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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

POEMA: AUTO-RETRATO FALADO - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

Poema: Auto-Retrato Falado
             Manoel de Barros

Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.


Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.

         BARROS, M. de. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

Entendendo o poema:

01 – Como o poeta define o local de sua origem?
      Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.

02 – Cite os elementos do Pantanal incluídos na paisagem de sua infância.
      Bichos de chão, aves, pessoas humildes, árvores, rios, pedras e lagartos; garimpos e ruelas entortadas; garças do pantanal; dor de árvore.

03 – Quais as imagens poéticas (metáforas) criadas a partir desses elementos?
·        Bichos de chão – foi criado (aves, pessoas humildes, árvores e rios).
·        Garimpos e ruelas – veio.
·        Pedras e lagartos – apreciou viver.
·        Garças do pantanal – foi abençoado.
·        Dor de árvore – no morrer.

04 – Como o poeta define sua poesia?
      Diz sentir meio desonrado e sofrer do moral por fazer poesia.

05 – É possível perceber indícios dessa definição no poema transcrito?
      Sim. Deixa claro que mesmo com 10 livros publicados, só não estava vivendo na sarjeta porque herdou uma fazenda de gado.

06 – O que mais lhe chamou a atenção nesse aspecto?
      A falta de valorização a cultura em nosso país.

07 – Qual o tema central do poema lido.
      O auto-retrato do poeta.

08 – Uma obra literária pode combinar diferentes gêneros, embora, de modo geral, um deles se mostre dominante. O poema de Manoel de Barros, predominantemente lírico, apresenta características de um outro gênero. Qual?
a) Gênero épico.
b) Gênero poético.
c) Gênero elegíaco.
d) Gênero dramático.
e) Gênero narrativo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

POEMA: O VENTO - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

Poema: O VENTO
          Manoel de Barros

        Queria transformar o vento.
     Dar ao vento uma forma concreta e apta a foto.
      Eu precisava pelo menos de enxergar uma parte física do vento: uma costela, o olho...
     Mas a forma do vento me fugia que nem as formas de uma voz.
     Quando se disse que o vento empurrava a canoa do índio para o barranco.
        Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a canoa do índio para o barranco.
        Mas essa imagem me pareceu imprecisa ainda.
       Estava quase a desistir quando me lembrei do menino montado no cavalo do vento – que lera em Shakespeare.
        Imaginei as crinas soltas do vento a disparar pelos prados com o menino.
        Fotografei aquele vento de crinas soltas.

BARROS, Manoel de. Ensaios Fotográficos.
Rio de Janeiro: Record, 2000.
Entendendo o poema:
01 – O eu poético expressa um desejo que tinha em relação ao vento. Que desejo era esse?
      Transformar o vento dando a ele uma forma concreta e apta a foto.

02 – Que função têm as reticências, no verso 4?
      Significa que tinha mais palavras para escrever.

03 – Que comparação o eu poético faz nos versos 5/6? Destaque o termo que estabelece essa comparação.
      Fugia e empurrava.

04 – Que relação o eu poético estabelece ao imaginar “um vento pintado de urucum” (verso 9)?
      Imagina um índio a empurrar a canoa.

05 – Transcreva do poema o verso que expressa uma opinião do eu poético sobre algo que ele imaginou.
      “Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a canoa do índio para o barranco.”

06 – Os três verso finais do poema permitem entender que o eu poético realizou poeticamente seu desejo de transformar o vento.
a)   A partir de que lembrança ele conseguiu isso?
Através da lembrança do menino montado no cavalo do vento, que leu em Shakespeare.

b)   Em sua imaginação, o eu poético transformou o vento em quê?
Em um cavalo.

c)   Com que sentido foi usada a forma verbal “Fotografei”, no verso final?
No sentido de que “guardei na memória”.


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POEMA: O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

Poema: O Menino Que Carregava Água Na Peneira
              Manoel de Barros

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira

Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o voo de um pássaro
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
E algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.

Manoel de Barros. Poesia Completa.
São Paulo: Leya Brasil, 2011.
Entendendo o poema:
01 – Releia: “Com o tempo aquele menino / que era cismado e esquisito...”. As palavras destacadas que atribuíam características ao menino pertencem à classe dos(das):
a) Substantivos.
b) Adjetivos.
c) Verbos.
d) Interjeições.

02 – As pessoas atribuíam essas características ao menino por que:
a) O menino gostava de despropósitos.
b) O menino era desconfiado.
c) O menino era estranho.
d) O menino não sabia ler.

03 - Releia: “você vai encher os vazios com as suas peraltagens …” a palavra que substitui a palavra destacada sem mudar o sentido do texto é:
a) Brincadeiras.
b) Fantasias.
c) Imaginações.
d) Lembranças.

04 – Que ação permitiu ao menino realizar seus despropósitos?
      O ato de escrever.

05 – Assim como nas narrativas existe um narrador, nos poemas também existe um ser que fala. Essa voz dentro do poema se chama.
      Eu lírico.

06 – Quando se diz que o menino “Carregava água na peneira”, pode-se afirmar que a expressão foi usada no:
a. Sentido real ou denotativo.
b. Sentido figurado ou conotativo.

07 - Releia: “A mãe disse que carregar água na peneira / Era o mesmo que roubar um vento e / Sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.” A expressão que permite a comparação entre carregar água na peneira e roubar um vento é:
a) O mesmo que.
b) Sair correndo.
c) Roubar um vento.
d) Mostrar aos irmãos.

08 – Releia:
“Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.”
        As palavras destacadas indicam que as ações do menino se localizam no tempo:
a) Presente.
b) Passado.
c) Futuro.

09 – Observe: “O menino fazia prodígios.
                         Até fez uma pedra dar flor!
                         A mãe reparava o menino com ternura.”

        A pontuação é um recurso utilizado na escrita para expressar sensações e sentimentos presente na nossa fala. O uso do ponto de exclamação revela:
a) Dúvida quanto ao futuro do menino.
b) Admiração pela proeza do menino.
c) Surpresa.
d) Advertência.

10 – Releia: “A mãe falou: meu filho você vai ser poeta.” O uso dos dois pontos indica:
a) A apresentação de uma dúvida.
b) A apresentação da fala mãe do menino.
c) A introdução de uma explicação.
d) A apresentação de uma certeza.

11 – De acordo com a leitura do poema, explique o que possibilitou a comparação feita pela mãe do menino entre o gosto do filho em carregar água na peneira e o ofício de poeta.
      Resposta pessoal do aluno. (A resposta tem como elemento comparativo a imaginação).

12 – O que há de estranho em “carregar água na peneira?
a)   É uma atividade que todos deveriam fazer, mas não fazem.
b)   É uma atividade totalmente respeitável, mas que não tem reconhecimento.
c)   É uma atividade um tanto absurda, pois uma peneira não é feita para carregar água.
d)   É uma atividade que recebe crítica de todos os lados, e por isso são poucos que se aventuram nela.

13 – No poema é dito que escrever é o mesmo que carregar água na peneira. Assinale a alternativa que aponta uma possível interpretação para essa afirmação.
a)   Escrever é uma atividade que permite o exercício da livre imaginação, e por isso é adequada, por exemplo, a um menino que tem a personalidade fora do comum.
b)   Escrever é um ofício para poucos, de grande dificuldade, assim como deve ser difícil o esforço para conseguir carregar água na peneira.
c)   A escrita é um lugar em que as pessoas podem ser irresponsáveis sem culpa, pois é uma atividade que a sociedade julga como não importante.
d)   A escrita é uma forma de lazer como qualquer outra, nela não há nenhuma pretensão de ser levada a sério, assim como as brincadeiras de criança não podem ser levadas a sério.

14 – De acordo com o seguinte verso: “No escrever o menino viu / que era capaz de ser / noviça, monge ou mendigo /ao mesmo tempo.” Assinale a alternativa correta:
a)   A escrita permite a uma pessoa que alimente suas ilusões de grandeza, fazendo com que os outros pensem que alguém é aquilo que não é.
b)   A escrita está ligada ao mundo ficcional, que é o mundo do “faz de conta”, em que se pode fingir ser personagens que só existem na imaginação.
c)   Escrever é a única forma de dar às pessoas aquilo que a vida não é capaz de dar.
d)   Ao escrever, nós podemos mentir para os outros e para nós mesmos, e assim assumirmos uma identidade que não é exatamente a nossa.

15 – É dito no poema que o menino podia fazer “peraltagens com palavras”. Quais parecem ser as qualidades de quem faz uma coisa como essa?
a)   Racional, metódica, paciente.
b)   Revoltado, inconformado, revolucionário.
c)   Antenado, comunicativo, engajado.
d)   Criativo, sonhador, brincalhão.


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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

POEMA PARA SÉRIES INICIAIS: EMAS - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

Poema: Emas
          Manoel de Barros


Elas ficavam flanando, as emas.
Nos pátios da fazenda.
A gente sabia que as emas
comem vidros, latas de sardinha, sabonetes,
cobras, pregos.
Falavam que elas têm moelas de alicate.
Nossa mãe tinha medo que as emas comessem
nossas cobertas de dormir e os vidros de
arnica da avó.
Eu tinha vontade de botar cabresto na ema
e sair pelos campos montado nela.
A gente sabia
que a ema quase voa no correr.
E que quase dobra o vento no correr.
Eu tinha vontade de dobrar o vento no correr.

                                                            Poema de Manoel de Barros.
Entendendo o poema:
01 – Qual é o título do texto?
      O título é “Emas”. 

02 – De acordo com o texto o que comem as emas? 
      Comem vidros, latas de sardinha, sabonetes, cobras, pregos.

03 – Do que a mães tinha medo?
       Nossa mãe tinha medo que as emas comessem nossas cobertas de dormir e os vidros de arnica da avó.   

04 – O que tinha vontade de fazer o que com a ema?
      Eu tinha vontade de botar cabresto na ema e sair pelos campos montado nela.           

05 – Explique como a ema corria:
      Ela quase voa no correr.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

POESIA: BELO BELO - MANUEL BANDEIRA - COM GABARITO

Poesia: Belo Belo
          Manuel Bandeira

Belo belo minha bela
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto 

Quero quero 

Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco 

Quero quero 

Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdá e Cusco

Quero quero 

Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa
Quero quero tanta coisa 

Belo belo 

Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero.
                                           Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira.
                                   Poesias reunidas. Rio de Janeiro: J. Olympio.

Entendendo a poesia:
01 – Que verbo o poeta repete de propósito no texto?
      É o verbo quero.

02 – Interprete o sentido dos últimos quatro versos.
      O poeta se mostra desiludido, pessimista, entre o sonho (quero) e a realidade.

03 – Manuel Bandeira, usa elementos da natureza em sua poesia. Quais são esses elementos?
      Píncaros, água, fonte, rosa, escarpa, estrela.

04 – Consulte um dicionário se preciso for, e de o significado das palavras abaixo:
·        Lusco-fusco: crepúsculo, meia-luz, alvorecer.
·        Bagdad: capital do Iraque.
·        Cusco: capital do Império Inca no Peru.

05 – Em: “Tenho tudo que não quero / Não tenho nada que quero”. O que o autor quer dizer?
      Que embora ele tenha muita coisa, mas, o que é mais importante ele ainda não tem.

06 – Qual é o título da poesia?
      Belo Belo.

07 – Quem é o autor? E de onde foi retirado esta poesia?
      Manuel Bandeira. Foi extraído de Estrela da vida inteira.
 



quarta-feira, 13 de junho de 2018

POESIA: O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

POESIA: O Menino Que Carregava Água Na Peneira
               Manoel de Barros

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair


correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira

Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o voo de um pássaro
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
E algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.

Manoel de Barros. Poesia Completa.
São Paulo: Leya Brasil, 2011.
Entendendo o texto:

01 – Releia: “Com o tempo aquele menino / que era cismado e esquisito...”. As palavras destacadas que atribuíam características ao menino pertencem à classe dos(das):
a) Substantivos.
b) Adjetivos.
c) Verbos.
d) Interjeições.

02 – As pessoas atribuíam essas características ao menino por que:
a) O menino gostava de despropósitos.
b) O menino era desconfiado.
c) O menino era estranho.
d) O menino não sabia ler.

03 - Releia: “você vai encher os vazios com as suas peraltagens …” a palavra que substitui a palavra destacada sem mudar o sentido do texto é:
a) Brincadeiras.
b) Fantasias.
c) Imaginações.
d) Lembranças.

04 – Que ação permitiu ao menino realizar seus despropósitos?
      O ato de escrever.

05 – Assim como nas narrativas existe um narrador, nos poemas também existe um ser que fala. Essa voz dentro do poema se chama.
      Eu lírico.

06 – Quando se diz que o menino “Carregava água na peneira”, pode-se afirmar que a expressão foi usada no:
a. Sentido real ou denotativo.
b. Sentido figurado ou conotativo.

07 - Releia: “A mãe disse que carregar água na peneira / Era o mesmo que roubar um vento e / Sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.” A expressão que permite a comparação entre carregar água na peneira e roubar um vento é:
a) O mesmo que.
b) Sair correndo.
c) Roubar um vento.
d) Mostrar aos irmãos.

08 – Releia:
“Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.”
        As palavras destacadas indicam que as ações do menino se localizam no tempo:
a) Presente.
b) Passado.
c) Futuro.

09 – Observe: “O menino fazia prodígios.
                         Até fez uma pedra dar flor!
                         A mãe reparava o menino com ternura.”
        A pontuação é um recurso utilizado na escrita para expressar sensações e sentimentos presente na nossa fala. O uso do ponto de exclamação revela:
a) Dúvida quanto ao futuro do menino.
b) Admiração pela proeza do menino.
c) Surpresa.
d) Advertência.

10 – Releia: “A mãe falou: meu filho você vai ser poeta.” O uso dos dois pontos indica:
a) A apresentação de uma dúvida.
b) A apresentação da fala mãe do menino.
c) A introdução de uma explicação.
d) A apresentação de uma certeza.

11 – De acordo com a leitura do poema, explique o que possibilitou a comparação feita pela mãe do menino entre o gosto do filho em carregar água na peneira e o ofício de poeta.
      Resposta pessoal do aluno. (A resposta tem como elemento comparativo a imaginação).




segunda-feira, 12 de março de 2018

POEMA: O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

POEMA: O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS 
                                          
                                              Manoel de Barros

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras fatigadas de informar.
Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.


Entendendo o poema:
01 – Na poesia, Manoel de Barros valoriza as coisas mais simples da vida através de uma linguagem:
a) denotativa.
b) com neologismos.
c) hiperbólica.
d) dramática.
e) irônica.

02 – A recusa do autor pelo sentido denotativo das palavras está expressa no verso:
a) Uso a palavra para compor meus silêncios.
b) Tenho abundância de ser feliz por isso.
c) Prezo insetos mais que aviões.
d) Não gosto das palavras fatigadas de informar.
e) Tenho em mim um atraso de nascença.

03 – A figura de linguagem da personificação está muito bem exemplificada na passagem:
a) Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão.
b) Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
c) Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis.
d) Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.
e) Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática.


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

POEMA: A LÍNGUA MÃE - MANOEL DE BARROS - COM GABARITO

POEMA: A LÍNGUA MÃE
                Manoel de Barros

Não sinto o mesmo gosto nas palavras:
Oiseau e pássaro.
Embora elas tenham o mesmo sentido.
Será pelo gosto que vem de mãe? De língua mãe?
Seria porque eu não tenha amor pela língua de Flaubert?


Mas eu tenho.
(Faço este registro porque tenho a estupefação de não sentir
Com a mesma riqueza as palavras oiseau e pássaro).
Penso que seja porque a palavra pássaro em mim repercute a infância
E oiseau não repercute.
Penso que a palavra pássaro carrega até hoje nela o menino que ia
De tarde pra debaixo das árvores a ouvir os pássaros.
Nas folhas daquelas árvores não tinha oiseaux
Só tinha pássaros.
É o que me ocorre sobre língua mãe.

           Manoel de Barros. O fazedor de amanhecer. Rio de Janeiro:
                                     Salamandra, 20011. [s.p.].

Entendendo o texto:

01 – O poema tem “a estupefação” de não sentir com a mesma riqueza as palavras em português e em francês. Por que isso lhe causa “estupefação”?
       Porque ele tem amor pela língua francesa, como tem pela língua mãe, assim, deveria gostar igualmente das duas palavras.

02 – No final do poema, o poeta encontra a explicação para o fato de não sentir o mesmo gosto nas palavras em francês e em português.
a)   Qual é a explicação?
         Ele na infância só sabia a palavra pássaro, que ficou ligada às suas experiências de menina com pássaros: a palavra pássaro carrega lembranças da infância, a palavra oiseau, não.

b)   Considerando essa explicação, está certo o poema quando diz, no início do poema, que as duas palavras tem o mesmo sentido?
         Resposta pessoal: A expectativa é que os alunos percebam que as duas palavras não tem, na verdade, o mesmo sentido para o poeta, e concluam que as palavras adquirem um sentido diferente, conforme as experiências e conhecimentos da pessoa.

03 – O poema chama sua língua mãe; por que a língua é mãe?
       Porque é a sua língua de origem; a primeira que aprendeu; a língua em que se educou, se formou, a língua que aprendeu da mãe.

04 – Na opinião de vocês, é possível sentir em um língua estrangeira a mesma riqueza e o mesmo gosto que se sente na língua materna?
       Resposta pessoal: O objetivo é levar os alunos a refletir sobre a relação entre a língua e a constituição da identidade, e a expectativa é que percebam que a primeira língua aprendida na infância institui um modo de pensar, de sentir próprios de uma cultura, de uma nacionalidade.




domingo, 26 de março de 2017

POEMAS: A NAMORADA - MANOEL DE BARROS E NAMORO DESMANCHADO - PEDRO BANDEIRA - COM GABARITO



1º POEMA  : A Namorada
                                                                                    Manoel de Barros

Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.



2º  POEMA :  Namoro Desmanchado

                                                                                      Pedro Bandeira

Já não tenho namorada
e nem ligo para isso.
É melhor ficar sozinho,
namorar só dá enguiço.

Eu conheço os meus colegas
sei que vão argumentar
que pra não ser mais criança
é preciso namorar.

Mas a outra só gostava
de conversa e de passeio
e queria que eu ficasse
de mãos dadas no recreio!

E eu ali, sentado e quieto,
no recreio lá na escola,
de mãos dadas feito um bobo,
vendo a turma jogar bola!



1.    Os dois textos pertencem ao mesmo gênero textual? Qual?
Sim. Poema

2.    Quantas estrofes possui o 1º texto? E o segundo?
O primeiro possui um.  O segundo possui quatro.

3.    Quantos versos possui o 1º texto ao todo? E o segundo?
O primeiro possui 15 versos. O segundo possui 16 versos.

4.    No 1º texto aparece(m) rima(s)? Em caso afirmativo, diga que palavras rimam.
Não aparecem rimas.

5.    No 2º texto aparece(m) rima(s)? Em caso afirmativo, diga que palavras rimam.
Sim. As palavras são: isso/enguiço; argumentar/namorar; passeio/recreio; escola/bola.

6.    O texto I difere do texto II:
a) na vontade do eu lírico namorar.
b) na forma de namorar no recreio.
c) na constatação que namorar dá enguiço.
d) no argumento dos colegas quanto ao namoro.