terça-feira, 14 de setembro de 2021

ENTREVISTA: O SEGREDO PARA ESCOLHER BEM UMA CARREIRA É O AUTOCONHECIMENTO - GABRIEL ANDRADE - COM GABARITO

 Entrevista: O segredo para escolher bem uma carreira é o autoconhecimento

          A dica é do psicólogo especializado em orientação vocacional Fernando Aguiar. Optar por uma profissão pela perspectiva de ganhar dinheiro, mas sem gostar dela, é um atalho para a frustração

Gabriela Andrade – postado em 29/04/2018 15:04

        Ser bem-sucedido trabalhando com o que o que gosta é o sonho de boa parte dos jovens que concluem o ensino médio. O grande desafio é decidir qual profissão seguir; especialmente num período cheio de pressão de familiares e da escola para a aprovação numa universidade. Para ser exitoso nessa missão, o segredo está em apostar em autoconhecimento, organização e pesquisa sobre a área de interesse. É o que defende Fernando Aguiar, mestre em psicologia pela Universidade de Brasília (UnB) que desenvolveu uma metodologia vocacional. O psicoterapeuta não promete um teste milagroso nem resultado instantâneo, mas, sim, um processo com duração de oito meses no qual o jovem poderá se entender melhor. Para o life coach, a falta de orientação vocacional está relacionada a estatísticas que mostram que uma em cada duas pessoas abandonam o curso antes de terminá-lo.

        Quais são as dificuldades envolvidas ao decidir por uma profissão?

        São obstáculos diferentes para cada pessoa. E os desafios não existem apenas ao escolher uma carreira. Ao longo da trajetória, a pessoa vai se deparar com perguntas que sempre voltam, como; será que é isso que eu quero continuar fazendo pelo resto da minha vida?

        O fato de estudantes do ensino médio serem pressionados a decidir uma carreira é prejudicial? Como lidar com isso?

        Sim. Essa pressão para a escolha profissional e a falta de preparação pode gerar estresse, depressão e ansiedade, além de dificuldade para dormir e irritabilidade. A melhor maneira de aliviar essa tensão é se conhecer, pois as pessoas nunca vão parar de pressionar. Quando você se prepara e se compreende, a pressão terá menos peso.

        Como os jovens podem ter clareza sobre qual carreira seguir?

        Qualquer processo de escolha ou planejamento tem de começar com o autoconhecimento. É preciso pensar sobre as respostas para perguntas como; quem sou eu?; e ;o que quero para a minha vida?; Na internet, há vários testes de orientação profissional gratuitos que pecam por priorizar apenas os cursos disponíveis no mercado em vez de valorizar o autoconhecimento. Todo profissional terá algum momento de crise ao longo da carreira; é nessas horas que a gente reflete sobre o que deseja continuar fazendo pelo resto da vida. Se tiver feito uma escolha desconectada com os próprios propósitos, a pessoa pode se sentir forçada a permanecer trabalhando com aquilo por falta de outra oportunidade, o que causa sofrimento e até adoecimento. Só com o autoconhecimento é possível fazer escolhas benfeitas.

        Como começar essa jornada de autoconhecimento?

        É difícil, dá trabalho. Normalmente, é algo complexo de se fazer sozinho. A ajuda de amigos, familiares ou de um profissional se faz necessária para que a pessoa possa entender as próprias características e interesses. Para quem quer iniciar esse processo sozinho, uma sugestão é fazer uma lista de coisas de que gosta e outra de coisas de que não gosta. Escreva sobre quem você é e sua trajetória de vida, explicando com o que se identifica ou não. Colocar no papel pode ajudá-lo a visualizar seu perfil no mundo.

        Muitos jovens que vão prestar vestibular ou Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) se sentem numa encruzilhada sobre a escolha da profissão. Às vezes, não se identificam com nenhum curso. Qual a dica para quem está nessa situação?

        A única opção é se preparar. O que acontece muito é que jovens só se preocupam com isso no 3° ano do ensino médio. É importante começar a pensar no 1° ano do ensino médio.

        [...]

        Por que para alguns é mais fácil fazer essa escolha do que para outros?

        Os que têm mais facilidade no processo são os que já têm autoconhecimento, pois, se a pessoa não se conhece, fica difícil decidir sobre algo. Ter o apoio de familiares ajuda bastante, pois eles podem fazer perguntas para ajudar o jovem a pensar no que fazer. Visitar uma universidade para saber mais dos cursos e conhecer profissionais das suas áreas de interesse é uma boa aposta. Para decidir, não dá para pensar numa graduação só na teoria, é preciso conhecer a prática e, a partir daí, pensar nas habilidades que você precisa desenvolver para se dar bem naquela área e traçar um planejamento para isso.

        Que peso deve ter o dinheiro durante a definição de uma carreira? Como conciliar felicidade e rendimentos?

        Não adianta optar por uma profissão só porque ela dá dinheiro se você não gosta dela. O resultado será frustração e adoecimento. O aspecto financeiro tem um papel importante, e isso deve ser levado em consideração. É necessário pesquisar o quão fácil ou difícil é ganhar dinheiro naquela área. Mas, no geral, se alguém faz o que ama, aumenta em muito as chances de se tornar um excelente profissional e, consequentemente, ganhar bem.

        [...]

ANDRADE, Gabriela. O segredo para escolher bem uma carreira é o autoconhecimento. Entrevista Fernando Aguiar. Correio Braziliense, Brasília, 29 abr. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2RlEzJh. Acesso em: 29 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 214-216.

Entendendo a entrevista:

01 – O texto que você leu trata-se de uma entrevista concedida a um veículo de comunicação. Responda:

a)   Qual é o tema da entrevista?

A escolha de uma profissão.

b)   Quem é o entrevistado? E o entrevistador?

O entrevistado é o psicólogo Fernando Aguiar e a entrevistadora é Gabriela Andrade.

c)   Em que veículo de comunicação o texto foi publicado?

No portal do jornal Correio Braziliense.

d)   Por que, provavelmente, esse veículo escolheu essa pessoa para dar essa entrevista?

Porque esse profissional é mestre em psicologia pela Universidade de Brasília (UnB) e desenvolveu uma metodologia vocacional para escolha da profissão pelos jovens.

e)   Pelo assunto abordado, que público a entrevista pretende atingir? Qual é o objetivo dessa entrevista?

O público-alvo desse texto é o adolescente em época de fazer uma escolha profissional; além disso, também pretende atingir os pais desse adolescente. O objetivo de produção dessa entrevista é orientar pais e adolescentes sobre a escolha da profissão.

02 – Releia o subtítulo e a contextualização e responda:

a)   De acordo com a contextualização da entrevista, qual é o principal desafio a ser enfrentado pelos jovens?

O grande desafio para o jovem é decidir que profissão seguir.

b)   Qual é a tese do entrevistado sobre essa questão?

Para enfrentar esse desafio e ter sucesso, é preciso autoconhecimento, organização e pesquisa sobre a área de interesse.

c)   Você concorda com a tese do entrevistado? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

03 – Na primeira pergunta, o entrevistado afirma que a escolha da profissão é um dos desafios na vida do jovem. Responda:

a)   Em sua opinião, que outros desafios o jovem pode enfrentar no mercado de trabalho e na sua vida de forma geral?

Resposta pessoal do aluno.

b)   O autor se utiliza de um argumento de exemplificação. Que argumento é esse? Que relação estabelece com sua tese?

O autor utiliza o seguinte argumento de exemplificação: “Ao longo da trajetória, a pessoa vai se deparar com perguntas que sempre voltam, como ‘será que é isso que eu quero continuar fazendo pelo resto da minha vida?’”. Esse argumento estabelece relação com a ideia de autoconhecimento na escolha da profissão e para repensar novos rumos.

04 – De acordo com a entrevistadora, os alunos do Ensino Médio sofrem pressão para a escolha da profissão. Responda:

a)   Em sua opinião, por que essa pressão ocorre? De onde parte a maior pressão?

Resposta pessoal do aluno. Geralmente, essa pressão ocorre por parte da família.

b)   Sobre esse assunto, o entrevistado apresenta argumentos de causa e consequência. Quais argumentos são esses?

Argumento de causa: pressão para a escolha profissional e a falta de preparação. Argumento de consequência: gera estresse, depressão e ansiedade, além de dificuldade para dormir e irritabilidade. Argumento de causa: quando você se prepara e se compreende. Argumento de consequência: a pressão terá menos peso.

c)   Você concorda ou discorda dos argumentos apresentados? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

d)   E sua família, o que acharia dessa resposta dada? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

05 – A entrevistadora questiona como o jovem pode ter clareza sobre a profissão que deve escolher e o entrevistado retoma sua tese. Responda:

a)   Como o entrevistado faz a retomada de sua tese?

Inicia sua resposta e a finaliza afirmando que qualquer planejamento ou escolha deve começar pelo autoconhecimento.

b)   Quais argumentos de exemplificação o entrevistado utiliza em sua resposta?

“Na internet, há vários testes de orientação profissional gratuitos que pecam por priorizar apenas os cursos disponíveis no mercado em vez de valorizar o autoconhecimento”. “Todo profissional terá algum momento de crise ao longo da carreira; é nessas horas que a gente reflete sobre o que deseja continuar fazendo pelo resto da vida”.

c)   Quais são os argumentos de causa e consequência utilizados por ele para sustentar sua tese?

Argumento de causa: “Se tiver feito uma escolha desconectada com os próprios propósitos a pessoa pode se sentir forçada a permanecer trabalhando com aquilo por falta de outra oportunidade”. Argumento de consequência: “o que causa sofrimento e até adoecimento”.

d)   Você concorda ou discorda dos argumentos apresentados? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

06 – De acordo com o entrevistado, muitas vezes você precisa de um profissional para o ajudar no processo de autoconhecimento; no entanto, pode fazer isso sozinho. Responde:

a)   Quais ações o jovem pode realizar para iniciar o processo de autoconhecimento? A partir de quando?

Fazer uma lista de coisas de que gosta e outra de coisas de que não gosta. Escrever sobre quem é e sua trajetória de vida, explicando com o que se identifica ou não. Isso deve ocorrer a partir do 1° ano do Ensino Médio.

b)   Você já usou essas ações para tomar decisões em sua vida? O que você acha dessa orientação? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

c)   Qual é o papel da família para facilitar a escolha da profissão?

O apoio de familiares ajuda bastante, pois podem fazer perguntas para ajudar o jovem a pensar no que fazer.

d)   Que outras ações são citadas como forma de ajudar o jovem na escolha de uma profissão?

Visitar uma universidade para saber mais dos cursos. Conhecer profissionais das suas áreas de interesse. Pensar nas habilidades que você precisa desenvolver para se dar bem naquela área. Traçar um planejamento para isso.

07 – Releia as seguintes perguntas feitas ao entrevistado:

        “Que peso deve ter o dinheiro durante a definição de uma carreira? Como conciliar felicidade e rendimentos?”. Responda:

a)   Qual é o posicionamento do entrevistado sobre a relação felicidade e rendimentos?

O aspecto financeiro tem um papel importante, mas é bom gostar do que faz. É necessário pesquisar o quão fácil ou difícil é ganhar dinheiro naquela área.

b)   Quais argumentos de causa e consequência o entrevistado utiliza para responder a essas perguntas?

Argumento de causa: Geralmente, a pessoa faz o que ama. Argumento de consequência: Aumentam as chances de se tomar um excelente profissional e de ganhar bem.

c)   Você concorda ou discorda desse posicionamento? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

d)   O que seus familiares e parte considerável da sociedade pensa sobre a relação felicidade e rendimentos na escolha de uma profissão?

Resposta pessoal do aluno.

 

 

 

CHARGE: VERDADE X MENTIRA - GENILDO RONCHI - COM GABARITO

 Charge: Verdade x Mentira

  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS3z6M5Av1EPbyGn0Yg0B1Z2W4ojAlSCrM7q_BAAZ2xBCaG4Iflgd2W7bGe0te2aish1pOOobIg1ISC8KzZOccGoxY6sEaHWwo6sfN0Z14ZW4WivfYmKeSXLNCK2q0Jy-EbYC_HOkPN0M/s482/VERDADE.jpg


RONCHI, Genildo. Verdade x Mentira. Humor político, 20 jul. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2QoOErF. Acesso em: 29 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 194.

Entendendo a charge:

01 – O que você vê na imagem?

      Ao fundo, uma construção semelhante a uma ponte, apoiada em pilastras de bases sólidas, por onde se estende a palavra verdade. A frente, um aglomerado de blocos quase caindo uns em cima dos outros, derrubando a palavra mentira.

02 – Que crítica social é possível inferir pela leitura da charge?

      A crítica é que a verdade tem bases sólidas e se mantém em pé e a mentira não se sustenta em nenhuma base, podendo desmoronar a qualquer momento.

03 – Que frase poderia resumir a imagem da “mentira”?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A mentira desmorona como um baralho de cartas ou como tijolos soltos sem cimento.

04 – Qual imagem representa as iniciativas do professor Estevão do projeto do colégio em Ourinhos? Por quê?

      O projeto do professor Estevão pode ser representado pela estrutura sólida, combatendo as mentiras que são instáveis.

05 – Qual imagem representa a iniciativa da revista Época em apresentar um guia de checagem de fatos? Por quê?

      Assim como o projeto do professor, mas em outra frente, a revista apresenta ferramentas aos leitores para derrubar as bases sem sustentação de notícias falsas.

CHARGE: DESEMPREGO - THIAGO LUCAS - COM GABARITO

 Charge: Desemprego

 Fonte de imagem -  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg91_gaDe6ZwobDAf-7NJUTNYIELKx7ygbELqHkv_VEjLS3-ZF7wSemiShkTBy7U_yKUuxx9y3dSll99KccfoXr3xgIbhVNTWA2Agpc5pGicIVtT6bYet9CIb-I0_w9_7eaFjr2ZTNYjy4/s230/desemprego.jpg


LUCAS, Thiago. Desemprego. Humor político, 17 ago. 2018. Disponível em:
https://bit.ly/2zzVOL7. Acesso em: 29 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 213.


Entendendo a charge:

01 – O que você vêm na imagem? Do que trata a charge?

      Um homem cansado, sedento e descalço, num deserto, debaixo de um sol forte, em companhia de um urubu e uma carteira de trabalho no chão, avistando uma placa onde está escrito “Há vagas”. A charge trata do desemprego que, em agosto de 2018, chegou a 12,4%.

02 – Por que o mercado de trabalho é simbolizado por um deserto? Explique.

      Porque as oportunidades de trabalho em 2018 se apresentaram escassas, podendo ser relacionadas a um deserto, árido, e sem perspectiva de melhoras.

03 – O que você atribui o alto de desemprego entre os jovens?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Em sua opinião, o que os jovens devem fazer para entraves relativos à entrada no mercado de trabalho e o desemprego?

      Resposta pessoal do aluno

FÁBULA: QUEM TEM RAZÃO? A LEBRE OU O LEÃO? - VALDENICE DO NASCIMENTO MARTINS - COM GABARITO

Fábula: Quem tem razão? A lebre ou o leão? 

            Valdenice do Nascimento Martins

        Naquela floresta calma e tranquila alguma coisa diferente estava acontecendo. Ouvia-se o som de vozes numa conversa animada como se fosse uma boa discussão. 

        — Eu não concordo com o título de que o leão é o rei dos animais – reclamava a lebre, muito nervosa. Isso me deixa muito contrariada porque, afinal, ele já leva a fama há tanto tempo e nunca mais alguém propôs uma discussão sobre o assunto. Que tal convocarmos uma assembleia? – propôs a danada aos outros animais. — Seria uma ótima oportunidade de encontrarmos os colegas e discutirmos o assunto. 

        — Mas... assembleia? – disse o macaco. — Eu nem sei o que é isso. 

        — É uma reunião onde todos os participantes falam e expressam suas ideias de uma maneira organizada e bem educada, isto é, sem ofensas e brigas – explicou a lebre. 

        — Tudo bem - concordaram os demais — mas quando? 

        — Talvez depois de amanhã, para que haja tempo de avisarmos todos os animais – concluiu a lebre. 

        — Ok, está combinado: sábado, embaixo da mangueira e neste mesmo horário, ao nascer do sol — responderam os elefantes. 

        — Até lá, meus amigos! – continuou a lebre, agora mais satisfeita. 

        O burburinho era geral, pois, embora o macaco, o tatu, a cotia, a zebra e o papagaio e muitos outros animais tivessem gostado da ideia, eles ainda não sabiam muito bem o que iria acontecer. Mesmo assim os convites prosseguiram. Era tatu avisando minhoca e papagaio na casa da arara, todos ajudando a lebre a organizar a tal assembleia. E a cada convite surgia novamente a dúvida. Mas o que será que vamos discutir? Eles não conseguiam saber o que a lebre iria dizer ao leão. 

        Bem, chegando o dia e a hora, todos estavam curiosos e agitados. 

        Para dar início à reunião, a lebre, como é pequenininha, pediu ajuda à girafa para poder explicar sua proposta lá do alto. 

        — Eu, lebre da floresta, tenho uma proposta para vocês. Gostaria de discutir o título dado ao leão como "Rei dos Animais". Este título já foi dado a ele há muito tempo e precisamos voltar a discuti-lo, afinal, os tempos mudaram. Vocês concordam com a minha ideia? 

        Os animais se olharam e mesmo meio apavorados demonstraram concordar balançando afirmativamente as cabeças. 

        Assim que os animais se manifestaram, o leão soltou um rugido daqueles tão fortes que mais da metade da bicharada saiu correndo de medo. Os outros animais ficaram olhando surpresos para a lebre, esperando o que ela iria dizer. Ela não teve dúvidas. 

        — Sr. Leão, o senhor acha mesmo que com esse rugido vai assustar todo mundo e continuar a ser o rei? Pois então vamos lá! 

        Chamou de volta todos os animais que tinham fugido e garantiu a eles que ficassem sossegados, pois a conversa estava apenas começando. 

        — Já que o senhor tem uma voz tão forte, por que não promovemos um concurso de canto? Quem se candidata? – continuou a lebre. 

        Imediatamente um pássaro se apresentou e iniciou a cantoria. Os animais da plateia não paravam de elogiá-lo. Foi um sucesso! 

        — Agora é a sua vez, Sr. Leão. 

        Ele rugiu tão alto e desafinado como se fosse um disco riscado tocando no máximo volume. Desta vez a plateia não gostou, mas ficou imóvel de medo. 

        — Então, meus amigos – disse a lebre – se o rei dos animais fosse escolhido pelo canto, segundo as reações de vocês, o pássaro seria o vencedor. 

        — Apoiada, Sra. Lebre – disseram os animais, agora mais satisfeitos e tranquilos. 

        — Então vamos a outra prova: "Tamanho não é documento" – propôs a organizadora. 

        — Essa eu não tenho dúvida de que vencerei – falou o leão. – Quem me enfrentará? Mesmo que seja um elefante grandão e pesado, eu o derrubo em um só golpe, vamos ver. 

        — Espere, Sr. Leão – disse a lebre. 

        E, para espanto de todos, a lebre convidou uma formiga para participar da prova. Vocês têm ideia do que aconteceu? 

        A formiguinha subiu na juba do leão e começou a passear tão de levinho que ele sentiu cócegas e se "derreteu" todo, chegando a deitar-se no chão para curtir o carinho da formiguinha. 

        — E, então, Sr. Leão, vamos continuar? 

        — Acho que já entendi sua ideia, Sra. Lebre. A senhora quis mostrar aos animais dessa floresta que não devemos achar que somos os melhores em tudo, porque isso não existe. Cada um pode ser bom em alguma coisa, depende do ponto de vista. Certo? – disse o leão. 

        Os animais ficaram surpresos e contentes com a fala do leão. Acharam que a lebre foi muito esperta nessa assembleia. 

        — Mas, Sra. Lebre, só para terminar eu gostaria de lhe fazer uma perguntinha. 

        — Pois não, Sr. Leão. 

        — Como é mesmo aquela história da corrida entre a lebre e a tartaruga? 

MARTINS, Valdenise do Nascimento. A compreensão da leitura de fábulas. O professor e os desafios da escola pública paranaense. Produção didático-pedagógica. Paranaguá, 2012, v. 2, p. 16-18. Disponível em: http://www.diaadiaeducação.pr.gov.br/portais/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2012/2012_fafipar_port_pdp_valdenilse_do_nascimento_martins.pdf. Acesso em: 30 jan. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 182-5.

Entendendo a fábula:

01 – Com base na leitura do texto, explique o que é uma assembleia. 

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Que proposta foi feita pela lebre da floresta? 

      Fazer uma assembleia para rever o título de rei das selvas dado ao leão. 

03 – Qual frase usada pela lebre indica que ela se interessa em ouvir a opinião dos outros animais? 

      “Vocês concordam com a minha ideia?”

·        O que você achou da atitude da lebre de procurar conhecer a opinião dos colegas? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal do aluno.

04 – Retire do texto uma fala de personagem que contenha argumentação. 

     “Gostaria de discutir o título dado ao leão como ‘Rei dos Animais’. Esse título já foi dado a ele há muito tempo e precisamos voltar a discuti-lo, afinal, os tempos mudaram. Vocês concordam com a minha ideia?” 

05 – Releia este trecho do texto: 

        “Assim que os animais se manifestaram, o leão soltou um rugido daqueles tão fortes que mais da metade da bicharada saiu correndo de medo”

a)   Nesse trecho, o leão usou argumentos? Explique sua resposta.

Não, o leão agiu usando a força de seu rugido para intimidar os outros animais.

b)   Em situações reais, há pessoas que, para vencer um debate, agem de maneira semelhante ao leão?

Sim, há pessoas que, quando não conseguem convencer o outro a aceitar suas ideias, esbravejam e até mesmo partem para a agressão. 

c)   O que você pensa sobre esse tipo de atitude?

Resposta pessoal do aluno.

06 – No debate entre os animais, alguma personagem demonstra concordar com a opinião de outro animal? Caso afirmativo, transcreva do texto a fala que comprova sua resposta. 

      "— Ok, está combinado: sábado, embaixo da mangueira e neste mesmo horário, ao nascer do sol — responderam os elefantes."     

07 – Qual foi o assunto discutido pela assembleia dos animais? 

      O direito de o leão ser majestade para sempre.

·        Houve opiniões diferentes sobre esse assunto? 

Sim, a opinião da lebre era diferente da de outros animais.

08 – Em sua opinião, qual foi a melhor "ideia" apresentada na assembleia dos animais? Apresente-a para a turma, Preste atenção nas opiniões dos colegas e procure defender a sua, justificando-a.

      Resposta pessoal do aluno.

09 – Existe alguma relação entre o título do texto e o motivo pelo qual a assembleia foi realizada? 

      Sim, a assembleia foi realizada para discutir o título rei dos animais atribuído ao leão, com o eu a lebre não concorda. Os animais foram convocados a dar a opinião deles sobre o assunto e decidir quem tinha razão, se a lebre – que contestava o título – ou o leão – que o ostentava e defendia.

10 – Releia o trecho em que a lebre explica o que é uma assembleia: 

        "— É uma reunião onde todos os participantes falam e expressam suas ideias de uma maneira organizada e bem-educada, isto é, sem ofensas e brigas – explicou a lebre."

a)   A explicação da lebre está mais de acordo com a definição de assembleia ou de debate? 

Com a definição de debate.

b)   Há possibilidade de se realizar uma assembleia sem um debate de ideias? Explique sua resposta. 

Não, pois, para tomar decisões e votar, é preciso discutir coletivamente os problemas. Isso normalmente se dá por meio de um debate de ideias. 

c)   O que falta na explicação da lebre para completar a definição de assembleia, conforme as informações que você leu sobre esse gênero? Em seu caderno, complete a fala da lebre com uma das alternativas a seguir. 

I. Nessa reunião, as pessoas brigam muito.

II. Nessa reunião, as pessoas tomam decisões com base nas opiniões discutidas.

III. Nessa reunião, ninguém vota.

11 – De acordo com o final do texto, você acha que a discussão foi concluída pelos animais? Houve votação e tomada de decisões? Por quê? 

      Não houve votação. A discussão foi concluída porque o leão fingiu aceitar os argumentos da lebre, mas levantou nova discussão.

12 – Que outra fábula conhecida foi mencionada no último parágrafo do texto? 

      "A lebre e a tartaruga". Professor, seria interessante perguntar aos alunos se eles conhecem essa fábula. Se algum aluno tiver conhecimento da fábula, poderá contá-la para os colegas. 

13 – As personagens do texto se comunicaram quase só pela fala. Mas há momentos em que a comunicação acontece de outra forma. Copie do texto um trecho que mostre esse fato.

      "Os animais se olharam e mesmo meio apavorados demonstraram concordar balançando afirmativamente as cabeças.".

  

ARTIGO DE OPINIÃO: NÃO SOMOS MACACOS - BREILLER PIRES- COM GABARITO

 Artigo de opinião: Não somos macacos

Por: Breiller Pires

28/04/2014 às 14h27


  Sagaz a atitude de Daniel Alves ao comer a banana atirada por torcedores racistas na Espanha. Admirável também o apoio de seu companheiro Neymar.

        Dois jogadores da expressão de Daniel Alves e Neymar, admirados tanto na seleção quanto no Barcelona, manifestando-se publicamente contra o racismo, têm um peso enorme. Outros devem se manifestar também.

        O Brasil e o esporte carecem de um ídolo negro que tome partido, que não seja apenas espectador da realidade que o cerca e o oprime por causa de sua cor.

        Mas há uma distorção na campanha lançada por Neymar, com fotos e vídeo nas redes sociais: #SomosTodosMacacos

        O mote é não levar atos de racismo tão a sério, brincar com o preconceito até que o agressor se canse das ofensas.

        Não se deve, em nenhuma hipótese, banalizar a discriminação racial. O troco de Daniel Alves foi sanguíneo, sarcástico, mas precisa de um discurso forte e incisivo para complementá-lo.

        Eu não sou macaco. Nós não somos macacos. Ninguém merece ser chamado de macaco sob o estigma da segregação racial. Isso é grave e nunca pode ser relativizado.

        Será que Tinga, do Cruzeiro, deveria ter dado de ombros aos grunhidos racistas que seguiram seus passos no Peru e deixado pra lá? Ou que o árbitro Márcio Chagas, vítima de racismo no Rio Grande do Sul, não teria sido radical ao abandonar a carreira depois do episódio?

        No mundo ideal, quanto menos falarmos sobre racismo, mais teríamos avançado como sociedade. Porém, definitivamente, estamos muito longe desse mundo ideal.

        Enquanto isso, temos de protestar, sim, contra o racismo, a segregação, a discriminação racial. Gritar com todas as vozes e instrumentos diante de atos asquerosos como os sofridos recentemente por Neymar, Daniel Alves, Tinga, Arouca e Márcio Chagas.

        Só tiramos “o peso” do racismo quando o combatemos com vigor, quando admitimos que não alcançamos a era da democracia racial e, principalmente, cobramos sanções severas a quem enxerga o negro como um estranho, um bicho, não como ser humano.

        Entendo a ironia, mas a luta contra mais de um século de menosprezo vai muito além. Ignorar o preconceito ou debochar da estupidez do torcedor que atira uma banana ao gramado é dar as costas ao nosso passado de escravidão, que ainda se reflete em cores vivas no futebol, nas escolas, nas ruas, em nosso presente.

        Neymar disse, em começo de carreira, que não se enxerga como negro.

        Talvez por isso a discriminação que sofre em alguns campos da Europa o faça preferir tratar o assunto com desdém ao agressor, em vez de assumir seu papel social como craque, adotar uma postura combativa – de fato – ao racismo e reivindicar punição às autoridades do futebol.

        Desculpa aí, Neymar, mas não somos macacos.

PIRES, Breiller. Não somos macacos. Placar, 28 abr. 2014. Disponível em: http://placar.abril.com.br/blogs/bololo-mineires/2014/04/28/nao-somos-macacos/. Acesso em: 6 abr. 2015. BREILLER PIRES/PLACAR.COM/ABRIL COMUNICAÇÕES S/A.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 7º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 79-80.

Entendendo o artigo de opinião:

01 – Que fato motivou o autor do artigo a expressar sua opinião?

      O fato de Neymar ter lançado a campanha “#SomosTodosMacacos”.

02 – Qual foi a intenção de Neymar ao lançar a campanha “#SomosTodosMacacos”.

      Ele quis apoiar a atitude de Daniel Alves contra o racismo e optou por fazê-lo por meio da ironia, da brincadeira.

03 – Considerando a ideia geral do texto, podemos concluir que Breiller Pires se posiciona a favor ou contra a campanha de Neymar? Por quê?

      Posiciona-se contra. Para o autor, a campanha banaliza a discriminação racial e não é forte e incisiva o bastante, não dá a devida dimensão ao problema.

04 – Releia o trecho a seguir:

        Não se deve, em nenhuma hipótese, banalizar a discriminação racial. O troco de Daniel Alves foi sanguíneo, sarcástico, mas precisa de um discurso forte e incisivo para complementá-lo.”

a)   Nesse parágrafo, é possível perceber a opinião de Breiller Pires sobre a campanha de Neymar. Qual é a principal crítica do autor a ela?

Segundo o autor, a campanha banaliza a discriminação racial.

b)   Considerando o contexto em que Daniel Alves comeu a banana, explique o uso do termo “sanguíneo” nesse trecho.

O uso do termo indica que a atitude do jogador foi tomada no calor do momento, de forma impetuosa.

05 – O autor deixa claro que é necessário “um discurso mais incisivo e forte” para combater o preconceito racial. Na sequência do texto, ele apresenta uma solução que, na opinião dele, amenizaria o problema. Que medida seria essa?

      Reivindicarmos punições mais severas para os que praticam atos racistas.

06 – Releia este trecho:

        “Entendo a ironia, mas a luta contra mais de um século de menosprezo vai muito além. Ignorar o preconceito ou debochar da estupidez do torcedor que atira uma banana ao gramado é dar as costas ao nosso passado de escravidão, que ainda se reflete em cores vivas no futebol, nas escolas, nas ruas, em nosso presente.”

a)   A que ironia o autor se refere?

Ele se refere à ironia contida na campanha de Neymar, que tenta satirizar atitudes racistas.

b)   De acordo com esse trecho, o que a atitude de Neymar significou em relação ao preconceito no Brasil?

A atitude do jogador significou virar as costas ao passado de escravidão de nosso país, que ainda tem reflexo nos dias de hoje, isto é, os negros ainda são tratados como inferiores em vários âmbitos sociais.

07 – Por que, segundo o autor, Neymar prefere tratar discriminação racial com desdém?

      O autor insinua que, por não se considerar negro, Neymar não se sentiria ofendido com esse tipo de atitude.