionar esse tipo de informação para compor o texto?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que ele selecionou acontecimentos fundamentais na vida da biografada para que o leitor tivesse uma visão ampla da vida dela.

04. Além de recontar os eventos que compõem a vida do biografado, a biografia procura levar o leitor a recriar uma imagem da pessoa ou personagem.

a) O narrador nos conta que Joana não podia frequentar a escola, mas realizava muitas tarefas. Cite duas delas que realizava na companhia da mãe.

Fiava e costurava.

b) Depois de ler a biografia de Joana d’Arc, com que imagem você ficou dela?

Resposta pessoal. Sugestão: Uma pessoa trabalhadora, corajosa, que fez tudo para atingir as metas a que se propôs.

5. Vamos observar mais de perto como o autor dessa biografia apresenta os fatos que selecionou.

a) Você acha que as páginas de diário reproduzidas no livro foram realmente escritas por Joana d’Arc? O que o levou a essa conclusão?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que se trata apenas de um recurso utilizado pelo autor para narrar de uma maneira mais próxima do leitor adolescente dos dias de hoje.

b) O autor procurou recorrer a efeitos de humor ao produzir a biografia. Que elementos do texto justificam essa afirmação?

O autor da biografia produz um texto bem-humorado, o que se evidencia em muitos momentos: quando cria páginas de um diário de uma garota analfabeta, quando descreve sua aparência física, nos títulos e subtítulos.

c) Como você entende o título “Fatos de capa e espada”, que aparece em uma das informações paralelas da história?

Resposta pessoal.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

REPORTAGEM: UMA HABSBURGO NOS TRÓPICOS: A CHEGADA DA PRINCESA REAL CAROLINA LEOPOLDINA AO BRASIL - COM GABARITO

           Reportagem: Uma Habsburgo nos trópicos: a chegada da princesa real Carolina Leopoldina ao Brasil

Em 15 de agosto de 1817, a fragata D. João VI deixava o porto de Livorno, na Itália, trazendo consigo uma ilustre passageira, cujo destino se ligara ao da família real portuguesa, instalada desde 1808 no Brasil.

Ela estava muito ansiosa para conhecer seu marido, o príncipe D. Pedro, com quem se casara por procuração em 13 de maio daquele ano.[...]

[...] A viagem, assim, prosseguia de forma tranquila, até que nos dias 18 e 19 foram surpreendidos por uma forte tempestade.

O secretário do embaixador von Eltz,Wilhelm von Grandjean, escreveu sobre esse episódio que “o navio subia e caía permanentemente de frente para trás. Era só com esforço que a gente conseguia manter-se em pé: rostos corados empalideciam, dor de cabeça e tonteiras eram a sorte de todo mundo, e com saudade esperava-se o restabelecimento da

antiga ordem” [...]. De Gilbraltar, Leopoldina enviou sua primeira carta à família desde que se lançara ao mar, relatando que ficara muito enjoada e fora acometida por fortes dores de cabeça e cólicas. “Pensei que ia morrer”, contou ela em carta à sua irmã Maria Luísa. [...] 

Fonte de imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb430Pe1G4b-yXD4Q-CssEUOMapOSnjLv0Z4cFN4Jh4_sr1VXqMwR74sD-ru5vyJe3fwFYyjCziYP3cGinNOJrCnmqRRMig9-saYN184zEnyzadA9oez2hGs8jAbmWvS5PpTAzw_bHe3LHfIjlPgWuciLBmu3RQ06HHCd_Yu76-RizQKreeW4WpJDUHZI/s320/Leopoldina.jpeg

Fonte: Livro – Português – Conexão e Uso -7º Ano – Dileta Delmanto/Laiz B. de Carvalho, Editora Saraiva, 1ª ed., São Paulo, 2018.p.70-1.

NETO, Renato Drummond Tapioca. Uma Habsburgo nos trópicos: a chegada da princesa real Carolina Leopoldina ao Brasil. Rainhas trágicas, 7 nov. 2015. Disponível em: <https://rainhastragicas.com/2015/11/07/uma-habsburgo-nos-tropicos-a-chegada-da-princesa-real-carolina-leopoldina-ao-brasil/>. Acesso em: 3 jun. 2018.

 Entendendo o texto

01. Nesse fragmento, fala-se da primeira viagem da princesa Leopoldina ao Brasil. O que ela vinha fazer aqui nos trópicos, como diz o título?

          Conhecer o marido, com o qual se casara por procuração.

b) O que chama a atenção no que se refere ao casamento da princesa?

O fato de que ela sequer conhecia aquele que viria a ser seu marido antes de realizado o casamento.

c) Dentre as formas verbais destacadas no trecho reproduzido, há alguma no presente? A que você atribui essa escolha do autor?

Não há nenhuma, pois o autor relata fatos já acontecidos.

d) Releia este fragmento, observando a forma como o autor utiliza os tempos do passado.

[...] De Gilbraltar, Leopoldina enviou sua primeira carta à família desde que se lançara ao mar, relatando que ficara muito enjoada e fora acometida por fortes dores de cabeça e cólicas. “Pensei que ia morrer”, contou ela em carta à sua irmã Maria Luísa.

I. Nesse fragmento, o autor quer que o leitor entenda que a ação de se lançar ao mar aconteceu antes ou depois que Leopoldina enviou a carta?

Antes

II. Nele, existem outras formas verbais que também foram utilizadas para indicar ações passadas, que agora se referem a fatos ocorridos antes de outras ações também passadas. Quais são? Explique.

Lançara, que indica o início de sua viagem antes daquele momento em que já estava em Gibraltar, e ficara, que indica

que a princesa tinha ficado enjoada antes de seu relato na carta.

II. Existem ainda, nesse mesmo fragmento, outras formas verbais que expressam a ideia de uma ação passada inteiramente concluída no momento narrado. Dê exemplos. enviou, contou, pensei.

sexta-feira, 16 de junho de 2023

POEMA: PRETENSÃO - ULISSES TAVARES - COM GABARITO

 POEMA: Pretensão

               Ulisses Tavares

eu quero um grande amor,

tá bem, pode ser pequeno,

ok, mas que seja de verdade.

de mentira também serve,

mas que dure bastante,

aceito um rapidinho.

entre o nada e qualquer coisa,

meu coração dança miudinho.

TAVARES, Ulisses. Pretensão. In: Caindo na real.

São Paulo: Moderna, 2004. p. 38.

Fonte: Livro – Português – Conexão e Uso -7º Ano – Dileta Delmanto/Laiz B. de Carvalho, Editora Saraiva, 1ª ed., São Paulo, 2018.p.68.

 Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiobt2QBreauwKiu-aSuetx5YHBRbtTj1rW6PaWJ7web0Jgdqk45PaHE1ebNrwh0xsatet-UdFJ9Vfax2LViAgJIaxbtVU1qDDEEMqVTdZ_pdp6EQCctv0a9ymnf2zAKwBx2XLjKyE_upB8mUv_cs2r4YWcZHtMQpGUDt5kvItwXWzk9OXq5wtG_lE/s320/amor.jpg


Entendendo o texto

 

01.  O eu poético está à procura de quê? Como deve ser o que ele procura?

Está à procura de um amor. Deve ser grande ou pequeno, de verdade ou de mentira, duradouro ou breve.

02.  Nesse poema, são utilizadas formas verbais por meio das quais o eu poético quer indicar ao leitor que fala de coisas que para ele são certas. Releia o poema e identifique quais das formas verbais utilizadas indicam certeza.

quero, pode, serve, aceito, dança. 

03.  Duas das formas verbais utilizadas no poema aparecem em versos que indicam coisas que podem ou não acontecer. Quais são elas?

seja, dure

04.  Você considera que, ao utilizar essas duas formas verbais, o poeta quis expressar dúvida, uma condição ou um desejo de que algo realmente aconteça?

Um desejo.

POEMA: HUMANIDADE - CAROLINA MARIA DE JESUS - COM GABARITO

 POEMA: “HUMANIDADE”

                Carolina Maria de Jesus

“Depois de conhecer a humanidade
suas perversidades
suas ambições
Eu fui envelhecendo
E perdendo
as ilusões
o que predomina é a
maldade
porque a bondade:
Ninguém pratica
Humanidade ambiciosa
E gananciosa
Que quer ficar rica!
Quando eu morrer…
Não quero renascer
é horrível, suportar a humanidade
Que tem aparência nobre
Que encobre
As péssimas qualidades

Notei que o ente humano
É perverso, é tirano
Egoísta interesseiros
Mas trata com cortesia
Mas tudo é hipocrisia
São rudes, e trapaceiros”.

JESUS, Carolina Maria de. Meu estranho diário. São Paulo: Xamã, 1996. Disponível em:

<www.revistaprosaversoearte.com/carolina-maria-de-jesus-poemas>. Acesso em: 9 ago. 2018.

Fonte: Livro – Português – Conexão e Uso -7º Ano – Dileta Delmanto/Laiz B. de Carvalho, Editora Saraiva, 1ª ed., São Paulo, 2018.p.19.

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB8jmqeoHBY7x70dG8l855tc1lEe_5MKGFq2ib-MbfQ5bGY2ZttTs9CxdPai5OLWNGuuU719rZDOiE6ShLePalMeGNBXBn0_CmN3PJaKGq6pImwcEvmYVXbiU7MXlROpDggaida0utawazBzhqs5FN3MgqUTe98jagFdbG8dcA7kS0DlJ946BT84__/s320/cAROLINA.jpg



Entendendo o texto

01.  De que trata o poema?

Das desilusões que teve com a humanidade.

02.  É possível deduzir em que época da vida Carolina Maria de Jesus escreveu esse poema?

Resposta pessoal.

03.  No poema, o eu poético se refere a algum ser humano em particular?

Não, fala da humanidade em geral.

 

04.  Quais comportamentos o eu poético critica?

Critica as ambições, perversidades, maldade, ganância, tirania, egoísmo e hipocrisia da humanidade. Também diz que as pessoas são rudes e trapaceiras.

 

 

 

POESIA: MATER DOLOROSA - CASTRO ALVES - COM GABARITO

 POESIA: MATER DOLOROSA

               Castro Alves

Deixa-me murmurar à tua alma um adeus eterno.

em vez de lágrimas chorar sangue, chorar o sangue

de meu coração sobre meu. filho; porque tu deves

morrer, meu filho, tu deves morrer.

Nathaniel Lee


Meu Filho, dorme, dorme o sono eterno
No berço imenso, que se chama - o céu.
Pede às estrelas um olhar materno,
Um seio quente, como o seio meu.

Ai! borboleta, na gentil crisálida,
As asas de ouro vais além abrir.
Ai! rosa branca no matiz tão pálida,
Longe, tão longe vais de mim florir.

Meu filho, dorme Como ruge o norte
Nas folhas secas do sombrio chão!
Folha dest'alma como dar-te à sorte?
É tredo, horrível o feral tufão!

Não me maldigas... Num amor sem termo
Bebi a força de matar-te a mim
Viva eu cativa a soluçar num ermo
Filho, sê livre... Sou feliz assim...

- Ave - te espera da lufada o açoite,
- Estrela - guia-te uma luz falaz.
- Aurora minha - só te aguarda a noite,
- Pobre inocente - já maldito estás.


Perdão, meu filho... se matar-te é crime
Deus me perdoa... me perdoa já.
A fera enchente quebraria o vime...
Velem-te os anjos e te cuidem lá.


Meu filho dorme... dorme o sono eterno
No berço imenso, que se chama o céu.
Pede às estrelas um olhar materno,
Um seio quente, como o seio meu.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi95PDEtDlUYLmAsxrFq9GqApSS9jMZzTqj8vu0abJCFUeQRzHDxZ0GJgeTliXVv_aaKaCVH9CAVgOYDax6oZIjA9DOz1BW262zKOJknnV_JCA-oeS-WnIoHLlJHJ9LwBHWANtzswCJJEscvHoRmVv6VAJI_CQB10Y-I3QVB3DQt-K7mNJRTTUzRBim/s320/Dolores%20(2).jpg

(Castro Alves. O navio negreiro e outros poemas.

São Paulo: Saraiva, 2007. p. 31-2.)

Fonte: Livro-Conecte literatura brasileira: William Roberto Cereja/Thereza Cochar Magalhães- 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p.228-9.

 

Entendendo o texto

01. Justificar o título do poema "Mater dolorosa".

         O título do poema refere-se à dor materna de entregar o filho à morte para que, futuramente, ele não venha a ser escravo.

02. Com base em "Mater dolorosa", comentar o papel das metáforas na construção da linguagem poética de Castro Alves.

Metáforas como "borboleta", "rosa branca", "ave", "estrela", "aurora", entre outras, conferem à linguagem poética de Castro Alves expressividade, impacto, riqueza de imagens e de sentidos.

03.  Interpretar o poema "Mater dolorosa" e tomar uma posição favorável ou contrária à atitude da mãe e fundamentar seu ponto de vista com argumentos.

         Professor: Qualquer que seja a posição tomada pelo aluno (contrária ou favorável ao gesto da mãe), o importante é que ele fundamente seu ponto de vista com pelo menos um argumento consistente. Sugerimos pedir aos alunos que leiam suas respostas para a classe e, a seguir, abrir a discussão.

POEMA: OLHOS VERDES - GONÇALVES DIAS - COM GABARITO

 POEMA: OLHOS VERDES

             Gonçalves Dias

Eles verdes são:
E têm por usança
Na cor esperança,
E nas obras não.
CAMÕES, Rimas

 

São uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos de verde-mar,
Quando o tempo vai bonança;
Uns olhos cor de esperança,
Uns olhos por que morri;
 Que ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
 Depois que os vi!

 

Como duas esmeraldas,
Iguais na forma e na cor,
Têm luz mais branda e mais forte,
Diz uma – vida, outra – morte;
Uma – loucura, outra – amor.
 Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
 Depois que os vi!

 

Fonte da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7WPQ4YAwcrOGPwUjz4vVG7VeWpr6Dpd3cOxKaosKEfC5PHg5opVoZ2mdkM7frnmHeivyZIPqePRI-XzOljJBR_wmaIiw5OHDdFDtom_lJFhUUP_c-FVazaTtPwx9NLHE3bP0d4DV4lER6nTrb_o0zLN1kdi_2zJVV7L8k12kH3RwiY3GPqG_Nmm3Y/s320/Meus%20Olhas%20Verdes.JPG

São verdes da cor do prado,
Exprimem qualquer paixão,
Tão facilmente se inflamam,
Tão meigamente derramam
Fogo e luz no coração;
 Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
 Depois que os vi!



São uns olhos verdes, verdes,
Que podem também brilhar;
Não são de um verde embaçado,
Mas verdes da cor do prado,
Mas verdes da cor do mar.
 Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!

 

Como se lê num espelho,
Pude ler nos olhos seus!
Os olhos mostram a alma,
Que as ondas postas em calma
Também refletem os céus;
 Mas ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
 Depois que os vi!

 

Dizei vós, ó meus amigos,
Se vos perguntam por mi,
Que eu vivo só da lembrança
De uns olhos cor de esperança,
De uns olhos verdes que vi!
 Que ai de mi!
Nem já sei qual fiquei sendo
 Depois que os vi!


Dizei vós: “Triste do bardo!
Deixou-se de amor finar!
Viu uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos da cor do mar:
Eram verdes sem esp’rança,
Davam amor sem amar!”
Dizei-o vós, meus amigos,
 Que ai de mi!
Não pertenço mais à vida
 Depois que os vi!

(1823-1864)
Cancioneiro do amor – Os mais belos versos da poesia brasileira
Antologia organizada por Wilson Lousada
Livraria José Olympio Editora – 2ª edição, 1952.

Fonte: Livro-Conecte literatura brasileira: William Roberto Cereja/Thereza Cochar Magalhães- 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p.199/200.

 

ENTENDENDO O POEMA

01. Explicar por que, sendo o Romantismo contrário à tradição clássica, o poema "Olhos verdes" apresenta como epígrafe versos de Camões.

         Os versos que servem de epígrafe ao poema são escritos na medida velha (redondilhas menores), métrica de origem medieval e muito apreciada pelos românticos.

02. Comentar a importância dos dualismos - como vida/morte, loucura/amor - na construção do texto "Olhos verdes" e confrontá-los com os dualismos barrocos.

        Os românticos apreciavam os dualismos, mas não com a perspectiva conflituosa e cheia de culpa do Barroco, que opunha o mundo material ao espiritual. Os dualismos românticos visavam demonstrar o desarranjo interior provocado pela paixão e, muitas vezes  pela falta de correspondência amorosa.

03. Explicar em que consiste o estado de morto-vivo" do eu linco, no poema Olhos verdes".

       O eu lírico sente-se como um morto-vivo, ou seja, alguém que, embora vivo, morreu interiormente, pois não é correspondido no amor.



quarta-feira, 14 de junho de 2023

POEMA: MINHA CAMA É UM VELEIRO - ROBERT LOUIS STEVENSON - COM GABARITO

 POEMA: MINHA CAMA É UM VELEIRO

                 Robert Louis Stevenson.


A minha cama é um veleiro;
nela me sinto seguro;
com minha roupa de marinheiro,
vou navegando no escuro.


De noite embarco e sacudo a mão
para os amigos no cais;
fecho os olhos e pego o timão:
não ouço nem vejo mais.


Cauto marujo, levo em segredo
para a cama uma fatia
de bolo e também algum brinquedo,
pois é longa a travessia.


Corremos de noite o mundo inteiro;
mas quando chega a alvorada,
eis-me a salvo em meu quarto e o veleiro
de proa bem amarrada.

Fuente:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj52XR_tnRb7MOfDVWsntfwJUL6rg8ZulJqYW9TOuk3pLNz1jYUoq0besviRFTBrTPlvMiHADj_3ZXBJuet6UGVRsZ0O238OVYafTfbkm3ljU2ce4zAXm22PmjpPEy65mluzqdCWLEIeNRVqtvZPktSb13YhB_hbC-DA436OJPmLhEXm_elH7TDKijT/s1600/VELEIRO.jpg


(ln : José Paulo Paes , sei. e trad. Ri melhor quem ri primeiro - Poemas para crianças (e adultos inteligentes). São Paulo: Companhia das Letras, 200 7. p. 22.

Fonte: Livro-Conecte literatura brasileira: William Roberto Cereja/Thereza Cochar Magalhães- 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p.37-8.

Entendendo o texto 

01. Já no primeiro verso do poema, o eu lírico se refere a uma imagem que ele cria antes de dormir.
a) O eu lírico é um adulto ou uma criança? Justifique sua resposta com elementos do texto.

       É uma criança, pois diz que leva para a viagem "uma fatia de bolo e também algum brinquedo", revelando ser ainda criança.

b) Qual é a imagem que ele cria antes de dormir?

    A imagem de estar navegando num veleiro.

 c) Quanto tempo leva a viagem? Que palavras indicam esse tempo?

    Uma noite de sono, conforme indica mas expressões "corremos de noite" e "quando chega a alvorada ".


02. Se dizemos "A cama é macia" ou "O veleiro é seguro", estamos utilizando uma linguagem normal, em que as palavras são empregadas com seu sentido habitual. Contudo, se dizemos "A minha cama é um veleiro", estamos utilizando uma linguagem diferente, poética, em que as palavras compõem imagens e ganham sentidos novos.

a)   O que permitiu ao poeta, no primeiro verso, aproximar cama e veleiro?

O meio utilizado para uma travessia.

 b) A partir da imagem do verso inicial, o eu lírico apresenta outras imagens correlacionadas. A que correspondem as expressões:
• "minha roupa de marinheiro"? o pijama.
"os amigos no cais"? Os colegas e as lembranças do dia.
"cauto marujo"? Criança prevenida, que leva para a cama alimento e distração, caso a noite seja longa e o sono demore a vir.

• pego o timão? A criança dirige e escolhe seus sonhos.
"o veleiro de proa bem amarrada"?
O despertar da criança na segurança de seu quarto.


03. Imagens como "A minha cama é um veleiro" e "[sou] Cauto marujo" são exemplos da figura de linguagem chamada metáfora. O que o uso dessa figura de linguagem acrescenta ao texto?
O uso da metáfora, ao aproximar realidades diferentes, como cama e veleiro, menino e marujo, sono e viagem, enriquece o texto quanto às possibilidades de sentido.