sábado, 29 de novembro de 2025

CONTO: PASSEIO - JOÃO ANZANELLO CARRASCOZA - COM GABARITO

 Conto: Passeio

           João Anzanello Carrascoza

        Aconteceu que o pai, à mesa de jantar, disse de repente: Sábado vamos lá. A menina, mais rápida que o irmão, perguntou, Lá onde, pai?, e ele, Não posso falar, é surpresa, e o garoto, Fala, pai, aonde a gente vai?, e ele, já vendo a felicidade futura dos filhos, sorriu, enigmático, Sábado, à tarde!, e continuou a comer, como se nada tivesse acontecido – o mundo de sempre funcionando. Aquela era só a notícia, a hora de vivê-la seria adiante; a mãe, mesmo sem saber qual o plano do marido, disse, em seu auxílio, A semana passa depressa!, e, com efeito, já estavam em sua metade.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm7mTCVDhlhxQStD9joZxFfmLQ5xgCtQmwzsUByvs4Num6YyM7Fb6IW-I2LeqdNddDMp7BfxrCyAov2-umnM3VX-aTRsdh6Vd-oNP3OjbzcCfmVPY_ImNe1Yo2aQXPjwJBHNCjz6qFSFaFuU4frUh_LC8BUM4rCoUMby2E6vY6aiFi4LP0F6F0oSh7N5k/s320/playcenter-4.jpeg


         Mas os filhos queriam tudo imediato da vida e ficaram atiçados, aquele “láˮ tinha sido vento em brasa, eles ardiam de curiosidade, o garoto mais, por ser menor; a menina, no seu canto, esperta, pensando, pensando, Vou descobrir! Fosse a praça, redonda, onde alugavam bicicleta e faziam piquenique; ou o parque, grande, de tanto verde, que não entrava de uma só vez em seus olhos; já estariam contentes. Mas lá, lá onde seria?

        Não podiam se conter, os dois estavam além dessa noite. E era hora de dormir. Como manter a calma com aquela alegria, ainda sem forma, lá na frente? Sonhavam sem sono em suas camas. Reviravam-se, igual, nas dobras do lençol e da imaginação.

        Sorriam no escuro, só sentindo essa dúvida boa, onde?, onde?. O pai era mesmo de revelar aos poucos, para que vissem tudo, devagar, na sua inteireza. O cansaço, contudo, pedia-lhes mais corpo. E ganhou. O garoto foi o primeiro a dormir: arquitetava desejos e fatos, mesclando-os quando, de súbito, já ressonava alto; a respiração forte, no sonho certamente ele corria, era a sede dos dias seguintes. A menina, em seguida: nos lábios, o som silente de umas palavras adivinhas: shopping, karaokê, Playcenter. O que seria? O passeio, misterioso! Mas como são grossas as camadas da certeza, a menina não podia penetrá-las e ficou só na sua superfície, inventando lugares menores, se comparados à realidade. Bocejou uma vez. Duas. Dormiu.

        E, de súbito, já era o dia seguinte.

        E depois a noite desse dia.

        E logo outro dia.

        E a sua noite correspondente.

        No meio dessas horas todas, entre sol e sono, os dois irmãos reouviam, na memória, o anúncio do pai, Sábado vamos lá, e experimentavam a mesma feliz aflição, de saber já o quê e o quando, mas não o onde ainda encoberto. E como o eco retornava, também se reesqueciam, tinham as suas urgências. Mas aí, de repente, relembravam. O garoto rodeava o pai, Aonde a gente vai?, a menina jogava verde com a mãe, Na quermesse?, insistiam, insistiam, e nada. Melhor era viver sem expectativas a chegada do sábado.

        E esperaram assim, sem perceber, cuidando do que era próprio de sua idade ‒ os deveres da escola, o direito às brincadeiras. E o sábado chegou.

        Dia claro, o sol abriu cedo a manhã. Ninguém se lembrava do passeio, mas o passeio estava lá nas suas profundezas. Bastava atirar a primeira palavra para acordá-lo, e foi o pai — só podia ser ele — quem o fez no café da manhã, dizendo: Vamos sair às três!

        E aí o sorriso de um canto a outro da mesa, a curiosidade vívida das crianças, o mistério, enfim, com a sua hora do parto marcada.

        Ainda havia uma chance de descobrir, e o garoto não a deixou passar, Posso levar skate? O pai, Melhor não. A resposta já reduzia as opções, não era campo, praça, parque. A menina perguntou, Posso levar um gibi? O pai, Lá você não vai querer ler, e completou, só se for no caminho. E antes que replicassem, ele completou, é meio longe, vamos de ônibus! A mãe observava os filhos, também ignorava qual o programa, e achou prudente perguntar, Preparo uns lanches?, ao que o marido respondeu, Não, não precisa, a gente come lá!

        O mistério prosseguia. O pai com o novelo da surpresa só para ele. Então, cada um foi gastar com alguma coisa a leveza de seu sábado: o garoto com o cachorro no quintal, a menina com seus CDs, a mãe com as providências para o almoço. Assim, o devagar das horas passou depressa enquanto eles ocupavam as mãos e, sobretudo, a mente.

        E pronto: já era o tempo de ir.

        A mãe queria tirar umas dúvidas: Com que roupa? O marido, à porta do quarto, Confortável, e ela, Vestido ou calça jeans?, e ele, Vestido, e ela, Bolsa grande ou pequena?, e ele, Pequena, e ela, com um fiozinho de impaciência, Mas, afinal, aonde vamos?, e ele, Mais uns minutos e você saberá.

        Deu a hora combinada.

        Lá foi a família. O pai à frente, rebocando a mulher e os filhos até o ponto de ônibus. Esperaram em pé, o orgulho no olhar. Passou um, passou outro. Era o terceiro. O pai viu, É aquele, e acenou, vamos, vamos! O ônibus encostou e abriu a porta: entraram, rápidos, e se sentaram ao fundo. A realidade junto, generosa naquele instante, passeio iniciado. Os dois irmãos continuavam sem saber onde era lá, mas já provavam uma alegria modesta. E trataram de engordá-la: uma freada do ônibus os atirou um sobre o outro, e eis que riram, gargalharam. A mãe de olho, Cuidado, segurem firme!, o pai feliz também, era isso o que desejava, os filhos daquele jeito, o bom da diversão era ela toda ‒ o caminho.

        Primeiro, da janela, viram o bairro de sempre, Olha, olha, o supermercado, a igreja, a escola: tudo há muito conhecido, embora fosse um ver novo, com o contentamento. Depois, o ônibus os levou pela primeira vez a umas ruas nervosas, edifícios velhos dos dois lados, até desembocar numa praça cercada de árvores. Aí foram dar numa avenida de tráfego veloz, depois passaram por uns bairros bonitos; parecia outra cidade: casarões imponentes, alamedas, jardins. E essa outra cidade os via dentro do ônibus, à espera do que vinha. O garoto provocava a menina para aumentar a graça da viagem; o pai e a mãe sorrindo-se e, de repente, de mãos dadas, o vento suave nos cabelos.

        Então, uma sombra enorme cobriu a avenida por onde o ônibus seguia e, depois de sumir, deixou-a como antes. Logo à frente, puderam ver no céu o que era — Nossa! —, um avião. Rasante, planava quase a tocar os prédios: o ventre bojudo de metal, as asas estalando ao sol, o som trovejando atrás feito um rabicho. Admiradas, as crianças esticaram os olhos para ver no seu rever o avião, imenso, sumindo sobre os edifícios, era lá o seu pouso. Até então tinham visto os aviões só pequenos, no muito alto do céu, entre nuvens, sem os detalhes de agora e — descobriam, naquele momento — que eram, em verdade, sempre grandes. Tão despropositada era essa visão, que cutucaram o pai e a mãe perguntando o óbvio, se também tinham visto, como se o avião fosse um passarinho e só o olhar atento, de criança, pudesse percebê-lo na paisagem.

        O ônibus fez urna curva, pegou urna rua lateral e eis um novo redemoinho de excitação: no horizonte, vindo da esquerda, outro avião sobrevoava baixinho os edifícios e seguia rugindo para a mesma direção. O pai disse, É no próximo ponto!, e se levantou com a mãe. Os filhos o imitaram com atraso, flertando ainda o avião em seus pormenores, o bico, as asas…

        Saltaram do ônibus no meio de uma longa avenida. Atravessaram-na por uma passarela e, já do outro lado, caminharam algum tempo. Antes que o pai dissesse, os irmãos já sabiam. Era lá, o pleno passeio. O coração deles estremecia, com os primeiros encantos… Dali, podiam avistar a entrada principal do aeroporto, a torre de controle, um trecho da pista onde um avião taxiava lentamente, sem que soubessem se era sua partida ou chegada. Também não importava: só queriam vê-lo, com os olhos da certeza, aquele era o instante, sem o antes e o depois, o imediato real ‒ o avião, sólido, movia-se, mais e mais, fora da neblina do sonho. A família, igualmente, seguia devagarinho pela calçada, rumo ao seu destino.

        O pai, no comando, conduziu-os à área de desembarque. Gente e mais gente afluía de várias direções, com bolsas a tiracolo, mochila às costas, malas sobre carrinhos. O frenesi excitava e entontecia. A mãe se pôs entre os filhos, dando-lhes as mãos para que não se perdessem entre as pessoas. Chegaram a uma porta de vidro, que se abriu, automaticamente. Entraram. O pai, Vamos, é lá em cima, e seguiu para a escada rolante, margeando os guichês das companhias aéreas.

        Subiram, a curiosidade acelerada. Um andar mais calmo, e também eles num novo estado, acima. Ali, o mirante. Uma aglomeração de pessoas em frente à imensa janela panorâmica. Todas para ver além do vão do seu dia. Os irmãos achataram o nariz no vidro, como se quisessem transpô-lo. Latejava nos dois a felicidade, e era muita: até incômoda. Assistiam àquele trecho do mundo, inteiros, que tudo o mais era de força menor. O quadro se fazia e se refazia, móvel: dezenas de jatos estacionados com as portas abertas; ao redor, um ir e vir de tratores e ônibus, o sol atrás dos prédios, e, tocando a pista, agora pousava um avião, Olha lá, olha lá! Chegava, enfim, a hora máxima.

CARRASCOZA, João Anzanello. Passeio. Aquela água toda. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2018. p. 66-74.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 13-15.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

-- Frenesi: atividade, agitação interna.

-- Playcenter: nome de um parque de diversão que funcionou na cidade de São Paulo, de 1973 a 2012.

-- Silente: silencioso.

02 – Qual é a surpresa que o pai anuncia à família à mesa de jantar?

      O pai anuncia que no sábado eles iriam "lá", um lugar misterioso que ele não revela para manter a surpresa e atiçar a curiosidade dos filhos.

03 – Por que o mistério sobre o lugar do passeio desperta tanta curiosidade e aflição nas crianças?

      O mistério causa uma "feliz aflição" nas crianças porque elas sabiam o quê (o passeio) e o quando (sábado à tarde), mas não o onde, o que as faz sonhar acordadas e tentar, sem sucesso, adivinhar o destino.

04 – Que lugares a menina chega a imaginar que poderiam ser o destino do passeio?

      A menina chega a cogitar que o passeio poderia ser no shopping, no karaokê ou no Playcenter.

05 – Quais foram as dicas dadas pelo pai que ajudaram as crianças e a mãe a reduzir as opções do destino, pouco antes de saírem?

      O pai deu as seguintes dicas: Não era bom levar skate (eliminando campo, praça, parque). Não seria um lugar onde se gostaria de ler (gibi), exceto no caminho. Era meio longe, e eles iriam de ônibus. Não precisava preparar lanches, pois eles comeriam lá.

06 – Qual é o meio de transporte utilizado pela família para ir ao local misterioso?

      A família se dirige ao local de destino de ônibus.

07 – Durante a viagem de ônibus, o que acontece que aumenta a alegria e a diversão das crianças?

      Uma freada do ônibus atirou os dois irmãos um sobre o outro, o que os fez rir e gargalhar, percebendo que "o bom da diversão era ela toda ‒ o caminho".

08 – O que a família vê pela primeira vez de uma forma grandiosa e detalhada, o que os leva a questionar os pais?

      Eles veem um avião em voo rasante, com "o ventre bojudo de metal, as asas estalando ao sol", o que os faz descobrir que os aviões eram, na verdade, sempre grandes e não apenas pequenos pontos no céu como viam antes.

09 – Ao saltarem do ônibus e caminharem pela passarela, as crianças conseguem, finalmente, identificar qual é o destino. Que lugar é esse?

      O destino do passeio é o aeroporto.

10 – Qual é a primeira coisa que as crianças veem no aeroporto que lhes traz o "imediato real"?

      Eles avistam a entrada principal do aeroporto, a torre de controle e "um trecho da pista onde um avião taxiava lentamente".

11 – Onde o pai conduz a família para que todos possam assistir plenamente ao movimento do aeroporto e de seus aviões?

      O pai os conduz ao mirante, no andar de cima, em frente à imensa janela panorâmica, onde podiam ver a pista, os jatos estacionados e o pouso de um avião.

 

 

ARTIGO: CAIS DO VALONGO - RIO DE JANEIRO (RJ) - PORTAL IPHAN - COM GABARITO

 Artigo: Cais do Valongo Rio de Janeiro (RJ)

        Principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, o Cais do Valongo, localizado no Rio de Janeiro (RJ), passou a integrar a Lista do Patrimônio Mundial da Organização da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1º de março de 2017. O Brasil recebeu perto de quatro milhões de escravos, durante os mais de três séculos de duração do regime escravagista. Pelo Cais do Valongo, na região portuária da cidade, passaram cerca de um milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaRCFXn-qzGAOn8U5deZvGPdPR4zxnhd12ufcFWJi7K-_6BNOlCWGyg2aygg3S7THrg7d6cdSwVlAFFVLQFdMFEmFxn5eGzu8pd79uVYzcO4TAXZFx2E4MrsxUomEgWIFkoBq_RqAp0D0m6ag4ZC67W6hhyphenhyphenbF49fC12kqQ0SWf5cZ1b73p6JQVzXhYvY0/s320/Cais_do_Valongo_e_da_Imperatriz.jpg


        A inclusão nessa lista representa o reconhecimento do seu valor universal excepcional, como memória da violência contra a Humanidade representada pela escravidão, e de resistência, liberdade e herança, fortalecendo as responsabilidades históricas, não só do Estado brasileiro, como de todos os países membros da Unesco. É, ainda, o reconhecimento da inestimável contribuição dos africanos e seus descendentes à formação e desenvolvimento cultural, econômico e social do Brasil e do continente americano.

        Revelado, em 2011, durante as obras do Porto Maravilha, que abrange uma área de 5 milhões de metros quadrados, o Cais foi  Rio de Janeiro. O objetivo era retirar da Rua Direita, atual Rua Primeiro de Março, o desembarque e comércio de africanos escravizados que eram levados para as plantações de café, fumo e açúcar do interior do Estado e de outras regiões do Brasil. os que ficavam na capital, geralmente eram os escravos domésticos ou aqueles usados como força de trabalho nas obras públicas.

        Em 2012, a prefeitura do Rio de Janeiro acatou a sugestão das Organizações dos Movimentos e, em julho do mesmo ano, transformou o espaço em monumento preservado e aberto à visitação pública. O Cais do Valongo passou a integrar o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que estabelece marcos da cultura afro-brasileira na região portuária, ao lado do Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.

Cais do Valongo – Rio de Janeiro (RJ). Iphan. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/1605. Acesso em: 23 jul. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 50.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é a importância internacional do Cais do Valongo, e em que data ele passou a integrar a Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO?

      O Cais do Valongo é considerado o principal e maior porto receptor de africanos escravizados no mundo. Ele passou a integrar a Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em 1º de março de 2017.

02 – O que a inclusão do Cais do Valongo na Lista da UNESCO representa, em termos de memória e contribuição cultural?

      Representa o reconhecimento do seu valor universal excepcional como memória da violência contra a Humanidade (escravidão) e, ao mesmo tempo, de resistência, liberdade e herança. É também o reconhecimento da inestimável contribuição dos africanos e seus descendentes para a formação e desenvolvimento do Brasil e das Américas.

03 – Qual era o objetivo da transferência do desembarque e comércio de africanos escravizados da Rua Direita (atual Rua Primeiro de Março) para o Cais do Valongo?

      O objetivo da transferência era retirar o desembarque e comércio de africanos escravizados da Rua Direita, que ficava no centro da cidade, concentrando a atividade na região portuária.

04 – Quando e durante quais obras o Cais do Valongo foi revelado?

      O Cais foi revelado em 2011 durante as obras do projeto Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.

05 – Além de se tornar um monumento preservado e aberto à visitação pública, o Cais do Valongo integra um circuito histórico. Cite três outros marcos da cultura afro-brasileira que fazem parte desse circuito.

      O Cais do Valongo integra o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana. Outros marcos que fazem parte desse circuito são: Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Pedra do Sal, Centro Cultural José Bonifácio e Cemitério dos Pretos Novos.

 

RESENHA DE LIVROS: OS MENINOS DA RUA PAULO - FERENC MOLNÁR - COM GABARITO

 Resenha de livros: Os meninos da Rua Paulo

                Ferenc Molnár

        Resenha de Babimontec

        Boka é o adolescente inteligente, leal, honesto e correto. Não é à toa que foi escolhido como o líder dos Meninos da Rua Paulo. Csónakos (fala-se Chônacoc) tem o assobio mais alto do mundo, sabe subir em árvores como ninguém e adora dar aquela requintada nas aventuras que vive com os rivais do grupo, os Camisas Vermelhas. Géreb, por sua vez, é um menino ambicioso que busca se destacar dentro do grupo (e nem sempre da maneira mais honesta). Já Nemecsek (Nêmechesk) é menino franzino, lourinho, ingênuo e medroso, que está sempre buscando provar o seu valor.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3AzqdpOXCbSuZznSAOZkuKp_NtX3a1NJAJVfU-p4UTTCSp1PDyS3jMjAFVxKWGOprl1LFHe53clOVVOmuPX1ZppIGbgyewjC2kqMKQRGfIHhRYDjpRRu_zJ0fRiSCZntnNMHhaGLg1vJZK_uMx-w1VOZGfpAcpc4FsVukIoP_Qdcp81eTn2qBUdLcDtA/s320/LIVRO.jpg


        Eles, juntos com tantos outros integrantes dos Meninos da Rua Paulo, foram os responsáveis por mais de 40 mil exemplares vendidos e 800 reimpressões somente aqui no Brasil. Esse primeiro romance de Ferenc Molnár tornou-se um clássico da literatura húngara e conquistou os corações de muitos jovens e adultos. A história começa quando integrantes dos Camisas Vermelhas roubam as bolinhas de gude de Nemecsek, então Boka, que até aquele momento se manteve neutro, declara que chegou a hora de lutar a favor da honra dos Meninos da Rua Paulo. Essa cena do furto foi eternizada em uma escultura na Rua Práter (no bairro Jôzsefváros) em Budapeste, onde a história acontece.

        Os Meninos da Rua Paulo é uma história que adota um fundo atemporal e universal ao falar sobre a amizade, sobre os sonhos de infância, que nos remete à nostalgia representada em histórias como It – A Coisa, Stranger Things, Os Batutinhas e Os Goonies e nos apresenta o doloroso processo de amadurecimento. E apesar de a história tratar o conflito entre os Meninos da Rua Paulo e os Camisas Vermelhas com referências e estratégias de guerras, até então presenciadas pela Hungria, vemos uma Budapeste de paz, ingênua e dando início a uma urbanização mais moderna, ainda com pedaços de terra abertos a grandes aventuras, como o Grund (uma espécie de pátio abandona onde Boka, Csónakos, Géreb, Nemecsek se reúnem com seus amigos).

        Os Meninos da Rua Paulo é quele tipo de livro que a gente gosta tanto que fica torcendo para que realmente tenha sido real, não é à toa que até os dias de hoje há o mistério da existência desse grupo e evidências que confundem o leitor. O livro é quase todo escrito em 3ª pessoa, no entanto, existem três trechos que foram escritos em 1ª pessoa e deixam a dúvida: o autor fez parte dos meninos da Rua Paulo ou apenas se esqueceu que narrava a história em 3ª pessoa?

Disponível em: http://ummetroemeiodelivros.com/2017/12/os-meninos-da-rua-paulo-ferenc-molnar. Acesso em: 21 jul. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 22.

Entendendo a resenha:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

Requintada: refinada, sofisticada, diferenciada.

Franzino: magro, frágil.

Atemporal: que não depende do tempo, que permanece significativo mesmo depois de muito tempo ter passado.

It – a coisa: filme de terror lançado em 2017 baseado no livro de mesmo nome escrito por Stephen King em 1986.

Stranger Things: série norte-americana de ficção científica e terror. Lançado em 2016, a trama acontece na década de 1980.

Os Batutinhas: filme de comédia de 1994 que aborda as aventuras de um grupo de crianças em seu bairro.

Os Goonies: filme de 1985 que mostra um grupo de jovens vivendo uma aventura após encontrar um mapa de tesouro.

02 – Quem é o líder dos Meninos da Rua Paulo, e quais qualidades o levaram a ser escolhido para essa posição, de acordo com a resenha?

      O líder escolhido é Boka, que foi escolhido por ser um adolescente inteligente, leal, honesto e correto.

03 – Qual é o evento específico que marca o início do conflito declarado entre os Meninos da Rua Paulo e os Camisas Vermelhas, segundo o texto?

      O evento que desencadeia a luta é o roubo das bolinhas de gude de Nemecsek por integrantes dos Camisas Vermelhas.

04 – Quais são as características físicas e de personalidade do personagem Nemecsek, e o que ele está constantemente buscando provar?

      Nemecsek é descrito como um menino franzino, lourinho, ingênuo e medroso, que está sempre buscando provar o seu valor.

05 – Em que cidade e bairro a história se passa? Além disso, que local físico serve como o ponto de encontro e aventuras dos meninos, e qual seu apelido?

      A história se passa em Budapeste, no bairro Jôzsefváros. O ponto de encontro para as aventuras é o Grund, descrito como uma espécie de pátio abandonado.

06 – A resenha menciona que o livro adota um fundo atemporal ao falar de amizade e sonhos. Que outro "doloroso processo" universal o livro apresenta aos leitores, comparando-o a histórias como Stranger Things e Os Goonies?

      O livro apresenta o doloroso processo de amadurecimento.

 

POESIA: AS BORBOLETAS - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Poesia: AS BORBOLETAS

            Vinícius de Moraes

Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfGLIiXaUqPeC7M4lBOQ7Crv1kklvfH3KTUU1yWxyAuclfD21x7o6WG5rnpr8Q4JtKHr6I4kfUhZTNG-jGH_3aSbUueAsKn4MnM3OonofM_rwt6dQGkRrZoHksY7ayQ-BYcOsFibiFUy2w1PWnMIyWlOhNvM6D83i5KUNUIRIkGmRpdJ_RlFXvtCnTBBQ/s320/Borboleta_transparente_REFON.jpg



Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Oh, que escuridão!

MORAES, Vinícius de. As borboletas. In: ______. A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. p. 58-59.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 98.

Entendendo a poesia:

01 – Quais são as quatro cores de borboletas mencionadas pelo poeta na primeira estrofe?

      As cores de borboletas mencionadas são brancas, azuis, amarelas e pretas.

02 – O que as borboletas fazem na luz, conforme descrito na primeira estrofe?

      Elas "Brincam / Na luz".

03 – Qual característica emocional e de sinceridade é atribuída às borboletas de cor branca?

      Elas são descritas como "alegres e francas".

04 – Segundo o poema, qual a relação das borboletas azuis com o elemento luz?

      O poeta afirma que as borboletas azuis "Gostam muito de luz".

05 – Que sentimento ou sensação o poeta expressa ao descrever as borboletas pretas com a frase "Oh, que escuridão!"?

      Ele expressa uma sensação de tristeza, mistério ou negatividade, contrastando com a leveza e alegria das outras cores.

 

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

ARTIGO: FUNÇÕES SIMBÓLICAS E COMUNICATIVAS DA ARTE GRÁFICA KUSIWA - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Artigo: Funções simbólicas e comunicativas da arte gráfica Kusiwa – Fragmento

        [...]

        De acordo com a tradição oral, no centro da pequena terra originária havia um grande lajedo de pedra onde vivia um ser poderoso e muito temido que foi morto pelos humanos. Ao morrer, entretanto, transformou-se numa imensa cobra, a anaconda – ou moju, na língua wajãpi. Os primeiros homens abriram o cadáver e extraíram seus excrementos, que eram todos coloridos. Organizaram uma festa e disseram parra seus convidados se pintarem com as cores deixadas pela anaconda. Estes assim o fizeram e, enfeitados, dançaram e cantaram. Quando terminaram, uma parte dos convidados foi embora, voando. Eram os primeiros pássaros, com suas plumagens diferenciadas. Ao se distanciarem dos humanos que ficaram na terra, pousaram numa imensa árvore sumaumeira, de onde se espalharam por todas as direções, levando consigo as águas que correm nos rios e igarapés da terra.

 
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXzXc8XFQGpCEVd809aCogpEP-q64Jm6dbeH52UhrxS_G5jaY_mPFsvrKJPREQpMpGN4dVIyW1yE8ORD6e6NkMS2EiZLP_zE7WxcopbqMeahS8x5TPspvh5h4v7jgcBy3nXbjJSXkQQI_EpJlihEVMh45QXGJbpSB9WWQbmZFtxviGvd8nxgg9VnOyEtE/s1600/ARTE.jpg

        Já os homens, que ficaram no centro da terra, aprenderam as danças dos peixes e os cantos dos pássaros, além dos nomes das cores, que designam as plumagens variadas das aves. Ao observarem a ossada e a pele da anaconda morta, viram as espinhas dos peixes que ela havia comido e assim descobriram os padrões com os quais continuam até hoje a decorar seus corpos e seus artefatos, em composições infinitas.

        [...]

Dossiê Iphan 2 – Wajãpi. Iphan. P. 12-13. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/PatlmDos_PinturaCorporalArteGraficaWajapi_m.pdf. Acesso em: 24 jul. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 55.

Entendendo o artigo:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

-- Simbólicas: que utilizam símbolos, representações que, em determinada cultura, apresentam valor místico.

-- Lajedo: leito de rocha de um regato.

-- Excrementos: resíduos sólidos (fezes) ou líquidos (urina, suor, etc.) expelidos pelo organismo humano ou animal.

-- Plumagens: conjuntos de penas de ave.

-- Sumaumeira: árvore de grandíssimo porte, nativa da África e da América do Sul.

-- Igarapés: pequenos rios ou canais estreitos que só dão passagem a igaras ou pequenos barcos; riachos.

02 – De acordo com a tradição oral wajãpi, que ser poderoso e temido vivia no centro da terra originária, e em que ele se transformou após ser morto pelos humanos?

      O ser poderoso e temido vivia em um grande lajedo de pedra. Ao morrer, ele se transformou em uma imensa cobra, a anaconda (ou moju, na língua wajãpi).

03 – Qual foi a origem das cores usadas na primeira pintura dos convidados, e o que aconteceu com a parte dos convidados que foi embora voando após a festa?

      As cores foram extraídas dos excrementos coloridos do cadáver da anaconda. A parte dos convidados que foi embora voando transformou-se nos primeiros pássaros, que tinham plumagens diferenciadas.

04 – Para onde os primeiros pássaros se dirigiram após deixarem os humanos, e o que eles levaram consigo ao se espalharem?

      Os pássaros pousaram em uma imensa árvore sumaumeira e, ao se espalharem por todas as direções, levaram consigo as águas que correm nos rios e igarapés da terra.

05 – Como os homens que permaneceram na terra descobriram os padrões gráficos (Kusiwa) que utilizam até hoje para decorar seus corpos e artefatos?

      Eles observaram a ossada e a pele da anaconda morta e viram as espinhas dos peixes que ela havia comido, descobrindo assim os padrões.

06 – Além dos padrões de decoração, o que mais os homens que ficaram no centro da terra aprenderam?

      Eles aprenderam as danças dos peixes, os cantos dos pássaros e os nomes das cores, que designam as plumagens variadas das aves.

 

TEXTO: O SOLO - LEPSCH I. F. - COM GABARITO

 Texto: O solo

        O solo é fundamental para vida no planeta Terra.

        A composição do solo

        O solo é resultante da transformação da camada mais superficial da crosta terrestre. Na linguagem popular é chamada de terra.

        Ele é composto de materiais orgânicos e materiais inorgânicos.

        -- Os materiais orgânicos do solo são organismos vivos (insetos, minhocas, bactérias, fungos e outros) e matéria em decomposição, como restos de plantas (folhas, frutos, galhos, entre outros) e de animais (fezes, entre outros). Juntos, eles formam um material de coloração escura, o húmus, que é um fertilizante importante para o desenvolvimento das plantas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh_UFWlkSirZIq5ZRoXjW0_YbK9Bq3POxT_m6wB4j9s0BD_pLlAhwYgJHO02GgM5AlVIIhN_rjR95rCjAeLtW1mQc6VglJY-INTkJU8Z1etfZL_dLR6x6lh6GP6Y3k4_hzeSXuXVjYPLMjGxMLUZ_BlgHKGT7n9IcuUWA8crFA8vMFW0-oBMZvO-au6qE/s320/SOLO.jpg


        -- Os materiais inorgânicos do solo são a água, o ar e os minerais.

        Os fragmentos minerais são resultado do desgaste sofrido pelas rochas ao longo dos anos. De acordo com o tamanho, eles são classificados em areia, silte e argila.

        Como o solo sustenta a vida

        No solo são encontrados nutrientes formados principalmente por nitrogênio, fósforo e potássio.

        Esses elementos são alguns dos que formam os corpos dos seres vivos. Com a morte e a decomposição desses seres, os elementos são liberados no solo e dissolvidos na água. As raízes das plantas absorvem esses nutrientes. Quando outros seres vivos se alimentam das plantas, os nutrientes se transferem ao seu organismo.

        A formação do solo

        A formação do solo ocorre de forma gradual, ocasionada pelo intemperismo que, ao longo do tempo, desgasta as rochas. O clima, as variações de temperatura, e inclinação do terreno (relevo), a quantidade de chuvas e o seres vivos são considerados agentes do intemperismo e atuam na formação do solo.

        O intemperismo transforma uma rocha dura, chamada de rocha-mãe, em um material menos resistente, que se desintegra facilmente em partículas. Esses fragmentos vão se sedimentando e formam o solo. Esse processo geralmente se estende por centenas ou milhares de anos.

        O intemperismo pode ser classificado em físico, químico e biológico. Os intemperismos geralmente acontecem ao mesmo tempo.

        -- Intemperismo físico: também chamado de fragmentação das rochas, ocorre quando agentes físicos quebram as rochas. Por exemplo, com o calor do Sol, as rochas se dilatam. À noite, quando esfriam, elas se contraem. Esse fenômeno, repetido durante longos períodos, faz com que as rochas se quebrem em pequenos fragmentos. Outro exemplo é a fragmentação provocada pelo gelo, que ocorre em locais em que as temperaturas ficam muito baixas. Nesses casos, a água infiltra-se nas fraturas das rochas e, ao se transformar em gelo, aumenta de volume, forçando essas rachaduras. Com a repetição desse processo, as rochas se desagregam.

        -- Intemperismo biológico: é a fragmentação de rochas causada por plantas, animais, fungos e microrganismos. O intemperismo biológico muitas vezes causa alterações na rocha que permitem a ação de agentes físicos e químicos. A ação humana também causa grandes transformações nas rochas e no solo.

        -- Intemperismo químico: também chamado de decomposição das rochas, acontece quando seus minerais sofrem alterações químicas causadas por substâncias presentes, por exemplo, na água e no ar. Essas transformações podem alterar a composição das rochas e fragilizar sua estrutura, facilitando a sua fragmentação.

        Os usos do solo

        No Brasil, fatores como a grande extensão do território e a variedade de tipos de solo possibilitam usos distintos do solo.

        Grande parte dos solos brasileiros é usada na agricultura para o cultivo tanto de alimentos como de plantas para a produção de combustível e de matérias-primas para a indústria.

        A criação de animais também tem destaque no uso dos solos. Os animais podem ser criados soltos ou confinados em espaços menores, como currais ou galpões.

        Outra atividade importante relacionada ao uso do solo é o extrativismo, que consiste na retirada de recursos naturais do meio ambiente com o objetivo de obtenção de renda. Diferentes formas de extrativismo têm relação com o solo, como a extração de minerais e de recursos vegetais como madeira, frutos e sementes.

Fonte: LEPSCH, I. F. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 6º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 239-243.

Entendendo o texto:

01 – O que é o solo e o que o termo popular "terra" costuma designar?

      O solo é o resultado da transformação da camada mais superficial da crosta terrestre. Na linguagem popular, ele é chamado de "terra".

02 – Quais são os dois principais tipos de materiais que compõem o solo?

      O solo é composto por materiais orgânicos e materiais inorgânicos.

03 – O que são materiais orgânicos do solo e qual material de coloração escura eles formam que é importante para as plantas?

      Os materiais orgânicos são organismos vivos (como insetos, minhocas, bactérias, fungos) e matéria em decomposição (restos de plantas e animais). Eles formam o húmus, que é um fertilizante importante para o desenvolvimento das plantas.

04 – Quais são os três principais fragmentos minerais classificados no solo, de acordo com o seu tamanho?

      De acordo com o tamanho, os fragmentos minerais são classificados em areia, silte e argila.

05 – Quais são os três nutrientes principais (elementos) encontrados no solo que são vitais para a transferência de matéria na cadeia alimentar?

      Os nutrientes são formados principalmente por nitrogênio, fósforo e potássio.

06 – Como a formação do solo ocorre e quais são alguns dos agentes do intemperismo que atuam nesse processo?

      A formação do solo ocorre de forma gradual, causada pelo intemperismo, que desgasta as rochas ao longo do tempo. Agentes do intemperismo incluem o clima, as variações de temperatura, a inclinação do terreno (relevo), a quantidade de chuvas e os seres vivos.

07 – Descreva o que é o intemperismo físico e o intemperismo químico.

      Intemperismo físico (ou fragmentação) ocorre quando agentes físicos, como a variação de temperatura (dilatação e contração) ou o congelamento da água em fraturas, quebram as rochas. Intemperismo químico (ou decomposição) acontece quando os minerais das rochas sofrem alterações químicas causadas por substâncias presentes na água e no ar, o que altera a composição e fragiliza a estrutura da rocha.

 

 

NOTÍCIA: APLICAÇÕES DA ENERGIA SOLAR - PORTAL DA ENERGIA - COM GABARITO

 Notícia: Aplicações da energia solar

        Conheça as principais formas de aplicação da energia solar:

        Microgeração urbana

        Uma das aplicações da energia solar que mais estão em pauta atualmente é a microgeração urbana, que significa utilizar a energia solar para consumo próprio do imóvel onde as placas fotovoltaicas estão instaladas.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7Wl6EjaX5vC7Hb-G44757fqfeAd4rtrEKL8CiChnhQwAfKJVccfeLI4B1yNzo9L7YXdwkq0ZG_uSMYJoqqahb_maBxWuoypGQ53fvdHT2kmp5y8WQRmgBvM29vdrtWlvqiIU9Why3_Ol6Sb7XIDqXQ7Z1FunzA9OCFYomfPuHzpTXiebJS4JKl5JRKHg/s320/SOLAR.jpg

        As placas solares não apenas proporcionam energia elétrica para o consumo residencial, como podem estar diretamente ligadas à rede de distribuição energética e injetar eletricidade nesta rede. Esta possibilidade gera novos modelos e oportunidades para a microgeração urbana.

        No caso brasileiro, regulamenta-se a utilização de créditos de carbono, que permitem que o usuário troque a energia que sobrou durante os picos de produção por abatimentos em sua conta, nos momentos em que seu uso é maior que a produção de suas placas.

        Outros modelos de negócio colaborativos entre o microgerador e a rede inteira podem ser formulados, no futuro, o que torna esta possibilidade um dos grandes pontos fortes entre todas as aplicações da energia solar.

        Aquecimento solar

        A utilização do aquecimento solar não corresponde, necessariamente, à geração de energia elétrica, mas é uma das formas mais populares de utilização da energia solar. Neste caso, utiliza-se a energia térmica do Sol para aquecer água – geralmente de uso residencial.

        São diferentes tipos de sistema que circulam os fluidos através de placas que captam a energia e aquecem a água presente neles, sem gastar energia elétrica no processo.

        Usinas solares

        As usinas solares são versões em grande escala da utilização de placas fotovoltaicas, que reúnem grandes quantidades de placas com a intenção de gerar alta tensão e altos níveis energéticos disponíveis na rede elétrica.

        Além das usinas de placas fotovoltaicas, há o modelo de usina heliotérmica, que funciona basicamente como usinas tradicionais que utilizam calor e vapor para movimentar turbinas que acionam geradores. Neste caso, o calor é recebido em diversas placas de captação solar, que concentram a captação destes diversos pontos em uma única central de aquecimento do fluido, que faz as turbinas funcionarem.

        Dispositivos autônomos

        Outra forma interessante de utilização da conversão solar em energia elétrica é a instalação de dispositivos autônomos, também chamados de autogeradores. Esses dispositivos podem ser bombas elétricas, irrigadores, postes de iluminação, ou qualquer outro aparelho exposto à luz solar, cuja demanda de eletricidade consiga ser suprida por placas solares.

        No caso de um poste de iluminação autônomo, o funcionamento é igual ao de um poste regular, com a adição de uma placa fotovoltaica sobre ele e, se desejado, uma bateria de 12 V para suprimento autônomo em momentos que não houver sol.

        Geração de energia em locais remotos

        Entre as aplicações da energia solar que mais apresentam vantagens, está a geração de energia elétrica em locais remotos. Zonas rurais ou de habitação em florestas muito distantes de sistemas de distribuição energética podem ser supridas pela instalação de placas fotovoltaicas em locais apropriados, garantindo energia de baixo custo de manutenção por cerca de 30 anos após a instalação.

PORTAL DA ENERGIA. Aplicações da energia solar: conheça as principais. Disponível em: http://portaldaenergia.com/aplicacoes-da-energia-solar-conheca-as-principais. Acesso em: 17 set. 2018.

Fonte: Da escola para o mundo. Roberta Hernandes; Ricardo Gonçalves Barreto. Ensino Fundamental – Anos finais. Projetos integradores 8º e 9º anos. Ed. Ática. São Paulo, 1ª edição, 2018. p. 32-33.

Entendendo a notícia:

01 – O que caracteriza a microgeração urbana e qual é o benefício do sistema brasileiro de compensação para os usuários?

      A microgeração urbana é a utilização da energia solar para consumo próprio do imóvel onde as placas fotovoltaicas estão instaladas. O benefício do sistema brasileiro é a regulamentação dos créditos de carbono, que permitem ao usuário trocar a energia que sobrou nos picos de produção por abatimentos em sua conta de luz, quando o uso for maior que a produção.

02 – A utilização do aquecimento solar corresponde, necessariamente, à geração de energia elétrica? Explique a função principal desta aplicação.

      Não, a utilização do aquecimento solar não corresponde, necessariamente, à geração de energia elétrica. Sua função principal é utilizar a energia térmica do Sol para aquecer água (geralmente para uso residencial), fazendo circular fluidos através de placas que captam o calor, sem gastar eletricidade no processo.

03 – Quais são os dois modelos de usinas solares descritos na notícia, e qual deles funciona de maneira semelhante às usinas tradicionais que usam calor e vapor?

      Os dois modelos são as usinas de placas fotovoltaicas (versões em grande escala da microgeração) e as usinas heliotérmicas. O modelo heliotérmico funciona de maneira semelhante às usinas tradicionais, pois utiliza o calor concentrado por diversas placas para aquecer um fluido e gerar vapor, que movimenta turbinas para acionar geradores.

04 – O que são os dispositivos autônomos (ou autogeradores) e quais são alguns exemplos citados de aparelhos que podem se utilizar dessa tecnologia?

      Dispositivos autônomos são aparelhos expostos à luz solar cuja demanda de eletricidade consegue ser suprida por placas solares instaladas neles. Exemplos citados incluem bombas elétricas, irrigadores e postes de iluminação.

05 – Por que a geração de energia em locais remotos é considerada uma das aplicações da energia solar com mais vantagens?

      Ela apresenta grandes vantagens porque permite suprir a demanda de eletricidade em zonas rurais ou de habitação em florestas que estão muito distantes dos sistemas de distribuição energética. Isso garante energia com baixo custo de manutenção por cerca de 30 anos após a instalação.

06 – Qual a relação entre as placas solares de um imóvel de microgeração urbana e a rede de distribuição energética?

      As placas solares podem estar diretamente ligadas à rede de distribuição energética e são capazes de injetar eletricidade nessa rede.

07 – Por que a microgeração urbana é citada como um dos grandes pontos fortes entre todas as aplicações da energia solar em termos de futuro?

      A microgeração urbana é promissora porque, no futuro, podem ser formulados novos modelos de negócio colaborativos entre o microgerador e a rede de distribuição inteira.