segunda-feira, 25 de setembro de 2017

TEXTO: NEGROS, ÍNDIOS E BRANCOS MISTURADOS - SUPERINTERESSANTE - COM GABARITO


NEGROS, ÍNDIOS E BRANCOS MISTURADOS

        A escravidão no Brasil foi oficialmente abolida no dia 13 de maio de 1888, por uma lei que levava a assinatura da princesa Isabel. Mas, três séculos antes disso, os escravos rebelados construíram um país independente onde se tornaram homens livres.
        O país Palmares começou a surgir em 1597 e durou até 1694. Seu território se estendia por 150 quilômetros de comprimento e 50 de largura, nos estados de Alagoas e Pernambuco, entre os rios Ipojuca e paraíba. Era uma região de serras de até 500 metros de altitude, coberta por florestas e de acesso muito difícil – principal razão da sua sobrevivência. Sua população variou muito em cem anos. Os holandeses, que dominaram Pernambuco de 1630 a 1654, reconheciam em Palmares duas povoações, com 6 mil habitantes no total. Mas, depois de 1670, os relatos dos portugueses falam em mais de 20 mil habitantes. No auge, Palmares teve nove cidades, ou mocambos. Os historiadores divergem sobre esse número e sobre a localização das aldeias. A única conhecida, com certeza, é a capital, Macaco, na serra da Barriga.
        Em moldes africanos, a confederação constituía um Estado. Cada mocambo tinha seu chefe. Juntos, eles elegiam o rei do quilombo. Em caso de ataques dos portugueses ou de expedições guerreiras para libertar escravos de engenhos e fazendas, as forças dos mocambos se uniam.
        Palmares não abrigava apenas escravos fugidos. Era uma sociedade multirracial e miscigenada de negros, índios e até brancos pobres. Os ritos africanos conviviam com o catolicismo. Além de fabricarem armas e ferramentas com a metalurgia trazida de África, os palmarinos plantavam milho, fumo, batata e mandioca. E faziam comércio com os vizinhos. A produção era trocada por munições, armas, sal, tecidos e ferramentas. Foram cem anos de convivência – em paz e em guerra.

                 Ricardo Arnt e Ricardo Bonalume Neto. A cara de Zumbi.
                    In: Superinteressante, ano 9, n. 11, nov. 1995, p. 32-41.

1 – Indique características de Palmares advindas dos costumes africanos.
      Características advindas dos costumes africanos: Palmares era uma confederação formada por nove mocambos, sendo que cada um deles possuía seu chefe. Os chefes, unidos, elegiam o rei do quilombo. Quando precisavam se defender, uniam-se. Mantinham ritos africanos e fabricavam armas e ferramentas com a metalurgia trazida da África.

2 – Indique características de Palmares advindas da miscigenação com outras raças.
      Características advindas da miscigenação: Aceitavam o catolicismo. Plantavam milho, fumo, batata e mandioca. Faziam comercio com os vizinhos, trocando a produção por armas, munições, sal, tecidos e ferramentas.

         Palmares era uma exceção: lá, os negros fugidos das fazendas podiam desfrutar de um pouco de liberdade. Fora dos quilombos, entretanto, por mais de 300 anos, os negros viveram, aqui no Brasil, presos a seus “proprietários”, trabalhando de sol a sol até morrer, completamente aniquilados por um regime de escravidão injusto e infame.
        Um século depois da abolição, como estará a vida dos negros em nosso país? Leia um trecho deste depoimento de Wilson da Silva.
        Estudo na Universidade de São Paulo (USP) desde 1985. Sou formado em História, sou mestre em Cinema e, atualmente, faço doutorado na mesma área. Centenas de outros já trilharam esse percurso. O que poderia fazer desse caso algo digno de nota nesta revista?
        Provavelmente uma coisa: sou negro.
        Para a maioria dos leitores, minha história é um exemplo de que sempre “é possível chegar lá”, desde que haja esforço e determinação. Eu não vejo as coisas assim. Sou uma exceção às regras perversas que regem a vida de negros e negras neste país.
        Isso ficou evidente desde o primeiro dia em que cheguei à universidade. Fui praticamente o único estudante negro nas salas de aula. E nunca tive um professor negro Em compensação, cruzei com centenas de negros limpando as salas, cuidando dos jardins da universidade, servindo café e atuando em outros serviços em tese menos qualificados. Seriam essas tarefas o indício de que os negros são piores do que os brancos? Evidentemente não. Apenas revelam o fato de que o Estado e a sociedade no Brasil continuam impedindo que os negros construam uma história diferente. Mesmo depois da abolição.
        Como podemos ser livres se, no supermercado ou nas portas giratórias dos bancos, somos tratados como “suspeitos até que se prove o contrário”? Como conseguir oportunidades profissionais numa sociedade que nos vê como seres inferiores, cidadãos de segunda linha?
        [...]
                              Superinteressante, ano 15, n. 7, jul. 2001. p. 106.

1 – Que resposta você daria às perguntas feitas pelo autor do texto?
      Resposta pessoal do aluno. Considerar que, para as primeiras perguntas feitas, o próprio autor dá as respostas.

2 – A luta travada por Zumbi há mais de 300 anos ainda persiste? Por quê?
      Sim. Porque os negros ainda são discriminados.

3 – Observe como o autor inicia seu texto: que estratégia ele utilizou para surpreender o leitor?
      Ele traça um rápido perfil de si mesmo, mas não revela que é negro, fazendo-o apenas posteriormente.

4 – O autor quer, também, convencer o leitor de suas ideias. Para fundamentar suas afirmações, usa determinados argumentos. Na sua opinião, eles são convincentes? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno. Sem dúvida, ele afirma alguns dados irrefutáveis: “era o único negro nas salas de aula”; “Não teve professor negro”. Havia muitos jardineiros e faxineiros negros na universidade.

5 – Que outros exemplos, além dos citados, poderiam engrossar a lista de atitudes preconceituosas disfarçadas contra os negros?
      Resposta pessoal do aluno. Lembrar os elevadores de serviço nos prédios e os anúncios de empresas que procuram funcionários, nos quais se exige “boa aparência” para preencher as vagas. Lembrar também a descriminação no trabalho. Muitos produtos de beleza tentam impor às mulheres negras o padrão de beleza das brancas. A discriminação está presente também na linguagem: “Amanhã é dia de branco” e outros.




domingo, 24 de setembro de 2017

QUESTÕES ENEM - LITERATURA - COM GABARITO


QUESTÕES DO ENEM - 
1 –  Entende-se por literatura informativa no Brasil:
     a)    O conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros.
   b)  A história dos jesuítas que aqui estiveram no século XVI.
      c)     As obras escritas com a finalidade de catequese do indígena.
      d)  Os poemas do Padre José de Anchieta.
      e)     Os sonetos de Gregório de Matos.


2 -
             Texto 1
             “De ponta a ponta, é tudo praia... muito chã e muito formosa. Nela, até agora, não podemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muitos bons ares, assim frios e temperados... Águas são muitas; infindas.”
              Texto 2
              “Então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir, sem buscarem maneira de encobrir suas vergonhas.”
Sobre o autor dos fragmentos acima é correto afirmar que:
a)     Escreveu documentos oficiais.
b)    É festejado representante da prosa modernista.
c)     Criou vasta obra romanesca.
d)    Concedeu textos com finalidade pedagógica.
e)     Não propaga em sua obra a fé cristã.

3 – (UFPA) A gênese da nossa formação literária encontra-se no século XVI. Dela fazem parte:
a)     As obras produzidas pelos degregados que eram obrigados a se instalar no Brasil.
b)    Os escritos que os donatários das capitanias hereditárias faziam ao rei de Portugal.
c)     Os relatos dos cronistas e viajantes.
d)    As produções arcádicas.
e)     As poesias de Gregório de Matos.

4 –  Quanto ao sentimento nativista das primeiras manifestações literárias feitas no Brasil:
a)     É um sentimento de apego aos valores culturais portugueses, conforme se vê nos poemas de Anchieta.
b)    Consiste na propagação da mentalidade colonial portuguesa, sobre o que giram os poemas de Gregório de Matos.
c)     A obra dos cronistas viajantes representa o apogeu deste sentimento.
d)    É um sentimento tênue de apego à terra brasileira que, mais tarde, irá desaguar no nacionalismo do Romantismo.
e)     Só se observa nos poetas árcades devido ao seu envolvimento na inconfidência Mineira.


5 – 
        “Se suas cartas não apresentam valor literário reconhecível, os demais aspectos da obra do missionário – um representado por criações literárias com objetivo pedagógico em relação à catequese, outro por criações desinteressadas – devem ser literariamente valorizadas, sobretudo o teatro em verso”.




        O texto refere-se aos textos produzidos no século XVI por:
a)     José de Anchieta.
b)    Pero Vaz de Caminha.
c)     Antônio Vieira.
d)    Bento Teixeira.
e)     Manuel da Nóbrega.

6 –  Quanto às manifestações literárias brasileiras aparecidas durante o período colonial:
a)     Refletiam a grandeza da Literatura Portuguesa da época.
b)    Não havia obras escritas, existia, pois, como manifestação oral.
c)     Eram ainda incipientes, apesar de escritas, pois a metrópole não incentivava este tipo de produção.
d)    O expressivo número de escritores que apareceram obreiam-se com os maiores vultos da literatura universal.
e)     Representa o esplendor das tendências literárias do medievalismo português.

7 –  A “literatura jesuítica”, nos primórdios de nossa história:
a)     Tem grande valor informativo.
b)    Marca nossa maturação clássica.
c)     Visava à catequese do índio, à instrução ao colono e sua assistência religiosa e moral.
d)    Estava a serviço do poder real.
e)     Tem fortes doses nacionalistas.

 8 –  Sabe-se que a literatura brasileira do século XVI não primava pelo valor estético, mas se destacava pelo caráter informativo. Dentre os autores daquele período, podemos citar, com respectiva obra:
a)     Bento Teixeira, com História do Brasil.
b)    Frei Vicente Salvador, com Prosopopeia.
c)     Pero Magalhães Gândavo, com Tratado da Terra do Brasil.
d)    Nuno Marques Pereira, com Compêndio narrativo do peregrino da América.
e)     Manoel Botelho de Oliveira, com Música do Parnaso.


9 – 
      “Meu bem, meu amor,
      Meu esposo, meu senhor,
      Meu amigo, meu irmão,
      Centro do meu coração,
      Deus e pai!
      Pois com entranhas de mãe
      Quereis de mim ser comigo
      Roubais todo o meu sentido,
      Para vós!”
                        José de Anchieta.



        Assinale a alternativa que corresponde ao texto:
a)     Trata-se de um poema barroco, por causa do jogo de antíteses.
b)    Pertence à fase do Romantismo, como revela o intenso sentimento religioso.
c)     Percebe-se, pelo desejo de exaltação, que é um poema épico do período quinhentista.
d)    Expressa a religiosidade nos padrões simbolistas.
e)     Trata-se de um poema lírico do Quinhentismo.

10 – Aponta a alternativa incorreta sobre o “Sermão da Sexagésima”:
a)     O autor desenvolve dialeticamente a seguinte tese: “A semente é a palavra de Deus”.
b)    O estilo é barroco e privilegia a corrente conceptista de composição.
c)     O orador discute no sermão cinco causas possíveis que não permitiram a entrada da palavra de Deus no coração dos homens.
d)    Vieira baseia-se em parábolas bíblicas, e sua linguagem se vale de estruturas retóricas clássicas.
e)     Pela sua capacidade de argumentação, Vieira consegue, neste sermão, convencer os indígenas a se converterem.

11 – Assinale o texto que, pela linguagem e pelas ideias, pode ser considerado como representante da corrente barroca.
a)     “Branco e meigo sorriso se deslizava em seus lábios; os negros caracóis de suas belas madeixas brincavam, mercê do zéfiro, sobre suas faces... e ela também suspirava.”
b)    “Estiadas amáveis iluminavam instantes de céus sobre ruas molhadas de pipilos nos arbustos dos squares. Mas a abóbada de garoa desabava os quarteirões.”
c)     “Os sinos repicavam numa impaciência alegre. Padre Antônio continuou a caminhar lentamente, pensando que cem vezes estivera a cair, cedendo à fatalidade de herança e a influência do meio que o arrastavam para o pecado.”
d)    “De súbito, porém, as lancinantes incertezas, as brumosas noites pesadas de tanta agonia, de tanto pavor de morte, desfaziam-se, desapareciam completamente como os tênues vapores de um letargo...”
e)     “Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade! A vossa bruteza é melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com as palavras; eu lembro-me, mas vós não ofendeis a Deus com a memória; eu discorro, mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento; eu quero, mas vós não ofendeis a Deus com a vontade.”

12 – 
        “Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que tem a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhe de contar os passos. Ah! Dia do Juízo! Ah! Pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com mais passos...”
        A passagem acima é representativa de uma das tendências estéticas da prosa seiscentista, a saber:
a)     O sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de Alcácer-quibir.
b)    A busca do exotismo e da aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem.
c)     A exaltação do heroico e do épico, por meio das metáforas grandiloquentes da epopeia.
d)    O lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais e místicas.
e)     O conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética.


13 –  Leia o texto:
        Goza, goza da flor da mocidade,
        Que o tempo trata a toda ligeireza,
        E imprime em toda flor sua pisada.
        Ó não aguardes, que a madura idade,
        Te converta essa flor, essa beleza,
        Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.

                                                                       Gregório de Matos.

Os tercetos acima ilustram:
    a)     O caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do século XVI, sustentando uma crítica à preocupação feminina com a beleza.
b)    O jogo metafórico próprio do Barroca, a respeito da fugacidade da vida, exaltando o gozo do momento.
c)     O estilo pedagógico da poesia neoclássica, ratificando as reflexões do poeta sobre as mulheres maduras.
d)    As características de um texto romântico, porque fala de flores, terras, sombras.
e)     Uma poesia que fala de uma existência mais materialista do que espiritual, própria da visão do mundo nostálgico cultista.

14- A respeito de Padre Antônio Vieira, pode-se afirmar:
a)     Embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana não se ocupou de problemas locais.
b)    Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava.
c)     Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos.
d)    Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais.
e)     Mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos.


15 – 
        “Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas que levam, de que eu trato, são os outros – ladrões de maior calibre e de mais alta esfera... os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são enfocados, estes furtam e enforcam.”
        Padre Vieira. Sermão do Bom Ladrão.

Em relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho pode-se afirmar:
a)     O autor recorre ao cultismo da linguagem com o intuito de convencer o ouvinte e por isto cria um jogo de imagens.
b)    Vieira recorre ao preciosismo da linguagem, isto é, através de fatos corriqueiros, cotidianos, procura converter o ouvinte.
c)     Padre Vieira emprega, principalmente, o conceptismo, ou seja, o predomínio das ideias, da lógica, do raciocínio.
d)    O pregador procura ensinar preceitos religiosos ao ouvinte, o que era prática comum entre os escritores gongóricos.

16 –  Considere-se as seguintes afirmações sobre o Barroco brasileiro:
I – A arte Barroca caracteriza-se por apresentar dualidades, conflitos, e contrastes, que convivem tensamente na unidade da obra.
II – O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia barroca, apresentam um imaginário bucólico, sempre povoado de pastoras e ninfas.
III – A oposição entre Reforma e Contra Reforma expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de que o Barroco se ocupa.
Quais estão corretas?
a)     Apenas I.
b)    Apenas II.
c)     Apenas III.
d)    Apenas I e III.
e)     I, II e III.

17 – 
        “Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os Pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela, que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os Pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina, que lhes dão, a não querem receber; ou é porque o sal não salga, e os Pregadores dizem uma cousa, e fazem outra, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes limitar o que eles fazem, que fazer o que dizem: ou é porque o sal não salga, e os Pregadores se pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal”.

                                                              Pe. Antônio Vieira.

A – O autor aponta como causa da corrupção na terra:
a)     A doutrina pregada é fraca ou os homens não lhe são receptivos.
b)    Os pregadores pregam uma falsa doutrina ou a doutrina é ineficiente.
c)     Os homens não são receptíveis à doutrina, porque ela é verdadeira.
d)    A ação dos pregadores não testemunha o que eles pregam.
e)     Os homens tentam imitar os pregadores, seguindo lhes a doutrina.

B – São características do autor e da época, presentes no textos:
a)     Recursos às antíteses, como suporte das ideias.
b)    Argumentação construída através de jogo de ideias conduzindo a uma resposta.
c)     Visão negativa do caráter do homem.
d)    Nilismo temático encobrindo o vazio de ideias.
e)     Abordagem da dualidade inerente à condição humana.

PASSAR NO ENEM E CONCURSOS PÚBLICOS CHUTANDO CERTO! DICAS

PASSAR NO ENEM E CONCURSOS PÚBLICOS CHUTANDO CERTO!
BEM INTERESSANTE!!!

O ideal é que o candidato esteja sempre preparado para responder todas as questões conscientemente e nunca precise chutar.
Mas sempre tem uma ou outra questão (ou várias!) que o candidato não faz a menor ideia de qual resposta é a certa. Nesses casos não resta outra alternativa a não ser recorrer para o "chutômetro".

Se o candidato souber estas técnicas fáceis, pode aumentar consideravelmente a probabilidade de acertar essas questões no chute: 

1º Dica - Eliminação
Primeiramente o candidato deve verificar se existe alguma questão com uma resposta absurda ou visivelmente errada, pode parecer simples, mas isso aumenta muito a sua probabilidade de acertar. 
A) Galinha 
B) Peru 
C) Tubarão 
D) Pato 
E) Ganso
Em uma questão com 5 alternativas, a probabilidade de acerto é de 20%, caso seja eliminado uma alternativa a probabilidade aumenta para 25%.

2º Dica - Repetição
Verifique se há respostas que se repetem, caso existam, estas tendem a ser as corretas. Por exemplo:
A) Cachorro e Cavalo
B) Vaca e Gato
C) Gato e Cachorro
D) Gato e Macaco
E) Cachorro e Macaco
Note que as palavras Gato e Cachorro aparecem mais vezes em todas as alternativas, então provavelmente a resposta correta é a C, pois reúne as palavras mais citadas.

3º Dica - Semelhança
Geralmente o examinador tende a tentar confundir o candidato colocando alternativas parecidas ou próximas da resposta correta. Com isso as alternativas que são muito semelhante a outras provavelmente conterão a alternativa correta. Por exemplo:
A) 10,8
B) 15,2
C) 15,5
D) 18,2
E) 20,5
Nesse caso a alternativa B é semelhante ou próxima da C, então provavelmente uma das duas é a correta.

4º Dica - Generalização
Desconfie de toda alternativa que generaliza um determinado assunto, aqui vale a máxima que toda regra tem a sua exceção, quando houver alternativas desse tipo elas tem maior probabilidade de estarem erradas. Segue alguns exemplos de palavras que generalizam assuntos: nunca, jamais, sempre, completamente, incondicional, ninguém, todos, definitivamente e total.

5º Dica - Distribuição
Essa dica não é tão eficiente quanto as primeiras, mas pode ajudar em alguns casos. Estatisticamente, a banca examinadora tende a distribuir igualmente as respostas conforme a quantidade de alternativas e questões da prova. Por exemplo, se cada questão contém 5 alternativas e a prova contém 50 questões, provavelmente o examinador colocará 10 alternativas A, 10 B, 10 C, 10 D e 10 E. Então, quando for chutar, vale a pena contar quantas respostas já foram assinaladas para cada alternativa, a que tiver menos respostas deve ser o palpite. Mas caso tenha já muitas respostas erradas na prova, essa dica não funcionará bem.

Essas 5 dicas são comprovadamente eficientes, pois quando são aplicadas, aumentam muito a probabilidade de acertos ao invés de chutar sem nenhum critério. As próximas duas dicas não são baseados em fundamentos estatísticos comprovados, mas existem muitos boatos que elas também funcionam:

6º Dica - Letra A
Muito se diz que o examinador que está elaborando a questão não gosta de colocar a resposta logo na primeira alternativa pois dá a impressão que está facilitando muito a vida do candidato, então segundo essa teoria na dúvida não chute na A.

7º Dica - Letra C
Ao contrário da letra A, dizem que geralmente o examinador tem a tendência de colocar mais respostas C, então na dúvida deve sempre optar por ela, além disso, os mais religiosos e supersticiosos acreditam que a letra C, por ser a primeira letra de Cristo, pode ajudar a quem precisa e merece. 


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

TEXTO: REPUTAÇÃO ILIBADA - WALTER CENEVIVA, FOLHA DE S.PAULO - COM GABARITO


REPUTAÇÃO ILIBADA
 Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.artmajeur.com%2Fpt%2Fautodidatama%2Fartworks%2F10707322%2Fcongresso-nacional&psig=AOvVaw3b3Z3ooh0bXu81vagdQdQw&ust=1634676571587000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCLiNpfjq1PMCFQAAAAAdAAAAABAD


        
    Há, no Brasil, cargos para os quais a lei exige reputação ilibada, ou seja, fama ou renome sem mancha. 


Servem de exemplo ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

        Para outros, o que é verdadeiro paradoxo criado pelo constituinte de 1988, reputação ilibada não basta, pois para o ministro do Tribunal de Contas da União a Constituição também impõe a idoneidade moral. Não é fácil explicar para que serve a dupla imposição, quando dispensada nas duas mais importantes cortes judiciárias do país. Sugeriria a insuficiência da reputação sem mácula, o que levaria ao absurdo.

        As distinções oferecem outras curiosidades. Os ministros do STF e do STJ devem ter notável saber jurídico, mas basta, para os do Tribunal de Contas da União, o notório conhecimento jurídico, entre outras qualidades.
A distinção é inócua, embora os juristas digam que a lei não contém vocábulos inúteis. Saber e conhecimento, tanto quanto notável e notório, são palavras ocas. Dependem dos valores subjetivos de quem as aplique.
Para presidente da República, para deputado e senador, nada disso é exigido. Eleitos pelo voto popular, submetem-se a variáveis limites de idade. Não carecem de saber ou conhecimento. Basta que não sejam analfabetos. O presidente da República deve cumprir a lei e manter a probidade administrativa, mas nem sequer pode ser processado por crimes comuns, como aconteceria com o adultério não perdoado pela mulher.
Nos Estados Unidos, sob desculpa de exigirem reputação ilibada de seu presidente, os discursos moralistas esquecem a história.
Clinton errou e errou feio, mas não está só. Houve líderes de porte, mas maridos nem sempre fidelíssimos, como Roosevelt e John Kennedy, este com a vantagem do inegável bom gosto. (…)

        A palavra decoro tem uma certa vantagem para definir o que se espera dos líderes políticos. É lamentável que, muitas vezes, decoro seja confundido com a ação que, embora irregular, termina sem ser descoberta. No processo por ofensa ao decoro, o senso de justiça se afoga na valoração política e no escândalo da mídia, interferindo contra ou a favor do acusado.

(Walter Ceneviva, Folha de S. Paulo, 12/09/99)



1)   O fragmento em que o autor explica o “verdadeiro paradoxo criado pelo constituinte de 1988” é:
a) “…quando dispensada nas duas mais importantes cortes judiciárias do país”
b) “…a lei exige reputação ilibada, ou seja, fama ou renome sem mancha.”
c) “Servem de exemplo ministros do STF (Supremo Tribunal Federal e do STJ (Superior Tribunal de Justiça)”
d) “as distinções oferecem outras curiosidades”
e) “a distinção é inócua…”

2)   “Dupla imposição”, no texto, refere-se:
a) a leis emanadas das duas mais importantes cortes judiciárias do país
b) à redundância entre fama e renome sem mancha
c) à exigência de reputação ilibada e idoneidade moral.
d) às penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça
e) às atribuições dos ministros do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas da União

3)   “Dependem dos valores subjetivos de quem as aplique” significa
a) modificam os valores de quem as enuncia.
b) têm seus sentidos fixados apenas nos dicionários.
c) tomam significado de acordo com padrões individuais.
d) referem-se àqueles que a utilizam.
e) caracterizam-se pela univocidade.


4)   Leia o fragmento abaixo. “É lamentável que, muitas vezes, decoro seja confundido com a ação que, embora seja irregular, termina sem ser descoberta.” A intenção do autor é:
a) ignorar a dicotomia pensamento/ação.
b) legitimar o duplo sentido da palavra decoro.
c) confundir decoro com punibilidade.
d) denunciar a hipocrisia na preservação do decoro.
e) dissociar o senso de justiça da valoração política.

5)   Os elementos que estabelecem a coesão entre o 1º e o 2º parágrafos e entre o 2º e o 3º são, respectivamente:
a) “embora” e “como”.
b) “também” e “mas nem sequer”
c) “mas” e “probidade administrativa”
d) “entre outras qualidades” e “de quem”
e) “outras curiosidades” e “nada disso”.