quarta-feira, 29 de setembro de 2021

TIRINHA: MAFALDA OUVINDO RÁDIO - QUINO - COM GABARITO

 Tirinha: Mafalda ouvindo rádio

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QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 25-6.

Entendendo a tirinha:

01 – O que a personagem Mafalda está fazendo?

      Ouvindo notícias no rádio.

02 – Que tipo de reação a personagem teve no último quadrinho?

      Ela ficou indignada com a notícia que ouviu.

03 – Em seu caderno, copie da tira uma oração na voz passiva.

      “Bombas de grande poder foram lançadas pela aviação”.

04 – Identifique o agente da passiva da oração que você copiou.

      “Pela aviação”.

05 – Identifique o sujeito paciente dessa oração.

      “Bombas de grande poder”.

06 – Escreva a oração na voz ativa, fazendo as adequações necessárias.

      “A aviação lançou bombas de grande poder”.

NOTÍCIA: NASA RECEBE 6.372 INSCRIÇÕES PARA TURMA DE ASTRONAUTAS DE 2013 - COM GABARITO

 Notícia: Nasa recebe 6.372 inscrições para turma de astronautas de 2013

O número de inscrições é segundo maior na história da agência espacial

        A Nasa anunciou nesta sexta-feira que recebeu 6.372 inscrições para fazer parte da turma de astronautas que iniciará os treinamentos em 2013. O número de solicitações recebidas, o dobro do habitual, é segundo maior na história da agência espacial americana. Em 1978, mais de oito mil candidatos enviaram seu currículo com o sonho de fazer parte do corpo de astronautas da Nasa.

        Em novembro de 2011, a agência espacial americana anunciou que abria o processo de seleção para recrutar os astronautas que continuarão com as missões à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), mas que também se prepararão para futuras explorações além da órbita terrestre.

        “Uma combinação adequada de habilidades, educação e experiência proporcionará uma maior capacidade para trabalhar com sucesso em uma ampla gama de situações operativas”, afirmou em comunicado Janet Kavandi, diretora do departamento de operações da tripulação de voo.

        A Nasa recebeu solicitações durante dois meses, prazo que venceu no dia 27 de janeiro. O diretor do escritório de seleção da Nasa, Duane Ross, admitiu a surpresa, já que, em convocações anteriores, as inscrições variaram entre 2.500 e 3.500 candidatos.

        “Estamos um pouco surpresos, mas muito contentes pela arrasadora resposta. Isso demonstra que o público mantém seu interesse na exploração espacial.” Uma vez recebidas as solicitações, começa um longo processo de seleção antes de convocar os pré-candidatos para as primeiras provas.

        Durante os próximos dois meses aproximadamente, o pessoal do escritório de seleção de astronautas revisará os currículos. Os candidatos mais bem qualificados serão analisados por um comitê de seleção que determinará quem continua para os testes médicos e para as primeiras entrevistas.

        O processo de entrevistas é realizado em duas etapas, primeiro as do comitê de seleção de astronautas, entre agosto e outubro, e posteriormente, segundo o calendário estabelecido, entre novembro e janeiro de 2013, acontece outra rodada de entrevistas na qual são avaliados também os testes médicos.

        A expectativa é que o comitê tome sua decisão final na primavera de 2013 e a nova turma comece então os dois anos de treino antes que possam ser enviados em uma missão.

Veja, 4 fev. 2012. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nasa-recebe-6-372-inscricoes-par-turma-de-astronautas-de-2013. Acesso em: 23 jan. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 175-6.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o assunto dessa notícia?

      O assunto da notícia é o número de inscrições recebidas pela Nasa de candidatos interessados em integrar seu corpo de astronautas no ano de 2012.

02 – Qual é a importância da linha-fina, ou seja, a frase abaixo da manchete?

      A linha-fina completa as informações da manchete.

03 – Que fato surpreendeu o diretor do escritório de seleção da Nasa, Duane Ross?

      O número de inscrições para a seleção de astronautas surpreendeu o diretor, já que atingiu cerca do dobro do habitual.

04 – Por que você acha que houve tanta procura pela profissão de astronauta em 2012?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Como os candidatos serão escolhidos?

      Primeiro haverá a seleção de currículos. Depois, os candidatos mais bem qualificados serão analisados por um comitê de seleção que determinará quem continua para os testes médicos e para as primeiras entrevistas.

06 – E você, gostaria de ser um astronauta?

      Resposta pessoal do aluno.

 

TIRINHA: MAFALDA MÃE - COM GABARITO

 Tirinha: Mafalda mãe

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Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 181-2.

Entendendo a tirinha:

01 – Qual é o público-alvo da propaganda que aparece na tira?

      Os filhos.

02 – Como a mãe é caracterizada nessa propaganda?

      Como alguém que aplica castigos corporais.

03 – Qual é a mensagem da propaganda?

      Os filhos devem comprar sabões e panos de chão para as mães a fim de que elas possam usá-los nos trabalhos domésticos. Assim, elas ficarão muito cansadas e terão menos energia na hora de bater nos filhos.

04 – O que quebra a expectativa no último quadrinho?

      A ideia inesperada que surpreende o leitor no terceiro quadrinho. Ao se falar de presente no Dia das Mães, espera-se que se esteja pensando em agradar as mães, o que não ocorre nesse quadrinho.

05 – Em seu caderno, transcreva a forma verbal do imperativo utilizada na tirinha.

      “Não se esqueçam”: imperativo negativo.

06 – Releia esta frase do segundo quadrinho:

        “É bom ir pensando!”

a)   Reescreva-a em seu caderno, empregando o verbo pensar no modo imperativo. Faça as adaptações necessárias.

“Pense”.

b)   A alteração do modo verbal alterou o sentido do texto?

O sentido geral continua o mesmo, mas a duração da ação verbal é modificada, pois a locução verbal ir pensando denota um processo verbal em curso (devido ao emprego do gerúndio), o que não ocorre com o modo imperativo.

c)   Qual das frases, em sua opinião, tem maior poder de convencimento? A da tira ou a que você reescreveu no caderno? Por quê?

A frase reescrita no caderno, pois o modo imperativo tem mais força argumentativa. Quando se diz ir pensando, não há urgência na ação; já pense, ao contrário, indica urgência, ordem.

 

 

PROPAGANDA: DOE ÓRGÃOS - ANDRÉ FABIANO RECOVA - COM GABARITO

 Propaganda: Doe órgãos

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André Fabiano Recova, transplantado de rim no Hospital Dom Vicente Scherer.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 183.

Entendendo a propaganda:

01 – Qual é o objetivo dessa propaganda?

      Essa propaganda incentiva a doação de órgãos.

02 – Para transmitir sua mensagem, o produtor do texto fez um jogo usando nomes e cores.

a)   Quem é Fabiano?

Fabiano é um paciente transplantado; é o homem que aparece na imagem.

b)   Observe que algumas letras que compõem o nome Fabiano estão em azul. Que nome elas formam? Quem seria essa pessoa?

As letras em azul formam o nome Bia, que possivelmente foi quem doou o rim para Fabiano.

c)   Qual foi a intenção do autor ao usar o azul para compor três das letras do nome “Fabiano” e a palavra “complete”?

Essa palavra também está em azul, indicando uma associação de ideias: que Bia completou a vida de Fabiano.

03 – É possível afirmar que essa propaganda apresenta um apelo emocional? Por quê?

      Sim, essa propaganda apresenta um apelo emocional, pois pretende comover para sensibilizar as pessoas a serem doadoras de órgãos ou tecidos.

04 – Em sua opinião, esse texto consegue atingir o objetivo a que se propõe? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Se você tivesse criado essa propaganda, mudaria alguma coisa para aprimorá-la ou para transformá-la?

      Resposta pessoal do aluno. 

PROPAGANDA: ÁGUA PEDE ÁGUA - COM GABARITO

 Propaganda: Água pede água


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Um copo de água, pelo amor de Deus.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 180-1.

Entendendo a propaganda:

01 – Essa propaganda pretende convencer o leitor a “comprar” que ideia?

      A da necessidade do consumo consciente de água.

02 – Em sua opinião, qual é o público-alvo dessa propaganda?

      Os consumidores brasileiros em geral.

03 – Descreva a imagem que compõe a parte visual do texto.

      Na imagem, podemos ver um ambiente urbano e, no canto inferior esquerdo, um bebedouro em cima de um pedaço de papelão, com um cartaz pedindo água.

04 – Em sua opinião, essa imagem chama a atenção do leitor? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, pois a imagem é inusitada, reproduzindo uma cena que não é vista comumente no dia a dia.

05 – Releia a parte verbal do texto e responda: Que palavra utilizada no título principal fornece uma pista para a interpretação da imagem que compõe a propaganda?

      A palavra “miseráveis”, que permite associarmos a imagem do bebedouro à de uma pessoa miserável, em condição de rua.

06 – Observe novamente esta parte da propaganda:

        #águapedeágua Saiba mais em aguapedeagua.org.br  

a)    Você já conhecia o símbolo #, utilizado nessa parte da propaganda? Por qual nome ele é conhecido?

Resposta pessoal do aluno. Jogo da velha ou quadrado.

b)    Por que as palavras que acompanham esse símbolo foram escritas sem espaço?

Porque esse termo é uma hashtag. hashtags são palavras-chave precedidas do símbolo # que, quando usadas, alimentam uma interação dinâmica nas redes sociais.

c)     Que ação a propaganda pretende mobilizar ao inserir essa informação no texto?

A propaganda pretende mobilizar o leitor a publicar mensagens nas redes sociais utilizando essa hashtag, de modo a popularizá-la e criar interações em torno do tema.

d)    Que tipo de informação você acha que o leitor pode encontrar no site indicado na propaganda?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O leitor poderá encontrar, no site, mais informações sobre a campanha e dicas de como combater o desperdício de água, por exemplo

PROPAGANDA: INFÂNCIA LIVRE DE CONSUMISMO - COM GABARITO

 Propaganda: Infância Livre de Consumismo

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Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 179.

Entendendo a propaganda:

01 – Essa propaganda está vendendo algum produto ou serviço? Justifique.

      Ela não está vendendo nada, não há qualquer produto sendo anunciado.

02 – Toda propaganda tem um público-alvo, ou seja, é dirigida a uma parcela específica da população. A quem se dirige essa propaganda?

      Aos pais com filhos ainda na infância.

03 – Releia o trecho a seguir:

        “No dia das crianças, dê menos presente e mais presença.”

a)   Em seu caderno, copie do trecho duas palavras que são semelhantes na escrita e na pronúncia.

“Presente” e “presença”.

b)   Que efeito o uso dessas duas palavras gera no texto?

O uso dessas duas palavras próximas uma da outra gera um efeito sonoro e de sentido que chama a atenção do leitor.

04 – Que palavras utilizadas no texto fazem pedidos, apelos ao leitor?

      “Dê” e “tire”.

05 – Qual é a mensagem veiculada nessa propaganda?

      A mensagem de que em vez de dar presentes, os pais deveriam se fazer mais presentes na vida dos filhos. Essa ação já seria um presente para eles. 






TEXTO: OS PSICO-HISTORIADORES 4 (FRAGMENTO) - ISAAC ASIMOV - FUNDAÇÃO - COM GABARITO

 Texto: Os psico-historiadores 4 (Fragmento)


Capitulo 4.

        – Boa tarde, senhor – disse Gaal. – Eu... Eu...

        – Você não achava que fôssemos nos ver antes de amanhã? Normalmente, não mesmo.  É que, se formos utilizar seus serviços, precisamos trabalhar rápido. Está ficando cada vez mais difícil obter recrutas.

        – Não estou entendendo, senhor.

        – Você estava conversando com um homem na torre de observação, não estava?

        – Sim. O primeiro nome dele é Jerril. Não sei mais nada sobre ele.

        – O nome dele não é nada. Ele é agente da Comissão de Segurança Pública. Ele o seguiu desde o aeroporto.

        – Mas por quê? Sinto muito, mas estou muito confuso.

        – O homem da torre não disse nada a meu respeito?

        Gaal hesitou.

        – Ele se referiu ao senhor como Corvo Seldon.

        – Ele disse por quê?

        – Disse que o senhor prevê desastres.

        – E prevejo. O que Trantor significa para você?

        Todos pareciam estar perguntando sua opinião sobre Trantor. Gaal se sentia incapaz de responder outra coisa além da palavra “glorioso”.

        – Você disse isso sem pensar. E se usar a psico-história?

        – Não pensei em aplicá-la ao problema.

        – Antes de acabar seu trabalho comigo, jovem, aprenderá a aplicar a psico-história a todos os problemas de forma natural; observe – Seldon tirou sua calculadora do bolso do cinto. Diziam que ele guardava uma dessas debaixo do travesseiro, para usar em momentos de insônia. Seu acabamento cinza brilhante estava ligeiramente desgastado pelo uso. Os dedos ágeis de Seldon, cheios de manchas da idade, brincavam com arquivos e teclas que preenchiam sua superfície. Símbolos vermelhos despontavam na parte superior.

        – Isto representa a condição do Império atualmente – ele afirmou.

        Ficou esperando.

        Por fim, Gaal disse:

        – Certamente, isso não é uma representação completa.

        – Não, não é completa – disse Seldon. – Fico feliz por você não ter aceito minha palavra cegamente. Entretanto, é uma aproximação que servirá para demonstrar a proposição. Você aceita isso?

        – Se for submetida à minha verificação posterior da derivação da função, sim. – Gaal estava evitando, cuidadosamente, uma possível armadilha.

        – Ótimo. Adicione a isso a conhecida probabilidade de assassinato imperial, revoltas de vice-reis, a recorrência contemporânea de períodos de depressão econômica, a taxa cada vez menor de explorações planetárias, a...

        E continuou.  À medida que cada item era mencionado, novos símbolos ganhavam vida a seu toque, e se fundiam à função básica que se expandia e se modificava.

        Gaal só o interrompeu uma vez.

        – Não vejo a validade dessa transformação de conjunto.

        Seldon a repetiu mais devagar.

        – Mas isso – disse Gaal – é feito por meio de uma sócio-operação proibida.

        – Ótimo. Você é rápido, mas ainda não é rápido o bastante. Ela não é proibida nesta conexão. Deixe-me fazer isso por expansões.

        O procedimento demorou muito mais e, no final, Gaal disse, humildemente:

        – Agora percebi.

        Finalmente, Seldon parou.

        – Isto é Trantor daqui a três séculos. Como você interpreta isso? Hein? – inclinou a cabeça para o lado e ficou esperando.

        Gaal disse, sem acreditar:

        – Destruição total! Mas... Mas isso é impossível. Trantor nunca foi...

        Seldon estava repleto da intensa empolgação de um homem que só havia envelhecido no corpo.

        – Vamos, vamos. Você viu como se chegou ao resultado. Coloque isso em palavras. Esqueça o simbolismo por um momento.

        – À medida que Trantor se tornar mais especializado, vai se tornar mais vulnerável, menos capaz de se defender – disse Gaal. – Além disso, à medida que ele se torna, cada vez mais, o centro administrativo do Império, também se torna um prêmio maior. À medida que a sucessão imperial se tornar cada vez mais incerta e as rixas entre as grandes famílias crescerem mais, a responsabilidade social desaparece.

        – Chega. E a probabilidade numérica de destruição total em três séculos?

        – Não saberia dizer.

        – Mas certamente você sabe realizar uma diferenciação de campo?

        Gaal se sentiu sob pressão. Seldon não lhe ofereceu a calculadora. Ela estava sendo mostrada a uns trinta centímetros de seus olhos. Calculou furiosamente e sentiu a testa molhada de suor.

        – Cerca de 85%? – ele perguntou.

        – Não está mal ¾ disse Seldon, projetando o lábio inferior –, mas não está bom. A cifra correta é 92,5%.

        – E por isso o senhor é chamado Corvo Seldon? – disse Gaal. – Nunca vi nada disso nas publicações acadêmicas.

        – Mas é claro que não. Esse tipo de coisa não se publica. Você supõe que o Império poderia expor sua fragilidade dessa maneira? Esta é uma demonstração muito simples de psico-história. Mas alguns dos nossos resultados vazaram para a aristocracia.

        – Isso é ruim.

        – Não necessariamente. Tudo é levado em conta.

        -- Mas é por isso que estou sendo investigado?

        – Sim. Tudo a respeito do meu projeto está sendo investigado.

        – O senhor está em perigo?

        – Ah, sim. Há uma probabilidade de 1,7% de que eu seja executado, mas naturalmente isso não deterá o projeto. Também já levamos isso em consideração. Bem, não importa. Você me encontrará, suponho, na Universidade amanhã?

        – Sim – disse Gaal.

ASIMOV, Isaac. Fundação. Tradução Fabio Fernandes. São Paulo: Aleph, 2009, p. 26-28.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 19-22.

Entendendo o texto:

01 – O diálogo que você acabou de ler se inicia por uma fala aparentemente apreensiva de Gaal. Por que ele parece nervoso? Como o texto sinaliza esse sentimento?

      Gaal parece nervoso por estar finalmente conhecendo Hari Seldon e sua polêmica teoria. Para marcar essa hesitação e o sentimento apreensivo do personagem, são usadas repetições e reticências. Há também outro momento da narrativa em que o narrador sinaliza que ele parece responder às perguntas com cuidado por sentir que está prestes a cair em uma armadilha.

02 – Mesmo sem ler os dois capítulos que antecedem esse, sabemos, pelo diálogo entre os dois personagens, o que aconteceu com Gaal antes de conversar com Hari Seldon. De que modo?

      Para retomar os eventos anteriores, há uma parte da conversa em que Gaal responde a Hari que o nome do homem com o qual estava conversando é Jerril, e Hari afirma que aquele nome não é verdadeiro e que o homem, é na verdade, um agente da comissão de Segurança Pública que o estava seguindo.

03 – Podemos dizer que o conflito é uma parte da história em que surge uma tensão que obriga os personagens a modificarem seu trajeto e o modo como percebem a realidade. Um dos primeiros conflitos da história se anuncia nesse diálogo entre os personagens. Qual é esse conflito?

      Hari Seldon convida Gaal a fazer um cálculo matemático usando uma técnica chamada por ele de psico-história. Quando o jovem pesquisador começa a completar o cálculo, ele percebe que as contas parecem indicar que o império humano que colonizou quase toda a galáxia será destruído em poucos anos.

04 – Por que Hari Seldon foi apelidado de “Corvo Seldon”?

      Por desenvolver uma teoria que prevê catástrofes que culminarão na destruição do Império Galáctico construído pela humanidade (o corvo é considerado uma ave de mau agouro).

05 – Gaal aponta um aspecto como a principal causa dos problemas que farão com que o Império seja destruído. Qual fala nos ajuda a localizar essa informação?

      Essa informação encontra-se na seguinte fala de Gaal: “– À medida que Trantor se tornar mais especializado, vai se tornar mais vulnerável, menos capaz de se defender – disse Gaal. – Além disso, à medida que ele se torna, cada vez mais, o centro administrativo do Império, também se torna um prêmio maior. À medida que a sucessão imperial se tornar cada vez mais incerta e as rixas entre as grandes famílias crescerem mais, a responsabilidade social desaparece.” Gaal afirma que, entre as principais causas da ruína iminente do Império, estão o fato de a raça humana, de modo ganancioso, preocupar-se com a ampliação dos territórios colonizados sem considerar a responsabilidade social pelas pessoas que habitam esses lugares e a ganância das famílias dos imperadores, que farão de tudo para tomar o poder sem medir as consequências éticas de suas ações.

 

 

TEXTO: OS PSICO-HISTORIADORES (FRAGMENTO)- ISAAC ASIMOV - ENCICLOPÉDIA GALÁCTICA - COM GABARITO

 Texto: Os psico-historiadores (Fragmento)

       Hari Seldon – ...  Nascido no ano 11.988 da Era Galáctica: falecido em 12.069. As datas são mais conhecidas, em termos da atual Era da Fundação, como de – 79 a 1 E.F. Nascido numa família de classe média de Helicon, setor de Arcturus (onde seu pai, como reza uma lenda de autenticidade duvidosa, cultivava tabaco nas usinas hidropônicas do planeta), desde cedo revelou uma fantástica habilidade em matemática. Os relatos sobre sua habilidade são inumeráveis e, alguns deles, contraditórios. Dizem que, aos dois anos de idade, ele...

        ...  Sem dúvida, suas maiores contribuições foram no campo da psico-história. Quando Seldon começou, este campo era pouco mais do que um conjunto de axiomas vagos; ele o transformou numa ciência estatística profunda...

        ... A maior autoridade existente para saber detalhes de sua vida é a biografia escrita por Gaal Dornick que, quando jovem, conheceu Seldon dois anos antes da morte do grande matemático. A história do encontro...

Enciclopédia galáctica

Capitulo 1

        Seu nome era Gaal Dornick, e ele era apenas um caipira que nunca havia visto Trantor antes. Isto é, não na vida real. Ele já o vira muitas vezes em hipervídeo e, ocasionalmente, em incríveis reportagens tridimensionais cobrindo uma coroação imperial ou a abertura de um Conselho Galáctico. Muito embora tivesse vivido toda a sua vida no mundo de Synnax, que orbitava uma estrela na periferia da Corrente Azul, ele não estava isolado da civilização. Naquela época, nenhum lugar na Galáxia estava.

        Havia quase vinte e cinco milhões de planetas habitados na Galáxia então, e nenhum deles deixava de prestar obediência ao Império cujo trono ficava em Trantor. Era o último meio século no qual essa afirmação poderia ser feita.

        Para Gaal, a viagem era o clímax indubitável de sua vida jovem e acadêmica. Ele já havia estado no espaço antes, e por isso essa jornada, como viagem em si, pouco significava para ele. Na verdade, sua única viagem anterior tinha sido até o único satélite de Synnax para obter os dados sobre a mecânica de deslocamento de meteoros de que precisava para sua dissertação, mas viagem espacial era tudo a mesma coisa; não importava se a pessoa viajava meio milhão de quilômetros ou muitos anos-luz.

        Ele havia se preparado só um pouquinho para o Salto pelo hiperespaço, um fenômeno que as pessoas não experimentavam em viagens interplanetárias simples. O Salto permanecia, e provavelmente assim seria para sempre, o único método prático de viajar entre as estrelas. A viagem pelo espaço comum não podia ser mais rápida do que a da luz comum (um pouco de conhecimento científico que pertencia aos poucos itens conhecidos desde a aurora esquecida da história humana), e isso teria significado muitos anos no espaço até mesmo entre os sistemas habitados mais próximos. Através do hiperespaço, essa região inimaginável que não era espaço nem tempo, nem matéria nem energia, nem algo nem nada, era possível atravessar a extensão da galáxia no intervalo entre dois instantes de tempo.

        Gaal havia esperado pelo primeiro desses saltos com um pouco de medo no estômago, e acabou não sendo nada além de um ínfimo tremor, um pequeno solavanco interno que cessou um instante antes que ele pudesse ter certeza de que o havia sentido.

        E isso foi tudo.

        E, depois, tinha ficado apenas a nave, grande e reluzente, a produção de 12 mil anos de progresso imperial; e ele próprio, com seu doutorado em matemática recém-obtido e um convite do grande Hari Seldon para ir a Trantor e se juntar ao vasto, e um tanto misterioso, Projeto Seldon.

        O que Gaal esperava, depois da decepção do Salto, era aquela primeira visão de Trantor. Ele ficou espreitando o Mirante. As persianas de aço eram erguidas em momentos anunciados e ele estava sempre ali, observando o brilho forte das estrelas, apreciando o incrível enxame nebuloso de um aglomerado estelar, como um gigantesco enxame de vaga-lumes apanhados em pleno voo e paralisados para sempre.  Em um momento havia a fumaça fria, azul-embranquecida de uma nebulosa gasosa a cinco anos-luz da nave, espalhando-se pela janela como leite, preenchendo o aposento com um tom gelado, e desaparecendo de vista duas horas depois, após outro Salto.

        A primeira visão do sol de Trantor foi a de uma partícula dura e branca totalmente perdida dentro de uma miríade de outras, e reconhecível somente porque fora apontada pelo guia da nave. As estrelas eram espessas, ali no centro galáctico. Mas, a cada Salto, ele brilhava mais, superando o resto, fazendo com que elas empalidecessem e reduzissem o brilho.

        Um oficial apareceu e disse:

        – O mirante ficará fechado durante o resto da viagem. Preparar para o pouso.

        Gaal o seguiu, puxando a manga do uniforme branco com o símbolo da Espaçonave-e-Sol do Império.

        – Seria possível me deixar ficar? Eu gostaria de ver Trantor – ele perguntou.

        O oficial sorriu e Gaal ficou vermelho. Lembrou-se de que falava com um sotaque provinciano.

        – Vamos pousar em Trantor pela manhã – respondeu o oficial.

        – Eu quis dizer que queria vê-lo do espaço.

        – Ah. Desculpe, meu rapaz. Se isto aqui fosse um iate espacial, poderíamos dar um jeito. Mas estamos descendo voltados para o sol. Você não gostaria de ficar cego, queimado e cheio de cicatrizes de radiação ao mesmo tempo, gostaria?

        Gaal começou a se afastar.

        O oficial disse, atrás dele:

        – De qualquer maneira, Trantor seria apenas uma mancha cinza, garoto. Por que é que você não faz uma excursão espacial assim que chegar lá? São bem baratinhas.

        Gaal olhou para trás.

        – Muito obrigado.

        Era infantil se sentir decepcionado, mas a infantilidade é uma coisa que acontece quase tão naturalmente a um homem quanto a uma criança, e Gaal sentiu um nó na garganta. Ele nunca vira Trantor se descortinando em toda a sua incredibilidade, grande como a vida, e não imaginara que teria de esperar mais ainda para isso.

ASIMOV, Isaac. Fundação. Tradução Fabio Fernandes. São Paulo: Aleph, 2009, p. 12-15.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 14-19.

Entendendo o texto:

01 – Retome as hipóteses que você levantou na subseção Antes de ler:

a)   Converse com seus colegas e o professor sobre como você imaginou a viagem das pessoas de um planeta a outro no futuro e sobre como o livro descreve a viagem de Gaal.

Resposta pessoal do aluno.

b)   Que hipóteses você levantou sobre o título da primeira parte do livro? Com base na leitura da 1ª parte do texto, é possível deduzir o conceito de psico-historiador?

Resposta pessoal do aluno.

02 – Nessa edição do texto, os editores trocaram as palavras Superespaço e Supervídeo, tal como foram escritas originalmente pelo autor, por Hiperespaço e Hipervídeo. O que justificaria essa troca?

      A troca feita pelos editores se justificaria pelo fato de tornar o texto mais acessível ao maior número possível de leitores de hoje em dia.

03 – Antes de lermos o Capítulo 1, encontramos um hipertexto, um texto que antecede a leitura do início da história. Como ele foi organizado e o que revela ao leitor?

      Esse hipertexto está organizado em forma de verbete, no caso da “Enciclopédia Galáctica” e faz a ambientação da história para o leitor, apresentando dois de seus principais personagens, o jovem Gaal Dornick e o misterioso cientista Hari Seldon.

04 – Enquanto lemos o primeiro capítulo, vamos, pouco a pouco, conhecendo um dos principais personagens do romance, o jovem Gaal Dormick. Que informações obtemos sobre ele no início dessa leitura?

      Gaal é retratado como um jovem pesquisador caipira que vive em Synnax, astro que orbita uma estrela na periferia da Corrente Azul, longe, portanto, dos grandes centros da Galáxia; encontra-se apreensivo por fazer uma viagem até Trantor, considerado a sede do Império que comandava vinte e cinco milhões de planetas habitados na Galáxia. Também informa que ele faz uma pesquisa de doutorado sobre a movimentação de meteoros e que ele parece estar ansioso com a viagem feita pelo espaço, com um pouco de medo do que pode ocorrer no caminho e apreensivo sobre o misterioso e vasto Projeto Seldon.

05 – Ao longo do primeiro capítulo da saga Fundação, há menção a diferentes cenários espaciais. Quais são? Eles existem de fato ou foram criados pelo autor do livro?

      Trantor, a sede do Império Galáctico; Synnax, o local de onde Gaal veio; e a Corrente Azul, além de diversas referências a nebulosas. Esses lugares são fictícios.

06 – Um aspecto fascinante das narrativas de ficção científica é a descrição de cenários intergalácticos ou futuristas que não existem, mas podemos imaginar quando lemos essas histórias. Em que parte do trecho essa descrição é feita pelo narrador quando Gaal chega a Trantor?

      Quando Gaal chega a Trantor, o narrador descreve o que ele vê do espaço pela janela da nave da seguinte forma:

“[...] era aquela primeira visão de Trantor. Ele ficou espreitando o Mirante. As persianas de aço eram erguidas em momentos anunciados e ele estava sempre ali, observando o brilho forte das estrelas, apreciando o incrível enxame nebuloso de um aglomerado estelar, como um gigantesco enxame de vaga-lumes apanhados em pleno voo e paralisados para sempre.  Em um momento havia a fumaça fria, azul-embranquecida de uma nebulosa gasosa a cinco anos-luz da nave, espalhando-se pela janela como leite, preenchendo o aposento com um tom gelado, e desaparecendo de vista duas horas depois, após outro Salto.

        A primeira visão do sol de Trantor foi a de uma partícula dura e branca totalmente perdida dentro de uma miríade de outras, e reconhecível somente porque fora apontada pelo guia da nave. As estrelas eram espessas, ali no centro galáctico. Mas, a cada Salto, ele brilhava mais, superando o resto, fazendo com que elas empalidecessem e reduzissem o brilho.”

07 – Ao fazer sua viagem, Gaal realiza uma espécie de Salto no hiperespaço que possibilita uma viagem com tranquilidade entre regiões distantes umas das outras por diversos anos-luz. O que seria a velocidade da luz? É possível, hoje, realizarmos viagens como essa?

      A medida de anos-luz faz referência à distância percorrida pela luz durante um ano, ou seja, à velocidade de 300 mil km/s, maneira como se organiza a velocidade da luz. A luz das estrelas, para chegar à Terra, por exemplo, viaja cerca de 300.000 km por segundo. Asimov retrata um futuro distante em que o ser humano poderá realizar viagens com essa velocidade naturalmente, o que ainda hoje é impossível.

08 – Por que Gaal é descrito pelo narrador e pelo funcionário da nave como um caipira?

      O termo caipira geralmente carrega um sentido pejorativo e preconceituoso, ligado à falta de refinamento ou de informação. Na obra Fundação, Trantor é o centro de um Império intergaláctico num futuro em que a raça humana colonizou quase toda a galáxia. Por viver longe do centro do império e não estar acostumado com viagens espaciais, Gaal é retratado pelo narrador e por esse personagem como um caipira. Isso também fica evidenciado no trecho em que Gaal pede ao oficial que o deixe no Mirante para observar Trantor, mas este o alerta sobre a questão do Sol, que pode queimá-lo, e o informa da possibilidade de uma excursão “baratinha”.