sábado, 7 de julho de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): CANÇÃO DA AMÉRICA - MILTON NASCIMENTO - COM GABARITO

Música(Atividades): Canção Da América

                              Milton Nascimento
Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar

                             Composição: Fernando Brant / Milton Nascimento.
Entendendo a canção:

01 – Qual é o significado da expressão “debaixo das sete chaves”.
      É uma expressão popular da língua portuguesa, utilizada no sentido de “algo que está muito bem protegido” ou “um segredo muito bem guardado.”

02 – O número sete é considerado místico, meio mágico, carregando de simbologia. Por exemplo, os sete pecados capitais, as sete maravilhas do mundo. Cite expressões que utilizem o número sete.
·        A semana tem 7 dias.
·        São 7 os chacras.
·        Existem 7 notas musicais.
·        São 7 as artes.
·        Deus criou o mundo em 6 dias e no sétimo descansou.
Entre vários outros...

03 – Indique o verso que mostra o efeito que causa a canção naquele que vê o amigo partir.
      “Qualquer dia amigo a gente vai se encontrar.”

04 – Essa música te deixa:
(   ) Triste.
(   ) Alegre.                     
      Resposta pessoal do aluno.

05 – Você acha que essa música serve para:
(   ) Ouvir.
(   ) Cantar.
(   ) Dançar.
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Mesmo que o tempo e a distância separem os amigos, onde os autores dizem que devemos guardá-los?
      Devemos guarda-los no lado esquerdo do peito.

07 – Os versos “Amigo é coisa pra se guardar / Debaixo de sete chaves” expressam a ideia de que a amizade:
a) é um sentimento que acaba facilmente, se mantido em liberdade.
b) é frágil, inconstante, e pouco resistente aos problemas da vida moderna.
c) deve ser mantida em segredo para não causar inveja.
d) é inconstante e precisa ser mantida.
e) é um bem muito precioso, de valor inestimável.

08 – Em “Mas quem cantava chorou”, o motivo do choro foi a:
a) indisposição do amigo.
b) falsidade do amigo.
c) ausência do amigo.
d) infidelidade do amigo.
e) incompreensão do amigo.

09 – No trecho “Mas quem ficou, no pensamento voou”, a palavra em destaque expressa:
a) adição.
b) conclusão.
c) oposição.
d) condição.
e) explicação.

10 – Os versos “Amigo é coisa pra se guardar / Debaixo de sete chaves”, expressam a ideia de que a amizade:
a)   É um sentimento que acaba facilmente, se mantido em liberdade.
b)   É frágil, inconstante, e pouco resistente aos problemas da vida moderna.
c)   Deve ser mantida em segredo para não causar inveja.
d)   É inconstante e precisa ser mantida.
e)   É um bem muito precioso, de valor inestimável.

11 – Em: “Mas quem cantava chorou”, o motivo do choro foi a:
a)   Indisposição do amigo.
b)   Falsidade do amigo.
c)   Ausência do amigo.
d)   Infidelidade do amigo.
e)   Incompreensão do amigo.

12 – No trecho: Mas quem ficou, no pensamento voou”, a palavra em destaque expressa:
a)   Adição.
b)   Conclusão.
c)   Oposição.
d)   Condição.
e)   Explicação.

13 – Marque a alternativa que explica a seguinte frase: “Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves.”
a)   Amigo é pra se guardar dentro de um cofre.
b)   Amigo é pra se guardar e se cuidar com carinho.
c)   Amigo é pra se trancar no coração.

14 – No verso: “Mas quem ficou, no pensamento voou. E quem voou, no pensamento ficou.” :
a)   Depois que se separam, os amigos se esquecem.
b)   Depois que se separam, os amigos procuram outros amigos.
c)   Depois que se separam, os amigos não se esquecem, pois estão sempre no pensamento um do outro.


FILME(ATIVIDADES): ZUZU ANGEL - SERGIO REZENDE - COM SINOPSE E QUESTÕES GABARITADAS

Filme(ATIVIDADES): ZUZU ANGEL


Data de lançamento 4 de agosto de 2006
Direção: Sergio Rezende
Gênero Drama
Nacionalidade Brasil

SINOPSE E DETALHES

        Brasil, anos 60. A ditadura militar faz o país mergulhar em um dos momentos mais negros de sua história. Alheia a tudo isto, Zuzu Angel (Patrícia Pillar), uma estilista de modas, fica cada vez mais famosa no Brasil e no exterior. Paralelamente seu filho, Stuart (Daniel de Oliveira), ingressa na luta armada, que combatia as arbitrariedades dos militares. Resumindo: as diferenças ideológicas entre mãe e filho eram profundas. Numa noite Zuzu recebe uma ligação, dizendo Stuart tinha sido preso pelos militares. As forças armadas negam. Pouco tempo depois ela recebe uma carta dizendo que Stuart foi torturado até a morte na aeronáutica. Então ela inicia uma batalha aparentemente simples: localizar o corpo do filho e enterrá-lo. Mas Zuzu vai se tornando uma figura cada vez mais incômoda para a ditadura.

Entendendo o filme:
01 – Que período do governo brasileiro é retratado no filme?
      Ditadura Militar.

02 – O que caracterizava esse período?
      A falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar.

03 – Como as pessoas que não se conformavam com o que estava acontecendo no Brasil naquela época procuravam se manifestar contra o Regime de Governo da Ditadura Militar?
      Panfletagem, pichações, organização de passeatas, greves, comícios, propagandas ou até mesmo através da luta armada.

04 – O que acontecia com as pessoas que não se conformavam essa forma de governo?
      Métodos de tortura utilizados, que, muitas vezes, eram tão cruéis, levando à morte dos torturados ou deixando-os loucos.

05 – Por que o governo militar insistia em afirmar que não havia tortura no Brasil?
      Queriam parecer nacionalistas quando na verdade foram traidores da pátria, pois deram as diretrizes da segurança nacional nas mãos do governo dos EUA. 

06 – Quem eram os torturados e qual o motivo de suas prisões?
      Os militares. Discordar dos desmandos do governo militar. 




CONTO: O PIROTÉCNICO ZACARIAS - MURILO RUBIÃO - COM GABARITO

Conto: O PIROTÉCNICO ZACARIAS
          Murilo Rubião


        E se levantará pela tarde sobre ti uma luz como a do meio-dia; e quando te julgares consumido, nascerás como a estrela-d’alva. (Jó, xi, 17).
        Raras são as vezes que, nas conversas de amigos meus, ou de pessoas das minhas relações, não surja esta pergunta. Teria morrido o pirotécnico Zacarias?
        A esse respeito as opiniões são divergentes. Uns acham que estou vivo — o morto tinha apenas alguma semelhança comigo. Outros, mais supersticiosos, acreditam que a minha morte pertence ao rol dos fatos consumados e o indivíduo a quem andam chamando Zacarias não passa de uma alma penada, envolvida por um pobre invólucro humano. Ainda há os que afirmam de maneira categórica o meu falecimento e não aceitam o cidadão existente como sendo Zacarias, o artista pirotécnico, mas alguém muito parecido com o finado.
        Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu corpo não foi enterrado.
        A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o assunto sou eu. Porém estou impedido de fazê-lo porque os meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam pela frente. Quando apanhados de surpresa, ficam estarrecidos e não conseguem articular uma palavra.
        Em verdade morri, o que vem ao encontro da versão dos que creem na minha morte. Por outro lado, também não estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer, com mais agrado do que anteriormente.
        A princípio foi azul, depois verde, amarelo e negro. Um negro espesso, cheio de listras vermelhas, de um vermelho 15 compacto, semelhante a densas fitas de sangue. Sangue pastoso com pigmentos amarelados, de um amarelo esverdeado, tênue, quase sem cor.
        Quando tudo começava a ficar branco, veio um automóvel e me matou.
        — Simplício Santana de Alvarenga!
        — Presente!
        Senti rodar-me a cabeça, o corpo balançar, como se me faltasse o apoio do solo. Em seguida fui arrastado por uma força poderosa, irresistível. Tentei agarrar-me às árvores, cujas ramagens retorcidas, puxadas para cima, escapavam aos meus dedos. Alcancei mais adiante, com as mãos, uma roda de fogo, que se pôs a girar com grande velocidade por entre elas, sem queimá-las, todavia.
        — “Meus senhores: na luta vence o mais forte e o momento é de decisões supremas. Os que desejarem sobreviver ao tempo tirem os seus chapéus!”
        (Ao meu lado dançavam fogos de artifício, logo devorados pelo arco-íris.)
        — Simplício Santana de Alvarenga!
        — Não está?
        — Tire a mão da boca, Zacarias!
        — Quantos são os continentes?
        — E a Oceania?
        Dos mares da China não mais virão as quinquilharias.
        A professora magra, esquelética, os olhos vidrados, empunhava na mão direita uma dúzia de foguetes. As varetas eram compridas, tão longas que obrigavam dona Josefina a ter os pés distanciados uns dois metros do assoalho e a cabeça, coberta por fios de barbante, quase encostada no teto.
        — Simplício Santana de Alvarenga!
        — Meninos, amai a verdade!
        A noite estava escura. Melhor, negra. Os filamentos brancos não tardariam a cobrir o céu.
        Caminhava pela estrada. Estrada do Acaba Mundo: algumas curvas, silêncio, mais sombras que silêncio.
        O automóvel não buzinou de longe. E nem quando já se encontrava perto de mim, enxerguei os seus faróis. Simplesmente porque não seria naquela noite que o branco desceria até a terra.
        As moças que vinham no carro deram gritos histéricos e não se demoraram a desmaiar. Os rapazes falaram baixo, curaram-se instantaneamente da bebedeira e se puseram a discutir qual o melhor destino a ser dado ao cadáver.
        A princípio foi azul, depois verde, amarelo e negro. Um negro espesso, cheio de listras vermelhas, de um vermelho compacto, semelhante a densas fitas de sangue. Sangue pastoso, com pigmentos amarelados, de um amarelo esverdeado, quase sem cor. Sem cor jamais quis viver. Viver, cansar bem os músculos, andando pelas ruas cheias de gente, ausentes de homens.
        Havia silêncio, mais sombras que silêncio, porque os rapazes não mais discutiam baixinho. Falavam com naturalidade, dosando a gíria.
        Também o ambiente repousava na mesma calma e o cadáver — o meu ensanguentado cadáver — não protestava contra o fim que os moços lhe desejavam dar.
        A ideia inicial, logo rejeitada, consistia em me transportar para a cidade, onde me deixariam no necrotério. Após breve discussão, todos os argumentos analisados com frieza, prevaleceu a opinião de que meu corpo poderia sujar o carro. E havia ainda o inconveniente das moças não se conformarem em viajar ao lado de um defunto. (Nesse ponto eles estavam redondamente enganados, como explicarei mais tarde.)
      Um dos moços, rapazola forte e imberbe — o único que se impressionara com o acidente e permanecera calado e aflito no decorrer dos acontecimentos —, propôs que se deixassem as garotas na estrada e me levassem para o cemitério. Os companheiros não deram importância à proposta. Limitaram-se a condenar o mau gosto de Jorginho — assim lhe chamavam — e a sua insensatez em interessar-se mais pelo destino do cadáver do que pelas lindas pequenas que os acompanhavam.
        O rapazola notou a bobagem que acabara de proferir e, sem encarar de frente os componentes da roda, pôs-se a assoviar, visivelmente encabulado.
        Não pude evitar a minha imediata simpatia por ele, em virtude da sua razoável sugestão, debilmente formulada aos que decidiam a minha sorte. Afinal, as longas caminhadas cansam indistintamente defuntos e vivos. (Esse argumento não me ocorreu no momento.)
        Discutiram em seguida outras soluções e, por fim, consideraram que me lançar ao precipício, um fundo precipício, que margeava a estrada, limpar o chão manchado de sangue, lavar cuidadosamente o carro, quando chegassem a casa, seria o alvitre mais adequado ao caso e o que melhor conviria a possíveis complicações com a polícia, sempre ávida de achar mistério onde nada existe de misterioso.
        Mas aquele seria um dos poucos desfechos que não me interessavam. Ficar jogado em um buraco, no meio de pedras e ervas, tornava-se para mim uma ideia insuportável. E ainda: o meu corpo poderia, ao rolar pelo barranco abaixo, ficar escondido entre a vegetação, terra e pedregulhos. Se tal acontecesse, jamais seria descoberto no seu improvisado túmulo e o meu nome não ocuparia as manchetes dos jornais.
        Não, eles não podiam roubar-me nem que fosse um pequeno necrológio no principal matutino da cidade. Precisava agir rápido e decidido:
        — Alto lá! Também quero ser ouvido.
        Jorginho empalideceu, soltou um grito surdo, tombando desmaiado, enquanto os seus amigos, algo admirados por verem um cadáver falar, se dispunham a ouvir-me.
        Sempre tive confiança na minha faculdade de convencer os adversários, em meio às discussões. Não sei se pela força da lógica ou se por um dom natural, a verdade é que, em vida, eu vencia qualquer disputa dependente de argumentação segura e irretorquível.
        A morte não extinguira essa faculdade. E a ela os meus matadores fizeram justiça. Após curto debate, no qual expus com clareza os meus argumentos, os rapazes ficaram indecisos, sem encontrar uma saída que atendesse, a contento, às minhas razões e ao programa da noite, a exigir prosseguimento. Para tornar mais confusa a situação, sentiam a impossibilidade de dar rumo a um defunto que não perdera nenhum dos predicados geralmente atribuídos aos vivos.
        Se a um deles não ocorresse uma sugestão, imediatamente aprovada, teríamos permanecido no impasse. Propunha incluir-me no grupo e, juntos, terminarmos a farra, interrompida com o meu atropelamento.
        Entretanto, outro obstáculo nos conteve: as moças eram somente três, isto é, em número igual ao de rapazes. Faltava uma para mim e eu não aceitava fazer parte da turma desacompanhado. O mesmo rapaz que aconselhara a minha inclusão no grupo encontrou a fórmula conciliatória, sugerindo que abandonassem o colega desmaiado na estrada. Para melhorar o meu aspecto, concluiu, bastaria trocar as minhas roupas pelas de Jorginho, o que me prontifiquei a fazer rapidamente.
        Depois de certa relutância em abandonar o companheiro, concordaram todos (homens e mulheres, estas já restabelecidas do primitivo desmaio) que ele fora fraco e não soubera enfrentar com dignidade a situação. Portanto, era pouco razoável que se perdesse tempo fazendo considerações sentimentais em torno da sua pessoa.
        Do que aconteceu em seguida não guardo recordações muito nítidas. A bebida, que antes da minha morte pouco me afetava, teve sobre o meu corpo defunto uma ação surpreendente. Pelos meus olhos entravam estrelas, luzes cujas cores ignorava, triângulos absurdos, cones e esferas de marfim, rosas negras, cravos em forma de lírios, lírios transformados em mãos. E a ruiva, que me fora destinada, enlaçando-me o pescoço com o corpo transmudado em longo braço metálico.
        Ao clarear o dia, saí da semiletargia em que me encontrava. Alguém me perguntava onde eu desejava ficar. Recordo-me que insisti em descer no cemitério, ao que me responderam ser impossível, pois àquela hora ele se encontrava fechado. Repeti diversas vezes a palavra cemitério. (Quem sabe nem chegasse a repeti-la, mas somente movesse os lábios, procurando ligar as palavras às sensações longínquas do meu delírio policrômico.)
        Por muito tempo se prolongou em mim o desequilíbrio entre o mundo exterior e os meus olhos, que não se acomodavam ao colorido das paisagens estendidas na minha frente. Havia ainda o medo que sentia, desde aquela madrugada, quando constatei que a morte penetrara no meu corpo.
        Não fosse o ceticismo dos homens, recusando-se aceitar-me vivo ou morto, eu poderia abrigar a ambição de construir uma nova existência.
        Tinha ainda que lutar contra o desatino que, às vezes, se tornava senhor dos meus atos e obrigava-me a buscar, ansioso, nos jornais, qualquer notícia que elucidasse o mistério que cercava o meu falecimento.
        Fiz várias tentativas para estabelecer contato com meus companheiros da noite fatal e o resultado foi desencorajador. E eles eram a esperança que me restava para provar quão real fora a minha morte.
        No passar dos meses, tornou-se menos intenso o meu sofrimento e menor a minha frustração ante a dificuldade de convencer os amigos de que o Zacarias que anda pelas ruas da cidade é o mesmo artista pirotécnico de outros tempos, com a diferença de que aquele era vivo e este, um defunto.
        Só um pensamento me oprime: que acontecimentos o destino reservará a um morto se os vivos respiram uma vida agonizante? E a minha angústia cresce ao sentir, na sua plenitude, que a minha capacidade de amar, discernir as coisas, é bem superior à dos seres que por mim passam assustados.
        Amanhã o dia poderá nascer claro, o sol brilhando como nunca brilhou. Nessa hora os homens compreenderão que, mesmo à margem da vida, ainda vivo, porque a minha existência se transmudou em cores e o branco já se aproxima da terra para exclusiva ternura dos meus olhos.

                                                                                    Murilo Rubião
Entendendo o conto:
01 – Com base na leitura e análise do conto O Pirotécnico Zacarias, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) O conto é narrado na terceira pessoa; o narrador é, pois, onisciente e não participa da história.
b)   (V) O narrador tem visão limitada dos fatos que narra.
c) (F) O narrador detém-se nos caracteres físicos das personagens, valorizando cabelos, olhos, cor de pele, estatura.
d) (V) Zacarias é personagem densa, esférica, como perfil psicológico delineado.
e) (F) Em todo o conto, Zacarias não consegue comunicar-se com os vivos, advindo daí sua angústia principal.

02 – Com base na leitura e análise do conto O Pirotécnico Zacarias, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas:
a)   (F) A relação de Zacarias com os vivos, apesar dos desajustes iniciais, normalizou-se com o tempo.
b)   (F) As únicas pessoas com quem Zacarias conseguia comunicar-se eram as moças e os rapazes que o atropelaram.
c)   (F) A vida que Zacarias levava depois da morte era inferior à de quando estava vivo, pois as percepções ficaram embaçadas.
d)   (F) O autor cria um ambiente utópico em que vivos e ex-vivos convivem sem discriminação.
e)   (F) Zacarias assistiu ao próprio enterro, presenciando a despedida de amigos e parentes ao seu cadáver.

03 – No conto O Pirotécnico Zacarias, Murilo Rubião:
a)   Valoriza o Realismo Fantástico, criando uma atmosfera em que a vida, depois da morte, só não segue normal por causa da discriminação dos vivos.
b)   Cria um cenário policrômico, descrevendo com muitos detalhes o ambiente citadino.
c)   Dá ênfase aos espetáculos em que Zacarias, quando vivo, exibia suas habilidades com o fogo.
d)   Descreve os horrores por que os mortos têm que passar quando não conseguem livrar-se do mundo dos vivos.
e)   Mostra que os mortos podem ajudar a desvendar crimes, desde que os vivos acreditem nisso.

04 – Depois do atropelamento, o corpo de Zacarias:
a)   Foi levado para o necrotério da cidade.
b)   Foi entregue à polícia.
c)   Foi jogado em um precipício, à beira da estrada.
d)   Foi levado direto para o cemitério e, ali, abandonado.
e)   Por sugestão de um dos rapazes, passou a fazer parte do grupo.

05 – Depois de morto;
a)   O álcool, antes danoso à saúde de Zacarias, não surtia mais nenhum efeito.
b)   A percepção sensorial de Zacarias, incluindo a capacidade de amar, melhorou sensivelmente.
c)   Zacarias voltou a trabalhar em um circo, fazendo coisas que, quando vivo, eram impossível de realizar.
d)   Zacarias passou a ser visto apenas pelo grupo de moas e rapazes que o atropelou.
e)   Zacarias voltou para os seus familiares, embora ninguém acreditasse que aquele fosse realmente Zacarias e, sim, uma pessoa muito parecida com o finado.

06 – No conto O Pirotécnico Zacarias, a linguagem de Murilo Rubião:
a)   É prolixa, com excesso de adjetivos e com descrições cansativas.
b)   É extremamente coloquial, com erros gramaticais.
c)   É sóbria, concisa, direta, beirando a gramática culta.
d)   É romântica, com descrições exageradas.
e)   É técnica, com excesso de termos científicos.

POEMA: CÍRCULO VICIOSO - MACHADO DE ASSIS - COM GABARITO

Poema: Círculo Vicioso


Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
“Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:


“Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela”
Mas a lua, fitando o sol com azedume:

“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume”!
Mas o sol, inclinando a rútila capela:

Pesa-me esta brilhante auréola de nume…
Enfara-me esta luz e desmedida umbela…
Por que não nasci eu um simples vagalume?” …

Poema “Círculo Vicioso”, de Machado de Assis.
Acervo APESP. Coleção DAESP.
Vocabulário:
Capela: grinalda, coroa
Nume: deidade, divindade
Umbela: guarda-chuva, ou objeto com a forma de guarda-chuva (no soneto, a abóbada celeste)
Rútila: brilhante
Lume: luz
Enfarar-se: entediar-se, aborrecer-se

Entendendo o poema:
01 – Assinale a alternativa que justifica o sentido do título “Círculo Vicioso”.
a) Há uma sucessão de ideias que retornam à ideia inicial, o que se evidencia no primeiro e último versos.
b) O assunto do texto e o título são independentes, não se relacionam.
c) O título resume o que é narrado no soneto: auto aceitação dos personagens diante da situação em que se encontram.
d) Os versos não se apresentam claros para o leitor, são viciosos.

02 – Qual característica humana evidencia-se nos personagens pelo desejo que demonstram?
a) equilíbrio
b) tranquilidade
c) conformismo
d) insatisfação

03 – Predomina no texto um recurso que se mostra por meio da sequência vaga-lume, estrela, lua, sol. Trata-se da:
a) coordenação, pois não há diferença gradual entre os personagens.
b) gradação, elaborada em ordem crescente.
c) oposição, porque a sequência é contraditória.
d) comparação, pois os personagens são apresentados em ordem de igualdade.

04 – Comparando-se os personagens aos seres humanos, o fato de a luz ser um atributo comum a todos pode levar-nos a concluir que as pessoas:
a) apresentam o mesmo grau de desenvolvimento.
b) são sempre iguais umas às outras quando se trata de visão de mundo.
c) nunca têm a chance de crescer, embora sejam idênticas.
d) possuem o mesmo potencial para realizar-se na vida.