quarta-feira, 13 de junho de 2018
MÚSICA(ATIVIDADES): PASSAREDO - CHICO BUARQUE - COM GABARITO
sexta-feira, 27 de abril de 2018
MÚSICA(ATIVIDADES): MEU GURI - CHICO BUARQUE DE HOLANDA - COM GABARITO
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar
Já foi nascendo
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar
Como fui levando
Não sei lhe explicar
Fui assim levando
Ele a me levar
E na sua meninice
Ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
E veloz do batente
Traz sempre um presente
Prá me encabular
Tanta corrente de ouro
Seu moço!
Que haja pescoço
Prá enfiar
Me trouxe uma bolsa
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Com carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Tá um horror
Eu consolo ele
Ele me consola
Boto ele no colo
Prá ele me ninar
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente
Seu moço!
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo eu não disse
Seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí
Olha aí!
E o meu guri!...(3x)
terça-feira, 10 de abril de 2018
MÚSICA(ATIVIDADES): NÃO TEM TRADUÇÃO - NOEL ROSA - COM GABARITO
A música "Não Tem Tradução" de Noel Rosa aborda a influência do cinema falado e dos estrangeirismos na transformação da cultura das pessoas, especialmente aqueles que vivem nos morros. O eu lírico critica a preferência por palavras estrangeiras em detrimento do samba e da cultura brasileira.
03. Qual é o posicionamento do eu lírico, quanto aos estrangeirismos em “Não tem tradução”?
O eu lírico
expressa uma posição crítica em relação aos estranhamentos na música. Ele
sugere que o cinema falado é responsável pela transformação da cultura, levando
as pessoas a valorizarem mais palavras estrangeiras do que a riqueza do samba e
da cultura brasileira.
04. Esta
canção é atual? Justifique as suas respostas, retirando elementos do texto.
A canção não é atual, pois foi composta por Noel Rosa em 1933. O texto
menciona o cinema falado como uma influência, o que remete a um período em que
o cinema sonoro estava se popularizando.
05. Transcreva
as palavras de origem estrangeira encontradas na Música Não tem Tradução. Composição Noel Rosa,
descrevendo os significados.
a) Palavras de origem estrangeira na música:
Barracão (português, mas usado no contexto da
música)
Fox-Trote (do inglês, referindo-se a uma dança)
Risoleta (possivelmente do francês, nome próprio)
Malandro (originado do espanhol/italiano, mas
usado no contexto brasileiro).
06. Há uma
defesa do eu lírico em relação ao samba. Qual é? Justifique, retirando
elementos que comprovem a resposta.
O eu lírico defende o samba como algo intrinsecamente brasileiro,
destacando que as rimas do samba não são em inglês ("I love you").
Ele critica a preferência por palavras estrangeiras em detrimento do samba,
afirmando que o samba não tem tradução no idioma francês.
07. Na Música
Não tem Tradução. Composição Noel Rosa., há gírias na canção? Se sim,
transcreva-as inserindo os significados que elas possuem.
Sim, há gírias na música. No trecho mencionado, "dar pinote"
significa agir de maneira evasiva ou enganosa, e "na gafieira"
refere-se a um tipo de dança de salão.
08. Leia o trecho em
destaque e responda às questões a seguir: “[...] Amor lá no morro é amor pra
chuchu As rimas do samba não são I love you E esse negócio de alô, alô boy e
alô Johnny Só pode ser conversa de telefone [...]” (Noel Rosa, Não Tem Tradução, 1933).
O trecho destaca a ideia de que o amor no morro é abundante ("amor
lá no morro é amor pra chuchu"), mas as rimas do samba não são como as
expressões românticas estrangeiras, como "eu te amo". O eu lírico
também ironiza o uso de aplicações telefônicas como "alô boy" e
"alô Johnny", evidenciando que são inapropriados ou artificiais.
a) Qual era a preocupação existente na época,
que Noel Rosa deixa transparecer em meio aos versos?
A preocupação existente na época,
refletida nos versos de Noel Rosa, está relacionada à influência do cinema
falado e dos estranhamentos na transformação da cultura brasileira. Há uma
crítica à preferência por palavras estrangeiras em detrimento do samba e da
cultura brasileira moderna.
b) Transcreva os elementos do texto que
justifiquem a sua resposta.
Os elementos do texto que
justificam a resposta incluem a menção ao cinema falada como "o grande
culpado da transformação", a crítica ao uso de palavras estrangeiras em
vez do samba, e a ironia em relação aos cumprimentos telefônicos estrangeiros
como "alô boy" e "alô Johnny". Esses elementos indicam a
preocupação de Noel Rosa com a preservação da cultura brasileira diante da
influência estrangeira.
"O cinema falado
É o grande culpado
Da transformação
Dessa gente que sente
Que um barracão Prende mais que um xadrez. (...)
Amor, lá no morro, é amor pra chuchu,
As rimas do samba não são 'I love you'.
E esse negócio de 'alô, alô, boy','Alô, Johnny',
Só pode ser conversa de telefone.”
Noel Rosa. Cinema falado, 1933.
Os versos acima refletem uma crítica. Eles expressam:
a) a ausência das inovações tecnológicas estrangeiras na difusão da cultura popular brasileira.
b) a influência do jazz norte-americano no ritmo e nas letras do samba.
c) a expansão da dominação cultural norte-americana e a desvalorização da cultura popular nacional.
d) a resistência da arte popular quanto às inovações tecnológicas, especialmente o cinema falado e o rádio.
e) o predomínio da música estrangeira em substituição ao samba autenticamente nacional.
quarta-feira, 4 de abril de 2018
MÚSICA(ATIVIDADES): MEU CARO AMIGO - CHICO BUARQUE - COM GABARITO
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando, que também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo pessoal
Adeus.
sábado, 24 de março de 2018
MÚSICA(ATIVIDADES): JOÃO E MARIA - CHICO BUARQUE E SIVUCA - COM GABARITO
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem era nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim.