sexta-feira, 8 de julho de 2022

REPORTAGEM: A QUÍMICA DO AMOR - ARETHA YARAK/GUILHERME ROSA - COM GABARITO

 Reportagem: A química do amor 


Embora seja agradável pensar que seguimos o coração, a verdade é que a ciência tem explicações menos poéticas para as demandas românticas. Saiba como ela explica as questões amorosas, resultado de mecanismos puramente fisiológicos, que envolvem hormônios e receptores cerebrais. E por que nada disso vai importar quando você estiver apaixonado.

             Por Aretha Yarak e Guilherme Rosa Atualizado em 6 Maio 2016, 16h19 - Publicado em 12 jun. 2013, 07h34

                          Amor: respiração e batimentos cardíacos acelerados são causados pelo excesso de dopamina no organismo; níveis mais elevados de norepinefrina causam alegria excessiva e falta de sono.

        “Os homens devem saber que do cérebro, e só do cérebro, derivam prazer, alegria, riso e divertimento, assim como tristeza, pena, dor e medo”. A frase foi dita por Hipócrates (460-377 a.C.) há milhares de anos, mas continua certeira. Significa que aquele amor envolto em corações flutuantes, que foi incessantemente idealizado por escritores, poetas e cineastas não é bem do jeito que eles pintam. Esqueça o cupido, a sorte ou mesmo a união sublime e inexplicável de almas. “Nada é tão ao acaso, nem tão romântico”, diz Carmita Abdo, psiquiatra coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. O amor nada mais é do que o resultado de uma complexa cadeia de reações químicas do cérebro, e existe com o intuito único de propagar a nossa espécie. Em outras palavras, amamos porque somos o resultado de um processo evolutivo bem sucedido: ao entrarmos em uma relação estável, as chances de criarmos com sucesso nossos descendentes são muito maiores.

        De acordo com a biologia evolutiva, o vínculo criado por casais apaixonados garante a segurança da espécie. Focado na sua família, o homem gasta energia em mantê-la bem provida, oferecendo todas as oportunidades para que seus filhos cresçam e perpetuem sua carga genética. Para unir o casal, o cérebro se inunda de amor – no caso, há um aumento na liberação dos hormônios dopamina e norepinefrina. São eles que causam todas as sensações típicas da paixão, como insônia, frio na barriga e pensamento obsessivo na pessoa amada.

        Passado o rompante da paixão, outro hormônio entra em ação: a oxitocina. É ela que faz com que os casais criem vínculos, evoluam para o sentimento de amor romântico, e continuem juntos por anos a fio. De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. Best Seller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. “O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro”, diz. E é nosso organismo ainda quem ajuda a escolher por quem nos apaixonamos: enquanto os homens tendem a procurar mulheres com o quadril largo (característica vinculada à progesterona, que sinaliza uma boa fertilidade), as mulheres procuram um homem que transpire sucesso e segurança. Os dois caçam ainda alguém com um sistema imunológico diferente do seu – a variabilidade garante o sucesso da espécie e evita anomalias do cruzamento entre parentes.

        Ah, o amor – Embora a ciência consiga ainda explicar por que, afinal, os homens levam a fama de ser mulherengos (eles são fábricas de espermatozoides que precisam ser espalhados), ela ainda não nos tirou o gosto pelas incertezas do amor. Por mais que você saiba que o hormônio que corre no seu corpo e te faz sentir frio na barriga é a dopamina, você ainda vai, sim, curtir o primeiro beijo, o primeiro amor e sua primeira paixão. E vai se emocionar com os filmes românticos de Hollywood, com as poesias de Vinícius de Moraes e as músicas melosas de Adele. “A paixão pode ser desconfortável, uma situação de extremo êxtase. Mas quanto mais descomunal, melhor. O ser humano vive buscando situações de risco, de perigo, que saiam do cotidiano e da mesmice”, diz Carmita Abdo.

YARAK, Aretha; ROSA, Guilherme. Veja, São Paulo, seção Ciência, 12 jun. 2013. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/a-quimica-do-amor/. Acesso em: 11 fev. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 23-7.

Entendendo a reportagem:

01 – Segundo o texto, o amor é um encontro de almas ou é apenas consequência de reações químicas do cérebro? Que trechos do texto comprovam isso?

      De acordo com o texto, o amor é resultado de reações químicas do cérebro. Trechos: “O amor nada mais é do que o resultado de uma complexa cadeia de reações químicas do cérebro, e existe com o intuito único de propagar a nossa espécie.”; “De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. Best Seller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. ‘O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro’, diz.”

02 – Quais são os hormônios que ajudam na primeira aproximação dos casais e causam as sensações da paixão?

      Os hormônios dopamina e norepinefrina.

03 – Como é o hormônio que faz a paixão evoluir para o amor? Como ele age?

      A oxitocina. De acordo com o trecho, “Passado o rompante da paixão, outro hormônio entra em ação: a oxitocina. É ela que faz com que os casais criem vínculos, evoluam para o sentimento de amor romântico, e continuem juntos por anos a fio.”

04 – Que tipo de informação encontramos no texto?

      Informações científicas sobre como os hormônios e outras substâncias químicas em nosso cérebro influenciam nossos sentimentos de paixão e amor.

05 – Observe a linguagem usada pelo autor. Você diria que ela é mais formal ou informal, mais literária, cotidiana ou científica? Explique sua resposta recorrendo a exemplos do texto.

      Formal, pois não apresenta gírias ou expressões mais coloquiais e pelo fato de o autor fazer uso de muitos termos científicos próprios das áreas de Biologia evolutiva, da Neurociência ou da Psiquiatria.

06 – Observe que o autor cita várias outras pessoas ao longo do texto, fazendo, inclusive, referência a um livro.

a)   Por que você acha que ele fez isso?

O autor recorre aos estudos de outras pessoas e a suas obras para apresentar informações/resultados de pesquisa sobre o assunto de que está tratando.

b)   Essas pessoas podem ser consideradas especialistas em suas áreas de estudo?

Sim, pois se trata de estudiosos de psiquiatria.

c)   O fato de o autor citar essas pessoas e seus trabalhos torna as informações apresentadas no texto mais ou menos confiáveis? Explique sua resposta.

Mais confiáveis, porque ajudam a dar credibilidade a textos desta natureza, é fruto de estudo de várias pessoas e não apenas de suas próprias ideias.

07 – Em várias passagens do texto, o autor usou aspas. Leia novamente algumas dessas passagens e explique a função das aspas em cada uma delas.

a)   “Os homens devem saber que do cérebro, e só do cérebro, derivam prazer, alegria, riso e divertimento, assim como tristeza, pena, dor e medo”. A frase foi dita por Hipócrates (460-377 a.C.) há milhares de anos, mas continua certeira.

b)   “Nada é tão ao acaso, nem tão romântico”, diz Carmita Abdo [...].

c)   De acordo com o psiquiatra Larry Young, coautor do livro A Química entre Nós (Ed. Best Seller, 348 pág.), é a oxitocina que nos faz focar a atenção no parceiro. “O amor é esse emaranhado de complexas reações químicas no cérebro”, diz.

d)   “A paixão pode ser desconfortável, uma situação de extremo êxtase. Mas quanto mais descomunal, melhor. O ser humano vive buscando situações de risco, de perigo, que saiam do cotidiano e da mesmice”, diz Carmita Abdo.

      Em todos os trechos, as aspas foram usadas com a mesma função: reproduzir e marcar a fala de outras vozes diferentes da voz do autor do texto.

08 – O que mudaria se esses trechos não estivessem entre aspas?

      Provavelmente o leitor teria mais dificuldade em discernir quem é o responsável por cada uma das afirmações: o autor do texto ou outras pessoas. Ou seja, ficaria difícil diferenciar, por exemplo, o que o autor desse texto diz do que os outros autores que ele consultou dizem.

09 – Também aparece algumas vezes outro sinal de pontuação: os parênteses. Explique para que esse sinal foi usado, observando os tipos de informação que estão neles.

      Para acrescentar uma explicação em relação ao que acabou de ser dito ou acrescentar detalhes sobre a informação dada.

10 – Em algumas passagens, foi usado um travessão (--). Observe.

        “[...] Para unir o casal, o cérebro se inunda de amor – no caso, há um aumento na liberação dos hormônios dopamina e norepinefrina. São eles que causam todas as sensações típicas da paixão, como insônia, frio na barriga e pensamento obsessivo na pessoa amada.”

        “[...] Os dois caçam ainda alguém com um sistema imunológico diferente do seu – a variabilidade garante o sucesso da espécie e evita anomalias do cruzamento entre parentes.”

a)   As informações introduzidas por essa pontuação ajudam a entender melhor o que está sendo dito ou não fariam nenhuma falta no texto? Explique sua resposta.

Esses esclarecimentos são importantes para compreender melhor o texto.

b)   A função do travessão é mais semelhante à função das aspas ou dos parênteses? Por quê?

É mais semelhantes à função dos parênteses, pois ambos servem para acrescentar explicações ou informações adicionais relevantes para a compreensão do que foi dito.

11 – Observe, logo abaixo do texto lido, as referências bibliográficas que indicam onde ele foi publicado.

a)   De que tipo de publicação se trata?

Trata-se de uma revista semanal que traz assuntos diversos: notícias sobre política, esporte, arte, ciência, artigos de opinião, etc.

b)   Em que seção da publicação o texto foi publicado?

Na seção de Ciência.

c)   Para que tipo de leitor é destinada essa publicação e sua respectiva seção?

Para o público adulto em geral, principalmente os interessados nas novidades da Ciência.

d)   Qual é a intencionalidade discursiva do autor desse texto? Explique recorrendo ao boxe ao lado.

Divulgar novos conhecimentos científicos sobre a natureza química do amor.

e)   Se você tivesse que dar um nome a textos escritos com essa finalidade, que nome daria?

Resposta pessoal do aluno.

 

 

 

quinta-feira, 7 de julho de 2022

CONTO: O VERDE - IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO - COM GABARITO

 CONTO:O VERDE

                Ignácio de Loyola Brandão


 Estranha é a cabeça das pessoas.

Uma vez, em São Paulo, morei numa rua que era dominada por uma árvore incrível. Na época de floração, ela enchia a calçada de cores. Para usar um lugar-comum, ficava sobre o passeio um verdadeiro tapete de flores; esquecíamos o cinza que nos envolvia e vinha do asfalto, do concreto, do cimento, os elementos característicos desta cidade. 

Percebi, certo dia, que a árvore começava a morrer. Secava lentamente, até que amanheceu inerte, em folha. "É um ciclo, ela renascerá", comentávamos no bar ou na padaria. Não voltou. Pedi ao Instituto Botânico que analisasse a árvore, e o técnico concluiu: fora envenenada. 

Surpresos, nós, os moradores da rua, que tínhamos a árvore como verdadeiro símbolo, começamos a nos lembrar de uma vizinha de meia-idade que todas as manhãs estava ao pé da árvore com um regador. Cheios de suspeitas, fomos até ela, indagamos, e ela respondeu com calma, os olhos brilhando, agressivos e irritados:

-- Matei mesmo aquela maldita árvore.

-- Por quê?

-- Porque na época da flor ela sujava minha calçada, eu vivia varrendo essas flores desgraçadas.

www.santos.sp.gov.br

Entendendo o texto

1)Por que, no começo do texto, o narrador afirma que "Estranha é a cabeça das pessoas.".

Porque o narrador já conhecia a história sobre a árvore.


2) Observe a frase: "Na época da floração, ela enchia a calçada de cores." (2º parágrafo).
a) Qual é a época da floração?

     A época de floração é a designação dada ao período do ano, ou à estação do ano, que é geralmente a primavera, em que desabrocham as flores de determinada espécie ou grupo de espécies de plantas, estando então a planta em flor.


b) O que significa a expressão "enchia a calçada de flores"?

     As flores caiam na calçada, sujando-a.

3) Observe a frase: [...] esquecíamos o cinza que nos envolvia [...]" (2º parágrafo). Que cinza era esse ao qual o autor se referia?

O cinza que vinha do asfalto, do concreto, do cimento, os elementos característicos da cidade grande. 


4) Por que a árvore parou de florescer?

    Porque a vizinha estava envenenando a árvore aos poucos.

5) Releia atentamente a seguinte frase e responda às questões:
"Surpresos, nós, os moradores da rua, que tínhamos na árvore um verdadeiro símbolo, começamos a nos lembrar de uma vizinha de meia-idade que todas as manhãs estava ao pé da árvore com um regador." (2º parágrafo).
a) Qual é a primeira impressão que temos ao ler que a vizinha regava a árvore todos os dias?

Que ela cuidava da árvore, molhando-a diariamente.

b) Essa impressão se confirma no final do texto? Por quê?

Não. No final o leitor se choca com a resposta que a senhora dá, quando diz que matei mesmo aquela maldita árvore.

6) Por qual motivo a árvore foi morta?

Porque durante o período de floração, sujava a calçada.

7) Identifique, no texto, os elementos da narrativa abaixo:
a) Narrador:
Narrador-personagem.
b) Espaço: Numa rua na cidade de São Paulo.
c) Enredo: Uma árvore que enchia a rua de vida, mas que, de repente, parou de florescer.
d) Clímax: Os vizinhos foram atrás de uma senhora suspeita de envenenar a árvore.
e) Desfecho: A senhora matou a árvore por motivo fútil.

 

 

terça-feira, 28 de junho de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): ENCONTROS E DESPEDIDAS - MILTON NASCIMENTO E FERNANDO BRANT - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): ENCONTROS E DESPEDIDAS

                  Milton Nascimento e Fernando Brant

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando

Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero

Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida

Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida
É a vida desse meu lugar
É a vida

Fonte: Musixmatch

Compositores: Nascimento Milton Silva Campos / Brant Fernando Rocha

Letra de Encontros e despedidas © Nascimento Edicoes Musicais Ltda, Tres Pontas Edicoes Musicais Ltda, Nascimento Edicoes Musicais

http://pessoal.educacional.com.br/up/59870001/7216605/POR_P8_U2_Tipo1.pdf

https://cenfopgeografia.files.wordpress.com/2009/11/projeto-4-encontros-e-despedidas-poema.pdf

Entendendo o texto

01. A repetição da expressão "Tem gente", na segunda estrofe, ressalta

a) a multiplicidade de pessoas com diferentes objetivos.

b) a preocupação do poeta com a vida das pessoas.

c) a quantidade de pessoas nas idas e vindas da vida.

d) a vida monótona das pessoas que viajam muito

02. Qual o nível de linguagem empregada no texto: linguagem coloquial (informal) ou linguagem culta (formal)?

Dê um exemplo que comprove sua resposta.

Informal.

“Me dê um abraço,”; “Tô chegando”.

03. O título do poema sugere ideia de contraste, oposição. Essa ideia é mantida no decorrer do texto. Cite dois pares que confirmem essa afirmação.

Possibilidades: “Chega/Vai; Vem/Voltar; Vai/Ficar; Sorrir/Chorar; Chegar/Partir; O Trem que chega/É o mesmo trem da partida; Encontro/Despedida”.

04. Explique o sentido dos versos a seguir:

 “Todos os dias é um vai-e-vem, / A vida se repete na estação.”

Diariamente, as pessoas transitam pela estação de trem. Essa cena é corriqueira, repetitiva.

05. Na última estrofe do poema, os autores estabelecem uma relação entre dois elementos. Quais são?

Plataforma e Vida.

06. Que temáticas são abordadas na canção?

      • a questão das migrações internas;

      • as melhores condições de trabalho e de vida que fazem com que algumas regiões se tornem áreas de atração populacional e outras, de repulsão;

      • as desigualdades regionais no que se refere ao desenvolvimento econômico e social.

07. Segundo o eu lírico quais são os lugares “cuja vida” é de encontro e quais são de despedida?

“...a hora do encontro é também despedida/a plataforma dessa estação/é a vida desse meu lugar...”.

 

  

segunda-feira, 27 de junho de 2022

POEMA: O MEDO DO MENINO - ELIAS JOSÉ - COM GABARITO

 POEMA: O MEDO DO MENINO

                  Elias José

Que barulho estranho,
vem lá de fora,
vem lá de dentro?!

Que barulho medonho
no forro,
no porão,
na cozinha,
ou na despensa!…

Será fantasma
ou alma penada?
Será bicho furioso
ou barulhinho de nada?

E o menino olha
na escura escada
e não vê nada.
Travesseiro
E olha na vidraça
e uma sombra o ameaça.

Quem se esconde?
Esconde onde?

Se vem alguém passo a passo
Na rua deserta
O medo aumenta.
Passos de gente de casa
Encolhe o medo.
Se somem vozes e passos
De gente de casa,
No ato, no quarto,
Vem o arrepio

E o menino encolhe,
Fica todo enroladinho.
E se embrulha nas cobertas,
Enfia a cabeça no travesseiro
E devagar, devagarinho,
Sem segredo,
Vem o sono
E some o medo.

https://eliasjose.com.br/o-medo-do-menino/ 

http://drifi10.blogspot.com/2011/06/o-medo-do-menino-jose-elias-que-barulho.html

Entendendo o texto

01. Ao compararmos os dois textos, notamos que ambos falam de

a) assalto.

b) cozinha.

c) medo.

d) dentista.

 

02. Retire do texto as palavras que tenham o som nh:

     “... estranho, medonho, cozinha, barulhinho, enroladinho, devagarinho.”

03. Agora escreve as palavras que tenham o som lh.
     “...barulho, olha, encolhe, embrulha.”
04. E você, tem medo de quê?

      Resposta pessoal.

 05. Como foi que o medo do menino sumiu? 

       Ele enfia a cabeça no travesseiro, devagarinho vem o sono e some o medo.
06. Escreva frases com as palavras:

       Fantasma –

       Porão -

    


domingo, 26 de junho de 2022

TEXTOS: O UNIVERSOS - COM GABARITO

 Textos: O Universos

Texto 1

        A pulsação era suave, contínua, incessante. Não havia nada além dela. Tudo- o calor, o alimento, até as ondas confusas de pensamentos e sua mente – embalava-se ao ritmo daquela pulsação eterna, compassada, confortável.

        Conforto. O Universo inteiro era um lugar morno e macio. Existir era flutuar naquele líquido desde sempre, sentindo-se crescer aos poucos. Sem interrupções. Sem peso. Sem esforço. O alimento chegando em intervalos pausados, a força e o prazer de mover os membros vagarosamente, chutar as membranas em volta. Flexíveis, macias ... Dormir e acordar tranquilamente, como se os sonhos fossem apenas o outro lado dos pensamentos. Tão parecidos! Era bom existir.

        O movimento começara imperceptivelmente, pequena variação no pulsar costumeiro. Nada de mais, apenas um novo balanço a embalar seu sono. Porém com o passar dos minutos foi se intensificando, sobrepondo-se ao outro pulsar, sacolejando as membranas macias que de repente pareciam enrijecer.

        Desconforto. Urgência. O universo todo de repente empurrando seu corpo como se o quisesse expelir. E o movimento ficando mais forte, anulando a pulsação conhecida, causando dor, impedindo o prazer de flutuar. Pela primeira vez sentiu medo.

        Subitamente todo o líquido pareceu escoar-se, e absurda sensação de frio envolveu-o. Um empurrão mais forte e o frio se tornou insuportável: o universo como que explodia em dolorosa luz, ofuscando-lhe os olhos, penetrando-lhe à força. Uma lufada gelada ardeu-lhe, das narinas até as profundezas do corpo.

        Quis voltar ao calor e à maciez da existência de antes, mas seu universo não mais existia. E ao frio intenso, ao desconforto e à agressão respondeu tentando expulsar o ar gelado pela boca. Gritou.

Texto 2

        Os pensamentos confusos, que durante um bom tempo se haviam misturado a sonhos em sua mente, finalmente se concentraram em um só. Estou acordado.

        Precisou de todas as forças de que dispunha para controlar o medo e não gritar. Repassou mentalmente o treinamento, os exercícios, as noções teóricas que agora testaria na prática.

        Desenvolvendo equações mentais, conseguiu evitar a lembrança do desconforto que lhe causava a roupa, os aparelhos gelados pressionando seu corpo, tubos invadindo-lhe a pele para a introdução de alimentos e a retirada de resíduos.

        Nada além de dor e frio, luzes incomodando-lhe os olhos, ardores e arrepios maltratando-lhe o corpo. Tentou ajustar-se ao assento da nave. Anatômico, asseguravam os técnicos. Mas desconfortável para quem ali permanecesse por muito tempo.

        Finalmente tomou coragem e abriu os olhos. A cápsula continuava com o mesmo aspecto de que se lembrava, antes de ser induzido ao sono. Os aparelhos indicavam exatamente o que deveriam indicar. Checou os números e mapas, aproveitando a concentração da atenção nos detalhes técnicos para amenizar o desconforto físico. Sim, estava acordado e em boas condições. Sobrevivera aos testes, ao lançamento, ao longo período em estado de hibernação. E localizava-se agora na região desconhecida.

        Foi então que teve coragem de olhar pela primeira vez o visor. Invadiu-o sensação estranha, inesperada. Aquela região não lhe era desconhecida.

        Soltou as travas que o retinham no assento. Deixou o corpo flutuar com a falta de gravidade, como se tivesse feito aquilo a vida toda, e aproximou-se do visor agarrando os corrimões instalados para essa finalidade. Junto ao posto de observação teve melhor visão.

        Sim, nacionalmente sabia que as estrelas que via através do visor da nave não eram as que poderia ver no céu de seu planeta. Eram outras, as que seus mapas e cálculos indicavam como posicionadas nos confins da galáxia. E mesmo assim, ele conhecia o lugar. Embora aquela missão fosse uma das primeiras e ele um dos poucos a explorar a região, sentia-se em casa. A vista diante de seus olhos era magnífica. À frente, o universo.

        Conforto. O Universo inteiro era um lugar morno e macio. Existir era flutuar ali desde sempre. Sem interrupções. Sem peso. Sem esforço. O alimento chegando em intervalos pausados, a força e o prazer de mover os membros vagarosamente, acompanhando a pulsação do universo... Dormir e acordar, como se os sonhos fossem apenas o outro lado dos pensamentos. Era bom existir.

        Sorriu dentro da roupa que já não parecia desconfortável e preparou-se para enviar as primeiras mensagens à Terra.

Estes textos foram produzidos especialmente para você ler e responder.

Fonte: Português em outras palavras – 8ª série – Maria Sílvia Gonçalves – ed. Scipione – São Paulo, 2002. 4ª edição. p. 30-4.

Entendendo os textos:

01 – Os textos narrativos podem ser divididos em quatro partes:

Parte I: Situação inicial (normalidade na vida da personagem).

Parte II: Apresentação do conflito (algo que vem desequilibrar a situação inicial).

Parte III: Exploração do conflito (coloca-se a personagem em situação de grande tensão; é a parte mais importante porque as reações da personagem provocam o suspense e possibilitam questionamentos da situação).

Parte IV: Desfecho (deve surpreender pelo inesperado; é curto).

a)   Os textos que você leu são narrativos. Escreva em seu caderno onde começam e onde terminam essas partes em cada um deles.

I: de “A pulsação era...” até “Era bom existir.” II: de “O movimento começara...” até “de repente pareciam enrijecer”. III: de “Desconforto. Urgência.” Até “... até as profundezas do corpo”. IV: de “Quis voltar ao calor...” até “... gritou”. Texto 2. I: de “Os pensamentos confusos...” até “... permanecesse por muito tempo”. II: de “Finalmente tomou coragem...” até “... agora na região desconhecida.” III: de “Foi então que teve coragem...” até “... era bom existir.” IV: de “Sorriu dentro da roupa...” até “primeiras mensagens à Terra.”

b)   Dê um título a cada parte.

I: Conforto. II: Movimento. III: Desconforto. IV: Grito. Texto 2. I: Dor e frio ou Acordar. II: Sobrevivência aos testes ou Localizar-se. III: O Universo é o Lar ou Flutuar. IV: Primeiras mensagens ou Enviar mensagens.

02 – Reescreva a frase correta em seu caderno. Do ponto de vista das sensações das personagens, seria possível afirmar que:

a)   No texto I, a sensação de conforto permanece do princípio ao fim.

b)   No texto II, a sensação de desconforto permanece do princípio ao fim.

c)   No texto I, a sensação inicial de conforto transforma-se em desconforto, enquanto no texto II ocorre o oposto.

d)   No texto I, a sensação inicial de desconforto transforma-se em conforto, enquanto no texto II ocorre o oposto.

03 – Nos dois parágrafos iniciais do primeiro texto, parece qe a personagem é colocada num berço. Como se consegue, pela linguagem, transmitir a ideia de embalo ao leitor?

      A ideia do embalo é criada com a utilização de um grande número de frases nominais curtas, que acabam imprimindo um ritmo lento ao texto. Nas orações, os verbos são usados nas formas nominais, o que acaba intensificando essa ideia.

04 – Nesta passagem: “Nada de mais, apenas um novo balanço a embalar seu sono. Porém com o passar dos minutos foi se intensificando”, observe a palavra que anuncia uma mudança na situação. A que classe ela pertence?

      A palavra que anuncia uma mudança na situação (introduzindo o conflito na narrativa) é a conjunção coordenativa adversativa porém.

05 – Releia o trecho:

        “Subitamente todo o líquido pareceu escoar-se, e absurda sensação de frio envolveu-o”.

a)   O líquido realmente escoa. Por que então o verbo em destaque foi usado?

A personagem está confusa, perdeu o controle da situação.

b)   A sensação de frio é absurda. O que esse adjetivo reafirma?

Até aquele momento, tudo era morno, quente; a mudança de temperatura parece-lhe, portanto, absurda.

06 – Observe: “O universo como que explodia em dolorosa luz”. Essa frase revela o momento exato de que fato?

      Revela o momento exato do nascimento da personagem.

07 – No texto I, o que representou para a personagem sair de seu universo e entrar no universo dos outros seres?

      A saída representou dor, sofrimento.

08 – Os textos são narrados em terceira pessoa. Em sua opinião, por que esse foco narrativo foi utilizado?

      Pretendeu-se um certo distanciamento dos fatos, ao narrar. Além disso, no texto I, seria inverossímil um recém-nascido narrar seu próprio nascimento.

09 – Retire do último parágrafo do texto I, a expressão que revela uma situação irreversível para a personagem.

      “... seu universo não mais existia.”

10 – Comente a última palavra do texto I.

      O grito é a primeira manifestação da personagem em sua nova vida, e é de dor e sofrimento.

11 – No texto II, na frase “Estou acordado”, usa-se um tipo de letra diferente. Por quê?

      É uma fala da personagem, sem nenhuma pontuação que pudesse distingui-la da fala do narrador. Daí usar-se tipo diferente.

12 – Em nenhum momento se revela que a personagem é um astronauta, mas isso está claro no texto II. Explique como.

      Pela descrição da nave (aparelhos, máquinas) e do céu. Além disso, a personagem acorda de testes, de um sono induzido, e sobrevive ao lançamento.

13 – A que você atribuiria a familiaridade da personagem do texto II com uma região que lhe era totalmente desconhecida?

      A personagem tem paixão pela vida, pela aventura que está vivendo e pelo universo como um todo. Sabe que é parte desse universo maior e, por isso, sente-se à vontade, em casa, em qualquer lugar, até nos confins da galáxia.

14 – Faça uma comparação entre os dois textos, mostrando as semelhanças e diferenças entre eles, com relação a:

a)   Pensamentos das personagens.

Texto I: confusos, misturados a sonhos. Texto II: confusos, misturados a sonhos.

b)   Alimentação.

Texto I: O alimento chega pausadamente, naturalmente. Texto II: O alimento vem por tubos, de forma artificial.

c)   Sono.

Texto I: Tranquilo, natural. Texto II: Induzido, artificial.

d)   Sensações iniciais.

Texto I: De conforto. Texto II: De conforto.

e)   Evolução das sensações.

Texto I: Começa a sentir dor, perde o controle. Texto II: Começa a conscientizar-se da situação, readquire o controle.

f)    Pulsação.

Texto I: Suaves e ritmadas no início; desconhecidas no final. Texto II: Vão adquirindo a regularidade do universo.

g)   Relação com a luz.

Texto I: É dolorosa quando ocorre, no final. Texto II: É incômoda quando ocorre, no início.

h)   Relação com o calor e frio.

Texto I: O calor dá lugar ao frio. Texto II: O frio dá lugar ao calor.

i)     Relação com o desconhecido.

Texto I: Causa medo. Texto II: Causa prazer.

15 – Compare o segundo parágrafo do texto I com o penúltimo parágrafo do texto II. O que você nota?

      Nota-se uma semelhança muito grande. Essas semelhanças adquirem sentidos diferentes em razão do momento em que aparecem nos dois textos. No texto I: é a situação de partida; no texto II: a situação de chegada.

16 – Após ler os dois textos, dê a sua versão do que seja Universo.

      Resposta pessoal do aluno.

17 – Ambos os textos constroem-se sobre pares de antônimos. Quais?

      Conforto/desconforto; calor/frio; dor/prazer.

18 – Qual o resultado desse jogo de antônimos?

      O resultado desse jogo de antônimos é mostrar ao leitor que a existência humana oscila entre dois sentimento contraditórios.

19 – Comente o emprego de frases nominais nos textos.

      As frases nominais são empregadas com o objetivo de recriar na escrita as sensações vividas pelas personagens: conforto, bem-estar, segurança, embalo, flutuação, mistura de realidade e sonho. As sensações, no caso, se sobrepõem às ações; daí a forte presença de frases nominais.

20 – Comente o emprego das formas nominais dos verbos nos textos.

      Já que as sensações se sobrepõem às ações, predominam verbos de estado e frases sem verbo. Os verbos de ação, quando aparecem, vêm conjugados em suas formas nominais, no gerúndio principalmente, uma vez que essa forma verbal descreve o lento desenrolar de uma ação.

 

REPORTAGEM: MARINA: DO SERINGAL AO SENADO - MÁRCIA TURCATO - COM GABARITO

 Reportagem: Marina: do seringal ao senado

                     Márcia Turcato

        Aos 37 anos recém-completados, tendo sobrevivido a cinco crises de malária, três hepatites e uma infância desgraçadamente pobre e trabalhosa num remoto seringal no Acre, a senadora Marina Silva (PT – AC) tinha tudo para estar no bagaço. Bagaço, aliás, era o nome do seringal onde se criou, terceira de 12 filhos, mãos-de-obra enjeitada numa atividade pesada e predominantemente masculina.

        Mas o destino, que a pôs no mundo pelas portas do inferno verde da Amazônia, traçou para Marina planos inesperadamente grandes. Hoje, embelezada e fortalecida pelas surpreendentes vitórias que vem conquistando, Marina é um ser aparentemente delicado em seus 50 quilos distribuídos por 1,622 metro de altura. Só aparência. Ela não leva mais o peso da borracha, mas carrega o fardo da responsabilidade de dar melhores condições de vida aos 65 mil acreanos que votaram nela nas últimas eleições – a maior votação da história do Acre – e a outros milhares que continuam no bagaço na faina diária e insana dos seringais.

        “Minha missão é defender todos os excluídos e trabalhar pelo desenvolvimento sustentado da Amazônia”, diz ela, num tom firme adquirido nos tempos de militância política ao lado do seringueiro Chico Mendes, mas com a suavidade de quem sabe o que busca.

        A saga da senadora acreana tem proporções amazônicas. Seus relatos de infância são instantâneos de miséria explícita, recheados de doença e morte. Marina só descobriu a existência de um mundo além das seringueiras aos nove anos, quando seu pai foi tentar a sorte e um emprego em Manaus. Foi uma descoberta fugaz. Devido ao insucesso da tentativa paterna, a futura senadora acabou voltando ao Bagaço, onde passou o resta da infância e início da adolescência convivendo com problemas respiratórios decorrentes do desumano processo de defumação na preparação da borracha. Foi nessa fase que teve os piores problemas de saúde, aos quais resistiu por pura providência divina, na medida em que não havia nenhum médico nas imediações. Do Bagaço ela só saiu aos 16 anos, quando já tinha perdido duas irmãs para a malária e para o sarampo, além da mãe, dona Maria Augusta, vítima de um aneurisma cerebral.

        0s 20 anos que se seguiram marcaram a grande, virada em sua vida. Trabalhando como doméstica, aprendeu a ler no Mobral e revelou-se uma estudante acima da média ao completar o segundo grau apenas seis anos depois de ser alfabetizada. Os novos conhecimentos fizeram com que ela desistisse do antigo sonho de ser freira e optasse por tornar-se estudante de História na Universidade Federal do Acre. A explosiva mistura de um passado triste na extração do borracha com a efervescência universitária nos estertores da ditadura militar fizeram de Marina uma militante política de esquerda que, nos anos seguintes, liderou diversos movimentos contra a derrubada indiscriminada da floresta amazônica, já estão ao lado do amigo e companheiro Chico Mendes, que mais tarde seria assassinado.

        “Chico e Mary [a antropóloga Mary Allegretti, que divulgou a luta dos seringueiros no Brasil e no exterior] conseguiram grandes avanços na demarcação das áreas para o extrativismo, que é uma boa saída para a região Norte”, relembra Marina. E emenda: “Essa vai ser uma das minhas principais bandeiras de luta no Senado”.

        Quando fala de seus planos, o tom que ela usa volta a ser inflamado como o dos tempos em que se tornou a vereadora mais votada de Rio Branco e, mais tarde, deputada estadual. Sem contudo perder a singeleza de quem cresceu no meio do povo mais sofrido da Amazônia. Ainda ambientando-se na aridez de Brasília, onde instalou-se com o segundo marido e as duas menores de seus quatro filhos, a senadora garante que está pronta para enfrentar, em nome de seus ex-companheiros de Bagaço, a batalha pela preservação da Amazônia.

        “Quero legislar em defesa da mata e criar mecanismos que defendam o seringueiro, que ainda vive quase escravizado”, conclui sintetizando em poucas palavras suas metas para este primeiro mandato. E, a julgar pela sua irresistível ascensão, o primeiro mandato da senadora Marina é apenas mais um passo em direção a destinos ainda maiores. Profecia, aliás, já feita pela revista americana Time, que incluiu Marina Silva em sua lista de cem possíveis lideranças mundiais do futuro, uma seleta relação dos destaques da política que estão na casa dos 30 anos. Para quem já esteve no Bagaço, Marina definitivamente deu a volta por cima.

                   Márcia Turcato. Marina: do seringal ao Senado. Os caminhos da Terra. Ano 4, n° 3. São Paulo: Azul, mar. 1995. p. 30-1.

Fonte: Português em outras palavras – 8ª série – Maria Sílvia Gonçalves – ed. Scipione – São Paulo, 2002. 4ª edição. p. 106-8.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual destas atividades Marina não exerceu: senadora, deputada, vereadora, doméstica, estudante, militante de esquerda, antropóloga, ecologista, seringueira?

      Antropóloga.

02 – Esse texto é uma biografia ou um perfil? Qual a diferença entre ambos?

      Trata-se de um perfil. A biografia costuma ser mais “comportada” limitando-se a fazer um relato dos fatos mais importantes da vida de uma pessoa, em ordem cronológica.

03 – Observe as primeiras linhas do texto. Por que a autora o inicia dando ao leitor essas informações?

      Ela inicia o parágrafo com a idade de Marina para realçar o fato de que ela é muito jovem para exercer a função de senadora. Fala da infância miserável da jovem senadora para valorizar ainda mais sua vitória.

04 – Que palavra inicia o segundo parágrafo? Qual sua função no texto?

      Mas. A função é mostrar que, contrariando o que se poderia esperar para uma pessoa que teve a infância de Marina, ela se tornou uma vencedora.

05 – A autora intercala às suas afirmações algumas falas da senadora.

a)   Como é possível identifica-las?

Por meio das aspas.

b)   Como ela encaixou essa falas em seu texto?

Misturando-as estrategicamente com dados que mostram a vida das pessoas que a elegeram e que esperam dela algo que possa ajuda-los.

c)   Qual será a possível reação dos eleitores da senadora diante dessas falas?

Eles, provavelmente, as aprovarão; não se arrependerão do voto.

06 – A autora chega a afirmar que Marina só não morreu por providência divina. Você concorda com ela? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Considerar, contudo, as condições precárias da vida que levou e sua frágil constituição física.

07 – Infância miserável + engajamento político = político verdadeiro. Você acha que esta é a fórmula ideal? Como explicar o desempenho de Marina, considerando que até os 16 anos era analfabeta?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Essa foi a fórmula de que resultou Marina, mas não significa que seja ideal. Sem dúvida sua militância deve ter influenciado sua formação, mas há um enorme esforço pessoal em sua trajetória.

08 – É correto afirmar que a senadora renunciou à vida pessoal para participar da política?

      Não. Ela já se casou duas vezes e tem quatro filhos.

09 – Que informação comprova o fato de que Marina é uma pessoa realmente especial? Em que momento do texto a autora revela essa informação e com que intenção o faz?

      Marina foi incluída numa lista da revista americana Time como uma das cem possíveis lideranças mundiais no futuro. A autora revela isso no final do texto para surpreender o leitor e também para mostrar que a senadora já tem reconhecimento internacional, apesar de toda a sua simplicidade.

10 – O que mais impressionou você na trajetória de Marina? Verifique se o perfil de Marina corresponde ao conceito de cidadão que a classe elaborou.

      Resposta pessoal do aluno.

11 – O que há de especial no título do texto que você estudou?

      A autora escolheu duas palavras que começam com se e poderiam estabelecer alguma relação de semelhança, mas que, do ponto de vista do significado, designam lugares díspares. A expressão: do seringal ao senado mostra o salto de Marina do local onde passou sua infância ao local onde hoje luta para concretizar seus ideais.

12 – A autora usa o nome do local onde Marina se criou para quê? Veja especialmente o último período do texto.

      Para fazer um trocadilho. Bagaço é o nome do seringal onde ela se criou. A própria Marina tinha tudo para estar “no bagaço”, devido à infância que teve.

13 – Observe esta construção:

        “Mas o destino, que a pôs no mundo pelas portas do inferno verde da Amazônia” [...]. Sobre qual relação de semelhança é feita essa metáfora?

      A Amazônia é como um inferno, devido ao sofrimento dos que nela vivem e trabalham. A cor verde é óbvio, refere-se à floresta.

14 – Que recurso a autora usou em: “Ela não leva mais o peso da borracha, mas carrega o fardo da responsabilidade”? Faça um comentário sobre a linguagem utilizada pela autora.

      Opôs duas expressões, sendo a primeira usada no sentido literal e a segunda, no sentido figurado: peso / fardo; borracha / responsabilidade.

15 – Dê um sinônimo para as expressões destacadas.

a)   “A saga da senadora acreana tem proporções amazônicas”.

Dimensões imensas.

b)   “Essa vai ser uma das minhas principais bandeiras de luta”.

Lemas.

c)   “Ainda ambientando-se na aridez de Brasília...”.

Frieza.

16 - O que essas palavras têm de especial? O que têm em comum?

      São palavras usadas com um sentido diferente do que lhes é usual. São usadas metaforicamente.