sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

BRINCADEIRAS/DINÂMICAS

 BRINCADEIRAS/DINÂMICAS 

 1) ALONGAMENTO E AQUECIMENTO

Reserve 10 minutos para praticar exercícios de alongamento e aquecimento com as crianças. É muito importante!

 2) BOLEADO

Dois times distribuídos em dois campos. Cada time tem um líder. O líder jogará a bola para o campo adversário, tentando balear alguém. Imediatamente, o outro líder pega a bola e faz o mesmo. O líder que bolear, dirá: "boleei fulano". Quem for baleado, sai do jogo. Se o líder for baleado, ele é substituído. Os jogadores vão sendo eliminados até sobrar apenas dois. Ganha quem balear o último adversário, dando a vitória para a sua equipe.

 3) GARRAFAL

Idêntico ao boleado. Porém, ninguém pode correr e não há líderes. Todos terão embaixo de suas pernas uma garrafa peti e, de pernas abertas, deverão proteger a sua garrafa. Quem deixar a garrafa cair, sai fora. Os jogadores vão sendo eliminados até sobrar apenas dois. Ganha quem derrubar a garrafa do último adversário, dando a vitória para a sua equipe.

4) BANDEIRINHA ARREOU

Jogam dois grupos, cada um com seu campo e sua bandeirinha. No fundo de cada campo, coloque a "bandeira" do time, que pode ser qualquer objeto. O jogo começa quando alguém diz "bandeirinha arreou". O Objetivo é roubar a bandeira do time adversário e trazer para o seu campo. Mas o jogador que entrar no campo do time adversário e for tocado por alguém fica preso no lugar. Só pode sair se for "salvo" por alguém do seu próprio time. Ganha o time que capturar a bandeira adversária mais vezes.

 5) RESGATE

Idêntico ao "Bandeirinha Arreou". Porém, no lugar da bandeirinha, será colocado uma pessoa do grupo adversário. O objetivo é tocar nessa pessoa e salvá-la. Quando ela é tocada, ela pode correr. Porém, se for congelada, deverá ser tocada por alguém. Ganha o time que resgatar mais vezes.

 6) CAMA DE GATO

 

fonte: imagem: blog - www.kidsindoors.com

 Brincadeira antiga.... mas muito legal para fazer para as crianças...

 

Vamos lá... o que precisa:

 

-     -   um corredor vazio, uma sacada, o corredor de entrada do apartamento....

-     -   lã, linha, ou elástico

-       fita adesiva

     -  comece colando a lã ou a linha em cima e em baixo, cruzando em diferentes alturas

        -       coloque sininhos ou guizos pendurados na linha para fazer barulho caso a criança toque nele

       -       se não tiver sininho use enfeites para ficarem pendurados e balançarem caso encoste na linha

 

Está pronta a nossa cama de gato, agora é só deixar as crianças brincarem sozinhas (uma vez de cada), em grupo, contra o relógio, quem é o mais rápido, só por cima, só por baixo... deixe a imaginação correr solta.

 Dica: essa brincadeira exige a presença de um adulto, pois a criança pode tropeçar, cair ou bater a cabeça na parede... fique sempre junto ou melhor brinque junto é mais legal!!

 É super divertido e muito bom para a coordenação das crianças!!

 “Bora” lá brincar????

 

7) PEGA-PEGA

Brincadeira de corrida cujo objetivo é tocar em alguém para transformá-lo em pegador. Quem for pego, pega.

 8) PIQUE-VOLTA

Espécie de pega-pega, brincado em um espaço muito amplo e que tenha paredes nas duas extremidades. Quem for pego, deverá pegar a pessoa que lhe pegou antes que ela corra e toque no muro. Se o participante conseguir tocar no muro antes de ser pego, ele é quem pega, o que fará com que o pegador se transforme em vítima. Mas se ele for pego, deverá pegar quem lhe pegou antes que ele toque no muro e vire pegador. Vence quem tocar no muro mais vezes.

 9) ARRASTÃO

É um pega-pega, mas quem for pego deve segurar na mão do outro pegador e, juntos, deverão pegar os demais. Mas nenhum pegador pode se soltar das mãos dos companheiros.

 10) POLÍCIA E LADRÃO

Parecido com o pega-pega. Há dois grupos: o da polícia e o dos ladrões. O papel da polícia é pegar os ladrões e prendê-los em uma “cadeia”. O papel dos ladrões é salvar os companheiros (abrindo a porta da “cadeia”) e se proteger da polícia. Se a polícia prender todos, invertem-se os papéis.

 11) CADEIA

É idêntico ao "Arrastão". Mas quando os pegadores ficarem em 3, o que está na ponta deve se soltar das mãos do companheiro e se integrar ao grupo de corredores. Sendo assim, só duas pessoas poderão pegar os demais e, sempre que um terceiro for pego, o da outra ponta sai. Ex.: João e Maria pegam Caio. Logo, João se solta e Maria e Caio pegam Lucas. Aí, Maria se solta e Caio e Lucas pegam outro e assim por diante. Só duplas!

 12) CHICOTINHO QUEIMADO

Uma criança esconde o chicotinho queimado, que pode ser qualquer objeto fino e comprido, enquanto as demais olham para trás. Depois de esconder, o jogador diz: "Chicotinho queimou". Aí, todos vão procurar o chicotinho. Se tiver mais distante, quem escondeu o chicotinho dirá que ela está fria. Se mais perto, dirá que está quente. Dirá também que está esquentando ou esfriando conforme a que estiver mais próxima se distancia ou se aproxima do chicotinho queimado. "Estar pelando" é estar muito perto do chicotinho. Quem achar o chicotinho queimado sairá correndo batendo com ele nos demais até estes chegarem em uma ronda. Quem achou é quem irá escondê-lo da próxima vez.

13) CHICOTINHO CANTADO

O mesmo objetivo do "Chicotinho Queimado". A única diferença é que, ao invés de falar quente/frio, a pessoa deverá cantar uma música. Se tiver mais distante, quem escondeu o chicotinho cantará baixo. Se mais perto, cantará alto. O volume da voz irá variar conforme a proximidade dos participantes. As demais regras são as mesmas.

 14) PETECA

Determina-se um espaço, dividido ao meio por um traço. Cada jogador se locomove por todo o espaço, até a linha divisória, na tentativa de rebater a peteca para o outro lado. Se ela cair no seu próprio lado, o adversário marca um ponto; se sair do espaço delimitado é considerado "fora" e não há penalidades para nenhum dos dois. Pode-se determinar um número de pontos e quem o atingir será o vencedor, enquanto o perdedor cederá a vez a outro participante. A peteca pode ser qualquer coisa que tenha mais ou menos o mesmo formato e pode ser feita com papel.

15) CARRINHO DE MÃO

Trace duas linhas no chão, uma de largada e outra de chegada. Os participantes dividem-se em pares e se colocam atrás da linha de largada. Todos contam até três e um corredor de cada dupla se abaixa, estica as pernas para trás e apoia as mãos no chão. O outro corredor levanta as pernas do parceiro e as duplas começam a correr, um com os pés e o outro com as mãos. Quem cair volta à posição de largada. Vence quem chegar à linha de chegada primeiro.

 16) AMEBA

Jogo individual parecido com o baleado. Existe uma bola e os jogadores se espalham pela quadra. Quem está com a bola, não pode andar, tendo o objetivo de queimar os outros; ao ser queimada, a pessoa (ameba) deve sentar no lugar, tendo ainda a chance de levantar novamente, tocando alguém que ainda esteja de pé, gritando "Ameba!" (a pessoa que estava de pé senta-se e a que a tocou, levanta-se) ou pegando uma bola que acabe vindo na sua direção.

17) Brincar de casinha

Criança brinca de casinha em qualquer lugar, mas na sala quentinha é melhor ainda. Pegue alguns objetos como: travesseiros, cobertores, pratinhos e copos de plástico, bonecos e livros. Aproveite para entrar, junto com seu filho, no encantado mundo do faz-de-conta. É na brincadeira de casinha que ela treina os papéis na sociedade, usa e abusa da imaginação.

18) Cinema em casa

Escolha um filme predileto de seus filhos. Arrume a sala, espalhando almofadas pelo chão. Deixe o volume da TV mais alto que o normal, para aumentar o clima de cinema e, feche a cortina. Não se esqueça da pipoca, claro!

19) Exposição em casa

Depois do filme, peça para a criançada desenhar a cena ou o personagem predileto. Aproveite um corredor, a garagem ou uma sala sem muitos móveis para montar uma exposição. Cada criança deve dar um título para sua obra de arte. Prenda as pinturas na parede com fita crepe, faça etiquetas com o nome da obra e do artista e grude ao lado de cada uma. Tire muitas fotos.

20) Cuidar da plantinha

Ao cuidar de uma plantinha, seu filho desenvolve a responsabilidade, o respeito à natureza, a atenção e a coordenação motora. Selecione espécies que crescem rápido em um ambiente fechado, como cebola e feijão, para que ele note o que mudou a cada dia - as transformações podem ser anotadas ou desenhadas num diário. Institua uma rotina de cuidados, com hora certa para regar e colocar o vasinho ao sol.

21) Acampamento em casa

Coloque um lençol sobre a mesa de jantar e a transforme numa cabaninha, com direito a saco de dormir ou colchonete, lanterna e lanche, onde seu filho pode passar uma noite diferente - em segurança. Vale contar histórias, brincar com as sombras na parede e ficar acordado até mais tarde que a hora de costume.

 22) Noite do pijama

Promover uma noite do pijama com os colegas de escola também é uma boa opção. Separe os filmes, cobertores e jogos de tabuleiro. Não se esqueça de preparar um lanche saudável. As crianças vão amar esta ideia.

 

23) Baú de fantasias

Apesar de simples, essa atividade rende horas de diversão para crianças dos 3 aos 10 anos. Separe roupas, chapéus, gravatas, óculos, bijuterias e sapatos num grande cesto e deixe que soltem a imaginação. Os menores curtem a chance de vestir as peças sem ajuda. Os maiores adoram inventar personagens e dramatizar suas histórias.

 24) Corrente de histórias

Essa atividade estimula a memória e a criatividade, desinibe e, o que é melhor, pode acontecer em qualquer lugar. Comece com "era uma vez" e lance uma bola (ou algum outro objeto pequeno) para que as crianças continuem a história. Cada uma conta um pedaço e passa adiante o que está segurando nas mãos. Se tiver chance, ponha tudo no papel e leia para elas depois. Com certeza renderá boas gargalhadas, já que as tramas costumam ficar sem pé nem cabeça.

 25) Dança das cadeiras

Esta brincadeira é antiga, mas desenvolve a coordenação, o ritmo, a concentração e a agilidade dos pequenos. As crianças correm ao redor das cadeiras e, quando a música termina, tentam sentar. Como sempre falta um lugar, um participante cai fora a cada rodada. Mas você não precisa desmontar a sala ou levar a mobília para o playground. Recorte círculos ou quadrados de cartolina colorida e fixe as figuras no chão com fita crepe.

26) Eu sou assim

Deite seu filho sobre uma grande folha de papel e risque o contorno do corpo dele. Depois peça que complete a figura - dos 3 aos 6 anos, é um ótimo exercício de reconhecimento do esquema corporal. Dica: deixe um espelho por perto para consultas eventuais. Se a brincadeira for em grupo, misture os desenhos no final e desafie as crianças a identificar quem é quem.

27)Mosaico de papel
Quem não gosta de picar papel? Com uma tesoura ou as mãos, reduza revistas velhas a quadradinhos de tamanho regular - crianças mais velhas podem se encarregar da tarefa. Ponha o material em potes, forneça folhas de papel e cola branca (fica mais fácil usar com pincel) e deixe que soltem a imaginação formando e preenchendo figuras.


28)Massinha para os miúdos
Modelar exercita a musculatura das mãos e a coordenação motora fina. Quer uma receita muito fácil e que não representa risco para os pequenos, que põem tudo na boca? Tome nota: numa tigela, junte 1 xícara de sal refinado com a mesma medida de farinha de trigo. Acrescente água aos poucos e vá amassando até que a mistura fique homogênea, sem grudar nas mãos - você pode tingi-la com suco artificial em pó. Dura três dias, se guardada na geladeira em saco plástico.


29) Experiências na cozinha
Para quem tem filhos pequenos, uma boa ideia é escolher uma receita gostosa e fácil de preparar. Ignore a bagunça, deixe seu filho fazer descobertas e aproveite a diversão do momento para cozinhar a muitas mãos. Dica: prepare 
bolinho de chuva. Peça para as crianças ajudarem no preparo da massa e você cuida da fritura - sem deixar que se aproximem do fogão, é claro! Você também pode preparar um delicioso chocolate quente. Deu água na boca?


30)Hora da leitura
Se ler é bom e aprender a ler com prazer é fundamental, encontrar maneiras de se aconchegar para esses momentos é uma delícia! Vocês fazem a escolha: na rede, num monte de almofadas no chão, na cama embaixo do edredon...


31) Stop
Você vai precisar de uma folha de papel e um lápis e, no mínimo, dois jogadores. A brincadeira é simples: uma vez escolhida a letra, os jogadores preenchem os espaços de cada tema pré-estipulado (animal, carro, país...), com nomes começados pela letra selecionada.

32)TRILHA DO MACACO

É uma corrida onde correm um representante de cada equipe. É desenhado no chão duas amarelinhas gigantescas. O objetivo é atravessar essa amarelinha (como na brincadeira, não podendo pisar na linha) e chegar até o fim. Se pisar na linha, volta ao início. Quem sair da amarelinha e cruzar a linha de chegada primeiro vence.

33)TÚNEL CIRCULAR

Dois círculos, um interno e outro externo. Um coloca-se de frente para o outro, de mãos dadas, formando um túnel circular. Alguém correrá por dentro do túnel; ao parar no meio de uma das duplas, ficará no círculo de dentro. Neste momento, a dupla deverá se desfazer, e seus componentes deverão correr por fora do círculo da seguinte forma: os dois correrão, em direções opostas, pela sua direita, por fora do eirado. Quem chegar primeiro ao seu local de origem dará as mãos ao que está parado, esperando. E quem chegar depois irá correr por dentro do túnel, procurando uma nova dupla.

34) LEVA E TRÁS

Jogam duas equipes. Cada equipe ficará dentro de um campo circular e terá um líder inicial. Cada líder inicial deverá ficar sozinho em um grande campo distanciado dos outros campos por um espaço. No "Já" do mestre, os líderes iniciais sairão do seu campo e deverão correr, em direção ao campo da sua equipe, da onde irá tirar uma pessoa e, segurando ela pelas mãos, a levará para o seu campo. Essa pessoa, por sua vez, deverá fazer o mesmo. Voltar ao campo da equipe e buscar mais uma, que fará a mesma coisa. A equipe que se completar primeiro, vence.


35)CENTOPEIA


Jogam duas equipes. Em cada equipe, o primeiro jogador deverá colocar o braço esquerdo por baixo de suas pernas, que estarão afastadas; o segundo, que está atrás, deverá segurar a mão do primeiro com a sua mão direita e colocar o braço esquerdo por baixo de suas pernas, que estarão afastadas; o terceiro, que está atrás, deverá segurar a mão do segundo com sua mão direita e colocar o braço esquerdo por baixo de suas pernas, que estarão afastadas, e assim sucessivamente, até chegar ao último da coluna, formando uma centopeia. Ao sinal do mestre, estas centopeias terão que correr até uma árvore, dar a volta por ela, e retornar ao lugar de origem. Se alguém romper, é só consertar, não há penalizações. Ganha a centopeia que chegar primeiro ao lugar da onde saiu.


36)SACI


Jogam duas equipes. Os participantes de cada equipe deverão estar na posição de um saci somente com um dos pés de apoio, no chão; a outra perna deverá estar flexionada para trás. O segundo jogador segurará a perna do primeiro; o terceiro, a perna do segundo e assim sucessivamente, todos colocando a mão no ombro do colega da frente. O último aluno da coluna também flexionará a perna. Ao sinal do mestre, estes sacis terão que correr até uma árvore, dar a volta por ela, e retornar ao lugar de origem. Se alguém romper, é só consertar, não há penalizações. Ganha o grupo de sacis que chegar primeiro ao lugar da onde saiu.

 

37) ESCONDE-ESCONDE

Uma pessoa conta enquanto os outros se escondem. No fim da contagem, deve-se procurar quem está escondido. Se achar, corre até o local escolhido pra ser o batedouro e diz "1,2,3 fulano em tal lugar". Para se salvar, diz "1,2,3 salve eu". Quem ficar por último pode dizer "1,2,3 salve todos". Aí, a mesma pessoa que contou volta a contar. Caso contrário, quem foi achado primeiro é o próximo a contar e procurar.

 38) DESAFIOS

Um mestre irá propor desafios aos súditos. Quem realizar primeiro, é o novo mestre e a brincadeira prossegue, sempre iniciando com “eu desafio vocês a...”

 39) 7 CACOS

Dois times, cada um no seu campo. Os campos são separados por 7 cacos. Uma pessoa de cada equipe tenta jogar a bola e derrubar os cacos. A equipe que derrubar os cacos deve erguê-los novamente, mas se protegendo da outra, que agora tem autonomia para balear. Quem for baleado não pode ajudar a equipe nos cacos. Se a equipe conseguir recolocar os cacos antes de todos serem baleados, ela ganha. Mas se todos forem baleados e os cacos continuarem no chão, a outra equipe ganha.

 40) FUTCOR

Tipo baleado. O jogador diz uma cor e os outros devem correr atrás de algo que tenha essa cor. Quem tocar na cor, não pode mais ser baleado. Porém, quem não tocar em algo que contenha a cor dita a tempo, deverá ser baleado. O primeiro a ser baleado é o próximo a reiniciar o jogo.

 41) DANÇA DAS CADEIRAS

Faz-se uma roda de cadeiras e outra de pessoas. Sendo que o número de cadeiras deve ser sempre um a menos. Toca-se uma música animada. Quando a música parar, todos devem sentar em alguma cadeira. Quem não conseguir sentar, é eliminado e tira-se mais uma cadeira. Ganha quem sentar na última cadeira.

 42) JOGAR ÁGUA


Um pega-pega com água. Quem for molhado, molha e assim por diante.

43) CARIMBO

Um pega-pega com lama. Quem for carimbado, pega lama e carimba um outro, que deverá fazer o mesmo.

44) VOLEIXIGA

Forma-se uma roda pessoas, que jogam uma bexiga cheia d'água entre elas. O objetivo é não deixar estourar. Quem deixar estourar, é eliminado da brincadeira até sobrar o campeão.

45) ARRANCA-RABO

O grupo é dividido em dois, os integrantes de um dos times penduram um pedaço de fita na parte de trás da calça ou bermuda, eles serão fugitivos. Ao sinal do mestre, os fugitivos correm tentando impedir que as crianças do time adversário peguem suas fitas, quando todos os rabos forem arrancados, as equipes trocam os papéis, quem era pegador vira fugitivo.

46) FURACÃO

Os participantes seguram uns nas mãos dos outros e formam uma corrente aberta, mas o mestre deve ficar na ponta. Então, o mestre começa a correr e a fazer voltas e curvas. Os últimos da corrente deverão cair no chão, o que provocará riso geral.

 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

CONTO: O GIGANTE EGOÍSTA (FRAGMENTO) - OSCAR WILDE - COM GABARITO

 CONTO: "O Gigante egoísta", de Oscar Wilde

Conto infantil de Oscar Wilde, de uma tradução de 1939, publicado na revista "Eu Sei Tudo". Pesquisa, transcrição e  adaptação ortográfica: Iba Mendes (2016)


Todas as tardes, quando saíam da escola as crianças costumavam ir brincar no jardim do Gigante. Era um formoso e imenso jardim, atapetado de grama verde e suave. Aqui e ali, entre as árvores muito altas, cresciam flores brilhantes como estrelas e havia plantas que, na primavera, floresciam em delicadas corolas de rosa aljôfar e que, no Outono, se carregavam de belas frutas. Os pássaros pousavam nas árvores e cantavam tão docemente que as crianças a todo momento suspendiam seus divertimentos para ouvi-los.

—  Como tudo aqui é bom e bonito! — costumavam exclamar, deliciados.

Um dia, o Gigante voltou. Tinha ido visitar seu amigo, o Ogre de Cornwailles, e com ele permanecera sete anos.

Ao chegar, viu as crianças brincando no jardim.

— Que fazeis aqui? — vociferou, áspero e rubro de cólera, assustando terrivelmente os pequeninos, que fugiram correndo.

— Meu jardim é meu jardim! — continuou gritando. — Que todos saibam! A ninguém permitirei que nele penetre e se divirta!

Com efeito, ergueu uma elevadíssima muralha e nela pregou um cartaz: “É terminantemente proibida a entrada, sob as consequentes penas!”

Era, realmente, um gigante muito egoísta!

As pobres crianças já não tinham onde brincar. Trataram de procurar distração na rua. Esta, porém era cheia de poeira e semeada de rude cascalho. Não servia... Frequentemente rondavam o alto paredão, relembrando as delícias do jardim, que havia além desse obstáculo.

— Como era bom e como éramos felizes! — diziam.

Quando chegou a Primavera, toda a região se povoou de pássaros e se encheu de flores. Só no jardim do Gigante egoísta reinava ainda o inverno. Os pássaros, como as crianças, não cantavam e as árvores se esqueciam de florescer.

Certa vez, uma formosa flor ergueu a cabeça dentre as plantas; porém mal viu o cartaz, ficou triste, pensando nas crianças. Logo voltou a se esconder na terra, tornando a adormecer. Os que se sentiam bem felizes eram a Neve e o Granizo.

A Primavera esqueceu este jardim - diziam jubilosas e nele vamos viver o ano inteiro.

A Neve cobriu a terra com seu grande manto branco e o frio pintou de prata as árvores. Depois, convidaram o Vento do Norte... Que fosse passar uma temporada em sua companhia!

E o Vento do Norte compareceu. Vinha envolto em peles e esteve rugindo, todo o dia, através do jardim, derrubando as chaminés.

 — Que deliciosa paragem! — exclamou entusiasmado. — Temos que prevenir o Granizo, para que também aproveite.

E o Granizo surgiu. Todos os dias, durante três horas tocava seu tambor sobre os telhados do castelo, até quebrar a maioria das telhas e vidraças, ao fim do que, dava voltas, tudo varrendo com violência. Chegara vestido de cor de cinza e seu hálito era como gelo.

— Não compreendo por que Primavera tarda tanto a chegar... — pensava o Gigante egoísta, quando ousava se aproximar de uma janela, protegido por muitos cobertores e via seu jardim completamente branco. — Mas o tempo há de mudar, breve!  

Porém a Primavera não apareceu nunca mais, nem o Verão. O Outono deu frutos dourados a todos os pomares e jardins, porém o jardim do Gigante não viu um só sequer.

— É demasiado egoísta! dizia o Outono.

Assim, ali, sempre foi Inverno, enquanto o Vento do Norte, o Granizo, Chuva e a Neve dançavam continuamente entre as árvores.

Uma manhã, estava o Gigante ainda na cama, quando ouviu música, sumamente agradável. Tão meigamente soava em seus ouvidos, que pensou ser o rei dos músicos quem passava. Na realidade, era apenas um pardal que piava junto de sua janela. Porém havia tanto tempo que ouvia cantar um pássaro em seu jardim, que aquela simples sucessão de pios lhe pareceu a música mais bela do mundo. Então, o Granizo suspendeu sua infernal dança e o Vento do Norte cessou de rugir. Logo um delicioso perfume entrou pelas madeiras rachadas e as vidraças partidas.  

— Parece que enfim chegou a Primavera — disse o Gigante; e, saltando da cama, correu a uma janela.

E viu um maravilhoso espetáculo. Através de uma brecha da muralha as crianças vinham e já estavam trepadas nas árvores. Em cada árvore havia um menino e as árvores se sentiam tão contentes, tendo-os novamente entre seus ramos, que se cobriram de flores e, suavemente, com cuidado, balançavam seus braços sobre as cabecinhas infantis. Os pássaros, inúmeros, voavam, cantando com alegria e as flores surgiam radiosas entre as plantas novamente verdes e macias. Apenas num cantinho reinava ainda o Inverno. Era o mais apartado recanto do jardim e nele se achava um menino. Era tão pequeno que não alcançava os ramos das árvores e volteava junto delas chorando amargamente.

A pobre árvore ainda se achava completamente coberta de granizo e de neve e o Vento do Norte soprava, rugindo contra ela.

— Sobe, menino! — dizia a árvore — e baixava seus ramos, tudo o que era possível. Mas o menino era realmente muito pequenino...

O Gigante sentiu derreter o próprio coração, enquanto olhava.

— Quão estúpido fui! — exclamou com voz rouca e difícil. — Sei agora porque a Primavera recusava aparecer. Eu ajudarei esse pobre menino a subir; depois derrubarei a muralha e meu jardim será para sempre o lugar de brincadeira das crianças.

Desceu correndo a escada, abriu com cuidado a porta principal e se embrenhou pelo jardim.

Porém, quando o viram aparecer, as crianças tomaram tão grande susto que correram atropeladamente e o jardim ficou de novo sob os caprichos do Inverno. Somente o pequenino, o menor de todos, não fugiu, pois seus olhos estavam tão cheios de lágrimas que ele não viu a chegada do Gigante. Este se aproximou e, levantando-o suavemente entre os braços, colocou-o no galho mais confortável. Logo a árvore floresceu e os pássaros a encheram, cantando. Então o pequenino lançou os braços em redor do poderoso pescoço do Gigante e beijou-o. Quando os outros meninos viram que o gigante não era mau, voltaram correndo e com eles voltou a Primavera.

— O jardim desde hoje é vosso... — disse o Gigante. E empunhando um tremendíssimo machado, derrubou o muro.

O dia todo, as crianças brincaram, enchendo o jardim com seus risos cristalinos no louco zigue-zague de suas correrias. Quando anoiteceu foram se despedir do Gigante.

Mas onde está o menino pequeno? — perguntou o Gigante, impaciente e assustado. — Aquele, que eu ajudei a subir na árvore? Onde está o garotinho?

O Gigante o queria mais do que aos outros, porque ele o beijara.

— Não sabemos — responderam os meninos. — Já foi...

— Dizei-lhe que volte amanhã pediu o Gigante.

Porém os meninos explicaram que não sabiam onde ele morava e que nunca o tinham visto antes; então o Gigante ficou muito triste.

Todas as tardes, ao sair da escola, os meninos iam brincar no jardim. Porém o pequenino, que o Gigante mais queria, não voltou a aparecer. O Gigante era muito bom para todas as crianças, mas não podia esquecer seu amiguinho.

— Quanto me alegraria se voltasse! — costumava repetir.

Passaram os anos. O Gigante envelheceu e suas forças enfraqueceram. Já não podia tomar parte nos divertimentos dos meninos. Sentado em enorme poltrona, ficava observando suas brincadeiras para que não se excedessem e se machucassem, quando corriam por seu belo jardim.

Numa manhã de inverno, olhou pela janela, enquanto se vestia. Já não odiava o Inverno, pois sabia que era tão somente a Primavera adormecida e que as flores estavam descansando.

Repentinamente esfregou os olhos deslumbrado e olhou mais uma vez...

Era certamente maravilhoso o que via. No recanto mais afastado de seu jardim, havia uma árvore totalmente coberta de flores brancas. Seus ramos eram dourados, frutos de prata pendiam deles e... e junto dele, de pé, estava o pequenino que ele tanto estimava!

Cheio de alegria, desceu correndo as escadarias, chegou ao jardim e quando se aproximou do menino, seu rosto enrubesceu de cólera. Com voz sufocada pela emoção, perguntou:

— Quem se atreveu? Quem se atreveu a te ferir assim?

Porque nas palmas das mãos do menino havia os rasgões de dois pregos, como de pregos eram os dois rasgões de seus pezinhos.

— Quem se atreveu a te ferir assim? tornou a gritar. — Dize-me para que eu o mate!

— Não! respondeu o menino. — Estas são as feridas do Amor.

— Quem és tu? — perguntou o Gigante. E um estranho temor se apoderou dele, fazendo-o dobrar os joelhos diante do pequenino.

O menino sorriu e disse:

— Tu me deixaste, uma vez, brincar em teu jardim; hoje brincarás comigo em meu jardim, que é o Paraíso.

E quando os meninos voltaram, naquela tarde, encontraram o Gigante morto, debaixo da árvore, todo coberto de flores brancas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEp7KAvLlGaPE2lVYOEJvqKFKKN9hJcttZBAJJAm9ZlUByw5RoKdwM9BxUOkUz8fvlbD8Pxoht53aHu2fAO9BXDsaU_8EtaOxU4DY6B2oSNxbIZC9aE7n8lYeledMa3cNRsrhEcBcSRLTqY1yGH1jKl2xhXd33jV1ylzbMEipZvGR7S-FJV1GCg4QM/s320/el-gigante-egoista-oscar-wilde.jpg


Entendendo o texto

01. Qual é a mensagem transmitida?

Traz a mensagem da importância de saber dividir, amar, ser generoso, empático e criativo.

02. Por que as crianças das redondezas gostavam de brincar no belo jardim do Gigante?

Porque havia flores e dias ensolarados.

03. Quando o Gigante decide cercar a jardim só para ele; que acontece com a Primavera?

A Primavera fica tão triste e vai embora.

04. O Inverno se instalam nas terras do Jardim trazendo junto a si, quem?

A Neve, o Vento e a Chuva Gelada.

05. O Gigante ainda na cama ouviu uma música agradável; pensou que era  o rei dos músicos quem passava, mas era quem?

Era apenas um pardal que piava junto de sua janela.

06. Onde vivia o Gigante Egoísta?

Vivia num castelo.

07. O que apresenta o enredo?

O enredo da história apresenta um gigante que esteve fora da cidade por um período de sete dias, e ao retornar ele expulsa as crianças que brincavam em seu jardim construindo um muro para que elas não voltem.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

DIÁRIO: QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA - (FRAGMENTO) - CAROLINA MARIA DE JESUS - COM GABARITO

 Diário: Quarto de despejo: diário de uma favelada(Fragmento)

           Carolina Maria de Jesus

        13 DE MAIO Hoje amanheceu chovendo. E um dia simpático para mim. E o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.

        ...Nas prisões os negros eram os bodes expiatórios. Mas os brancos agora são mais cultos. E não nos trata com despreso. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz.

        Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.

        ...Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:

        — Viva a mamãe!

        A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:

        — "Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina."

        ... Choveu, esfriou. E o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetáculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.

        E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual — a fome!

        15 DE MAIO Tem noite que eles improvisam uma batucada e não deixa ninguém dormir. Os visinhos de alvenaria já tentaram com abaixo assinado retirar os favelados. Mas não conseguiram. Os visinhos das casas de tijolos diz:

        — Os políticos protegem os favelados.

        Quem nos protege é o povo e os Vicentinos. Os políticos só aparecem aqui nas épocas eleitoraes. O senhor Cantidio Sampaio quando era vereador em 1953 passava os domingos aqui na favela. Ele era tão agradavel. Tomava nosso café, bebia nas nossas xícaras. Ele nos dirigia as suas frases de viludo. Brincava com nossas crianças. Deixou boas impressões por aqui e quando candidatou-se a deputado venceu. Mas na Camara dos Deputados não criou um progeto para beneficiar o favelado. Não nos visitou mais.

        ...Eu classifico São Paulo assim: O Palacio, é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.

            JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2007. p. 27-28.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 80-1.

Entendendo o Diário:

01 – Que termos a escritora usa para indicar:

a)   O espaço físico onde vivia.

“Os visinhos das casas de tijolos diz: – Os políticos protegem os favelados”; “O senhor Cantidio Sampaio quando era vereador em 1963 passava os domingos aqui na favela”; “Eu classifico São Paulo assim: O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos”.

b)   O contexto histórico em que ocorreram os fatos relatados.

“O senhor Cantidio Sampaio quando era vereador em 1953...”; “Eu estava com dois cruzeiros”.

02 – Que trechos do texto não apenas relatam os acontecimentos, mas expressam uma reflexão de Carolina Maria de Jesus?

      “É um dia simpático para mim. É o dia da Abolição”; “Mas o brancos são mais cultos”; “E no inverno a gente come mais”; “E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravidão atual – a fome!”; “Que Deus ilumine os brancos para que os pretos seja feliz”.

03 – A fome percorre o diário todo, como se esta fosse uma personagem. No trecho lido, como ela aparece?

      Aparece no relato, quando a escritora pede alimentos emprestados e na reflexão dela a respeito da fome.

04 – O título da obra parece ser mais do que uma síntese da favela. Que sentido(s) você consegue perceber nele?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Aceite as respostas que lhe pareçam bem argumentadas.

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

CHARGE: SAINDO DE FÉRIAS - COM GABARITO

 Charge: Saindo de férias

 Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNNslrYHB4aGIJjjderHrlg_F99VGblUhA210ha6SL5Qf4dUZGd1ycFREVOETmVcuh5srbAUsZacdGRMHLDHsncG1RhO_dG72gehdcKlmQk3ykTDicWYkmeAatp4Rttle4j7qG4Z-6hKWf3tu98tQSxEIKjrI6xpA_xm97oJqyunbiFi8N6nfmnZgo/s1600/F%C3%89RIAS.jpg

Fonte: Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 2 – 1ª edição – 1ª impressão – SOMOS – 2019 – São Paulo. p. 79.

Entendendo a charge:

01 – O que essa imagem retrata?

      Uma família saindo de férias.

02 – Que efeito de sentido os traços da imagem promovem?

      Os traços caricaturais promovem o humor.

03 – Se colocássemos o seguinte título sobre a imagem: “Férias em família”, em que gênero textual ela se transformaria? O que criticaria?

      Gênero charge. No caso, criticaria, com humor, o hábito de famílias que, ao saírem de férias levam tudo.

 

RELATO DE VIAGEM: BRASÍLIA - BEATRIZ SARLO - COM GABARITO

 Relato de viagem: Brasília

                Beatriz Sarlo

        Caminhamos até a praça dos Três Poderes, que era a imagem de Brasília que melhor conhecíamos por fotografias.

        Nossa ideia de espaço público havia se limitado, até pisar a praça dos Três Poderes, à praça de Maio de Buenos Aires. As diferenças são evidentes, mas apenas ali tivemos consciência delas. A praça de Maio é o produto de uma superposição de modificações, reconstruções e demolições realizadas ao longo de dois séculos. Não surge de um só gesto, mas sim de uma soma estatística e paisagística, da coexistência desigual dos edifícios neoclássicos, italianos e modernos que a rodeiam. É heterogênea, suas qualidades não provêm de uma só concepção urbanística nem arquitetônica, mas sim de acréscimos e correções. Fundamentalmente, seu sentido é dado pelos acontecimentos que ocorreram e ocorrem ali. A praça de Maio está quase sempre (inclusive sob ditaduras militares) cheia de gente, curiosos, manifestantes, vendedores, turistas, mendigos, veteranos das Malvinas.

        Em 1970, a diferença com a praça dos Três Poderes não provinha só da beleza, que, claro, nos deixou pasmos, enquanto caminhávamos de um extremo ao outro pelas esplanadas. A diferença era que a praça dos Três Poderes estava deserta. Não havia ninguém ali. Seu simbolismo se originava na potência do gesto arquitetônico e construtivo, na confiança política fundacional, não nas camadas do passado que ainda não haviam tido tempo de se depositar sobre aquelas superfícies perfeitas. Na praça dos Três Poderes, a decisão de um Estado e o gênio de Niemeyer haviam substituído a história que é a grande arquiteta das outras praças latino-americanas.

        Tudo estava vazia. Uma fotografia mostra dois de nós, distantes várias centenas de metros do palácio do Planalto. A extensão registrada é enorme. Sobre a planície de cimento estão apenas esses dois argentinos, contra a silhueta do palácio. É aproximadamente meio-dia e não se vê ninguém mais. Aposta máxima da arquitetura moderna: sustentar-se sobre vazio. Chandigarh, Brasília, autofundar-se com um duplo gesto material e simbólico.

        Hoje as imagens são bem diferentes. Centenas de presidentes, ministros e embaixadores percorreram essa extensão, registrados em milhares de fotos jornalísticas e de sequências televisivas. Quando nós chegamos, ao contrário, a fenomenal e desmesurada aposta estava nua. Então podia se formular a pergunta: o que será amanhã, dentro de vinte ou trinta anos, desta esplanada deserta?

        Não nos fizemos essa pergunta. Aparentemente simples, era, no entanto, complicada demais para nós. Discutimos outras coisas. Habituados às mobilizações em praça pública, nos esforçamos por imaginar como seria uma hipotética mobilização popular na praça dos Três Poderes. Sentados sobre o cimento, ao sol, só pensávamos a partir do que acreditávamos ser uma espécie de norma universal: as praças são projetadas para que os manifestantes as ocupem. A clareza do Plano Piloto acentuava nosso erro: como se Lucio Costa (ao contrário do barão de Haussmann) houvesse decidido um traçado urbano especialmente propício para multidões que avançassem em colunas pela avenida dos ministérios até a praça.

        Assim delirávamos, impactados por uma obra ainda desprovida das imagens que iriam rodeá-la com o passar do tempo. Simultaneamente ela tinha algo de irreal, como se estivéssemos passeando por uma cenografia da história futura. As duas cúpulas invertidas, as duas torres brilhavam com a aura do vento. Não havia acontecido ainda o lento, inexorável e desgastante processo que converte as imagens, os edifícios, as paisagens em familiares. Tudo explodia diante dos olhos.

SARLO, Beatriz. Viagens da Amazônia às Malvinas. São Paulo: E-galáxia, 2015. [s. p.].

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 44-6.

Entendendo o relato:

01 – É possível que você já tenha visto imagens da praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), em meios de comunicação impressos e digitais. Em sua opinião, essa praça, na situação atual, aproxima-se ou não da imagem construída por Beatriz Sarlo? Por quê? Responda no caderno.

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Na opinião da escritora Beatriz Sarlo, que característica da praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), dificultaria a ocupação do espaço?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Segundo Sarlo, a concepção arquitetônica da praça Três Poderes, muito ampla, dificulta a percepção do entorno da praça, dos limites do perímetro.

03 – De acordo com o relato de Sarlo, que aspectos da praça de Maio, em Buenos Aires, na Argentina, e da praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), ajudam o leitor a compreender a diferença entre esses locais?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Em sua opinião, o relato de viagem de Sarlo permite entender a diferença entre as cidades de Buenos Aires e Brasília? Explique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: As alterações sofridas pela praça de Maio ao longo de dois séculos são consequências de momentos históricos pelos quais a Argentina e também sua capital passaram. Em contrapartida, à época da visita de Sarlo à praça dos Três Poderes, em Brasília, não existiam marcas históricas e temporais como em outras cidades do Brasil, uma vez que a própria cidade fora projetada pouco antes de 1960.

05 – Muitas manifestações populares já aconteceram na praça dos Três Poderes nos mais de cinquenta anos da construção de Brasília.

a)   Ao tentar definir a Brasília que visitava nos anos 1970. Sarlo utiliza uma imagem que reflete a impressão de uma cidade construída do nada. Que imagem é essa?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A ideia de uma cidade vazia. Uma das possibilidades é o trecho “aposta máxima da arquitetura moderna: sustentar-se sobre o vazio”.

b)   Em que essa impressão de Sarlo contrasta com a imagem das manifestações populares já ocorridas na capital do Brasil?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Ao longos dos anos, desde a construção de Brasília, as muitas manifestações ocorridas na capital do país permitiram a ocupação dos espaços vazios da cidade pela multidão, incluindo a praça dos Três Poderes.

06 – Que adjetivo você empregaria para caracterizar a impressão que Beatriz Sarlo teve da cidade de Brasília? Esse adjetivo expressa a característica que você, hoje, atribui a essa cidade? Explique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Após refletir com os colegas e o professor sobre o relato de viagem, como você responderia à seguinte pergunta de Beatriz Sarlo: “O que será amanhã, dentro de vinte ou trinta anos, desta esplanada deserta”? Socialize a resposta oralmente com os colegas.

      Resposta pessoal do aluno.

 

RESENHA FILME: A FAMÍLIA BÉLIER - ZECA SEABRA - ALMANAQUE VIRTUAL - COM GABARITO

 Resenha filme: A família Bélier

                Zeca Seabra

        Lançado sem grandes alardes (e sem sessão para os críticos) chega ao circuito carioca, uma das grandes surpresas cinematográficas de 2014. A família Bélier (La familie Bélier, 2014) é um interessante trabalho do diretor francês Eric Lartigau que consegue conquistar o público pela simplicidade de um argumento que fala que fala de amadurecimento e emancipação.

        Na trama a jovem Paula (Louane Emera, descoberta no reality show The Voice e em seu primeiro papel no cinema) é uma adolescente que mora com seus pais e irmão, todos surdos. Cabe à Paula administrar o negócio de laticínios e servir de tradutora oficial nas conversas com vizinhos. Após se inscrever no coral da escola por interesse amoroso, Paula tem seu talento descoberto por um professor de canto que a convida para uma bolsa de estudos em Paris. O conflito aparece em forma de relações e compromissos. Como abandonar a responsabilidade familiar e ir atrás de seus sonhos? Como lidar com a culpa?

        Lartigau traça um retrato bastante humano de uma família como outra qualquer cuja diferencial é a deficiência auditiva, mas em nenhum momento utiliza esta condição como peça melodramática. O interesse aqui é analisar as relações familiares e as dificuldades que toda adolescente passa quando decide dar seu grito de liberdade em um meio afetivamente caloroso. Com um discurso universal e sincero, o filme conta com um belo trabalho de caracterização de todo o elenco que realça as situações cômicas e embaraçosas sem cair na vala comum dos estereótipos dos deficientes.

        Os Bélier são barulhentos, comunicativos e também sujeitos a todos os tipos de frustações e carências quando percebem que um ente querido precisa sair do ninho. Este conflito, no entanto, não apaga as outras possibilidades que o roteiro tem a oferecer. A descoberta sexual do irmão de Paula, Quentin (Luca Gelberg – o único ator realmente deficiente), a candidatura do patriarca (o ótimo François Damiens) à prefeitura da cidade e o frustrado professor de canto (Éric Elmosnino) compõe uma bela moldura para este descontraído retrato familiar cuja maior qualidade é ser atemporal e de fácil identificação individual.

        Quando Paula canta a canção je vole de Michel Sardou para sua família na linguagem dos sinais, ficamos a imaginar como a dor do crescimento pode ser amoroso e que a escuta interna independe única e exclusivamente da audição externa.

        A família Bélier (La famille Bélier)

        França, 2014. 100 min.

        Direção: Eric Lartigau

        Com: Louane Emera, François Damiens, Karin Viard.

SEABRA, Zeca. A família Bélier. Almanaque Virtual. UOL, 3 jan. 2015. Disponível em: http://almanaquevirtual.uol.com.br/familia-belier. Acesso em: 28 jul. 2020.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 28-9.

Entendendo a resenha:

01 – Qual é o objetivo dessa resenha crítica? Como você chegou a essa conclusão?

      O objetivo é, além de divulgar um filme, apresentar também uma crítica sobre ele. A resenha apresenta a sinopse do filme e também traz comentários do resenhista, com o uso de adjetivos em certos trechos.

02 – Você costuma ler textos assim? Em caso afirmativo, em quais mídias e veículos você faz a leitura de resenhas críticas?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Você já assistiu a esse filme? Em caso afirmativo, concorda com as informações críticas a respeito dele? Em caso negativo, pela resenha, você se sentiria tentado a vê-lo? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – No segundo parágrafo da resenha, há uma sinopse, ou seja, uma síntese do enredo do filme. Releia esse parágrafo e comente com os colegas a importância desse trecho no conjunto da resenha.

      É por meio da sinopse que o resenhista apresenta as características do que é resenhado. No caso de filmes, a sinopse, em geral, traz um resumo do enredo.