quinta-feira, 27 de novembro de 2025

CORDEL: HEROÍNAS NEGRAS BRASILEIRAS - FRAGMENTO - JARID ARRAES - COM GABARITO

 Cordel: Heroínas negras brasileiras – Fragmento

           Jarid Arraes

Maria Firmina dos Reis

De mulata foi chamada

Mas renego esse termo

Pra gente miscigenada

Reconheço-a como negra

Sendo assim bem nomeada.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9AoWhgTIPR4ug25tqxJ5ZSZtaemfLYLgMfjLhh07in6myrX304xIaVjxS8vyYLIwFdsxG_GmEsso3h0y3uvL3X9VPt8w53ixBiaOLGE-RoiBaiMSLCGfL-NCUk0SEtpk80Bk5TcnTPTuvXuyMQ0uJ4E0M1I3WTJnS2h2OP_kQMPe41Z9OSiQrNF3i-58/s1600/NGRAS.jpg

Foi nascida em São Luís

No estado Maranhão

Dia onze de março

No país, a escravidão

Mil oitocentos e vinte e dois

No Nordeste da nação.

 

Apesar do seu registro

De bastarda carimbada

Sofreu muito preconceito

Por não ser endinheirada

E foi na dificuldade

Que se fez iluminada.

 

Para ter vida melhor

Coma tia foi morar

Sempre muito esforçada

Conseguiu se educar

Pois sabia da importância

Que existe em estudar.

 

Tinha assim vinte e dois anos

Quando ela foi aprovada

Para vaga numa escola

Onde muito dedicada

Excelente professora

Foi por todos registrada.

[...].

ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras: em 15 cordéis. São Paulo: Pólen, 2017. p. 107-108.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 90.

Entendendo o cordel:

01 – No início do cordel, a autora, Jarid Arraes, faz um comentário sobre a classificação racial de Maria Firmina dos Reis. Qual termo ela rejeita e qual termo ela escolhe usar, e por quê?

      A autora rejeita o termo "mulata" para se referir à Maria Firmina dos Reis. Ela escolhe usar o termo "negra" e o faz por reconhecer e valorizar a ancestralidade africana da escritora, nomeando-a de forma clara e assertiva, renegando classificações que historicamente foram usadas para minimizar ou desviar a identidade racial de pessoas miscigenadas.

02 – De acordo com o fragmento, em que ano e em que contexto social Maria Firmina dos Reis nasceu?

      Maria Firmina dos Reis nasceu em mil oitocentos e vinte e dois (1822), em São Luís, no estado do Maranhão, na região Nordeste do Brasil. O cordel ressalta que esse nascimento ocorreu em um contexto social de "escravidão" no país.

03 – Quais foram os principais obstáculos sociais e pessoais que Maria Firmina dos Reis enfrentou em sua vida, conforme narrado no cordel?

      Os principais obstáculos sociais e pessoais citados são:

      O registro de "bastarda carimbada".

      O preconceito que sofreu.

      A condição de "não ser endinheirada", ou seja, a falta de recursos financeiros.

      Apesar dessas dificuldades, o cordel afirma que foi "na dificuldade / Que se fez iluminada."

04 – Qual foi a atitude de Maria Firmina dos Reis para melhorar de vida e qual era o valor que ela atribuía a essa atitude?

      Para ter uma vida melhor, Maria Firmina foi morar com a tia e se mostrou "muito esforçada" para conseguir se educar. Ela atribuía um grande valor à educação, pois "sabia da importância / Que existe em estudar."

05 – Em que idade e em qual área Maria Firmina dos Reis começou a se destacar profissionalmente, de acordo com o texto?

      Maria Firmina dos Reis começou a se destacar profissionalmente aos vinte e dois anos de idade. Ela foi aprovada "para vaga numa escola," onde se tornou uma "Excelente professora" por ser muito dedicada.

 

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

TEXTO: ESTADOS FÍSICOS DA ÁGUA - TEIXEIRA, W. - COM GABARITO

 Texto: Estados físicos da água

        Na Terra, a água se apresenta em estado sólido, líquido e gasoso.

        A água pode ser encontrada na natureza em três diferentes estados físicos: sólido, líquido e gasoso. Veja, a seguir, alguns exemplos.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8INztxbzZ543XgYsVKfY2nAABXKrc-LL7O3lLOYIHWadKoXpJzM_MtfPvxEO_71n7tdg3K57DjIN8w_QYDpVMitQSoOrvaKDlMEgu0I2wfL6Kuehe5PN7lyML5m07T_r0iIGs2sD5cxKA-BxQNnXm3xzSDV6T7sQq4Nz3LAI0Le8FVTbl1xFInFA1jMA/s320/1-001.jpg


        -- No granizo, nas geleiras e nos icebergs, a água está no estado sólido (gelo). A neve é composta de cristais de gelo microscópicos.

        -- Em oceanos, mares, rios e lagos, a água está no estado líquido.

        -- O ar que respiramos contém grande quantidade de vapor-d’água, que é água no estado gasoso. O vapor-d’água não é visível.

        -- As nuvens são visíveis, pois são principalmente compostas de pequenas gotículas de água líquida ou cristais de gelo formados pelo resfriamento do vapor-d’água.

        A maior parte da água na Terra está no estado líquido, como em oceanos, lagos e rios. Mas há água também no estado sólido, em forma de neve, por exemplo. Esse recurso natural é tema presente em diferentes expressões artísticas.

        As mudanças de estado físico da água

        Na natureza, a água muda constantemente de um estado físico para outro. Isso ocorre quando a água passa por processos de aquecimento ou resfriamento. Veja alguns exemplos.

        -- Quando a água líquida é resfriada e passa para o estado sólido (gelo), essa mudança de estado físico é denominada solidificação.

        -- Ao aquecer o gelo até fazê-lo passar para o estado líquido, a mudança de estado físico que ocorre é denominado fusão.

        -- Quando a água líquida é aquecida e passa para o estado gasoso (vapor), ocorre a vaporização, que pode ser lenta ou rápida. A vaporização lenta, como acontece com a roupa que seca no varal, recebe o nome de evaporação. A vaporização rápida, com formação de bolhas no interior do líquido, como ocorre com a água numa panela levada ao fogo, é chamada de ebulição.

        -- No processo denominado condensação ou liquefação, o vapor-d’água é resfriado e passa para o estado liquido. A condensação do vapor-d’água é resfriado e passa para o estado líquido. A condensação do vapor-d’água é um dos processos envolvidos na formação de nuvens na atmosfera.

        -- Além dessas mudanças de estado físico, a água pode passar do estado sólido diretamente para o gasoso ou do estado gasoso para o sólido, sob determinadas condições ambientais. Esses processos são denominados sublimação e ressublimação, respectivamente.

        O ciclo da água

        A água muda continuamente de estado físico e de ambiente, em um processo chamado ciclo da água.

        Uma das hipóteses para a origem da água no nosso planeta é que, em certa época do processo de formação da Terra, a hidrosfera e a atmosfera surgiram pela liberação de vapor-d’água e de outros gases do manto terrestre, por meio de atividades vulcânicas, com o resfriamento do planeta, parte do vapor-d’água se condensou, originando os oceanos, mares, rios, lagos e outros reservatórios naturais de água no estado líquido.

        A quantidade de água da hidrosfera praticamente não varia. Entretanto, a água está continuamente mudando de estado físico e de ambiente. Esse processo é denominado ciclo da água ou ciclo hidrológico.

        O Sol é a principal fonte de energia que mantém o ciclo da água: ele está envolvido com a evaporação da água dos oceanos, mares, rios, lagos e do solo, e também está relacionado à liberação da água durante o processo de transpiração dos seres humanos.

Fonte: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 6º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 203-206.

Entendendo o texto:

01 – Em quais três estados físicos a água pode ser encontrada na natureza e cite um exemplo de cada, de acordo com o texto.

      A água se apresenta em estado sólido (ex.: granizo, geleiras, icebergs), líquido (ex.: oceanos, mares, rios, lagos) e gasoso (ex.: vapor-d'água no ar).

02 – Qual é o estado físico em que se encontra a maior parte da água na Terra?

      A maior parte da água na Terra está no estado líquido, como em oceanos, lagos e rios.

03 – Como são denominados os processos de mudança da água do estado líquido para o sólido e do estado sólido para o líquido?

      A mudança do líquido para o sólido é chamada de solidificação. A mudança do sólido para o líquido é chamada de fusão.

04 – Quais são os dois tipos de vaporização mencionados no texto e qual a diferença entre eles?

      Os dois tipos são evaporação (vaporização lenta, como a roupa secando no varal) e ebulição (vaporização rápida, com formação de bolhas no interior do líquido, como a água numa panela no fogo).

05 – O que é condensação ou liquefação e qual é o papel desse processo na atmosfera?

      Condensação ou liquefação é o processo em que o vapor-d'água é resfriado e passa para o estado líquido. A condensação do vapor-d'água é um dos processos envolvidos na formação de nuvens na atmosfera.

06 – Quais são os nomes dados aos processos de mudança direta do estado sólido para o gasoso e vice-versa?

      A passagem do estado sólido diretamente para o gasoso é denominada sublimação. A passagem do estado gasoso diretamente para o sólido é denominada ressublimação.

07 –  O que é o ciclo da água (ou ciclo hidrológico) e qual a principal fonte de energia que o mantém?

      O ciclo da água é o processo em que a água muda continuamente de estado físico e de ambiente. O Sol é a principal fonte de energia que mantém esse ciclo.

 

POEMA: AMAZÔNIA - MANOEL DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: AMAZÔNIA

        Manoel de Andrade

Antes da pátria, eras úmida promessa…
semente primordial
árvore mãe
planta continental
arvoredo, floresta, selva palpitante.
Hoje canto tua  vertical beleza
o mogno gigantesco,  sua estatura secular
seu colossal diâmetro
canto essa caudalosa geografia
essa multidão de vidas que sustentas
canto o itinerário sazonal da seiva
e  essa infinita linfa…
parto de infinitas criaturas.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnAY3KEtvKH_N7W-4lo3kpZxJHjisrjqWMv2M9gWzrL59qAKHzFmwkp08jkZiTj-AcQRuBMcKcFcTDx-r9S5ckqOOauGT1kCj1zVo60tyJkUqT5BDfZz8lpAKqKHYl3-5Mjijc8rT4N7EbIKcuOMz5SxcbBiNi45r-Krx-5ghOR0JB_SMfm6ktan0FSvs/s1600/aMAZONIA.jpg


Canto teu verde planetário
e no teu imenso respirar,
canto o nosso pão de oxigênio…
Canto a ti… Amazônia
bosque inquietante da esperança…
e  eis porque denuncio esse machado cruel sobre  teu peito…
essa fruta milenar, dia a dia devorada.

Antes da grande nação…já eras tu…
a nação primogênita
filha dos filhos da mata.
A infância da pátria foste tu,
sílaba aborígine, idioma tupi
cerâmica, canoa e tacape
ritual, dança e canção.
Foste tu a raiz, sangue ameríndio
o parto da nacionalidade.
Hoje canto os povos da floresta
e o desencanto dessa memória esquecida.
Falo de sobreviventes
de tribos desgarradas
de aldeias tristes
de sonhos desmatados
de segredos e tradições pirateadas
das águas lavadas na bateia do mercúrio.

Amazônia… Amazônia…
quem deterá o teu martírio
uma vida tão diversa num adverso viver…
Falo dos teus hectares de sangue
da lâmina cruel, da pira ardente
dessa cartilha de serras, rifles e archotes
dessa morte plural
na diversidade de aves e primatas
roedores, felinos e serpentes.
Falo de uma terra de cepos
de raízes degoladas
de caules retalhados
de castanheiras preservadas… a morrer de solidão.
Falo da linha negra do fogo
e desse cemitério de troncos defumados.

Falo da floresta sitiada
por uma legião de máquinas assassinas
falo de estradas e picadas clandestinas
de súbitas clareiras
desse assalto interminável… lento e invisível.
Falo de grileiros, posseiros, garimpeiros, bandoleiros
e de terras demarcadas sob a mira das pistolas.
Falo de dragas e crateras
das águas manchadas e dos rios estropiados.
Falo da vida degradada pelas pastagens da ambição.

Amazônia… Amazônia…
com que verde vestiremos nosso mapa
acuados pelo apetite voraz das motosserras,
por uma fronteira incinerante que avança insaciável.
Acuados pelo gatilho mercenário da violência
e pelo estigma oficial da impunidade.

Passo a passo e esse avizinhar-se do colapso…
quantos fóruns se abrirão para “resolver” essa tragédia!?
Crimes silenciados na cumplicidade regional dos gabinetes…
gritos sem eco nas vozes da omissão…
acenos sem resposta nos protocolos renegados…
e o poder dos maiorais contra tudo o que respira.

Deixaste ali teu heroico testemunho
teu seringal sagrado
teu rosto solidário.
Contigo… caiu o tronco ensanguentado…
Tua alma… teu nome… Chico Mendes,
sobrevivem em deslumbrante hileia,
na invisível bandeira das espécies
e na memória da pátria agradecida.

Depois chegaste tu… Dorothy Stang…
estrangeira,  franzina e destemida
desafiando   víboras e chacais
e defendendo a floresta com a paz do nazareno.
Em  Anapu  ergueram teu calvário
mas  hoje  ergo aqui,  no jardim humilde da poesia,
a tua estátua de missionária imperecível.

Amazônia… Amazônia…
Quantos ainda cairão para que sobrevivas?
Com que vozes cantaremos a esperança
enlutados  pela ausência dos que ousaram manter suas denúncias?
quem te fará justiça?
quem suspenderá esse cerco que te aperta lentamente?
como conter teu holocausto
e a agonia silenciosa das espécies?

E eis porque canto o desencanto da árvore secular que tomba
e essa sinistra paisagem de troncos decepados…
E falo da imensa copa baqueada…
seus frutos, seus aromas
remédios e resinas,
seus colares e adereços…
Falo de samambaias e orquídeas
de cipós e de bromélias agonizantes.
De garras, patas e plumagens…
de berços destroçados, de ninhos mortos
e dessa maternidade em lágrimas.

Falo do patrimônio ambiental da pátria
da grilagem descarada
de negociatas e falsos documentos.
Falo da destruição diária e sorrateira
de pastagens criminosas
e de uma ingrata agricultura.
Falo da natureza usada e abandonada
de uma terra arrasada
e de um deserto verde que cresce… dia a dia.

Eis tu… e eu te chamo legião…
o mundo te observa e nos pergunta: por quê???
e todos nos perguntamos: até quando???
os que irão nascer perguntarão quem foste tu e por que tanto desamor…
os céus vigiam teus passos,
rastreiam teus crimes
e a tua sombra imensa que avança para o norte…
Sabem de ti o rei e os seus vassalos…
conhecem  teus látegos de aço
tua tocha incendiária
teus cúmplices e tuas vítimas
tuas mãos manchadas com o sangue da floresta…
Somos os que te acusamos
nessas sementes queimando
nessas pétalas feridas
nesses pássaros sem ninho…
Somos os que assistimos, impotentes, esse indigesto banquete,
tua dieta vegetariana
e a euforia com que brindas o lucro e o  bom negócio
nessa taça transbordante de cinzas, de sangue e de lágrimas…

Amazônia… Amazônia… sem lei, sem testemunhas…
e essa  oficial improvidência…
Nada que te ampare…
nada..
Talvez um vento reverso
uma chuva perene que apague essa queimada.
Talvez um decreto impossível
uma lei implacável
a mão de Deus, quem sabe…
a espada da justiça pra sangrar os que te sangram…
algo que feche essa ferida
algo que estanque essa agonia.
Quem sabe, o refluxo imperdoável do teu próprio martírio…
uma malária cruel…
algo que empeste essa ganância…
antes… bem antes
que essa segunda geração de abutres choque também os seus filhotes.

ANDRADE, Manoel de. Cantares. São Paulo: Escrituras, 2007.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 446-447.

Entendendo o poema:

01 – Na primeira estrofe, como o poeta descreve a Amazônia em relação ao Brasil antes de ser considerada uma "pátria"?

      O poeta a descreve como uma "úmida promessa," "semente primordial," e "árvore mãe" que precedeu a nação.

02 – Cite três aspectos da beleza da Amazônia que o poeta exalta na primeira metade do poema.

      O poeta canta a "vertical beleza" (das árvores), o "mogno gigantesco," a "caudalosa geografia," o "verde planetário" e o "pão de oxigênio" que ela fornece. (Três dentre estes são aceitáveis).

03 – Qual o objeto cruel que o poeta denuncia na floresta, simbolizando a destruição?

      Ele denuncia o "machado cruel" sobre o peito da floresta e a "lâmina cruel".

04 – Além de ser a "infância da pátria," quais são dois elementos da cultura indígena (aborígine) associados à Amazônia que o poeta menciona?

      Ele menciona a "sílaba aborígine," o "idioma tupi," a "cerâmica," a "canoa" e o "tacape" (aceitar quaisquer dois).

05 – Na segunda metade do poema, o poeta fala de "memória esquecida" e de "segredos e tradições pirateadas". A que grupo de pessoas ele se refere nesse contexto?

      Ele se refere aos "povos da floresta" (indígenas e ribeirinhos) e aos "sobreviventes" de tribos desgarradas.

06 – O poema lista várias figuras responsáveis pela destruição e exploração. Cite quatro delas.

      O poeta fala de grileiros, posseiros, garimpeiros, bandoleiros e pistoleiros/mercenários (aceitar quaisquer quatro).

07 – O que representa o "deserto verde" que, segundo o poeta, cresce a cada dia, e qual é a atividade que ele associa a essa degradação?

      O "deserto verde" é o resultado da terra arrasada e representa a paisagem degradada pela ambição, como as pastagens criminosas e a ingrata agricultura.

08 – Na descrição da devastação, o que acontece com as "águas" e os "rios" por causa do garimpo?

      As águas são "lavadas na bateia do mercúrio" (contaminadas) e os rios são "estropiados" (danificados).

09 – O poema faz uma homenagem a duas figuras notórias que defenderam a Amazônia e foram vítimas da violência. Quem são elas?

      As duas figuras são Chico Mendes (seringueiro e ativista brasileiro) e a missionária Dorothy Stang (estrangeira, franzina e destemida).

10 – Qual é a pergunta final e mais urgente que o poeta deixa no ar, refletindo sobre a contínua tragédia da Amazônia?

      A pergunta é: "Quantos ainda cairão para que sobrevivas?" ou a questão sobre "até quando???" o mundo assistirá à tragédia e "quem te fará justiça?" (aceitar qualquer uma dessas ideias centrais).

 

 

NOTÍCIA: DEZ ANOS APÓS DECLARAÇÃO INTERNACIONAL, INDÍGENAS SOFREM EXCLUSÃO, DESRESPEITO E ASSASSINATOS - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Notícia: Dez anos após declaração internacional, indígenas sofrem exclusão, desrespeito e assassinatos – Fragmento

        22/07/2017 [ONUBR]

        [...]

        Segundo a relatora especial da ONU para os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, a expansão das indústrias extrativistas, do agronegócio e dos ‘megaprojetos’ de desenvolvimento e infraestrutura que invadem as reservas ainda permanecem como as principais ameaças para a maioria dos povos indígenas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxT2G88t_ZrpKYutO4N_QFN4PD4h_VQTu-oYHUqTRbpQRKPI_nhQ7CSHmqbx7tZxlfURTcddgGjfsxgOoU1R2uYVmum3B1DBCiWW1Fs5q5nhv6KIUM8cDlTWe4G3a_ArvAnCGoXZz1k2cNEUZoTzi0Y2u1mbWJ1TR5iMfAuEUOWRTcwaODmimtNaAG3Sg/s1600/images.jpg


        [...]

        Para ela, as consequências dos projetos que não obtêm consentimento livre informado dessas populações – e que ocorrem em diversos países, como o Brasil – continuam a resultar na expropriação de terras, despejos forçados, falta de acesso aos meios de subsistência, bem como na perda da cultura e de locais espirituais.

        “Estou particularmente preocupada com o crescente número de ataques contra líderes indígenas e membros da comunidade que procuram defender seus direitos sobre as terras. Os povos indígenas que tentam proteger seus direitos humanos fundamentais estão sendo ameaçados, presos, perseguidos e, nas piores situações, se tornam vítimas de execuções extrajudiciais”, afirmou Tauli-Corpuz.

        Ela ressaltou que, apenas no ano passado, a ONU enviou comunicados manifestando preocupação sobre esse tipo de ataques em diversos países, a maioria na América do Sul – incluindo o Brasil. Em 2016, a relatora alertou que a situação dos povos indígenas era a mais grave desde a criação da Constituição brasileira de 1988.

        [...].

Dez anos após declaração internacional, indígenas sofrem exclusão, desrespeito e assassinatos. ONU Brasil, 22 jul. 2017. Disponível em: https://nacoesunidas.org/dez-anos-apos-declaracao-internacional-indigenas-sofrem-exclusao-desrespeito-e-assassinatos. Acesso em: 9 fev. 2019.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 381.

Entendendo a notícia:

01 – Quem é a autoridade da ONU citada no texto e qual é o seu cargo?

      A autoridade citada é Victoria Tauli-Corpuz, a relatora especial da ONU para os direitos dos povos indígenas.

02 – Segundo a relatora, quais são as três principais atividades ou projetos que representam as maiores ameaças para os povos indígenas e que invadem suas reservas?

      As principais ameaças são a expansão das indústrias extrativistas, do agronegócio e dos 'megaprojetos' de desenvolvimento e infraestrutura.

03 – Quais são as consequências diretas (três exemplos) dos projetos que ocorrem sem o consentimento livre e informado das populações indígenas?

      As consequências incluem expropriação de terras, despejos forçados, falta de acesso aos meios de subsistência e a perda da cultura e de locais espirituais (citar quaisquer três).

04 – Qual é a preocupação "particular" manifestada por Victoria Tauli-Corpuz em relação aos defensores dos direitos indígenas?

      Ela está preocupada com o crescente número de ataques contra líderes e membros da comunidade que procuram defender seus direitos sobre as terras.

05 – Em 2016, a relatora alertou sobre a situação dos povos indígenas no Brasil. Como ela classificou a gravidade dessa situação, em termos de marco temporal?

      Ela alertou que a situação era a mais grave desde a criação da Constituição brasileira de 1988.

 

MÚSICA (ATIVIDADES): O MOCHO E A GATINHA - ADRIANA CALCANHOTTO - COM GABARITO

 Música (atividades): O Mocho e a Gatinha

           Adriana Calcanhotto

O Mocho e a Gatinha foram pro mar
Num lindo bote verde-ervilha,
Eles tinham mel e grana a granel
E uma nota de um milha.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioLcZMGuYNKA2uNNLIJbAB3HjIrm3HfUangL0z8nKXXCPlsYhyphenhyphenxsACFxoDT3W4tS6UNhQJAK8Te70ObnsHkOROyXpTRYhRzEJ91zADkNa5lgHdYNRxiOAYztOGdXVPDLpC3axCbwfKD3FBL5wc0FpJapvulBCpcIMWiDm8JR9gghONkgHtdHAQ2BGzC3s/s320/MG2.jpg


O Mocho olhou pro o céu
E cantou na viola de lata,
"Que linda gata! Que linda gata,
Que linda gata Deus me deu.

Me deu
Me deu.

Que linda gata Deus me deu!"
E de braço dado, na praia do lado,
Saíram a dançar sob a luz do luar,
Luar,
Luar,
Saíram a dançar sob a luz do luar
.

Composição: Augusto de Campos / Cid Campos / Edward Lear. Música: Cid Campos. In: Adriana Partimpim – o show. [S.I.]: Sony & BMG, 2005. DVD.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 95.

Entendendo a música:

01 – Qual foi a principal atividade que o Mocho e a Gatinha fizeram no início da canção?

      A principal atividade inicial foi ir para o mar em um "lindo bote verde-ervilha".

02 – Que tipo de instrumento musical o Mocho utilizou para cantar para a Gatinha?

      O Mocho utilizou uma viola de lata.

03 – O que o Mocho e a Gatinha fizeram após chegarem à praia ("praia do lado")?

      Eles saíram a dançar (de braço dado) sob a luz do luar.

04 – Quais são os dois itens/recursos que o Mocho e a Gatinha possuíam "a granel" no bote?

      Eles tinham mel e grana (dinheiro) a granel.

05 – Qual o sentimento principal que o Mocho expressa na letra da música, repetindo a frase "Que linda gata Deus me deu!"?

      O Mocho expressa um sentimento de admiração/êxtase (pela beleza da gata) e gratidão/alegria (por tê-la ao seu lado).

 

 

 

NOTÍCIA: ABELHAS DE ALUGUEL - FRAGMENTO - PAULO D'AMARO - COM GABARITO

 Notícia: Abelhas de aluguel – Fragmento

        Apicultores brasileiros começam a descobrir a polinização por colmeias, a técnica para elevar a produção agrícola que tomou conta dos Estados Unidos e da Europa

Paulo D’Amaro

        Elas são confinadas aos milhares em pequenas casas de madeira, ao redor das grandes plantações. Trabalham 365 dias por ano, sem direito a férias nem fins de semana, e não recebem nada em troca. Um típico caso de escravidão rural, que já se transformou numa prática perfeitamente legal e recomendável na Europa e nos Estados Unidos: o uso das abelhas para melhorar a produção agrícola.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglrmABTTEhTOj30MdQjbJ3ZXFouMmoWmaYEaykO_nfqHdkBEK4AyPdNKHPxyb9n46mM3HKLGcZwY9CY04doDCf_BX3G0UFaKcOAiNoFVZC7pdttvnrjkSesGPAdZv8XUu92h4sHQJeKIBU1r23HkUT4aDSLSW7ugTmWIxuwZ5KG1m1T8Mv-7gcW8zzDgU/s320/Imagem_Pesquisa-analisa-a-produ%C3%A7%C3%A3o-de-mel-por-abelhas-sem-ferr%C3%A3o-na-amazonia-peruana-1024x768.jpg


        Não é novidade que esses insetos ajudam a transferir o pólen — elemento reprodutor masculino dos vegetais — de uma flor para outra. Mas, nas últimas décadas, cientistas e agricultores têm feito desses parceiros naturais uma eficiente mão-de-obra para polinizar lavouras e aumentar a produtividade e a qualidade de frutas, legumes e grãos.

        Em muitos países do mundo, apicultura hoje não é mais uma atividade secundária, quase sempre de pequeno porte, e muito menos sinônimo de mel, que virou um subproduto. A grande meta dos apiários agora é a polinização, um negócio altamente lucrativo. [...]

        Dependendo do tipo de plantação, uma colmeia, com cerca de 60 000 abelhas, produz de 1 a 10 quilos de mel por semana. O que significa pelo menos 1,5 milhão de visitas coletivas às flores em busca da saborosa solução de água, açúcar e sais minerais do néctar, usado para produzir mel e enfrentar o inverno. Nesse vai e vem, elas levam outra riqueza: grãos de pólen, que as flores depositam estrategicamente em pequenas hastes, chamadas anteras, para lambuzar as visitantes. Carregadas com o precioso produto, voam de flor em flor, espalhando os grãos da fecundidade. [...]. Mas não é só a busca frenética do néctar ou do pólen que faz das abelhas melhores polinizadoras do que borboletas, besouros ou moscas. Elas vencem os rivais em eficiência por uma outra característica, batizada pelos cientistas de “fidelidade alimentícia”. Enquanto a borboleta abandona facilmente um laranjal para se embrenhar no mato atrás de flores silvestres, a abelha só deixa a plantação quando não há mais flores a visitar.

        [...].

Fonte: D’Amaro, P. Superinteressante, 31 out. 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/abelhas-de-aluguel. Acesso em: 22 abr. 2019.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 306-307.

Entendendo a notícia: 

01 – Qual é a técnica ou prática para elevar a produção agrícola que está se popularizando no Brasil e já é comum nos Estados Unidos e na Europa?

      A técnica é a polinização por colmeias, ou o uso das abelhas para melhorar a produção agrícola.

02 – De que forma as abelhas são confinadas para serem usadas nessa prática?

      Elas são confinadas aos milhares em pequenas casas de madeira, ao redor das grandes plantações.

03 – Nas últimas décadas, qual o novo papel que cientistas e agricultores têm dado às abelhas, transformando-as em "eficiente mão-de-obra"?

      O novo papel é de polinizar lavouras para aumentar a produtividade e a qualidade de frutas, legumes e grãos.

04 – O que se tornou a "grande meta" dos apiários (local de criação de abelhas) hoje em muitos países, em contraste com a produção de mel?

      A grande meta é a polinização, que se tornou um negócio altamente lucrativo, enquanto o mel virou um subproduto.

05 – Qual é o elemento reprodutor masculino dos vegetais que as abelhas ajudam a transferir de uma flor para outra?

      O elemento reprodutor é o pólen.

06 – Que termo os cientistas utilizam para descrever a característica que torna as abelhas mais eficientes polinizadoras do que outros insetos (como borboletas e moscas)?

      O termo é "fidelidade alimentícia".

07 – Dê um exemplo que o texto usa para ilustrar a "fidelidade alimentícia" das abelhas em contraste com a borboleta.

      Enquanto a borboleta abandona um laranjal facilmente para procurar flores silvestres, a abelha só deixa a plantação quando não há mais flores a visitar.

 

CRÔNICA: A PERFEIÇÃO NÃO EXISTE - FRAGMENTO - TOSTÃO - COM GABARITO

 Crônica: A perfeição não existe – Fragmento

             Tostão

        Os trinta anos da conquista da Copa do Mundo de 70 estão sendo muito comemorados. Recentemente, sentei-me diante da TV para assistir, na íntegra, aos jogos daquela seleção. Com ansiedade, orgulho e saudade, tentei ver as partidas com o olhar crítico de um comentarista e sem a emoção daquele momento.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaAmyCwWe2gNL9djpdASQPMtW69-VaBVN_TcYIiMVas1qxLhA1PeDvOGipjQfWBi8elHOKiB_FiLeWGAmOXsXUWiQDFmyoeiqMtZjNKIUQV9m2enYdKThsjBj5D6FypzkJ1Jx6rfbS3lMWK7WGuo9KUwWoze2GzkrvOSsMVndmdQGOQfXwY0hSjMXAI90/s320/foto12.jpg


        Queria entender a magia daquele time, idolatrado desde a conquista do título. Sei que foi a primeira Copa transmitida ao vivo pela TV, que o Brasil ganhou todas as partidas, que goleou a Itália na final por 4 a 1 e que havia um grito contido no povo, por causa da ditadura, mas existe um encanto ou uma admiração por aquela equipe que ultrapassa meu entendimento.

        Naquela época, a marcação individual e a velocidade eram infinitamente menores que hoje.

        Parreira disse, numa entrevista à revista Placar, que ver hoje a seleção de 70 atuar é um exercício de paciência por causa da lentidão. O treinador (na época, observador e auxiliar da preparação física) é um apaixonado pela marcação, pela velocidade e pelo futebol moderno.

        [...]

TOSTÃO. A perfeição não existe. São Paulo: Três Estrelas, 2012. p. 28.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 30.

Entendendo a crônica:

01 – Qual é o evento esportivo que está sendo comemorado, levando o autor a rever as partidas na TV?

      A comemoração dos trinta anos da conquista da Copa do Mundo de 70 pela Seleção Brasileira.

02 – Com qual olhar Tostão tenta assistir aos jogos da Copa de 70, em contraste com a emoção da época?

      Ele tenta assistir com o olhar crítico de um comentarista, buscando analisar as partidas de forma objetiva, em vez da emoção do momento da conquista.

03 – Quais são os fatores que o autor menciona que podem ter contribuído para a magia e a admiração duradoura pela Seleção de 70?

      Ele menciona que foi a primeira Copa transmitida ao vivo pela TV, o Brasil venceu todas as partidas (goleando a Itália na final por 4 a 1) e havia um grito contido no povo por causa da ditadura.

04 – Qual é a principal diferença técnica apontada pelo autor entre o futebol da época da Copa de 70 e o futebol atual?

      A marcação individual e a velocidade eram infinitamente menores naquela época do que são hoje.

05 – Qual foi a opinião de Parreira, citada na crônica, sobre a lentidão da Seleção de 70 quando vista hoje?

      Parreira disse, em entrevista à revista Placar, que ver a seleção de 70 atuar hoje "é um exercício de paciência por causa da lentidão."

 

 

NOTÍCIA: POTENCIALIDADES DA BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Notícia: Potencialidades da biodiversidade amazônica – Fragmento

        A diversidade e a extensão da Floresta Amazônica levam muitas pessoas à conclusão de que os solos amazônicos são férteis, pois as árvores altas e de copas largas necessitam de muitos nutrientes para se desenvolver.

        Na realidade, porém, os solos amazônicos são pobres em nutrientes.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKoK_6bk2iNDoRXoYEw4tA_FinGZpTrgCUoxt7a2QwRbImfAJQsqcG-bhbrdpQCEbZ2MtocOS6NRRGz7noiN50wd9xJqBssZOaKfSOMbvBtErkgu-XwjxVuiRiJlGb5gFKzmJgD56wZ8J2VwKpU8TivpBzo1CIyiiNnyD0ugyPxxCpgtYkF0j2XgajWw0/s320/amazonia_floresta_1200X630.jpg


        Como a floresta é muito densa, forma-se sobre o solo uma camada de folhas, galhos e troncos que, ao se decompor, repõem os nutrientes necessários para a manutenção da floresta.

        [...] Existe uma grande diferença entre os solos das planícies de rios afluentes e o conjunto de solos da faixa aluvial Solimões-Amazonas. Na realidade, os mais ricos solos de toda a Amazônia, que se destacam em relação aos imensos setores de solos mais pobres, constituem uma grande exceção. Convém lembrar que, apesar dos mosaicos de lagos, furos, igarapés e paranás-mirins, foi essa planície aluvial extensa o primeiro conjunto de solos úteis para as populações amazônicas tradicionais, por meio de cultivo tipo vazante, criação de gado bovino e pesca em todas as correntes e massas fluviais. Lembro que alguns técnicos mal preparados para entender a importância popular das chamadas várzeas amazônicas, em termos de sobrevivência de populações ribeirinhas, pressionavam empresários e governadores para fazer grandiosas plantações de arroz no espaço total das planícies. Uma proposta que demonstra uma lamentável falta de compromisso com o social regional.

        [...]

        No que concerne às terras firmes, a qualidade do solo para fins de atividades agrárias e agropecuárias é muito importante. O solo foi formado por uma evolução integrada da floresta e de todos os seus componentes: os herbáceos, os subarbustivos e as grandes árvores, etc. De tal maneira que o solo que a floresta engendrou não tem nada a ver com o solo que os agricultores pensam que vão encontrar quando devastam as florestas e queimam as toras para tentar fazer alguma agricultura. Nunca deu certo a agricultura extensiva, então os proprietários de terra entraram no domínio da agropecuária e, sobretudo, da pecuária mesmo. E isso é um problema muito sério porque os proprietários que compraram terras por preços aviltadíssimos na Amazônia dizem sempre: “agora a terra é minha e eu faço com ela o que quiser e quando quiser”. Esse é o grande dilema da Amazônia em relação à destruição da cobertura vegetal para atividades ditas agropecuárias.

        [...]

AB’SABER, Aziz. Aziz Ab’Saber: problemas da Amazônia brasileira. Entrevistadores: Dario Luís Borelli et. Al. Revista de Estudos Avançados, São Paulo, v. 19, n. 53, jan./abr. 2005. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142005000100002. Acesso em: 11 abr. 2019.

        A região amazônica registra insolação intensa (por estar próxima ao Equador), umidade permanente (graças à ocorrência frequente de massas úmidas de ar) e baixa amplitude térmica, isto é, a diferença entre a temperatura mínima e a máxima é muito pequena. Essas condições climáticas garantem uma taxa de fotossíntese elevada, o que contribui para o desenvolvimento da floresta e a manutenção da sua diversidade.

        Essas características permitem afirmar que a floresta tem importante papel nos processos naturais que ocorrem na região amazônica. Ela contém grande biodiversidade, oferece proteção aos solos e participa da regulação do clima.

        A degradação dessa floresta resulta em graves consequências sociais e ambientais para toda a região, além de afetar significativamente a população que vive nessas áreas.   

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 422-423.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a conclusão equivocada que muitas pessoas têm sobre os solos amazônicos e, na realidade, como a floresta consegue obter os nutrientes necessários para se manter densa e desenvolvida?

      A conclusão equivocada é que os solos amazônicos são férteis. Na verdade, os solos são pobres em nutrientes. A floresta se mantém porque uma densa camada de folhas, galhos e troncos se forma sobre o solo e, ao se decompor, repõe os nutrientes necessários.

02 – Onde se localizam os solos mais ricos de toda a Amazônia e por que essa faixa aluvial era importante para as populações tradicionais?

      Os solos mais ricos constituem uma exceção e se localizam na faixa aluvial Solimões-Amazonas (várzeas). Essa planície aluvial era útil para as populações tradicionais para o cultivo tipo vazante, a criação de gado bovino e a pesca.

03 – Qual é a diferença fundamental entre o solo que a floresta "engendrou" nas terras firmes e o solo que os agricultores esperam encontrar ao devastar e queimar a cobertura vegetal?

      O solo da floresta é resultado da evolução integrada com todos os seus componentes (árvores, herbáceos, etc.). O solo que os agricultores encontram após a devastação e queima não é adequado para a agricultura extensiva, levando-os a migrar para o domínio da agropecuária, principalmente a pecuária.

04 – Qual é o "grande dilema da Amazônia" em relação à destruição da cobertura vegetal para atividades agropecuárias, conforme a citação de Aziz Ab'Saber?

      O grande dilema é a mentalidade dos proprietários que adquiriram terras por preços baixos e afirmam: "agora a terra é minha e eu faço com ela o que quiser e quando quiser", desconsiderando o impacto da destruição para as atividades agropecuárias.

05 – Quais são as três condições climáticas da região amazônica que garantem uma elevada taxa de fotossíntese?

      As condições são:

      Insolação intensa (proximidade do Equador).

      Umidade permanente (ocorrência frequente de massas úmidas de ar).

      Baixa amplitude térmica (pequena diferença entre temperatura mínima e máxima).

06 – Quais são os três papéis importantes que a floresta desempenha nos processos naturais e regionais da Amazônia?

      A floresta desempenha um importante papel em:

      Contém grande biodiversidade.

      Oferece proteção aos solos.

      Participa da regulação do clima.

07 – Além de afetar a população que vive nas áreas de floresta, quais são as graves consequências gerais resultantes da degradação da Amazônia?

      A degradação da floresta resulta em graves consequências sociais e ambientais para toda a região (além da população local).