sábado, 18 de novembro de 2017

QUESTÕES OBJETIVAS DE PORTUGUÊS - COM GABARITO


1 – (ENEM)
Texto 1:
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
[...]
                                       Andrade, C. D. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971. (Fragmento).
Texto 2:
        As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pedra no rio: cada pedra é herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta, como vão passando as águas no tempo [...]
        A lavadeira e a pedra formam um ente especial, que se divide e se reúne ao sabor do trabalho. Se a mulher entoa uma canção, percebe-se que nova pedra a acompanha em surdina...
                                         Andrade, C. D. Contos sem propósito. Rio de Janeiro:
                                       Jornal do Brasil, Caderno B, 17 jul. 1979. (Fragmento).

Com base na leitura dos textos, é possível estabelecer uma relação entre forma e conteúdo da palavra “pedra”, por meio da qual se observa:
a)    O emprego, em ambos os textos, do sentido conotativo da palavra “pedra”.
b)    A identidade de significação, já que nos dois textos “pedra” significa empecilho.
c)    A personificação de “pedra” que, em ambos os textos, adquire características animadas.
d)    O predomínio, no primeiro texto, do sentido denotativo de “pedra” como matéria mineral sólida e dura.
e)    A utilização, no segundo texto, do significado de “pedra” como dificuldade materializada por um objeto.
2 – (ENEM).



                   Laerte. O difícil é o começo. Exame. São Paulo: Abril, 28 set. 2007.

Entre os seguintes ditos populares, qual deles melhor corresponde à figura acima?
a)    Com perseverança, tudo se alcança.
b)    Cada macaco no seu galho.
c)    Nem tudo que balança cai.
d)    Quem tudo quer, tudo perde.
e)    Deus ajuda quem cedo madruga.
3 – (ENEM). Observe a tirinha da personagem Mafalda, de Quino.



                                  Quino. Toda Mafalda. Tradução de Monica S. M. da Silva.
                                                                         São Paulo: Martins Fontes, 1988.

O efeito de humor foi um recurso utilizado pelo autor da tirinha para mostrar que o pai de Mafalda:
a)    Revelou desinteresse na leitura do dicionário.
b)    Tentava ler um dicionário, que é uma obra muito extensa.
c)    Causou surpresa em sua filha, ao se dedicar à leitura de um livro tão grande.
d)    Queria consultar o dicionário para tirar uma dúvida, e não ler o livro, como sua filha pensava.
e)    Demonstrou que a leitura do dicionário o desagradou bastante, fato que decepcionou muito sua filha.

4 – (ENEM).



                        Disponível em: http://www.uol.com.br Acesso em: 15 fev. 2009.

Observe a charge, que satiriza o comportamento dos participantes de uma entrevista coletiva por causa do que fazem, do que falam e do ambiente em que se encontram.
Considerando-se os elementos da charge, conclui-se que ela:
a)    Defende, em teoria, o desmatamento.
b)    Valoriza a transparência pública.
c)    Destaca a atuação dos ambientalistas
d)    Ironiza o comportamento da imprensa.
e)    Critica a ineficácia das políticas.

5 – (UNESP-SP).



  Iturrusgarai, Adão. O mundo maravilhoso de Adão Iturrusgarai. Disponível em:   www.adao.blog.uol.com.br/imagens/tira-pro-site.gif. Acesso em: 10 maio 2008.

        As tiras frequentemente nos surpreendem pela profundidade das reflexões que provocam em sua síntese visual e linguística. É o que ocorre na de Adão Iturrusgarai, que nos leva a refletir sobre as motivações dos desabafos da personagem. Embora pareça contraditória e inconsequente sob o ponto de vista psicológico a atitude da personagem, no último quadrinho, de se declarar insatisfeita com a nova aparência obtida, podemos encontrar, numa releitura mais atenta da tira, uma causa objetiva para essa insatisfação. Aponte essa causa, levando em consideração o jogo de palavras que ocorre entre “aparência pessoal” e “aparência impessoal”.
      A razão objetiva para a insatisfação com a própria aparência é dada pela aceitação de um padrão exterior de beleza ao qual todos deveriam se “submeter”. Por esse motivo, a personagem realiza “várias plásticas” na tentativa de modificar a própria aparência e se adequar ao padrão esperado. A insatisfação explicitada no último quadrinho é uma consequência necessária da padronização. Se todas as pessoas tiverem uma mesma aparência, aquilo que deveria ser uma marca pessoal, torna-se “impessoal”, despersonalizando os indivíduos. O efeito de sentido construído pelo autor da tira, ao promover a negação do sentido do termo “pessoal” por meio do uso de um prefixo (in-), obriga o leitor a refletir sobre a relação entre a aparência pessoal e a padronização que acarreta um processo de impessoalização.

6 – (UNICAMP-SP). O seguinte enunciado está presente em uma campanha publicitária de provedor de internet. Finalmente um líder mundial de internet que sabe a diferença entre acabar em pizza e acabar em pizza. Terra. A internet do Brasil e do mundo.
a)    A propaganda joga com um duplo sentido da expressão “acabar em pizza”. Qual é o duplo sentido?
Na expressão “acabar em pizza”, ambos os sentidos referidos na propaganda apontam para a finalização de algo. Um dos sentidos se refere a uma situação festiva: ao ato de se comer pizza ao final de algum processo ou evento, simbolizando alegria, confraternização, distensão, informalidade próprios de uma celebração, por exemplo. O outro sentido da expressão se refere, a partir de uma relação com a imagem da política brasileira, à falta de resolução real de problemas, como, mais atualmente, o do “mensalão”, entre outros.

b)    A propaganda trabalha com esse duplo sentido para construir a imagem de um provedor que se insere em âmbitos internacional e nacional. De que modo a expressão “acabar em pizza” ajuda na construção dessa imagem?
Ao mostrar que esse provedor da internet conhece os dois sentidos de “acabar em pizza”, ou seja, que domina sutilezas do uso da língua, das expressões mais atuais brasileiras, a propaganda sugere que o provedor, apesar de internacional, tem um bom conhecimento sobre o Brasil, sobre o mercado brasileiro. Não se cobrará, mas é relevante salientar que a propaganda caracteriza como uma qualidade intrínseca ao Brasil o sentido pejorativo da expressão “acabar em pizza”, apresentado como símbolo de ingerência e impunidade políticas. As propaganda se sustenta, assim, de maneira irresponsável, por meio de um argumento de marketing estereotipado, baseado na reafirmação de um equívoco político.
Outro modo de compreender o uso da expressão acabar em pizza nessa propaganda é indicar que “saber a diferença” entre os sentidos da expressão sugeriria a seriedade do provedor, e seu consequente sucesso.

7 – (ENEM)
        No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:

                            CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA
                                   DO GOVERNO DO ESTADO
                                      ENTRA EM NOVA FASE

A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:
a)    Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase.
b)    A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha.
c)    Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.
d)    A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.
e)    Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.

8 – (ENEM).
   
                    Cidade Grande

Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
Ficou urbe tão notória,
Prima rica do Rio de Janeiro,
Que já tem cinco favelas
Por enquanto, e mais promete.

                                   Carlos Drummond de Andrade.

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a:
a)    Metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
b)    Intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c)    Ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d)    Denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e)    Prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

9 – (ITA-SP) A manchete a seguir apresenta ambiguidade sintática, que é desfeita pelo conteúdo do texto que lhe segue.

          Reino Unido pode taxar fast food contra obesidade

          Reino Unido estuda cobrar taxa de empresas de fast food para financiar instalações esportivas e o combate à obesidade. Segundo um relatório, a obesidade no país cresceu quase 400% em 25 anos, e, se continuar aumentando, pode superar o cigarro como maior causa de mortes prematuras. Governo e empresas locais têm sido criticados por não combaterem o problema.
                                                        Folha de São Paulo. São Paulo, 7 jun. 2004.

a)    Qual as interpretações sugeridas pela manchete?
A manchete “Reino Unido pode taxar fast-food contra obesidade” pode ser interpretada das seguintes maneiras:
I – O governo do Reino Unido, para combater a obesidade dos cidadãos, pode taxar empresas de fast-food.
II – O governo pode taxar empresas de fast-food que combatem a obesidade.

b)    Qual dessas interpretações prevalece na notícia?
A interpretação mais coerente da manchete, levando em consideração o contexto da notícia e o conhecimento de mundo dos falantes, é aquela que permite concluir que o governo do Reino Unido taxará as empresas de fast-food como objetivo de combater a obesidade da população.

10 – (UNICAMP-SP) Na sua coluna diária do Jornal Folha de São Paulo de 17 de agosto de 2005, José Simão escreve: “No Brasil nem a esquerda é direita!”:
a)    Nessa afirmação, a polissemia da língua produz ironia. Em que palavras está ancorada essa ironia?
A ironia está ancorada nas palavras esquerda e direita.

b)    Quais os sentidos de cada uma das palavras envolvidas na polissemia acima referida?
O sentido das duas palavras, nesse caso, é construído pelo seu uso no contexto político. Esquerda, no discurso político, tem seu sentido definido por meio da oposição àquilo que, na política, é chamado de direita. Nessa situação, quando se fala de partidos de esquerda, de forma generalizante, o que se pretende designar são partidos caracterizados por defender propostas socialistas; por outro lado, os de direita seriam aqueles que apresentam ou defenderiam propostas capitalistas. No jogo linguístico do enunciado destacado, a palavra direita é interpretada de outra forma: faz referência ao que definiríamos como correto, honesto, moral.

c)    Comparando a afirmação “No Brasil nem a esquerda e direita” com “No Brasil a esquerda não é direita”, qual a diferença de sentido estabelecida pela substituição de nem por não?
Em No Brasil nem a esquerda e direita, o nem dá a ideia de que no nosso país ninguém costuma agir de forma correta ou honesta, mas seria esperado que a esquerda ou os partidos de esquerda agissem assim. Com a substituição de nem por não, esse sentido deixa de existir, ficando apenas a afirmação de que a esquerda não age corretamente, sem que se pressuponha que ela deveria agir dessa forma.

(UERJ-RJ – adaptada) Texto para as questões 11 e 12.

                                A MÁQUINA
        Faltando somente um minuto para a hora marcada, às onze e cinquenta e nove exatamente, Antônio entrou na máquina de sua própria morte, feita com suas próprias mãos, e todos os olhos, todos os ouvidos, todas as câmeras e todos os microfones do mundo apontaram para ele, um patrocínio Alisante Karina, ele vai morrer de amor por você. Se pudesse divulgar o que estava sentindo, sem trazer inquietação ao coração de Karine, talvez Antônio tivesse confessado ali mesmo, pro mundo todo ouvir, que estava com um medo desgraçado, sabe o verbo medo? Mas não parecia. Quem olhava para ele, ou seja, o mundo inteiro, não diria nunca que se tratava de um homem que sentia um frio no espinhaço. E foi então que deu a hora certinha que Antônio tinha marcado para partir, meio-dia em ponto, cinco, quatro, três, dois, um, Ave-Maria, e seu coração disse pra sua cabeça, vá, e sua cabeça disse pra sua coragem, vou, e sua coragem respondeu, vou nada, mas Antônio não ouviu. E quando as setecentas lâminas da máquina da morte botaram para funcionar, todas elas ao mesmo tempo, na maior ligeireza, o mundo todo que estava esperando para ver tripa de Antônio, sangue de Antônio, osso de Antônio virar pó, não viu foi coisa nenhuma.
                                                  Falcão, Adriana. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.

11 – No fragmento “e sua coragem respondeu, vou nada,” há simultaneamente um processo de personificação e um de antítese. Explique como se constrói cada uma dessas figuras de linguagem no fragmento dado.
      Há personificação, porque o termo “coragem” responde como se fosse um ser humano. Há antítese, porque, quando a coragem responde “vou nada”, mostra que lhe falta exatamente a coragem.
12 – No romance de Adriana Falcão, o narrador, dialogando com o leitor, faz a seguinte pergunta: “sabe o verbo medo?”
Na pergunta, o discurso do narrador provoca um estranhamento. Explique por que ocorre o estranhamento e indique o sentido que ele produz no contexto.
      O estranhamento ocorre porque o narrador identifica o substantivo “medo” como verbo. O sentido produzido é o da intensificação da ideia de medo.

13- (ENEM) Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para:


                                            Thaves, Bob. Frank & Ernest.

a)    Condenar a prática de exercícios físicos.
b)    Valorizar aspectos da vida moderna.
c)    Desestimular o uso das bicicletas.
d)    Caracterizar o diálogo entre gerações.
e)    Criticar a falta de perspectiva do pai.

14 (PUC-RJ) – Adaptada.

           
Recordação
Agora, o cheiro áspero das flores
Leva-me os olhos por dentro de sua pétalas.

Eram assim teus cabelos;
Tuas pestanas eram assim, finas e curvas.
As pedras limosas, por onde a tarde ia aderindo,
Tinham a mesma exalação de água secreta,
De talos molhados, de pólen,
De sepulcro e de ressurreição.

E as borboletas sem voz
Dançavam assim veludosamente.
Restitui-te na minha memória, por dentro das flores!

Deixa virem teus olhos, como besouros de ônix,
Tua boca de malmequer orvalhado,
E aquelas tuas mãos dos inconsoláveis mistérios,
Com suas estrelas e cruzes,
E muitas coisas tão estranhamente escritas
Nas suas nervuras nítidas de folha,
- e incompreensíveis, incompreensíveis.

                                                    Meireles, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro:
                                                                                    José Aguilar, 1972. p. 154.

Observe o poema a utilização de inúmeras figuras de linguagem como recurso expressivo. Destaque do texto um exemplo de prosopopeia e ouro de sinestesia.
      Como exemplo de prosopopeia pode ser citada a seguinte passagem: “E as borboletas sem voz/dançavam assim veludosamente” O emprego da sinestesia pode ser observado no seguinte verso: “Agora, o cheiro áspero das flores”.

15 – (SARESP-SP) Leia o poema para responder à questão.

      
        DA MORTE IV

Vinda do fundo, luzindo
Ou atadura, escondendo
Vindo escura
Ou pegajosa lambendo
Vinda do alto
Ou das ferraduras
Memoriosa se dizendo
Calada ou nova
Vinda da coitadez
Ou régia numas escadas
Subindo
Amada
Torpe
Esquiva
Bem-vinda.
                                                                    Hilst, Hilda. Da Morte: odes mínimas.
                                                                            São Paulo: Nankin, 1998. p. 31.

Antítese é um recurso expressivo que consiste em apresentar, em um mesmo texto, palavras de sentido contrário. No poema de Hilda Hilst, antíteses são usadas para retratar a morte como algo formado por opostos. É o que ocorre com o par de palavras:

a)    Fundo/alto.                                  c) Amada/bem-vinda.
b)    Calada/nova.                               d) Atadura/ferraduras.

(FUVEST-SP) Texto para as questões 16 e 17.

       
Desde pequeno, tive tendência para personificar as coisas. Tia Tula, que achava que mormaço fazia mal, sempre gritava: “Vem pra dentro, menino, olha o mormaço!” Mas eu ouvia o mormaço com M maiúsculo. Mormaço, para mim, era um velho que pegava crianças! Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando leio que alguém se viu perseguido pelo clamor público, vejo com estes olhos o Sr. Clamor Público, magro, arquejante, de preto, brandindo um guarda-chuva, com um gogó protuberante que se abaixa e levanta no excitamento da perseguição. E já estava devidamente grandezinho, pois devia contar uns trinta anos, quando me fui, com um grupo de colegas, a ver o lançamento da pedra fundamental da ponte Uruguaiana-Libres, ocasião de grandes solenidades, com os presidentes Justo e Getúlio, e gente muita, tanto assim que fomos alojados os de meu grupo num casarão que creio fosse a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e Argentina. Era como um alojamento de quartel, com breve espaço entre as camas e todas as portas e janelas abertas, tudo com os alegres incômodos e duvidosos encantos de uma coletividade democrática. Pois lá pelas tantas da noite, como eu pressentisse, em meu entre dormir, um vulto junto à minha cama, sentei-me estremunhado e olhei atônito para um tipo de chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha muda interrogação, ele resolveu explicar-se, com a devida calma:
        --- Pois é! Não vê que eu sou o sereno...

                                       Mário Quintana, As cem melhores crônicas brasileiras.

Estremunhado: mal acordado.
Chiru: que aquele que tem pele morena, traços acaboclados (regionalismo: Sul do Brasil).

16 – No início do texto, o autor declara sua “tendência para personificar as coisas”. Tal tendência se manifesta na personificação dos seguintes elementos:
a)    Tia Tula, Justo e Getúlio.
b)    Mormaço, clamor público, sereno.
c)    Magro, arquejante, preto.
d)    Colegas, jornalistas, presidentes.
e)    Vulto, chiru, crianças.

17 – Considerando que “silepse é a concordância que se faz não com a forma gramatical das palavras, mas com seu sentido, com a ideia que elas representam”, indique o fragmento em que essa figura de linguagem se manifesta.
a)    “Olha o mormaço”.
b)    “Pois devia contar uns trinta anos”.
c)    “Fomos alojados os do meu grupo”.
d)    “Com os demais jornalistas do Brasil”.
e)    “Pala pendente e chapéu descido sobre os olhos”.



QUESTÕES SOBRE LITERATURA NO PERÍODO COLONIAL - COM GABARITO

1 – (UEL-PR)


        A exuberância da natureza brasileira impressionou artistas e viajantes europeus nos séculos XVI e XVII. Leia o texto e observe a imagem a seguir:

Debret, J. Tribo Guaicuru em busca de novas pastagens. 1834-1839. Litogravura.

        [...] A América foi para os viajantes, evangelizadores e filósofos uma construção imaginária e simbólica. Diante da absoluta novidade, como explica-la? Como compreende-la? Como ter acesso ao seu sentido? Colombo, Vespúcio, Pero Vaz de Caminha, Las Casas, dispunham de um único instrumento para aproximar-se do Mundo Novo: os livros. [...] O Novo Mundo já existia, não como realidade geográfica e cultural, mas como texto, e os que para aqui vieram ou os que sobre aqui escreveram não cessam de conferir a exatidão dos antigos textos e o que aqui se encontra.

                Chauí, M. apud Franz, T. S. Educação para uma compreensão crítica da arte. Florianópolis: Letras Contemporâneas Oficina Editorial, 2003. p. 95.

Com base no texto e na imagem, é correto afirmar:
I – O olhar do viajante europeu é contaminado pelo imaginário construído a partir de textos da Antiguidade e por relatos produzidos no contexto cultural europeu.
II – Os artistas viajantes produziam imagens precisas e detalhadas que apresentam com exatidão a realidade geográfica do Brasil.
III – Nas representações feitas por artistas estrangeiros coexistem elementos simbólicos e mitológicos oriundos do imaginário europeu e elementos advindos da observação da natureza e das coisas que o artista tinha diante de seus olhos.
IV – A imagem de Debret registra uma cena cotidiana e revela a capacidade do artista em documentar os costumes e a realidade do indígena brasileiro.

A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a)    I e II.                       b) I e III                      c) II e IV
     d)  I, III e IV                  e) II, III e IV.

2 – (PROSEL/UEPA-PA – ADAPTADA)
     

   [...] Certa ocasião ouvimos, quase `meia-noite, gritos de mulher [...] acudimos imediatamente e verificamos que se tratava apenas de uma mulher em hora do parto. O pai recebeu a criança nos braços, depois de cortar com os dentes o cordão umbilical e amarrá-lo. Em seguida, continuando no seu ofício de parteiro, enxugou com o polegar o nariz do filho, como é de praxe entre os selvagens do país. Note-se que nossas parteiras, ao contrário, apertam o nariz aos recém-nascidos para dar maior beleza, afilando-o.

     Léry, Jean de. Viagem a terra do Brasil. In: Amado, Janaina; Garcias, Leônidas Franco. Navegar é preciso: descobrimentos marítimos europeus. São Paulo: Atual, 1989. p. 46-47.

        A descrição do viajante Francês nos finais do século XVI sobre os habitantes nativos das terras portuguesas na América nos possibilita identificar no texto:
a)    A absorção das práticas médicas das populações nativas pelos europeus.
b)    A violência do colonizador em relação às práticas higienizadoras dos nativos considerados bárbaros.
c)    O choque do europeus em relação às práticas indígenas, denotando o confronto entre as duas culturas.
d)    A aceitação do método adotado pelos indígenas, no parto, considerado superior à prática médica europeia.
e)    A surpresa das populações nativas diante do espanto dos europeus em relação às práticas de pajelança.

3 – (ENEM) Michel Eyquem de Montaigne (1533 – 1592) compara, no trecho, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas “guerras de religião” dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham católicos e protestantes.

        [...] não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. [...] Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo], mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entrega-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mais vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. [...] Podemos portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos a inteligência, mas nunca se compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.

                                                                 Montaigne, Michel Eyquem de. Ensaio.
                                                                            São Paulo: Nova Cultural, 1984.

De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne:
a)    A ideia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua religião.
b)    A diferença de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades.
c)    Os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da piedade.
d)    A barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional.
e)    A ingenuidade dos indígenas equivale à racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes são similares.

4 – (UEL-PR).
     

   José de Anchieta, o “Apostolo do Brasil”, trouxe em sua bagagem, vindo das Canárias onde nasceu, mais do que seu pendor poético. Vinha ele com mais meia dúzia de bravos com a espantosa missão de converter e educar os índios, que a seus olhos e dos outros, a princípio, não reconheciam qualquer cultura.

                                    Delacy, M. Introdução ao teatro. Petrópolis: Vozes, 2003.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a prática de catequização de José de Anchieta, considere as afirmativas a seguir:
I – Para catequizar, Anchieta valeu-se de sua criatividade, usando cocares coloridos, pintura corporal e outros adereços que os indígenas lhe mostravam.
II – Com a missão de levar Jesus àqueles “bugres e incultos”, Anchieta se afastou de suas próprias crenças convertendo-se à religião daquele povo.
III – Com a finalidade de catequizar, Anchieta começou a escrever autos, baseados nos autos medievais, nas obras de Gil Vicente e em encenações Espanholas.
IV – Para implantar a fé como lhe foi ordenado, Anchieta representava os autos na língua pátria de Portugal.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a)    I e III.                    c) II e IV.                  e) II, III e IV.
b)    I e IV.                    d) I, II e III.

5 – (ENEM) A primeira imagem abaixo (publicada no século XVI) mostra um ritual antropofágico dos índios do Brasil. A segunda mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos representantes da Coroa portuguesa.

A comparação entre as reproduções possibilita as seguintes afirmações:
I – Os artistas registraram a antropofagia e o esquartejamento praticados no Brasil.
II – A antropofagia era parte do universo cultural indígena e o esquartejamento era uma forma de se fazer justiça entre luso-brasileiros.
III – A comparação das imagens faz ver como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados”, indígenas e europeus.
Está correta o que se afirma em:
a)    I apenas.                 c) III apenas.                 e) I, II e III.
b)    II apenas.                d) I e II apenas.

6 – (UEG-GO) Aleijadinho. Cristo do carregamento da Cruz. Século XVIII.

  

    Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
      Da vossa alta clemencia me despido;
      Porque quanto mais tenho delinquido,
      Vos tenho a perdoar mais empenhado.

               Obra poética de Gregório de Matos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

Durante o período colonial brasileiro, as principais manifestações artísticas, populares ou eruditas formam, assim como nos demais aspectos da vida cotidiana, marcadas pela influência da religiosidade. Nesse sentido, com base na análise da presença da religiosidade na obra de Aleijadinho e Gregório de Matos, é correto afirmar:
a)    Ambas são modelos da arte barroca, uma vez que se inspiram mais na temática cristã do que em elementos oriundos da mitologia greco-romana.
b)    A presença da temática religiosa em ambos deve-se à influência protestante holandesa na região da Bahia e de Minas Gerais.
c)    No trecho do poema, tem-se a expressão de um pecador que, embora creia em Deus, não tem certeza de que obterá o perdão divino.
d)    A pobreza estética da obra de Aleijadinho e Matos deriva da censura promovida pela Santa Inquietação às obras artísticas no Brasil.

7 – (UFPA-PA). A alternativa correta a respeito de Gregório de Matos ou do Barroco é:
a)    Gregório de Matos é considerado o autor mais importante do Barroco brasileiro por ter introduzido a estética no país e ter escrito poemas épicos, de herança camoniana, em louvor à pátria, traço do nativismo literário da época.
b)    A crítica reconhece a obra lírica de Gregório de Matos como superior à satírica, porque, nela, o autor não trabalha com o jogo de palavras que instaura o erótico e às vezes até o licencioso.
c)    Tematicamente, a poesia de Gregório de Matos trabalha a religião, o amor, os costumes e a reflexão moral, às vezes por meio de um jogo entre erotismo idealizado X sensualismo desenfreado; temor divino X desrespeito pelos encarregados dos cultos.
d)    Conceptismo e cultismo são processos técnicos e expressivos do Barroco que dão simplicidade aos textos, principal objetivo da estética que repudiava os torneios na linguagem.
e)    O Barroco se destaca como movimento literário único, uma vez que somente em sua estética encontramos o uso de sugestões de luz, cor e som, bem como o uso de metáforas, hipérboles, perífrases, antíteses e paradoxos.

8 – (UFSCAR-SP).
      

  O pregar há de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. [...] Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há de estar branco, da outra há de estar negro; se de uma parte está dias, da outra há de estar noite; se de uma parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. Basta que não havemos de ver sermão duas palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras.

                                                                            Vieira, Sermão da Sexagésima.

No texto, Vieira critica um certo estilo de fazer sermão, que era comum na arte de pregar dos padres dominicanos da época. O uso da palavra xadrez tem o objetivo de:
a)    Defender a ordenação das ideias em um sermão.
b)    Fazer alusão metafórica a um certo tipo de tecido.
c)    Comparar o sermão de certos pregadores a uma verdadeira prisão.
d)    Mostrar que o xadrez se assemelha ao semear.
e)    Criticar a preocupação com a simetria do sermão.


9 – (ENEM).
Ó meio-dia confuso, confuso,
Ó vinte-e-um de abril sinistro,
Que intrigas de ouro e de sonho
Houve em tua formação?
Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?
Na mesma cova do tempo
Cai o castigo e o perdão.
Morre a tinta das sentenças
E o sangue dos enforcados...
--- Liras, espadas e cruzes
Pura cinza agora são.
Na mesma cova, as palavras,
O secreto pensamento,
As coras e os machados,
Mentira e verdade estão.
[...]
                                                           Meireles, C. Romanceiro da Inconfidência.
                                                         Rio de Janeiro: Aguilar, 1972. (Fragmento).

        O poema de Cecília Meireles tem como ponto de partida um fato da história nacional, a Inconfidência Mineira. Nesse poema, a relação entre texto literário e contexto histórico indica que a produção literária é sempre uma recriação da realidade, mesmo quando faz referência a um fato histórico determinado. No poema de Cecília Meireles, a recriação se concretiza por meio:
a)    Do questionamento da ocorrência do próprio fato, que, recriado, passa a existir como forma poética desassociada da história nacional.
b)    Da descrição idealizada a fantasiosa do fato histórico, transformando em batalha épica que exalta a força dos ideais dos Inconfidentes.
c)    Da recusa da autora de inserir nos versos o desfecho histórico do movimento da Inconfidência: a derrota, a prisão e a morte dos Inconfidentes.
d)    Do distanciamento entre o tempo da escrita e da Inconfidência, que, questionada poeticamente, alcança sua dimensão histórica mais profunda.
e)    Do caráter trágico, que, mesmo sem corresponder à realidade, foi atribuído ao fato histórico pela autora, a fim de exaltar o heroísmo dos Inconfidentes.


10 – (PROSEL/UEPA-PA)

Texto 1:

Insuficiência dos Ditames da Razão contra o Poder de Amor
Sobre estas duras, cavernosas fragas,
Que o marinho furor vai carcomendo,
Me estão negras paixões n’alma fervendo
Como fervem no pego as crespas vagas:

Razão feroz, o coração me indagas,
E vás nele (ai de mim!) palpando, e vendo
De agudas ânsias venenosas chagas:

Cego a meus males, surdo a teu reclamo,
Mil objetos de horror co’a ideia eu corro,
Solto gemidos, lágrimas derramo:

Razão, de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro.

                                                                                  Bocage.
Texto 2:
        ... mais do que em qualquer outro dos escritores portugueses seus contemporâneos, teve repercussão em Bocage o agravamento profundo daquele momento histórico vivido em todas as nações da nossa cultura, do conflito permanente entre a civilização e a barbárie, entre a razão e a emoção, entre a ordem e a liberdade.
                                                                           Hernani Cidade, Bocage, 1969.

      Avalie as situações a seguir para considerar as que, baseadas no poema (texto 1), ilustram corretamente a repercussão, na obra do poeta, da dicotomia citada por Hernani Cidade (texto 2).
a)    O título do soneto contrasta com o tema abordado.
b)    Quem assume o papel de confidente no soneto é a própria razão personificada.
c)    O locus amoenus predomina em toda a caracterização do cenário.
d)    As ondas agitadas, ao deteriorarem as encostas, são metáforas das paixões que destroem o homem. Me estão negras paixões n’alma fervendo / Como fervem no pego as crespas vagas. Elas exemplificam a noção de equilíbrio, de contenção, presentes no estilo neoclássico.
e)    A análise formal do poema nos revela um Bocage romântico, pois organiza o caos que o sujeito poético vive numa estrutura totalmente racional e harmoniosa – o soneto.

(ENEM) Texto para as questões 11 e 12:


Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o Lisonjeiro encanto.

Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.

                                          Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho.
                                                          A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro.
                                                                             Nova Aguilar, 2002. p. 78 – 79.

11 – Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção é:
a)    Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.
b)    A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c)    O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.
d)    A relação de vantagem da “choupana” sobre a “cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e)    A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.

12 – A opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor é:
a)    “Torno a ver-vos, ó montes; o destino”
b)    “Aqui estou entre Almendro, entre Corino”.
c)    “Os meus fiéis, meus doces companheiros”.
d)    “Vendo correr os míseros vaqueiros”.
e)    “Que, da cidade, o lisonjeiro encanto”.

(PSC/UFAM) Leia o texto abaixo, de autoria de Cláudio Manuel da Costa, para responder às questões 13 e 14:


Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São eles inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.

Oh quão lembrando estou de haver subido
Aquele monte, e as vezes que, baixando,
Deixei do pranto o vale umedecido!


Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando.

13 – A opção que se refere ao texto de modo correto é:
a)    Observa-se o elogio do pastoralismo, com a consequente crítica aos males que o meio urbano traz ao homem.
b)    A natureza é cenário tranquilo, retratada sem levar em conta o estado de espirito de quem a descreve.
c)    A antítese “Foi cena alegre, e urna é já funesta” resume o poema, indicando a passagem do tempo e a lembrança do amor perdido.
d)    Exemplo típico do Arcadismo, constata-se o predomínio da razão sobre a emoção, o que revela a influência da lógica iluminista.
e)    Recomenda que se aproveite o dia (carpe diem), embora fazendo referência à constância da vida e à previsibilidade do destino.

14 – Ainda a respeito do poema, a opção incorreta é:

a)    A métrica regular e a estrutura – um soneto – indicam a proximidade do Romantismo.
b)    Apresenta construções em ordem indireta, mas sem o radicalismo da escrita barroca.
c)    Percebe-se uma identificação entre o poeta e a natureza que o rodeia.
d)    A organização em dois quartetos e dois tercetos é de natureza greco-latina.
e)    Há uma contenção do poeta no uso de figuras de linguagem, como a metáfora “e urna é já funesta”.