quarta-feira, 8 de julho de 2020

TEXTO: JOGO: NIM - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: Jogo: Nim

        Acredita-se que o Nim seja um jogo que teve origem na China há milhares de anos. Atualmente ele é objeto de estudo de matemáticos do mundo todo.

        Trata-se de um jogo aparentemente muito simples. Para jogá-lo, são necessários apenas dois jogadores e dezesseis palitos de fósforo já usados, mas para vencer é preciso muito raciocínio, estratégia e antecipação das jogadas!

        Preparação para o jogo

        Dispõem-se os dezesseis palitos de fósforo em quatro linhas, de forma que todas elas devem ter número ímpar de palitos: a primeira deve ter um palito; a segunda, três; a terceira, cinco; e a última, sete palitos.

        As regras e o objetivo

        Alternadamente, os jogadores vão retirando os palitos. O objetivo do jogo é fazer com que o adversário retire o último palito.

        Em sua vez, cada jogador pode tirar um número qualquer de palitos, desde que estejam todos na mesma linha.

        Início da partida

        Decidam por sorteio quem vai começar a partida e boa sorte! É um gesto elegante o vencedor do sorteio deixar o adversário determinar a linha da qual ele vai retirar os palitos na primeira jogada.

                                Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p. 229.

Entendendo o texto:

01 – Por que se diz no texto que esse jogo é aparentemente muito simples?

      Porque ele exige apenas dezesseis palitos de fósforo já usados, somente dois participantes e ações simples (retirar palitos). Apesar dessas condições tão simples, diz-se tratar de um jogo que exige muito raciocínio e estratégia.

02 – Qual é a diferença entre raciocínio e estratégia? Se achar necessário, recorra a um dicionário para responder à pergunta.

      Raciocínio é uma forma de organizar os pensamentos para se chegar a uma conclusão verdadeira.

      Estratégia é uma forma de organizar as ações, as condições favoráveis para se alcançar um objetivo.

03 – De seu ponto de vista, por que o texto se refere à utilização de palitos de fósforo já usados?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Manter a simplicidade do jogo, porque utilizando palitos usados não é preciso comprar nada para que se possa jogá-lo, e principalmente para evitar acidentes.

04 – Se o jogo começa com dezesseis palitos que devem ser dispostos em quatro linhas, por que não se pode dispor quatro palitos em cada linha?

      Porque na preparação do jogo se afirma que as linhas devem ter número ímpar de palitos.

05 – Quem ganha o jogo?

      Quem não precisar retirar o último palito.

06 – Qual é a condição que dificulta a jogada de cada participante? 

      A condição de que todos os palitos retirados sejam da mesma linha.

07 – Sem a imagem que aparece no texto, seria muito difícil entender as regras deste jogo?

      Resposta pessoal do aluno.

 


TEXTO: ORQUESTRA PRÉ-ESCOLA - MÁRCIA CARNEIRO - COM GABARITO

Texto: Orquestra pré-escola

         Celeiro de grandes músicos

                                                       Márcia Carneiro

        Se depender do Centro Cultural Pró-Música, concertos eruditos sempre farão parte das atividades de jovens músicos. Há mais de vinte anos promovendo a formação de instrumentistas em Juiz de Fora, a entidade deu mais um passo na ampliação da iniciativa sociocultural: no mês passado, [...] foi fundada a Orquestra Pré-Escola, que integra mais de setenta crianças ao projeto Ação Social através da música.

        “Ao todo, são trezentos bolsistas, que a partir dos 5 anos de idade estudam música erudita em diversos estágios. Alunos e membros de orquestras, esses jovens têm aulas com professores do Rio de Janeiro e recebem orientação pedagógica de grandes mestres”, orgulha-se a diretora-presidente do Pró-Música, Maria Isabel de Sousa Santos. A iniciativa, que surgiu na década de 70 com o objetivo de suprir a escassez de instrumentistas de cordas, acabou se transformando numa das maiores impulsionadoras de talentos na cidade.

      Os trabalhos, respaldados por músicos renomados, como Paulo Bosísio – um dos mais conceituados violinistas do Brasil –, contribuíram para que Juiz de Fora se tornasse um celeiro de jovens instrumentistas. “Difícil dizer quantos alunos nossos foram para as grandes orquestras brasileiras e do exterior. Somente para dar continuidade aos estudos de música em universidades, no mínimo, saem cinco estudantes por ano do Pró-Música”, conta Maria Isabel.

        O violinista João Carlos Leite, 19 anos, pode ser apontado como um exemplo clássico desse fenômeno. Depois de ser selecionado em um concurso disputadíssimo no Rio de Janeiro, ele se tornou membro da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) – a mais tradicional orquestra no Brasil e que tem as provas mais difíceis na área, tendo inclusive estrangeiros entre os candidatos. “Entrei aos 7 anos no Pró-Música para aprender flauta. Aos 8, me interessei pelo violino e até os 13 estudei com bolsa e instrumento cedidos pela escola”, lembra.

        Perspectiva de vida

        Para o violinista, a importância do trabalho social do Pró-Música está principalmente em sua credibilidade, que possibilita parcerias com empresas.  “Cheguei participar de um projeto parecido no Rio, dando aulas no Morro do Salgueiro. Entretanto, carecia de patrocínio e espaço físico”, conta. Leite diz admirar a iniciativa justamente por ser mais abrangente, dando às crianças sem grandes perspectivas de vida a chance de se projetar por meio da música.

                                          Tribuna de Minas, 3/6/2004.

Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p. 227-8.

Entendendo o texto:

01 – Qual a ideia principal do primeiro parágrafo?

      A ideia principal do primeiro parágrafo é o Centro Cultural Pró-Música continuar a formar jovens músicos e incentivá-los a participar de concertos eruditos.

02 – Você sabe que tipo de música se toca em um concerto erudito? Se não souber, converse com os colegas, com o professor, com outros adultos ou pesquise em livros e na internet.

      Os concertos eruditos apresentam músicas consideradas clássicas executadas por um ou mais instrumentos solistas acompanhados de orquestra.

03 –Qual o objetivo da instituição Pró-Música?

      Formar músicos que toquem instrumentos de cordas.

04 – Quais têm sido os resultados do trabalho desenvolvido pelo Pró-Música?

      Juiz de Fora transformou-se em um centro formador de instrumentistas. O projeto deu às crianças a oportunidade de se desenvolver e de se integrar na sociedade por meio da música.

05 – Em três trechos do texto aparece discurso direto. Por que a jornalista Márcia Carneiro recorreu a esse recurso?

      Para dar mais realismo e credibilidade ao texto.

06 – Esses discursos diretos expressam dois pontos de vista. Identifique a quem pertencem essas opiniões e explique por que a jornalista expôs os dois pontos de vista, e não apenas um deles.

      Um dos pontos de vista é da diretora-presidente do Pró-Música; o outro é de um músico da Orquestra Sinfônica Brasileira, ex-aluno do Pró-Música. Provavelmente a intenção da jornalista foi mostrar a experiência de quem vive ou viveu em cada um dos lados da situação: a diretora, que representa o ideal do projeto, e um músico formado pelo projeto, que representa, portanto, a realidade, o objetivo alcançado.

07 – Por que motivo no terceiro parágrafo há referência a um músico renomado?

      Para mostrar ao leitor que o projeto de formação de instrumentistas em Juiz de Fora é sério e consiste.

08 – Releia o quarto parágrafo do texto “Orquestra Pré-Escola – Celeiro de grandes músicos” e responda:

a)   Na primeira frase desse parágrafo, que termos asseguram a coesão como parágrafo anterior?

Os termos desse fenômeno.

b)   Na segunda frase desse parágrafo, que termo assegura a coesão com a frase anterior?

O termo ele.

09 – Do ponto de vista de João Carlos Leite, o que é necessário para os projetos sociais alcançarem bons resultados? Você concorda com ele ou tem outra opinião?

      Segundo João Carlos Leite, os projetos sociais precisam ter credibilidade e seriedade, pois isso possibilita parcerias com empresas e, portanto, patrocínio.

10 – Comente o título desse texto jornalístico.

      Resposta pessoal do aluno.

 


terça-feira, 7 de julho de 2020

CRÔNICA: A LIÇÃO DA BORBOLETA - AUTOR DESCONHECIDO - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: A Lição da Borboleta


Um homem, certo dia, viu surgir uma pequena abertura num casulo. Sentou-se perto do local onde o casulo se apoiava e ficou a observar o que iria acontecer, como é que a lagarta conseguiria sair por um orifício tão miúdo. Mas logo lhe pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso, como se tivesse feito todo o esforço possível e agora não conseguisse mais prosseguir. Ele resolveu então ajuda-la: pegou uma tesoura e rompeu o restante do casulo. A borboleta pôde sair com toda a facilidade… mas seu corpo estava murcho; além disso, era pequena e tinha as asas amassadas.

        O homem continuou a observá-la porque esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e se estendessem para serem capazes de suportar o corpo que iria se firmar a tempo. Nada aconteceu! Na verdade a borboleta passou o restante de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Nunca foi capaz de voar.

        O que o homem em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura eram o modo pelo qual Deus fazia com que o fluido do corpo daquele pequenino inseto circulasse até suas asas para que ela ficasse pronta para voar assim que se livrasse daquele invólucro.

        Algumas vezes o esforço é justamente aquilo de que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através da existência sem quaisquer obstáculos, Ele nos condenaria a uma vida atrofiada. Não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nunca poderíamos alçar voo.

Autor Desconhecido.

Entendendo a crônica:

01 – Esse texto é marcado por uma linguagem:

a)   Científica.

b)   Informal.

c)   Jornalística.

d)   Regional.

02 – O assunto desse texto é:

a)   A transformação da lagarta.

b)   A descrição de um casulo.

c)   A solidariedade do homem.

d)   Os obstáculos da vida da borboleta.

03 – O autor utiliza-se desse texto para falar sobre a transformação. Qual é, de fato, a grande lição que ele quer transmitir?

a)   A natureza precisa da ajuda do ser humano.

b)   As pessoas não são capazes de voar.

c)   A força vem dos obstáculos que enfrentamos.

d)   Muitas vezes, perdemos as forças para continuar.

04 – Esse texto é:

a)   Um classificado.

b)   Uma crônica.

c)   Um conto.

d)   Uma notícia.

 


MÚSICA(ATIVIDADES): PARA O MANO CAETANO -LOBÃO - COM GABARITO

Música(Atividades): Para o Mano Caetano

                                  Lobão

O que fazer do ouro-­de-tolo quando um doce bardo brada à toda a brida, em velas pandas, suas esquisitas rimas?

Geografia de verdades, Guanabaras postiças saudades banguelas, tropicais preguiças? A boca cheia de dentes de um implacável sorriso morre a cada instante que devora a voz do morto, e com isso, ressuscita vampira, sem o menor aviso.

A voz do morto que não presta depoimento perpetua seu silêncio de esquecimento na lápide pós ­ moderna do eterno desalento:

E é o Raul, é o Jackson, é o povo brasileiro. É o hip hop, a entropia, entropicália do pandeiro do passado e do futuro, sem presente nem devir.

É o puteiro que os canalhas não conseguem habitar mas cafetinam. É a beleza de veludo que o sub-mundo tem pra dar mas os canalhas subestimam.

E regurgitando territórios-corrimões de um rebolado agonizante resta o glamour fim-de-festa-ACM de um império do medo carnavalizante.

Será que a hora é essa? A boca cheia de dentes vaticina: Não pros mano, Não pras mina. Sim pro meu umbigo, meu abrigo minhas tetas profanadas, Santo Amaro. Doce amaro, vacas purificadas.

Amaro bárbaro, Dândi-dendê. Minhas narinas ao relento cumulando de bundões que, por anos acalento. Estes sim, um monte de zé ­ mané que sob minha égide se transformam em gênios sem quê nem porquê.

Sobrancelho Victor Mature, delineando darravento. Eu americano? Não! Baiano! Soy lobo por ti Hollywood quem puder me desnature sob o sol de Copacabana. E eu soy lobo-bolo? Lobo-bolo. Tipo, pra rimar com ouro-de-tolo?

Oh, Narciso Peixe Ornamental! Tease me, tease me outra vez ou em banto baiano. Ou em português de Portugal. Se quiser, até mesmo em americano de Natal. Isso é língua! Língua é festa! Que um involuntário da fátria com certeza me empresta.

Numa canção de exílio manifesta, aquele banzo baiano. Meu amado Caetano, me ensinando a falar inglês, London, London. E verdades, que eu, Lobón contesto, como empolgado aprendiz, enviando esta aresta a quem tanto me disse e diz:

Amado Caetano: Chega de verdade! Viva alguns enganos! Viva o samba, meio troncho, meio já cambaleando. A bossa já não é tão nova como pensam os americanos.

A tropicália será sempre o nosso Sargeant Pepper pós baiano!

O Roque errou, você sabe disso. Digo isso sem engano. E eu sei que vou te amar, seja lá como for, portanto um beijo no seu lado super bacana. Uma borracha no dark side-macbeth-ACM por enquanto.

Ah! Já ia me esquecendo. Lembranças do Ariano.

Lupicínias saudações aqui do mano!

Esta bala perdida que te fala, rapá!

Te amo, te amo.

                                      Composição: Lobão.

Entendendo a canção:

01 – Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem:

a)   “Quando um doce bardo brada a toda brida”. (V. 2).

b)   “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (V. 2).

c)   “Que devora a voz do morto”. (V. 5).

d)   “Lobo-bolo / Tipo pra rimar com ouro de tolo?” (V. 27-8).

e)   “Tease me, tease me outra vez” (V. 29).

02 – Por que esta canção é considerada uma querela (amorosa) entre Caetano Veloso e Lobão?

      Porque no ano 2.000, Caetano Veloso lançou a canção “Rock’n Raul”, uma homenagem a obra de Raul Seixas. Na canção ele faz às vezes de ghostwriter do espírito de Raul, que, por sua vez, autobiograficamente, passa em revista sua estadia por aqui, pelo mundo dos vivos, entre outras coisas, apontando seus herdeiros: “Manos” que tentam implantar o jeito norte-americanês de sobreviver: a ideologia da segregação racial explícita, cantada pelo rap e hip hop, por exemplo, que se desvia da linha de cordialidade brasileira.

03 – Esta canção com “rimas esquisitas” é considerada uma bala que percorre a biografia estética e social de Caetano Veloso, por quê?

      Porque esta bala não é tão perdida quanto quer ser, pois tem destino certo: as verdades que o outro tenta construir.

04 – Segundo Barthes (2003, p. 221) “O crítico não pode pretender ‘traduzir’ a obra, sobretudo de modo mais claro, pois não há nada mais claro do que a obra”. Que crítica é feita por Lobão?

      Lobão investe em uma crítica não do mundo, mas do discurso ficcional, analisa e destrói para coroar com o “eu te amo”, em repetições cansadas, no final de seu testemunho. A crítica é uma leitura profunda: de quem ama.

05 – Como ele usa a figura de linguagem ironia na canção?

      Sua ironia está em fazer perguntas à linguagem de Caetano Veloso, utilizando a própria linguagem dele.

06 – Cite um fragmento de outra canção que há em “Para o mano Caetano”.

      A expressão “a boca cheia de dentes” vem dos versos “eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”, música: Ouro-de-tolo – Raul Seixas.

07 – Ao final, é o próprio Lobão quem convida Caetano a suspender o juízo, a viverem alguns enganos e manter a dúvida, por quê?

      Porque a dúvida é quem permite ao sujeito continuar a querer saber.


POEMA: SEGUNDA CANÇÃO DE MUITO LONGE - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

Poema: Segunda canção de muito longe

              Mário Quintana

Havia um corredor que fazia cotovelo:

Um mistério encanando com outro mistério, no escuro...

 

Mas vamos fechar os olhos

E pensar numa outra cousa...

 

Vamos ouvir o ruído cantado, o ruído arrastado das correntes no algibe,

Puxando a água fresca e profunda.

Havia no arco do algibe trepadeiras trêmulas.

Nós nos debruçávamos à borda, gritando os nomes uns dos outros,

E lá dentro as palavras ressoavam fortes, cavernosas como vozes de leões.

Nós éramos quatro, uma prima, dois negrinhos e eu.

Havia os azulejos reluzentes, o muro do quintal, que limitava o mundo,

Uma paineira enorme e, sempre e cada vez mais, os grilos e as estrelas...

Havia todos os ruídos, todas as vozes daqueles tempos...

As lindas e absurdas cantigas, tia Tula ralhando os cachorros,

O chiar das chaleiras...

Onde andará agora o pince-nez da tia Tula

Que ela não achava nunca?

A pobre não chegou a terminar a Toutinegra do Moinho,

Que saía em folhetim no Correio do Povo!...

A última vez que a vi, ela ia dobrando aquele corredor escuro.

Ia encolhida, pequenininha, humilde. Seus passos não faziam ruído.

E ela nem se voltou para trás!

Mario Quintana.

Entendendo o poema:

01 – No poema, o eu lírico retorna à infância embalado pelas recordações do passado, que é evocado em uma linguagem subjetiva. Na primeira estrofe, ocorre-lhe a imagem de um corredor. A partir da leitura desse trecho, pode-se inferir que:

a)   Como esse corredor era escuro e terminava numa curva fechada (dificilmente enxergamos o que vem depois dela), a intersecção dele com o outro corredor era um ponto de mistério.

b)   O mistério deixa de existir quando o eu lírico encontra seus amigos do outro lado da curva fechada.

c)   O corredor é, somente, um pretexto para que o eu lírico fique afastado das brincadeiras.

d)   O eu lírico nunca atingira o outro lado do corredor.

02 – A partir da segunda estrofe, o eu lírico continua a convocar o leitor a acompanha-lo em suas novas lembranças. Tendo em vista tal citação, pode-se concluir que a palavra que marca uma mudança dos fatos entre a primeira e as demais estrofes é ......................., apresentando o sentido de ...............................

a)   E / adição.

b)   Vamos / convite.

c)   Mas / oposição.

d)   Olhos / realidade.

03 – Que temática é abordada no poema, se baseando no título?

      O título direciona a temática para um passado distante, perdido ou esquecido na memória do sujeito poético.

04 – O poeta abre a sua produção com o verbo “haver” no pretérito imperfeito que se repete ao longo do texto em três versos seguintes para evidenciar o quê?

      Que embora a ação seja passada, ela permanece ressoando no presente, pois trata-se de fatos inacabados e, portanto, ainda persistentes.

05 – Nos versos: “Havia os azulejos reluzentes, o muro do quintal, que limitava o mundo”. O que o sujeito poético nos fala no verso sublinhado?

      Que o muro do quintal limita o mundo exterior e interior. O exterior configura-se no desconhecido, no mundo perigoso, já o mundo interior sintetiza a proteção o acalanto e os prazeres da infância protegida.

06 – Por que o corredor é símbolo de mistério?

      Porque a dimensão da casa é percebida pela indicação do corredor, que fazia cotovelo, aumentando o enigma do espaço, pois não se podem vislumbrar fatos que ocorrem no seu final.

07 – Que ruídos da infância o sujeito poético nos conduz?

      A água do poço, o chiar das chaleiras liga-se à ideia do aconchego do lar e ao preparo de refeições.    

 

 


POEMA: A LUA É DO RAUL - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: A lua é do Raul

              Cecília Meireles

Raio de lua.

Luar.

Lua do ar

azul.

Roda da lua.


Aro da roda

na tua

rua,

Raul!

Roda o luar

na rua

toda

azul.

Roda o aro da lua.

Raul,

a lua é tua,

a lua da tua rua!

A lua do aro azul.

      Cecília Meirelles.

Entendendo o poema:

01 – Leia o trecho abaixo e copie as rimas:

“Raul,

a lua é tua,

a lua da tua rua!

A lua do aro azul.”

      As rimas são: Raul/azul; tua/rua.

02 – Que figura de linguagem há no verso: “A lua é do Raul”?

      Metáfora.

03 – Que versos do poema há repetição de consoante, ou seja, a figura de linguagem chamada aliteração?

      “Roda da lua. / Aro da roda / na tua / rua, / Raul!”

04 – Esse verso do poema “A lua é do Raul”: “Roda o luar / Na rua / Toda / Azul”, significa a mesma coisa que:

a)   A luz da lua à rua e a deixa com o mesmo brilho azul.

b)   A luz da lua chega na rua e um menino andando de bicicleta.

 

 

 


POEMA: AINDA QUE MAL - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

Poema: Ainda que Mal

             Carlos Drummond de Andrade

Ainda que mal pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entenda,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mates;
ainda assim te pergunto
e me queimando em teu seio,
me salvo e me dano: amor.

Carlos Drummond de Andrade, in 'As Impurezas do Branco'

Entendendo o poema:

01 – Analisando o poema quanto:

a)   Estrutura estrófica contém mais do que 10 versos.

b)   Os versos se caracterizam como irregulares.

c)   A rima é interpolada.

d)   A figura retórica presentes neste poema é a anáfora.

02 – De que se trata o poema?

      O eu lírico manifesta todas as contradições e imperfeições que atravessam os relacionamentos amorosos.

03 – Que dificuldade o eu lírico encontra em seu relacionamento?

      Dificuldades de comunicação e compreensão da falta de verdadeiro entendimento ou intimidade entre o casal, o amor prevalece.

04 – Em que verso o eu lírico duvida da própria paixão?

      “Ainda que mal te ame”.

05 – Quase todos os versos do poema consistem em um mesmo tipo de oração subordinada.

a)   Qual é a conjunção subordinada que introduz essas orações?

Ainda que.

b)   Como se classifica essas orações subordinadas?

Subordinadas adverbiais concessivas.

c)   Qual é a oração principal dessas orações adverbiais?

“Ainda assim te pergunto”.

06 – O termo que introduz a maioria dos versos do texto acima estabelece relação de:

a)   Comparação.

b)   Condição.

c)   Concessão.

d)   Conformidade.

e)   Finalidade.

07 – Destaque no poema:

a)   Um verso em que a expressão “ainda que mal” tenha um valor concessivo.

“Ainda que me julgues” e também “Ainda que mal me exprima”.

b)   Um verso em que a expressão “ainda que mal” tenha uma conotação de polidez, indicando cuidado ao introduzir uma pergunta.

“Ainda que mal pergunte”.

08 – As pessoas gramaticais em que estão os verbos e os pronomes empregados no poema permitem deduzir que o assunto diz respeito ao relacionamento entre duas pessoas.

a)   A que pessoas gramaticais se referem os verbos e os pronomes?

As pessoas gramaticais referidas são: Eu (Primeira Pessoa do Singular) e Tu (Segunda Pessoa do Singular).

b)   Qual é o tipo de relacionamento existente entre o eu lírico e a pessoa a quem ele se dirige? Comprove sua resposta com uma palavra do texto.

O poema dá a entender que o eu lírico possui um relacionamento do tipo amoroso para com a pessoa que ele se dirige durante todo o texto. Podemos perceber isso pelo seguinte verso “Me salvo e me dano: Amor”.

09 – As oscilações semânticas da expressão ainda que mal (expressando polidez ou concessão) podem estar relacionadas com o tipo de envolvimento que há entre as duas pessoas. Como parece ser o relacionamento entre elas: seguro e equilibrado ou difícil e oscilante? Justifique com elementos do poema.

      O relacionamento está pendendo para o lado mais do difícil e oscilante. Podemos perceber isso em quase todo o texto com as seguintes expressões: “Mal me julgues”; “mal desculpes”; “mal respondas” e entre outras.