quinta-feira, 20 de abril de 2017

PIADAS/ANEDOTAS - PARA RIR JUNTO COM OS ALUNOS

PIADA PARA RIR JUNTO COM OS ALUNOS
PIADA 1
Uma moça acabara de acordar de um cirurgia plástica, quando o  médico entrou em seu quarto:
–       E então, doutor? Quando posso ir para casa? perguntou a paciente.
–       Amanhã a senhora pode ir embora. A operação foi um sucesso.
–       O senhor garante que não vai aparecer a cicatriz da operação?
–       Se a senhora usar roupa, garanto que ninguém a verá.
_______________________________________________
PIADA 2
Um menino quebrou a vidraça da casa do vizinho, ao jogar bola. O dono da casa pegou o menino pela braço e disse, muito furioso:
–       Ah! moleque! Por que não vai ajudar seu pai?
O garoto respondeu com a maior cara-de-pau:
–       Mas já estou ajudando. Meu pai é dono da vidraçaria…
________________________________________________
PIADA 3
Um fazendeiro, desses que falam pouco e pensam muito, encontra-se com um moço da cidade, que lhe pergunta:
–       Por quanto o senhor vende sua vaca?
–       Quero um milhão por ela! respondeu o homem.
–       Por esse preço compro uma motoca.
–       Compra, sim. Mas só quero ver o senhor tirar leite da motoca.
_____________________________________________
PIADA 4
Um apostador chega à casa lotérica que acaba de ter seu nome trocado para “Loja Treze”. Pergunta ao dono:
–       Pôs esse nome porque ganhou na loteria com o 13?
–       Não! Mudei porque no dia 13 os ladrões me roubaram 13 milhões…
_____________________________________________
PIADA 5
Durante um acidente de carro, onde uma loira bateu o seu carro na traseira de outro à sua frente, o policial a aborda e pergunta:
–       A senhora tem carteira?
E ela, responde, mostrando uma bolsa, tipo carteira:
–       Tenho, sim. E é bonita, né?
___________________________________________
PIADA 6
Dois adolescentes estão juntos. Um deles está estudando. O outro está na janela, observando o movimento da rua, quando passa uma mocinha que muito agrada ao rapaz da janela. Este, comenta com o amigo:
–       Eu acho que a Vera tem muitos predicados.
O amigo, que está estudando gramática, responde distraído:
–       Verbais ou nominais?
______________________________________________
PIADA 7
Um surdo entra na barbearia e trava o seguinte diálogo com o barbeiro, que não sabe dessa situação do freguês:
–       Bom dia! Quero cortar o cabelo.
–       Pois não! É um prazer atendê-lo.
–       Foi o que eu disse: cortar o cabelo.
–       Sei, sei. Não quer desvestir o casaco?
–       Eu, ingerir macaco? Nunca!
–       Hi! É hoje! Só quero lhe dar um bom trato.
–       Pode ser bom prato. Mas, eu não como carne de macaco.
–       Seu ouvido hoje está enguiçado…
–       Nem cozido, nem guisado. Não como!
–       Por favor, sente um pouco pra frente.
–       Nem quente, nem frio. Não como! Não insista!
–       Que barbaridade! Vou inclinar a cadeira para…
–       Pode me mandar para a cadeia. Carne de macaco não como!
–       Não disse isso! Posso começar?
–       Processar? Eu é que vou processá-lo por me obrigar a fazer o que não quero!
–       Tenha calma! Não se levante que ainda falta cortar…
–       Falta pagar o quê? Não fez nada! E passe bem com seus macacos!
E o freguês foi embora, deixando o barbeiro com cara de interrogação.
_____________________________________________
PIADA 8
A professora perguntou na classe, quem gostaria de ir para o céu. Todos levantaram a mão, menos Joãozinho. Admirada, a professora perguntou ao garoto:
–       Por que você não quer ir para o céu?
Joãozinho respondeu:
– Não posso porque mamãe recomendou que quando terminasse a aula eu viesse direto para casa.
_____________________________________________
PIADA 9
O marido disse à esposa:
–       Sabe que eu gostaria de ser um pássaro?
A mulher pensou um pouco e disse ao marido:
–       E eu gostaria de ser uma espingarda. De dois canos.
_______________________________________________
PIADA 10
Falta energia elétrica no bairro e os elevadores dos prédios estão parados. Dois moradores do 36o andar de um prédio, encontram-se na escadaria do 26o andar e um deles, notando o ar de desânimo do outro, diz:
–       Coragem! Faltam só dez andares para chegarmos. Por que esta tristeza?
– É que acabo de descobrir que a chave do meu apartamento ficou na portaria, lá embaixo.
____________________________________________
PIADA 11
O chefe flagrou o empregado saindo da barbearia durante o expediente. E chamou a sua atenção, dizendo:
–       O senhor não podia ir cortar o cabelo durante o expediente!
O empregado justificou-se:
–       Ué! O cabelo cresceu durante o expediente!
–       Cresceu fora do expediente também! retrucou o chefe.
Ao que o empregado respondeu:
–       Por isso eu só cortei o que cresceu durante o expediente.
___________________________________________
PIADA 12
O bêbado, agarrando-se no poste para não cair, diz para uma mulher que passa:
–       Feia!
A mulher, ofendida, responde:
–       Bêbado!
E o bêbado:
–       É, mas amanhã eu estarei bom, já você continua feia!
_______________________________________
PIADA 13
A professora está explicando sobre sujeito da oração e escreve no quadro a seguinte frase: Alguém furtou meu dinheiro. Pergunta então para um aluno:
–       Miguel, onde está o sujeito?
–       O sujeito? Deve estar gastando o dinheiro da senhora.
______________________________________________
PIADA 14
O filho chega em casa com o Boletim de Notas e deve mostrá-lo para a mãe tomar ciência. As notas existentes são baixas e o filho, para justificá-las, diz:
– Sabe, mãe, eu sou um aluno coerente. Já que estudamos orações reduzidas, tirei notas reduzidas!
________________________________________________
PIADA 15
Um agrônomo vai ao campo fazer visitas. Encontra um camponês que, toscamente, pisa as sementes que tira de uma bolsa a tiracolo, lançando-as à terra. O agrônomo  resolve ajudá-lo e o orienta dizendo:
–       Desse jeito, meu amigo, você não vai colher nem um grão de feijão.
Sorridente o capiau responde:
–       Claro, “doutô agrônimo”. Eu “tô prantando mio”.
_________________________________________________
PIADA 16
Um homem comprou um papagaio e mandou que a loja o entregasse em sua casa. O papagaio falava cinco línguas e custou uma fortuna. À noite, quando chegou em casa, o homem procurou o papagaio e não o encontrou.
– Cadê o papagaio que eu comprei? – perguntou ele à mulher.
– Papagaio? Ih, eu pensei que fosse uma galinha e assei pro jantar.
– O quê??? Meu papagaio assado? Esse papagaio fala cinco línguas!
– E por que ele não falou quando eu botei ele no forno?

_________________________________________________________
PIADA 17

- Doutor, estou com a memória fraca.
- Desde quando?
- Desde quando, o quê?
__________________________________________________________

PIADA 18

Ronaldo volta da escola chorando:
- O Luís me bateu!
- Quando alguém bater em você, meu filho, você precisa se defender!
- Mas, papai, a gente não pode brigar na escola - geme o garoto.
- Ora, meu filho! Quando eu tinha a sua idade, andei 30 quilômetros de bicicleta para me vingar de um idiota que tinha me batido.
- Trinta quilômetros? E como você voltou?
- De ambulância...
___________________________________________________________

PIADA 19

O diretor da escola entra numa das classes.
- Olá, meninos. Vamos ver como vai essa matemática. Toninho, quantos são 2 + 2?
- Essa é fácil! São 64.
- Não! Você errou. Mas tenho certeza de que o Miguel sabe. Miguel, quantos são 2 + 2?
- Há... Sexta-feira?
O diretor ficou bravo.
- Vamos! Não é difícil. Francisco, 2 + 2 dá...
- Quatro, senhor diretor.
- Muito bem! Explique a conta aos seus colegas.
- Simples, retirei a sexta do 64!

          (Fabrice Lelarge, 365 piadas para crianças a partir dos 7 anos, Barueri, SP: Girassol; Chevron, BE: Éditions Hemman, 2006.)











DOM CASMURRO - MACHADO DE ASSIS - (FRAGMENTO) - COM GABARITO

TEXTO LITERÁRIO:DOM CASMURRO – Capítulo 33 – O Penteado
                                                     Machado de Assis
Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente, desde a testa até as últimas pontas, que lhe desciam à cintura. Em pé não dava jeito: não esquecestes que ela era um nadinha mais alta que eu, mas ainda que fosse da mesma altura. Pedi-lhe que sentasse.
– Senta  aí, é melhor.
Sentou-se. “Vamos ver o grande cabeleireiro”, disse-me rindo. Continuei a alisar os cabelos, com muito cuidado, e dividi-os em duas porções iguais, para compor as duas tranças. Não as fiz logo, nem assim depressa, como podem supor os cabeleireiros de ofício, mas devagar, devagarinho, saboreando pelo tato aqueles fios grossos, que eram parte dela. O trabalho era atrapalhado, às vezes por descaso, outras de propósito para desfazer o feito e refazê-lo. Os dedos roçavam na nuca da pequena ou nas espáduas vestidas de chita, e a sensação era um deleite. Mas, enfim, os cabelos iam acabando, por mais que eu os quisesse intermináveis. Não pedi ao céu que eles fossem tão longos como os de Aurora1, porque não conhecia ainda esta divindade que os velhos poetas me apresentaram depois; mas, desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes. Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa… Uma ninfa! Todo eu estou mitológico. Ainda há pouco, falando dos seus olhos de ressaca, cheguei a escrever Tétis2, risquei Tétis, risquemos ninfa; digamos somente uma criatura amada, palavra que envolve todas as potências cristãs e pagãs. Enfim, acabei as duas tranças. Onde estava a fita para atar-lhes as pontas? Em cima da mesa, um triste pedaço de fita enxovalhada. Juntei as pontas das tranças, uni-as por um laço, retoquei a obra alargando aqui, achatando ali, até que exclamei:
– Pronto!
– Estará bom?
– Veja no espelho.
Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada, de costas para mim. Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era baixo. Inclinei-me depois sobre ela, rosto a rosto, mas trocados, os olhos de uma na linha da boca do outro. Pedi-lhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Cheguei a dizer-lhe que estava feia; mas nem esta razão a moveu.
– Levanta, Capitu!
Não quis, não levantou a cabeça, e ficamos assim a olhar um para o outro, até que ela abrochou os lábios, eu desci os meus, e…
Grande foi a sensação do beijo; Capitu ergueu-se, rápida, eu recuei até à parede com uma espécie de vertigem, sem fala, os olhos escuros. Quando me clarearam, vi que Capitu tinha os seus no chão. Não me atrevi a dizer nada; ainda que quisesse, faltava-me língua. Preso, atordoado, não achava gesto nem ímpeto que me descolasse da parede e me atirasse a ela com mil palavras cálidas e mimosas… Não mofes dos meus quinze anos, leitor precoce. Com dezessete, Des Grieux3 (e mais era Des Grieux) não pensava ainda na diferença dos sexos.
____________________________________________________
Notas explicativas:
1. Aurora – segundo a Mitologia Grega, Aurora era a deusa da manhã, que tinha a incumbência de abrir para o Sol as portas do Oriente.
2. Tétis – existem duas Tétis referidas pela Mitologia Grega. Uma, cuja transcrição literal seria Tethys, é filha de Ouranos e Gaia, e casada com o Oceano, do qual teve mais de três mil filhos, que são todos os rios do mundo. A segunda Thetys é uma das nereidas, filha de Nereu, o Velho do Mar, e de Dóris. É uma divindade marinha e imortal, a mais célebre de todas as nereidas. Possuía o dom da transformação. É certo que Machado de Assis se refere a esta última, pela coincidência da nereida com Capitu, de quem se fala neste trecho: os “olhos de ressaca”, isto é, olhos que lembram o movimento violento das ondas quando se lançam contra qualquer obstáculo; e o poder de transformação de Capitu, dissimulada e astuciosa.
3. Des Grieux – personagem do romance Manon Lescaut, do abade Prévost. Machado de Assis refere-se ao fato de que Des Grieux, cedo destinado a pertencer à Ordem de Malta, viveu para os estudos em seus anos de adolescência. Só depois de abandonar a escola de Amiens é que conheceu Manon Lescaut, que acaba perturbando definitivamente sua vida, graças a uma paixão vulcânica que supera todo os princípios morais e os interesses da família e da carreira.

1. Este capítulo descreve algo que Bentinho sentiu. Do que se trata?
2. Identifique as duas situações que levaram Bentinho a beijar Capitu.

Gabarito:
1.O capítulo descreve as condições a que ele foi levado a dar o primeiro beijo em Capitu.
2.1º- começou a pentear os cabelos de Capitu;
    2º- quando Bentinho terminou o penteado, Capitu escorregou de propósito da cadeira e Bentinho teve que segurá-la de tal modo que seus rostos ficaram muito próximos, terminando no beijo.


Tema Redação ENEM : Como Prevenir o Suicídio Entre os Jovens?

Tema Redação ENEM : Como Prevenir o Suicídio Entre os Jovens?
  
Recentemente a plataforma de vídeos Netflix estreou uma série de produção própria intitulada 13 Reasons Why(Treze Porquês, em tradução livre) na qual um dos protagonistas, uma adolescente norte-americana, comete suicídio e deixa treze fitas cassetes gravadas, explicando, contando e fazendo referências aos motivos e às pessoas que a levaram a tirar a própria vida. Sem contar o final ou dar spoilers, a série causou uma grande discussão mundial nas mídias e nas redes sociais: como falar sobre suicídio de jovens?
Em 13 Reasons Why, o bullying, o machismo, a violência e o assédio sexual e a falta de diálogo com os pais são alguns dos temas trabalhados e todos sabemos que o suicídio é ainda considerado um tabu pela maioria da sociedade; inclusive, há quem diga que os grandes veículos de comunicação não publicam mais casos de suicídio para evitar uma exposição maior do tema, como se ao abordá-lo, aumentassem as chances de alguém tirar a própria vida e é disso que algumas pessoas reclamam da abordagem da série, como se ela pudesse atuar como um gatilho.
Nesse sentido, assistindo a série (em menos de uma semana), lendo críticas de psicólogos, cineastas e críticos de TV, positivas e negativas, e pesquisando sobre bullying e suicídio juvenil, já que sou professora e, assim, atuo em sala de aula, pensei ser pertinente abordar neste espaço a questão do suicídio entre os jovens no Brasil e como preveni-lo, não só pensando em um tema possível para a prova de redação do Enem 2017, mas, mais do que isso, falando sobre o assunto e tentando desconstruir o tabu ao seu redor.
Em todo o mundo, o suicídio mata mais jovens do que o vírus HIV e, no nosso país, os índices de casos entre jovens estão crescendo de maneira constante ao longo dos anos. De 2002 a 2012, houve um aumento de 15,3% de jovens brasileiros que tiraram a própria vida; em todas as faixas etárias, homens se matam mais do que mulheres.

Retirado de http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/suicidio-e-preciso-falar-sobre-esse-problema.ghtml

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e o bullying são dois dos principais motivos que levam um jovem a cometer suicídio, justamente o contexto que 13 Reasons Why mostra ao público. Experiências de vida consideradas humilhantes, falta de perspectivas para o futuro, insegurança com o próprio corpo e com a sexualidade podem levar um adolescente à depressão e a começar a ter pensamentos suicidas.
Um outro fato também apontado pela OMS é o modo de ver as coisas e de levar a vida do adolescente: nesta fase, tudo é muito intenso e a impulsividade parece tomar conta do dia a dia dos jovens de todo o mundo. O que pode ser tido como apenas uma fase difícil pode ser uma depressão muito séria que deve ser tratada com acompanhamento psiquiátrico e psicológico juntamente com o apoio da família, dos amigos e da escola.
bullying e o cyberbullying (bullying virtual) estão, infelizmente, cada vez mais frequentes nas escolas brasileiras e nas redes sociais, levando jovens a praticarem atos contínuos de violência verbal e física que atingem outros jovens, os alvos, por serem diferentes em algum aspecto, eventos que podem ser assistidos por todos os demais estudantes que, em contrapartida, nada fazem. Jogos como Baleia Azulestão tomando conta da internet, levando jovens a se matarem a fim de finalizar o jogo.
Nesse sentido, podemos notar que todos nós devemos ser responsáveis em poder e em dever ajudar e orientar alguém que está pensando em suicídio e, especialmente no caso dos adolescentes, as escolas devem estar muito atentas ao bullying, ao cyberbullying e ao que se passa com seus alunos, mantendo uma relação de parceria com as família dos estudantes que, por sua vez, também devem estar sempre em contato com a escola de seus filhos.

Os adolescentes devem ser orientados no sentido de entenderem que podem enfrentar e vencer os problemas da vida e todos devem ser alertados dos sinais para ajudar os amigos. A OMS lançou, em 2016, um guia de prevenção ao suicídio online que pode ser acessado e lido por todos. Já o CVV (Centro de Valorização da Vida) criou a campanha Setembro Amarelo: um mês especial de conscientização sobre a prevenção ao suicídio.

LENDA: A VITÓRIA-RÉGIA - THEOBALDO M. SANTOS - COM GABARITO


LENDA: A VITÓRIA-RÉGIA 

        Era uma noite de luar. As estrelas brilharam no céu como diamantes. E a Lua iluminava a Terra com seus raios prateados. Um velho cacique, fumando seu cachimbo, contava à crianças as histórias maravilhosas de sua tribo Ele era também feiticeiro e conhecia todos os mistérios da natureza. Um dos curumins que o ouviam perguntou ao velho de onde vinham as estrelas que luziam no céu. E o cacique respondeu:
         --- Eu as conheço todas. Cada estrela é uma índia que se casou com a Lua. Não sabiam? A Lua é um guerreiro belo e forte. Nas noites de luar, ele desce à Terra para se casar com uma índia. Aquela estrela que estão vendo é Nacaíra, a índia mais formosa da tribo dos maués. A outra é Janã, a flor mais graciosa da tribo dos aruaques. A respeito disso, vou contar a vocês uma história que aconteceu, há muitos anos, em nossa tribo. Prestem atenção:
        Havia, entre nós, uma índia jovem e bonita, chamada Naiá. Sabendo que a lua era um guerreiro belo e poderoso, Naiá por ele se apaixonou. Por isso, recusou as propostas de casamento que lhe fizeram os jovens mais fortes e bravos de nossa tribo.
        Todas as noites, Naiá ia para a floresta e ficava admirando a Lua com seus raios prateados. Às vezes, ela saía correndo através da mata, para ver se conseguia alcançar a Lua com seus braços. Mas esta continuava sempre afastada e indiferente, apesar dos esforços da índia para atingi-la.
        Uma noite, Naiá chegou à beira de um lago.
        Viu nele, refletida, a imagem da Lua. Ficou radiante! Pensou que era o guerreiro branco que amava. E, para não perde-lo, lançou-se nas águas profundas do lago. Coitada! Morreu afogada.
        Então a Lua, que não quisera fazer de Naiá uma estrela do céu, resolveu torna-la uma estrela das águas. Transformou o corpo da índia numa flor imensa e bela. Todas as noites, essa flor abre suas pétalas enormes, para que a Lua ilumine sua corola rosada.
        Sabem qual é essa flor? É a vitória-régia!

                       Theobaldo Miranda Santos. Lendas e mitos do Brasil.
                                                                 São Paulo: Nacional, 2005.

Corola: parte da flor formada pelas pétalas e pelo centro.
1 – Quem narra essa história é um velho cacique. O que o levou a conta-la?
       Foi a pergunta de um dos garotos (curumim) sobre a origem das estrelas.

2 – De acordo com a história contada pelo cacique, qual é a origem das estrelas?
       Cada estrela é uma indígena que se casou com a Lua.

3 – Como a Lua é caracterizada na lenda?
       Como um guerreiro belo e poderoso.

4 – Qual é o sentimento que a Lua desperta em Naiá?
       Naiá se apaixona pela Lua.

5 – O sentimento de Naiá é correspondido pela Lua?
       Não, a Lua fica indiferente à moça.

6 – O final da história surpreende o leitor com um desfecho trágico. Releia os dois últimos parágrafos e relate, isto é, conte o que aconteceu, mencionando os fatos principais.
       Resposta possível: A indígena ao chegar à beira de um lago, viu refletida a imagem da Lua e ficou muito feliz, pensando que a Lua a amava. Achando que o reflexo era a lua, jogou-se na água e morreu afogada. A Lua, não querendo fazer de Naiá uma estrela do céu, transformou-a em uma planta das águas: a vitória-régia.

7 – Compare a linguagem que você usou na resposta da questão 6 com a linguagem usada na lenda: qual das duas linguagens é mais o ética, qual delas provocaria mais emoção no leitor?
       Educador: provavelmente os alunos não relatarão os fatos usando a mesma linguagem expressiva da lenda, mas de um modo mais objetivo. Nesse caso, a resposta seria; a linguagem da lenda.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): CAÇADOR DE MIM - MILTON NASCIMENTO - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES) – CAÇADOR DE MIM


Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu, caçador de mim
Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu caçador de mim
Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito à força numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim.
                                     Composição: Sérgio Magrão, Luiz Carlos Sá.
       In: Milton Nascimento. Caçador de mim. Ariola/Polygram, 1997.

Atroz: espantoso, monstruoso, desumano.

1 – Leia em voz alta o trecho da canção que mais chamou a sua atenção.
       Resposta pessoal.

2 – Na sua opinião, o que procura o caçador que fala no texto?
       Resposta pessoal. Resposta possível: O caçador quer se descobrir; está à procura de si próprio, do sentido de sua vida.

3 – Há alguma palavra no texto que você não conheça? Procure descobrir o significado dela pela frase em que foi usada.
       Educador, neste momento, é importante que o aluno desenvolva a habilidade de dedução dos sentidos das palavras e seja orientado para adequá-los ao contexto. Nesta etapa do processo, ainda não desenvolvemos o trabalho com dicionário: o uso sistemático dele e o estudo do gênero verbete serão realizados na unidade 2.
       Educador, converse com os alunos sobre a ideia de oposição, selecionando exemplos do cotidiano deles, como: vida x morte; bem x mal; claro x escuro; partidos de oposição x partidos de situação; justiça x injustiça; entre outras. Essa prévia oral facilitará a compreensão do que o exercício solicita.

4 – Leia os versos a seguir e responda:
      Por tanto amor      A vida me fez assim       Manso ou feroz
 Por tanta emoção      Doce ou atroz                 Eu, caçador de mim
a)   Quais são as palavras de sentidos opostos que aparecem nesses versos?
Doce, atroz, manso, feroz.

b)   Você acha possível que uma pessoa seja ao mesmo tempo doce e feroz? Por quê?
Resposta pessoal. Educador: esta questão permite que os alunos reflitam a respeito dos conflitos e das contradições do ser humano. Será interessante estimulá-los a falar sobre o assunto para ajuda-los a compreender os versos.

c)   O que a canção transmite com o uso dessas palavras?
Na canção, a voz que fala sobre si quer dizer que é possível ter sentimentos, emoções e atitudes diferentes e até mesmo contraditórios, e que se pode reagir a eles de diversas maneiras.

5 – O que você acha que significa o verso “Fugir às armadilhas da mata escura”?
       Respostas possíveis: “Fugir as armadilhas”: escapar, desviar dos perigos, obstáculos, do que pode impedir a procura;
“Da mata escura”: do caminho obscuro, desconhecido, misterioso.

6 – Você se identificou com o que é dito nos versos da canção? Fale sobre isso com seus colegas.
       Resposta pessoal.




terça-feira, 18 de abril de 2017

NOTÍCIA: EMBAIXO DA PONTE, SEM NÚMERO (MORADIA)- KATIA CALSAVARA - COM GABARITO


NOTÍCIA – EMBAIXO DA PONTE, SEM NÚMERO

       O endereço das famílias R. e S. é um buraco que fica embaixo de um viaduto sem nome, ao lado da ponte da Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo. Acredite se quiser: o buraco fica na própria estrutura do viaduto, como uma toca de tatu.
       Lá não entra luz do sol, e o chão é de terra batida. Luz elétrica, só à noite, quando os postes da rua são acesos. “Mas é melhor que morar na favela. Sonho com uma casa de verdade”, diz Juliana S., 12.
       Dentro do buraco, duas famílias dividem o espaço. De um lado da ponte, fica a família de Juliana, com sete pessoas. Do outro lado, a de Daniel R., 11, que vive com a mãe, os dois irmãos e mais cinco primos, que sempre ficam “hospedados” na “casa”.
       “Eu falo para os meus amigos que moro neste buraco. Vou esconder por quê? Mas eles dão risada de mim”, conta Jaqueline S., 9.

       RUA É QUINTAL

       Espaço para tanta gente não há. As crianças se amontoam para dormir em colchões espalhados pelo chão. Além das péssimas condições de higiene, elas correm risco ao brincarem numa área tão próxima à rua, onde os carros passam a mais de cem quilômetros por hora. O “quintal” delas é um gramado da marginal Tietê.
       Os meninos engraxam sapatos para ajudar nas despesas, ou então vendem panos de prato. “Tiro uns 30 reais às sextas-feiras. Engraxo lá no Bom Retiro, conta Rafael.
       Para tomar banho, eles precisam esquentar água, que buscam em um posto perto da “casa”. “Eu tomo banho quando dá”, diz o garoto.
       Segundo pesquisa realizada pela Siurb (secretaria de Infra Estrutura Urbana), neste ano, cerca de 1.480 famílias (ou 5.600 pessoas) moram embaixo de viadutos em São Paulo.
                       CALSAVARA, Katia. Moradia: Embaixo da ponte, sem número.
                                 Folha de São Paulo, 27 out. 2001. Suplemento Folhinha.

1 – Releia o primeiro parágrafo de Embaixo da ponte... e responda as questões para verificar se as informações principais estão presentes.
a)     A quem se faz referência?
Às famílias R. e S.

b)    Onde ocorre o fato?
Num buraco, embaixo de um viaduto, ao lado da ponte da Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo.

c)     Quando o fato noticiado aconteceu?
O primeiro parágrafo não informa, mas provavelmente é algo que ocorre à época da publicação do jornal. Por isso é importante verificar a data do jornal.

d)    De que trata a notícia?
Sugestão: Chama a atenção do leitor para o fato de um buraco embaixo de um viaduto servir como moradia para uma família; a moradia é comparada a uma toca de tatu.

2 – O que há de estranho no endereço dessas famílias?
       Não é um endereço como aqueles a que estamos habituados, com número da casa, CEP, etc. As famílias moram num buraco embaixo de um viaduto.

3 – Por que o lugar é comparado a uma toca de tatu?
       Porque é um buraco que fica na própria estrutura do viaduto. A repórter quis insinuar que seres humanos estão vivendo como bichos.

4 – Por que só luz elétrica à noite?
       Porque as lâmpadas dos postes, o único usufruto que fazem da eletricidade, são acendidas só a noite.

5 – No texto, lemos: “Juliana S., 12”; “Daniel R., 11”; “Jaqueline S., 9”. O que indicam os numerais?
       Indicam a idade de cada criança. Prof./a: informar aos alunos que se trata de um critério do jornal colocar a idade das pessoas citadas nas notícias.

 6 – O terceiro parágrafo informa quantas pessoas moram no mesmo endereço. Releia-o com atenção e faça a conta do número total de pessoas que ali residem.
       São 16 pessoas: 07 da família da Juliana e 09 da família de Daniel.

7 – Como você acha que é a convivência de um tal número de pessoas dividindo um espaço tão pequeno?
       Espera-se que os alunos apontem a provável dificuldade da convivência. É possível imaginar, no mínimo, más condições de descanso, falta de privacidade e desentendimentos daí decorrentes.

8 – Ao descrever a vida dessas famílias, o texto relaciona vários problemas enfrentados por todos no dia-a-dia. Faça uma lista desses problemas.
       Falta de espaço, de água, de energia elétrica e de luz solar, crianças dormindo amontoadas em colchões espalhados pelo chão, péssimas condições de higiene e risco de morte por atropelamento devido a proximidade de pistas de alta velocidade.

9 – De todos os problemas enfrentados por essas famílias, qual deles você considera o pior? Justifique.
       Resposta pessoal.
      

MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS -MANUEL ANTÔNIO ALMEIDA - (FRAGMENTO) - COM GABARITO

MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS

          O pequeno, enquanto se achou novato em casa do padrinho, portou-se com toda a sisudez e gravidade; apenas porém foi tomando mais familiaridade, começou a pôr as manguinhas de fora. Apesar disto porém captou do padrinho maior afeição, que se foi aumentando de dia em dia, e que em breve chegou ao extremo da amizade cega e apaixonada. Até nas próprias travessuras do menino, as mais das vezes malignas, achava o bom do homem muita graça; não havia para ele em todo o bairro rapazinho mais bonito, e não se fartava de contar à vizinhança tudo o que ele dizia e fazia; às vezes eram verdadeiras ações de menino malcriado, que ele achava cheio de espírito e de viveza; outras vezes eram ditos que denotavam já muita velhacaria para aquela idade, e que ele julgava os mais ingênuos do mundo. [...]
          [O padrinho] Gastava às vezes as noites em fazer castelos no ar a seu respeito; sonhava-lhe uma grande fortuna e uma elevada posição, e tratava de estudar os meios que o levassem a esse fim. Eis aqui pouco mais ou menos o fio dos seus raciocínios. [...] Seria talvez bom manda-lo ao estudo... porém para que serve o estudo? Verdade é que ele parece ter boa memória, e eu podia mais para diante manda-lo a Coimbra... Sim, é verdade... eu tenho aquelas patacas; estou já velho, não tenho filhos nem outros parentes... mas também que diabo se fará ele em Coimbra?  Licenciado não:  é mau ofício; letrado? era bom... sim, letrado... mas não; não, tenho zanga a quem me lida com papéis e demandas... Clérigo? ... um senhor clérigo é muito bom... é uma coisa muito séria... ganha-se muito... pode vir um dia a ser cura. Está dito, há de ser clérigo... ora, se há de ser: hei de ter ainda o gostinho de o ver dizer missa... de o ver pregar na Sé, e então hei de mostrar a toda esta gentalha aqui da vizinhança que não gosta dele que eu tinha muita razão em lhe querer bem. Ele está ainda muito pequeno, mas vou tratar de o ir desasnando aqui mesmo em casa, e quando tiver 12 ou 14 anos há de me entrar para a escola.
          Tendo ruminado por muito tempo esta ideia, um dia de manhã chamou o pequeno e disse-lhe:
          --- Menino, venha cá, você está ficando um homem (tinha ele 9 anos); é preciso que aprenda alguma coisa para vir um dia a ser gente; de segunda-feira em diante (estava em quarta-feira) começarei a ensinar-lhe o bê-á-bá. Farte-se de travessuras por este resto da semana.
          O menino ouviu este discurso com um ar meio admirado, meio desgostoso, e respondeu:
          --- Então eu não hei de ir mais ao quintal, nem hei de brincar na porta?
          --- Aos domingos, quando voltamos da missa...
          --- Ora, eu não gosto da missa.
          O padrinho não gostou da resposta; não era bom anúncio para quem se destinava a ser padre; mas nem por isso perdeu as esperanças.
          O menino tomou bem sentido nestas palavras do padrinho: “Farte-se de travessuras por este resto da semana”, e acreditou que aquilo era uma licença ampla para fazer tudo quanto de bom e de mau lhe lembrasse durante o tempo que ainda lhe restava de folga. [...]
           Ao anoitecer, estando sentado à porta da loja, viu ao longe no princípio da rua um acompanhamento alumiado pela luz de lanternas e tochas, e ouviu padres a rezarem; estremeceu de alegria e pôs-se em pé de um salto. Era a via-sacra do Bom Jesus.
          Há bem pouco tempo que existiam ainda em certas ruas desta cidade cruzes negras pregadas pelas paredes de espaço em espaço.
          Ás quartas-feiras e em outros dias da semana saía do Bom Jesus e de outras igrejas uma espécie de procissão composta de alguns padres conduzindo cruzes, irmãos de algumas irmandades com lanternas, e povo em grande quantidade; os padres rezavam e o povo acompanhava a reza. Em cada cruz parava o acompanhamento, ajoelhavam-se todos, e oravam durante muito tempo. Este ato, que satisfazia a devoção dos carolas, dava pasto e ocasião a quanta sorte de zombaria e de imoralidade lembrava aos rapazes daquela época, que são os velhos de hoje, e que tanto clamam contra o desrespeito dos moços de agora. Caminhavam eles em charola atrás da procissão, interrompendo a cantoria com ditérios em voz alta, ora simplesmente engraçados, ora pouco decentes; levavam longos fios de barbante, em cuja extremidade iam penduradas grossas bolas de cera. Se ia por ali ao seu alcance algum infeliz, a quem os anos tivessem despido a cabeça dos cabelos, colocavam-se em distância conveniente, e escondidos por trás de um ou de outro, arremessavam o projétil que ia bater em cheio sobre a calva do devoto; puxavam rapidamente o barbante, e ninguém podia saber donde tinha partido o golpe. Estas e outras cenas excitavam vozeria e gargalhadas na multidão.
          Era a isto que naqueles devotos tempos se chamava correr a via-sacra. [...]
          Vinha aproximando-se o acompanhamento, e o menino palpitava de prazer. Chegou mesmo defronte da porta; teve ele então um pensamento que o fez estremecer; tornou-se a lembrar das palavras do padrinho: “farte-se de travessuras”; espiou para dentro da loja, viu-o entretido, deu um salto do lugar onde estava, misturou-se com a multidão, e lá foi concorrendo com suas gargalhadas e seus gritos para aumentar a vozeria. Era um prazer febril que ele sentia; esqueceu-se de tudo, pulou, saltou, gritou, rezou, cantou, e só não fez daquilo o que não estava em suas forças. Fez camaradagem com dois outros meninos do seu tamanho que também iam no rancho, e quando deu acordo de si estava de volta com a via-sacra na Igreja do Bom Jesus.

          ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias.
                                                                          São Paulo: Ática, 1998, p. 119-22.
Clérigo: padre, sacerdote cristão.
Coimbra: cidade de Portugal, conhecida principalmente por sua universidade.
Cura: vigário, padre responsável por uma paróquia.
Demanda: processo judicial.
Desasnar: tirar a ignorância.
Ensinar o bê-á-bá: alfabetizar.
Gentalha: gente das camadas inferiores da sociedade, ralé.
Letrado: advogado, jurista.
Licenciado: pessoa com nível universitário.
Pataca: moeda de prata corrente no Brasil no período imperial.
Ruminado: muito pensado.
Sisudez: seriedade.
Acompanhamento: cortejo, comitiva, procissão.
Carola: pessoa extremamente apegada à Igreja Católica e às práticas religiosas.
Clamar: reclamar, protestar.
Dar pasto: motivar, estimular.
Devoto: seguidor fervoroso de uma religião.
Ditério: zombaria, gozação.
Em charola: em fila, carregando-se uns aos outros.
Fartar-se: saciar-se, satisfazer uma vontade.
Irmandade: sociedade religiosa.
Projétil: qualquer coisa lançada com o objetivo de atingir alguém; no caso, a bola de cera.
Rancho: conjunto de pessoas reunidas em uma jornada ou marcha.
Via-sacra: itinerário composto de 14 estações, identificadas por imagens (esculturas, quadros ou cruzes) que lembram os principais momentos da Paixão de Cristo.

1 – Leonardo é descrito como uma criança bastante travessa. Complete o quadro com palavras e expressões que indicam a diferença entre a visão do narrador e a do padrinho com relação às atitudes do menino.
     Atitudes                   Visão do narrador                   visão do padrinho
Travessuras                  malignas                                     muita graça
Ações                          de menino malcriado              cheio de espírito e viveza
Ditos                           denotavam velhacaria             os mais ingênuos do
                                                                                                      Mundo.

2 – O padrinho imaginava um futuro para Leonardo. Pelos “castelos no ar” que fazia, é possível observar o valor dado na época a algumas carreiras.
a)      Que carreiras são valorizadas?
A carreira de Direito (pela presença da palavra “demandas”) e a de clérigo.

b)    De acordo com o padrinho, qual carreira seria a melhor para o afilhado? Por quê?
Ser clérigo, pois é uma carreira que impõe respeito (status) e ganha-se muito.

3 – O narrador reproduz o raciocínio do padrinho.
a)     Que evidências há no texto de que a “voz” que ouvimos em parte do segundo parágrafo é do padrinho?
O uso da primeira pessoa (por exemplo, “eu tenho aquelas patacas”); a presença de interrogativas (dúvidas), aproximando o trecho da forma pela qual o pensamento, na busca de uma solução, costuma se processar.

b)    Uma das questões do padrinho é “para que diabo serve o estudo?”. O que esse questionamento revela sobre a personagem?
Ao tentar escolher a futura profissão do afilhado, o padrinho baseia-se no valor dado socialmente a determinadas carreiras, para as quais é necessário estudar. Entretanto, pessoalmente, o padrinho parece não valorizar tanto assim o estudo.

c)     Como você responderia à pergunta do padrinho?
Resposta pessoal.

4 – Uma prática comum às classes sociais privilegiadas da época era enviar seus filhos para estudar em Portugal. O padrinho tinha recursos para essa prática?
       Embora não pertencesse a uma classe social muito privilegiada, o padrinho tinha algumas economias das quais poderia dispor, uma vez que estava velho e não tinha família para sustentar.
       É interessante discutir com os alunos se estudar no exterior ainda é uma prática comum hoje em dia e se todos tem acesso a isso.

5 – A procissão, um costume frequente da época, é apresentada no texto.
a)     Podemos dividir os participantes da procissão em dois grupos. Identifique-os.
O grupo dos padres e a dos jovens.

b)    Há diferenças na intenção e no comportamento dos dois grupos participantes da procissão? Justifique sua resposta.
A diferença é que: o grupo dos Padres e carolas, estavam lá pela fé; e os jovens para divertir, provocando o riso por meio de ditos, por vezes pouco decentes, e lançando bolas de cera na cabeça de carecas.

6 – Referindo-se aos rapazes que seguem a procissão, o narrador informa “que são os velhos de hoje, e que tanto clamam contra o desrespeito dos moços de agora”.
a)     Lembrando-se de que o narrador descreve, em meados do século XIX, uma procissão que teria acontecido no início do século XIX, quem seriam “os velhos de hoje”?
Os jovens rapazes que tumultuavam a procissão.

b)    Que comportamento costumeiro está sendo aí criticado?
O fato dos idosos criticarem ações de jovens, esquecendo-se de que tiverem um comportamento similar quando tinham pouca idade.

7 – Há indícios no texto de que o sonho do padrinho não vai se realizar?
      Além de o menino não gostar de missa, o que o atrai na procissão é a possibilidade de se divertir, de fazer travessuras.